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Meu povo está sendo destruído… (Paul Washer)

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Deus Encorajamento Stephen Kaung

Deus é por nós! (Stephen Kaung)

Irmãos, aprendamos um fato: Deus é por nós. Oh, bendito pensamento! O Senhor, o Senhor da aliança, é por nós. Ele está conosco e é por nós. Freqüentemente, no entanto, não é assim que sentimos. É possível que, algumas vezes, sintamos que Deus não é por nós, mas contra nós. Somos inclinados a crer que Deus está junto de alguma outra pessoa e não está a nosso favor – pensamos às vezes que Deus não está ao nosso lado –, que Ele é muito duro conosco. No entanto, mesmo que possa parecer assim, precisamos firmar-nos no fato de que Ele ainda é por nós. Pode não parecer verdade, mas há uma explicação muito boa para isso. Você sabe qual é a razão? É porque Deus quer trazer-nos para o lado Dele a fim de que Ele possa ser por nós.

Freqüentemente nós não estamos ao lado Dele e, por isso, sentimos que Ele não está ao nosso lado – e, de fato, Ele não pode estar. Mas isso não significa que Deus não é por nós. Em todas essas dificuldades, sejam elas provocadas por nós mesmos ou não, Ele está tentando trazer-nos para Seu lado a fim de poder revelar-se como aquele que, de fato, é por nós.

O Senhor é por nós; mas isso não é tudo, pois Ele não apenas é por nós, mas está conosco e dentro de nós. Deus nos amou tanto que deu Seu Filho unigênito por nós. Por isso, não pode haver dúvida alguma nem medo algum – o Senhor é por nós. Pode acaso ser possível que Ele esteja contra nós? Ele está trabalhando para nosso bem eterno. Está sempre tentando trazer-nos para o lado Dele. Ele é por nós. Ele é por nós eternamente. Este é o nosso Deus.

(Stephen Kaung, Os cânticos dos degraus, p. 126; ALC, 1997)

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Deus

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Seja o que for que Deus tenha que fazer, inquestionavelmente o fará, se ele o tiver prometido.

João Calvino

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Dave Hunt Deus

Deus é amor (Dave Hunt)

Hoje em dia, exatamente como a Bíblia profetizou, o homem se torna cada vez mais atrevido em relação a Deus. Um elemento básico comum para a rejeição a Cristo neste mundo e para o desprezo pela sã doutrina na igreja é a falta de reflexão, isto é, de pensar e raciocinar cuidadosamente, de um modo especial sobre Deus, Sua Palavra e Sua vontade. Em vez disso, a preocupação maior do mundo e, infelizmente, de muitos cristãos, é o divertimento. Ficamos ocupados demais em nos entretermos para que possamos refletir sobre Deus. Do mesmo modo como o ateu rejeita o teísmo, assim o divertimento rejeita a reflexão.

Vamos nadar contra a maré e refletir juntos. Deus convocou Israel: “Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra. Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse.” (Isaías 1:18-20).

Um grito que parte constantemente do coração de Deus é “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; porque o SENHOR tem falado: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías 1:2,3).

Os constantes apelos divinos a Israel para que se arrependesse indicam claramente que Deus não era responsável pelo seu pecado. Ele não havia preordenado a sua rebelião nem o seu castigo. Israel não estava obedecendo à vontade de Deus. O Deus de Israel arrazoa em vão com o Seu povo escolhido: “E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio” (Jeremias 44:4). Obviamente Deus não havia predestinado o mau comportamento do seu povo nem a sua condenação, pois nesse caso não teria chamado a idolatria de “essa coisa abominável que odeio”.

Nem são também o egoísmo, o ciúme e o ódio; a fornicação, o adultério e o divórcio; o homossexualismo, o lesbianismo e a rejeição ao casamento uma ordenança divina; nem os abortos e assassinatos, as guerras étnicas e religiosas e todo tipo de violência rompante que tem grassado hoje em dia no mundo inteiro, assim como não existia, pela vontade divina, a iniqüidade do tempo de Noé. Aquele mundo foi destruído pelo dilúvio. Hoje o mundo está maduro para um derramamento mais sério da ira divina contra o pecado.

O homem foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27), não física, mas espiritualmente. “Deus é Espírito” (João 4:24) sem forma física. O homem foi criado para refletir o caráter moral e espiritual de Deus em tudo que pensasse, falasse e fizesse. O Jardim do Éden não foi somente um paraíso de beleza física e de abundância além de toda imaginação, mas também um paraíso como um pedaço do céu na terra.  Que gloriosa relação Adão e Eva gozavam! O Jardim era uma sinfonia da glória de Deus expressa na exuberante singularidade de um homem e uma mulher reunidos pelo próprio Deus no primeiro matrimônio. A felicidade extática e indescritível do amor sem egoísmo demonstrado em palavras e atos de contínua gentileza, reflexão, graça, misericórdia, bondade e compaixão, cada um buscando apenas a alegria do outro, na maravilha do íntimo companheirismo.

Quando foi completada a criação divina do universo, dos animais e do homem, Deus viu que “tudo era muito bom” (Gênesis 1:31). Então, o que aconteceu para que tudo desse errado? Como pôde o homem criado à imagem de Deus ter um ódio tão profundo contra o seu Criador e tal determinação para trilhar o seu próprio caminho, expondo sua rebelião diante de um Deus compassivo e Santo, a Quem ele devia sua própria existência?

A Bíblia chama esse enigma de “o mistério da iniqüidade”  (2 Tessalonicenses 2:7) e declara que a sua fonte secreta se encontra nas profundezas do coração humano: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21-23).

O coração não é apenas o centro das emoções. Ele se assemelha a um castelo forte, do qual cada pessoa guarda a única chave: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23).

Jamais esquecerei a entrevista na TV  de um canadense que havia sido preso na Arábia Saudita, falsamente acusado de terrorismo. Sob contínua tortura ele “confessou a sua culpa”, antes de ser posto em liberdade. Aquela experiência aterradora havia lhe ensinado duas coisas: 1. A tortura pode ser tão crucial que a pessoa mais forte pode ser levada a “confessar” qualquer coisa, até mesmo que assassinou a própria mãe. 2. Nenhuma tortura, sem importar quão insuportável seja, pode levar a vítima a crer no que ela é forçada a confessar.

Existe um recanto profundamente oculto, onde a pessoa real guarda os seus recônditos pensamentos e suas verdadeiras intenções. Salomão admoestou o seu filho dizendo que aquilo que o homem diz é sempre um engano para esconder o que ele realmente é no seu íntimo (Provérbios 23:6-8). A Bíblia sempre chama essa fortaleza interior de “o coração” ou “a vontade”. Sem ela é impossível ter a individualidade,  amar e ser amado. Deus nos criou de tal maneira que nem mesmo Ele pode nos forçar a crer em alguma coisa. Ele arrazoa conosco no evangelho, a fim de persuadir-nos da verdade. Mas, infelizmente, a maioria das pessoas não dá ouvidos à razão e insiste em palmilhar a estrada larga da destruição, embora sabendo aonde esta o conduzirá.

O mundo está repleto de jovens obstinados e desobedientes, criados na rebelião, não apenas contra os pais, mas contra toda autoridade, especialmente a autoridade divina. A variedade de divertimentos oferecida, até mesmo na igreja, somente os tem afastado de pensar profundamente, isto é, de raciocinar. O resultado, segundo 2 Tessalonicenses 3:2, é o aumento de “…homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos.”

O oculto bastião interior pode ser o trono de um tirano egocêntrico governando os outros, ou o trono do desprendimento se derramando sobre os outros em forma de genuíno amor e compaixão.

“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á (Mateus 16:25). “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto (João 12:24).

Deus não criou robôs. Ele deu ao homem a vontade de escolher livremente entre o amor e o ódio, para receber a Cristo como Salvador ou então rejeitá-Lo. Deus quer que o homem Nele confie  totalmente e que O ame profundamente, a ponto de Lhe entregar a chave da fortaleza interior do seu coração, sem esconder coisa alguma: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos” (Provérbios 23:26). Deus não quer iludir-nos nem persuadir-nos superficialmente através de emoções. Ele deseja ganhar os nossos corações com a Sua Verdade e o Seu Amor: “Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o SENHOR é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há… Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças …   Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. ” (Deuteronômio 4:39; 6:5 e 13:3).

Quando Deus nos comanda a amá-Lo de todo o coração, Ele prova o Seu Amor e desejo de que toda criatura humana seja salva. Seria absurdo que Ele ordenasse a todos que O amassem se Ele não os amasse o suficiente para os salvar, predestinando-os, em vez disso, para o inferno. Leiamos: “E estavam os homens de Israel já exaustos naquele dia, porquanto Saul conjurou o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão até à tarde, antes que me vingue de meus inimigos. Por isso todo o povo se absteve de provar pão. E todo o povo chegou a um bosque; e havia mel na superfície do campo” (1 Samuel 14:24,25). “Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal(Joel 2:12,13). “… É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”(Atos 8:37). “… Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9).

O mais poderoso testemunho da criação se encontra no DNA. Instruções digitalmente organizadas para construir e operar trilhões de células, como um só corpo, estão inscritas no DNA em linguagem codificada, as quais somente certas moléculas de proteína podem decodificar. Tudo que é escrito tem um autor! E o Autor desse extraordinário conjunto de intricadas informações só poderia ser uma Inteligência Infinita, Aquela que criou e “sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hebreus 1:3).

A rebelião de Satanás e do homem trouxe destruição a toda a ordem universal. O resultado em marcha tem sido os desastres naturais e um crescente aumento de moléstias e deformações entre homens e animais: “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:21.22). Até mesmo algumas células já não obedecem às instruções codificadas no DNA, resultando no câncer.

Apesar da extraordinária e indisputável evidência que tem bombardeado o homem na atualidade, ele continua recusando-se a obedecer ao Criador, transformando-se, portanto, num câncer espiritual na terra “… cada um fazendo o que parece bem aos seus olhos” (Juízes 17:6).

Deus teria razão de sobra para destruir a humanidade. Ele quase fez isso com o dilúvio. Nós não existiríamos hoje se Noé não tivesse achado “graça aos olhos de Deus” (Gênesis 6:8). E porque Deus tem sido tão gracioso e misericordioso com os rebeldes? Somente por causa do Seu Amor revelado em Jesus Cristo! O sacrifício de Cristo pelo pecado dos homens é a grande  prova do Amor de Deus por toda a humanidade, pois “… Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).

O indescritível horror do pecado é revelado na zombaria, nos açoites e na crucificação do Salvador na cruz. E, assim, à medida em que o homem pecador e rebelde faz o pior, o Amor de Deus brilha mais intensamente: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Em resposta a esta oração o Pai castiga Cristo, totalmente, pelos pecados passados, presentes e futuros de toda a humanidade.

Em amorosa resposta ao homem rebelde, o qual deseja destroná-Lo, Deus enviou o Seu Filho ao mundo, através do nascimento virginal, a fim de pagar a penalidade devida pelo pecado à Sua própria justiça infinita. De fato, Ele não poderia ter agido de outro modo, pois Deus é Amor! (João 4:8,16).

Existe uma enorme diferença entre dizer que  Deus é amoroso e que Deus é Amor. A expressão “Deus é” está acoplada  às muitas gloriosas promessas e advertências: “Deus é eterno” (Dt 33:27); Ele é “A minha fortaleza e a minha força” (2 Samuel 22:33); “Misericordioso e compassivo” (2 Crônicas 30:9); “Socorro bem presente na angústia” (Salmos 46:1); “Minha defesa” (Salmos 59:17); “Verdadeiramente bom para Israel” (Salmos 73:1);”Fiel é Deus” (1 Coríntios 1:9; 10:13); “Deus é verdadeiro” (João 3:33); “Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 12:29), etc.

Contudo, estas expressões falam de como Deus age e não de como Ele é. O Amor é a Sua exata essência. Ele simplesmente AMA! Embora o Amor totalmente livre de interesse seja raramente visto na terra, todo mundo sabe que esse tipo de Amor provém de Deus. Esse reconhecimento está guardado no mais recôndito da memória do coração do homem, como uma recordação do paraíso perdido.

Quando Adão e Eva se rebelaram contra Deus, logo descobriram que “estavam nus” (Gênesis 3:7). Não que estivessem sem roupas (Ver a TBC de fevereiro e outubro 2002), pois esse era um fato desde a criação. Feitos à imagem de Deus, eles deviam estar vestidos da verdadeira luz divina (1 João 1:5). Tem-se dito com razão que “somos como espelhos, cujo brilho depende completamente do sol (o Filho), que brilha através de nós”. O pecado desnudou o primeiro homem e a primeira mulher de tudo que Deus pretendia para eles como criaturas feitas à Sua gloriosa imagem. O reflexo de Sua glória deixou de brilhar através deles, deixando-os espiritual e moralmente despidos. Que tragédia! Hoje o homem continua nu diante do seu Criador, sem a glória da qual foram revestidos os primeiros pais, pois “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). O Amor, que é a perfeita essência de Deus, nos falta porque fomos de Deus separados por causa do pecado. Existe no coração do homem um profundo anseio que somente Deus pode preencher. Ele nos convoca a uma reconciliação com Ele: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”. (Jeremias 29:13). A maior parte dos membros de nossa trágica raça humana se volta para tudo, menos para Deus, na ânsia de satisfazer o vazio que somente Ele pode preencher: “Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas” (Jeremias 2:12,13).

Assim, ninguém ficará satisfeito a não ser com o  próprio Deus. Como o salmista, eles vão clamar: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Salmos 42:1-2). Esse tipo de sede não pode ser saciado humanamente, nem com milagres que excitam a carne. É uma sede profunda de conhecer o próprio Deus, numa relação tão íntima que se transforma em tudo que Ele deseja que sejamos. Será essa a paixão do seu e do meu coração? Na oração de Cristo ao Pai, Ele expressa o desejo ardente de que o perfeito Amor de Deus habite e se manifeste através dos que O conhecem: “E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja” (João 17:26). Que oração do coração de Alguém que deseja “trazer muitos filhos à glória” (Hebreus 2:10), à Sua semelhança “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 João 3:2). Ouçamos a ansiosa expectação de Davi: “Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar” (Salmos 17:15). Isso é mais do que uma restauração do amor que Adão e Eva experimentaram no Jardim. A relação íntima que eles tinham conhecido com o seu Criador poderia, como aconteceu, ser perdida.

Cristo falou a uma preocupada Marta: “E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (Lucas 10:42). Paulo orou pelos crentes de Éfeso “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos”  (Efésios 1:18). Maravilha das maravilhas! Deus vai restaurar eternamente os pecadores desnudos através de Sua glória em Cristo Jesus: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá” (1 Pedro 5:10).

O novo nascimento através da fé em Cristo dá início a uma nova  vida em nós. Cristo vive em nós, mas devemos compartilhar diligentemente com Ele: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:12,13). E “E para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente” (Colossenses 1:29).

Possa cada um de nós ter o mesmo firme propósito em nossos corações, enquanto aguardamos ansiosamente a Sua Vinda!

“The Berean Call Letter”, Abril 2004

Tradução de Mary Schultze

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A soberania de Deus

A. W. Tozer

A soberania de Deus é o atributo pelo qual Ele governa toda a Sua criação, e para ser o Deus soberano, Ele tem de ser onisciente, todo-poderoso e totalmente livre. Estas são as razões:

Se houvesse vestígios de conhecimento, ainda que pequenos, estranhos para Deus, Seu domínio acabaria naquele ponto. Para ser Senhor sobre toda a criação, Ele deve possuir todo o conhecimento. E se Deus perdesse um infinitésimo desse poder, esta perda poria fim ao Seu reinado e destruiria Seu Reino; este átomo de força desprovido de Deus pertenceria a outra pessoa, e Deus seria um governante limitado e, consequentemente, não soberano.

Além disso, Sua soberania exige que Ele seja totalmente livre, o que significa simplesmente que Ele deve ser livre para fazer o que bem entender em qualquer lugar, em qualquer momento, a fim de cumprir o Seu propósito eterno em cada um dos pormenores sem interferência. Se não fosse totalmente livre, Deus não seria completamente soberano.

Para compreender a idéia de liberdade irrestrita, é necessário um enorme esforço da mente. Não estamos psicologicamente condicionados a entender o conceito de liberdade a não ser em suas formas imperfeitas. Nossos conceitos sobre ela foram formados em um mundo em que não existe a liberdade total. Aqui, cada objeto natural depende demuitos outros objetos, e esta dependência limita sua liberdade.

Wordsworth, no início de seu “Prelude”, alegrou-se por ter fugido da cidade em que ficara por muito tempo confinado e estava “agora livre, livre como um pássaro para ir onde bem quisesse”. No entanto, estar livre como um pássaro não é, de fato, livre. O naturalista sabe que o pássaro supostamente livre, na verdade, vive toda a vida em uma gaiola de receios, fomes e instintos; está limitado pelas condições climáticas, pelas diversas pressões do ar, pelo suprimento de comida do local, pelos predadores e pela ligação mais estranha de todas: a irresistível compulsão a permanecer naquele pequeno pedaço de terra e ar que lhe foram destinados pelo sistema da terra dos pássaros. O pássaro mais livre está, com todas as outras criaturas, constantemente envolvido por um conjunto de necessidades. Somente Deus é livre.

Diz-se que Deus é totalmente livre porque ninguém e nada pode impedí-Lo. Ele é capaz de agir como sempre lhe agrada, em todos os lugares, eternamente. Portanto, ser livre significa também que Ele deve possuir autoridade universal. Sabemos pelas Escrituras e podemos concluir a partir de outros de Seus atributos lque Deus tem poder ilimitado. E quanto à Sua autoridade?

O simples fato de discutir a autoridade do Deus Todo-Poderoso parece algo um pouco sem sentido, e questioná-la seria sem sentido. É possível imaginar o Senhor Deus dos Exércitos tendo de pedir permissão a alguém ou algo a um ser maior? A quem Deus recorreria para obter permissão? Quem é maior do que o Altíssimo? Quem é mais forte do que o Todo-Poderoso? Que posição preceda a do Eterno? Perante quel trono Deus se ajoelharia? Onde está o maior de todos a quem Deus deve apelar? “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, Seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu Sou o primeiro e Eu Sou o último, e além de mim não há Deus” (Is. 44:6).

A soberania de Deus é fato bastante evidente nas Escrituras, e está declarado em alto som pela lógica da verdade. No entanto, reconhece-se que há certos problemas que até agora não foram solucionados de maneira satisfatória. São dois os principais problemas.

O primeiro é a presença de coisas que não têm a aprovação de Deus na criação, tais como o mal, a dor e a morte. Se Deus é soberano, Ele poderia ter impedido que essas coisas existissem. Por que Ele não o fez?

O Zendavesta, livro sagrado do Zoroastrismo, a mais imponente das principais religiões contrárias à Bíblia, concentrou-se nitidamente nesta dificuldade o suficiente para admitir a possibilidade de um dualismo teológico. Existiam dois deuses, Ormazd e Ahriman, e esses entre si criaram o mundo. O bom Ormazd criou todas as coisas boas e o mau Ahriman criou o restante. O princípio é bastante simples. Sem soberania, Ormazd não tinha com o que se preocupar e, ao que parece, não se importava em dividir seus privilégios com o outro.

Para o cristão, esta explicação não vale, uma vez que claramente contradiz a verdade ensinada de forma tão enfática por toda a Bíblia: que há um Deus e que somente Ele criou o céu e a terra e todas as coisas que nela há. Os atributos de Deus são constituídos de tal forma que é impossível a existência de outro Deus. O cristão admite que não tem a última palavra para o enigma da existência do mal. Contudo, ele sabe o que esta resposta não é. E sabe que o Zendavesta também não tem a resposta.

Embora não tenhamos uma explicação completa sobre a origem do pecado, pouco sabemos. Em Sua soberana sabedoria, Deus permitiu que o mal existisse em áreas cuidadosamente restritas de Sua criação, um tipo de foragido cujas atividades são temporárias e limitadas em termos de expansão. Ao fazer isto, Deus agiu de acordo com Sua infinita sabedoria e bondade. O que passa disto, ninguém sabe no momento; e mais do que isso, ninguém precisa saber. O nome de Deus é suficiente para garantir a perfeição de Suas obras.

Outro problema real criado pela doutrina da soberania divina está relacionado à vontade do homem. Se Deus rege o universo por meio de Seus soberanos desígnios, como é possível ao homem exercer o livre-arbítrio? E se este não pode exercer o livre-arbítrio, como pode ser responsabilizado por sua conduta? Será que ele não é um simples títere cujas ações são determinadas por um Deus ;que vive escondido e que puxa os fios como bem entende?

A tentativa de responder a estas perguntas resultou em uma nítida divisão da Igreja cristã em dois campos que deram destaque ao nome de dois renomados teólogos, Jacobus Armínios e João Calvino. Grande parte dos cristãos está satisfeita em fazer parte de um campo ou de outro, negando ou a soberania de Deus ou o livre-arbítrio do homem. Parece possível, no entanto, reconciliar estas duas posições sem prejudicar qualquer uma delas, embora o esforço resultante possa mostrar-se insuficiente aos sectários de um campo ou de outro.

A minha opinião é a seguinte: Deus soberanamente ordenou que o homem fosse livre para exercer a escolha moral, e o homem, no princípio, cumpriu este mandamento fazendo sua escolha entre o bem e o mal. Ao optar pelo mal, ele não vai de encontro à vontade soberana de Deus, mas a cumpre, visto que o desígnio eterno não se refere à escolha que deve ser feita pelo homem, mas à sua liberdade para fazê-la. Se, em sua total liberdade, a vontade de Deus foi a de dar ao homem a liberdade limitada, quem está lá para erguer a mão e dizer: “O que fizeste?”. O homem tem o livre-arbítrio porque Deus é soberano. Um Deus que não seja totalmente soberano não pode conceber liberdade moral a Suas criaturas. Ele teria receio de fazê-lo.

Talvez uma simples ilustração possa nos ajudar a entender esta questão. Um transatlântico deixa Nova York rumo a Liverpool. Seu destino foi determinado pelas autoridades competentes.Nada pode alterá-lo. Esta é, ao menos, uma rápida descrição de soberania.

A bordo do navio estão vários passageiros. Estes não estão nas poltronas, nem suas atividades são, por lei, determinadas por eles. Eles têm total liberdade para irem onde bem quiserem. Comem, dormem, divertem-se, descansam no convés, lêem, conversam, fazem o que bem entendem; no entanto, o tempo todo estão sendo levados pelo grande navio ao porto predeterminado.

Tanto a liberdade como a soberania estão ilustradas neste exemplo e não se contradizem. Creio que o mesmo acontece com a liberdade do homem e a soberania de Deus. O imponente transatlântico do soberano plano de Deus mantém seu curso firme sobre o mar da História. Deus move-se tranquilo e desimpedido com o objetivo de realizar estes propósitos eternos que foram planejados em Cristo Jesus antes do início do mundo. Não sabemos se tudo isto está incluído nestes propósitos; no entanto, o suficiente foi revelado para nos munir de um amplo conjunto de coisas que estão por vir e nos dar uma boa esperança e firme convicção de bem-estar no futuro.

Sabemos que Deus cumprirá todas as promessas feitas aos profetas; sabemos que os pecadores, um dia, serão tirados da terra; sabemos que um povo remido entrará no gozo de Deus e que os justos brilharão no Reino de seu Pai; sabemos que as perfeições de Deus ainda serão proclamadas por todo o universo, que todas as formas de inteligência criadas pertencerão ao Senhor Jesus Cristo para a glória de Deus Pai, que a presente ordem imperfeita será revertida e que um novo céu e uma nova terra serão estabelecidos para sempre.

Com relação a todas estas coisas, Deus está agindo com infinita sabedoria e perfeita precisão de ação. Ninguém pode dissuadí-Lo de Seus propósitos; nada pode desviá-Lo de Seus planos. Uma vez que Ele é onisciente, é impossível haver circunstâncias imprevistas, ou acidentes. Como Ele é soberano, é impossível haver ordens contrárias ou fim da autoridade, e como Ele é onipotente, é impossível não haver todo o poder para realizar Seus desígnios estabelecidos. Deus é auto-suficiente para realizar todas essas coisas.

Enquanto isso, as coisas não são tão fáceis quanto parece sugerir essa rápida descrição. O mistério da iniquidade já opera. Dentro do vasto campo da vontade permissiva e soberana de Deus, o terrível conflito entre o bem e o mal continua crescendo com total fúria. Deus ainda está no controle do vendaval e da tempestade, mas a tempestade e o vendaval estão presentes e, como seres responsáveis, devemos fazer nossa escolha na presente situação moral.

Algumas coisas foram ordenadas pela determinação livre de Deus, e uma delas é a lei da escolha e consequências. Deus ordenou que todos os que prontamente se submetem ao Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé recebem a vida eterna e se tornam filhos de Deus. Outrossim, ordenou que todos os que amam as trevas e continuam em rebelião contra a autoridade superior dos céus permanecem em um estado de alienação espiritual e, por fim, passam pela morte eterna.

Colocando toda a questão em termos individuais, chegamos a algumas conclusões importantes e extremamente pessoais. No conflito moral que agora assola o mundo à nossa volta, quem está do lado de Deus está do lado vitorioso e não tem como perder; quem está do outro lado está do lado da derrota e não pode vencer. Neste ponto, não há chance nem como arriscar. Há liberdade para escolher de que lado deveremos estar, mas não para negociar as consequências da escolha uma vez que ela tenha sido feita. Pela misericórdia de Deus, podemos nos arrepender de uma escolha errada e mudar as consequências por meio de uma escolha nova e acertada. Não podemos ir além disso.

Toda questão da escolha moral está centrada em Cristo Jesus. Ele claramente afirmou: “Quem não é por mim é contra mim” (Mt. 12:30), e: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo.14:6). A mensagem do Evangelho incorpora três elementos distintos: um anúncio, uma ordem e um convite. Anuncia as boas novas da redenção consumada com misericórdia, ordena que todos os homens de todas as partes do mundo se arrependam e convida a todos para que submetam às condições da graça por meio da fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

Todos nós temos duas opções: obedecer ao Evangelho ou nos desviar dele, incrédulos, e rejeitar sua autoridade. A escolha é toda nossa,mas as consequências resultantes dessa escolha já foram determinadas pela vontade soberana de Deus, e não há como recorrer.

O Senhor desceu do alto
E baixou dos mais altos céus,
E sob os pés tinha
A escuridão dos céus.

Cavalgava um querubim e serarim
Que Ele levou majestosamente,
E nas asas dos poderosos ventos
Veio voando.

Sentou-se sereno sobre as águas,
Para conter Sua fúria;
E Ele, como Senhor e Rei soberano,
Reinará para todo o sempre.

(Paráfrase do Salmo 18, por Thomas Sternhold)

(Extraído de Verdadeiras Profecias, de A. W. Tozer – Editora dos Clássicos)

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