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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (14)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Sem dor, não há vitória. Sem espinhos, não há trono. Sem fel, não há glória. Sem cruz, não há coroa.

(William Penn)

A presença de Deus é suficiente, não só para eliminar toda ansiedade e todo medo, como também para dar consolação e sólida alegria.

(John Owen)

Amar a Deus de todo coração implica amar a Palavra de Deus, Sua causa, Seu povo, Sua cruz e Sua igreja.

(Miguel Núñez)

O vigor de nossa vida espiritual está na exata proporção do lugar que a Bíblia ocupa em nossa vida e em nossos pensamentos.

(George Müller)

Nossa grande honra está precisamente em ser o que Cristo foi e é. Sermos aceitos pelos que O aceitam, rejeitados pelos que O rejeitam, amados pelo que O amam e odiados pelos que O odeiam.

(A. W. Tozer)

Deus quer nos abençoar segundo possamos receber. Porém, às vezes, antes de dar-nos o melhor de Sua graça, é necessário que sejamos afligidos e quebrantados para que conheçamos a agonia da oração. Antes de dar-nos Suas bênçãos, o Senhor quer que conheçamos o valor delas.

(Charles Spurgeon)

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Indicações de sexta (9)

Confronte todas as coisas com a verdade da Bíblia

 

Toda sexta-feira, uma pequena lista de artigos cuja leitura recomendamos. Além disso, indicaremos também uma mensagem e um hino para serem ouvidos. Nosso desejo é que lhe sejam úteis para aprofundar seu conhecimento do Senhor, para capacitar você a servi-Lo melhor e para despertar em você mais amor por Ele.
É sempre importante relembrar o que dizemos em Sobre este lugar: as indicações a um autor ou a alguma fonte não implica aprovação total ou incondicional de tudo o que é ali ensinado nem indicado em outros links ou em vídeos relacionados, etc; indica, outrossim, que naquele artigo específico há conteúdo bíblico a ser apreciado.

Artigos que merecem ser lidos

  1. Ashley Madison: Infidelidade. O que a revelação de dados de usuários de um sítio de adultério revela sobre todos nós.
  2. A perda da masculinidade nos nossos dias, por Paul Washer. Meninos que querem viver como homens sem serem homens. Homens que querem continuar se comportando como meninos. O que a Bíblia tem a dizer sobre ser homem? E por que isso é tão fundamental para a saúda da família e da igreja?
  3. Como ler a Bíblia experimentalmente. Como ler a Bíblia respeitando-a como a Palavra revelada de Deus?
  4. Ensinando as partes explícitas da Bíblia para as crianças. Algumas passagens da Bíblia causam preocupação aos pais quando elas são apresentadas aos filhosl. Como lidar com isso? Por que não devemos ocultá-las das crianças?

Mensagem que merece ser ouvida

Chorando entre o átrio e o altar, de Leonard Ravenhill

Hino que merece ser ouvido

I Surrender All

Letra de Judson W. Van de Venter (1855-1939), música de Winfield Scott Weeden (1847-1908). Inspirada em Lucas 14.33.

Letra original

All to Jesus I surrender,
All to him I freely give;
I will ever love and trust him,
In his presence daily live.

Refrain
I surrender all,
I surrender all,
All to thee, my blessed Savior,
I surrender all.

All to Jesus I surrender,
Humbly at his feet I bow,
Worldly pleasures all forsaken,
Take me, Jesus, take me now.

All to Jesus I surrender;
Make me, Savior, wholly thine;
Let me feel the Holy Spirit,
Truly know that thou art mine.

All to Jesus I surrender,
Lord, I give myself to thee,
Fill me with thy love and power,
Let thy blessing fall on me.

All to Jesus I surrender;
Now I feel the sacred flame.
Oh, the joy of full salvation!
Glory, glory, to his name!

Tradução

Tudo a Jesus eu rendo,
Tudo a Ele livremente dou.
Eu irei amá-Lo e confiar nele,
Em Sua presença diariamente viver.

Coro
Eu rendo tudo,
Eu rendo tudo,
Tudo a Ti, meu bendito Salvador,
Eu rendo tudo.

Tudo a Jesus eu rendo,
Humildemente, a Teus pés, eu me curvo.
Prazeres mundanos, todos renunciados.
Toma-me, Jesus, toma-me agora.

Tudo a Jesus eu rendo,
Faz-me, Salvador, totalmente Teu.
Deixa-me sentir o Espírito Santo
Realmente saber que Tu és meu.

Tudo a Jesus eu rendo,
Senhor, eu me dou a Ti.
Enche-me com Teu amor e poder,
Deixa Tua bênção vir sobre mim.

Tudo a Jesus eu rendo,
Agora eu sinto a chama sagrada.
Oh, a alegria da plena salvação!
Glória, glória, a Seu nome!

Versão em português

Tudo entregarei

Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
tudo, sim, por Ti darei.
Resoluto, mas submisso,
sempre sempre seguirei.

Coro
Tudo entregarei, tudo entregarei;
Sim, por Ti, Jesus bendito, tudo entregarei.

Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
corpo e alma eis aqui.
Este mundo mau renego,
ó Jesus, me aceita a mim!

Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
quero ser somente Teu.
Tão submisso à Tua vontade,
como os anjos lá no céu.

Tudo, ó Cristo, a Ti entrego.
Oh! Eu sinto Teu amor
transformar a minha vida
e meu coração, Senhor.

Tudo, ó Cristo, a Ti entrego –
oh, que gozo, meu Senhor!
Paz perfeita, paz completa,
glória, glória ao Salvador!

História

Judson W. Van DeVenter foi criado em um lar cristão. Aos 17 anos, creu no Senhor Jesus. Na universidade, graduou-se em arte e trabalhou como professor e administrador de arte do ensino médio. Viajou muito, visitando várias galerias de arte em toda a Europa.

Van DeVenter também estudou e ensinou música. Ele dominava 13 instrumentos diferentes, cantava e compunha. Ele estava muito envolvido no ministério de música da igreja metodista episcopal de que participava. Então, ficou dividido entre a carreira docente bem-sucedida e seu desejo de fazer parte de uma equipe evangelística. Essa luta interior durou quase cinco anos.

Em 1896, Van DeVenter estava conduzindo a música de um evento da igreja. Foi durante essas reuniões que ele finalmente rendeu seus desejos completamente a Deus: ele tomou a decisão de se tornar evangelista de tempo integral. Ele mesmo narra:

A canção foi escrita enquanto eu estava conduzindo uma reunião em East Palestine, Ohio (EUA), na casa de George Sebring (notável evangelista, fundador da Conferência Bíblica Campmeeting Sebring, em Sebring, Ohio, e mais tarde desenvolvedor da cidade de Sebring, Florida). Por algum tempo, eu tinha lutado entre desenvolver meus talentos no campo da arte e ir para o trabalho evangelístico em tempo integral. Por fim, a hora crucial de minha vida veio, e eu entreguei tudo. Um novo dia se iniciou em minha vida. Eu me tornei evangelista e descobri, no fundo de minha alma, um talento até então desconhecido para mim. Deus havia escondido uma canção em meu coração e, tocando um doce acorde, Ele me fez cantar.

Ao se submeter completamente à vontade de seu Senhor, uma canção nasceu em seu coração.

Winfield Scott Weeden publicou vários livros de música religiosa, mas esta canção parece ter sido sua favorita: o título dela está gravado em sua lápide.

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (10)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Deixado a si mesmo, o homem é metade animal, metade demônio.

(George Whitefield)

Determinemos, pela graça de Deus, que, por mais simples e frágeis que sejam nossas orações, continuaremos a orar.

(J. C. Ryle)

Os filhos de Deus, sempre que forem chamuscados por aflições como por quentes raios de sol, podem recorrer a Ele, que é como a sombra de uma grande rocha, e serão eficazmente protegidos e docemente refrescados.

(Jonathan Edwards)

Não sou nenhum Enoque, não sou nenhum Elias, não sou ninguém que tenha visões, não sou profeta que possa ensinar e profetizar algo além do que esteja escrito na Palavra de Deus e seja compreendido no Espírito. Mais uma vez, não tenho visões nem inspirações angelicais. Nem as desejo, para não ser enganado. A Palavra de Cristo, por si só, é suficiente para mim.

(Menno Simons)

Cristo é a própria essência de todos os deleites e prazeres, as verdadeiras alma e substância deles. Como todos os rios estão reunidos no oceano, que é o ponto de encontro de todas as águas do mundo, assim, Cristo é aquele oceano no qual todos os verdadeiros deleites e prazeres se encontram.

(John Flavel)

Contentamento cristão é aquele doce, interior, quieto e gracioso estado de espírito que se submete livremente ao sábio e paternal arranjo de Deus em cada situação e se deleita nele.

(Jeremiah Burroughs)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (9)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

A Bíblia ensina uma revelação dupla e consistente. Assim como os leitores corretamente esperarm que a válida interpretação de Isaías seja consistente com a de Marcos, do mesmo modo eles podem esperar que a acurada interpretação dos fatos da natureza seja consistente com a mensagem de Gênesis e do restante da Escritura.

(Hugh Ross)

O Senhor, Deus onipotente, reina. Seu governo é exercido sobre a matéria inanimada, sobre os animais ferozes, sobre os filhos dos homens, sobre anjos bons e maus e sobre o próprio Satanás. Nenhuma rotação de um planeta, nenhum brilhar de uma estrela, nenhuma tempestade, nenhum movimento de qualquer criatura, nenhuma ação dos homens, nenhuma mensagem dos anjos, nenhum ato do Maligno — nada em todo o vasto universo pode vir a acontecer sem que Deus tenha eternamente estabelecido. Esse é um fundamento para a fé. Esse é um lugar de repouso para o intelecto. Essa é uma âncora para a alma, tanto firme quanto segura. Não é um destino cego, um mal desenfreado, o homem ou o Diabo, mas o Senhor Todo-poderoso que está governando o mundo, governando de acordo com Seu bom prazer e com Sua eterna glória.

(A. W. Pink)

As coisas comuns deste mundo não são meros artefatos da cultura, ferramentas da esfera natural, mas, em vez disso, preciosos dons de nosso Pai.

(R. C. Sproul Jr.)

Prefiro estar no coração da África dentro da vontade de Deus do que estar no trono da Inglaterra fora de Sua vontade.

(David Livingstone)

Nosso Pai celestial nunca toma nada terreno de Seus filhos, a menos que tenha planos de lhes dar, em troca, algo melhor.

(George Müller)

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Gotas de orvalho (8)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Não é de todo estranho que, às vezes, Deus dê a Seus santos tamanho antegozo dos céus que lhes diminua a força física.

(Jonathan Edwards)

A maior parte das pessoas vive sem grande consciência de seu destino espiritual […] Daí toda essa falsa despreocupação, essa falsa satisfação em viver.

(Soren Kierkegaard)

Nada há que nos faça amar mais a uma pessoa que orar por ela. Quando você ora sinceramente por alguém, põe a alma em condições de realizar qualquer coisa que seja boa e amável para aquela pessoa. Coloque-se de joelhos diariamente em solene e premeditada execução dessa devoção. Ore por outros de tal forma, com tanta extensão, a todo tempo e com fervor como você faz por si mesmo, e verá como morrem as paixões más e o coração se torna grande e generoso.

(William Law)

A Bíblia é um grande livro, uma obra monumental. No transcurso de nossa vida, conseguimos tocar apenas uma pequena parte de suas riquezas. É impossível que uma pessoa a entenda se não dedica um tempo adequado a estudá-la. Os cristãos jovens devem laborar na Palavra de Deus para que, quando crescerem, possam receber a nutrição que ela proporciona e suprir outros com as riquezas que ela contém. Todo aquele que quer conhecer a Deus deve estudar Sua Palavra com seriedade; todos os crentes devem compreender a importância de ler a Bíblia desde o começo de sua vida cristã.

(Watchman Nee)

Quando alguém está passando por experiências muito perigosas e muito duras, nem a teologia, nem as teorias nem a filosofía o ajudam. Somente a realidade ajuda. E me sinto muito feliz de ter experimentado a realidade de saber que, quando se pertence a Jesus, pode acontecer o pior, mas o melhor permanece.

(Corrie Ten Boom)

Qualquer evangelho que não fale do pecado, do arrependimento, da cruz e da resurreição não é evangelho.

(John R. Mott)

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Gideão e o sinal do velo

Devemos pedir sinais para conhecer a vontade de Deus?

Conhecer a vontade de Deus por meio de sinais?

Gideão havia recebido uma clara missão da parte de Deus: “Vai nesta tua força e livrarás a Israel das mãos dos midianitas” (Jz 6.14-16). Para isso, Deus lhe havia dado uma dupla promessa: Ele mesmo estaria com Gideão e lhe daria a vitória. Além disso, com paciência e amor Deus havia preparado a Seu servo Gideão para essa grande missão. Lemos sobre isso nos versículos 17 a 32. Agora, no versículo 33, havia chegado o momento em que Gideão devia começar sua tarefa.

O momento oportuno para cumprir a missão

O próprio Deus mostrou o momento preciso em que Gideão deveria agir. Esse momento foi tornado claro por meio de três acontecimentos:

  1. Os inimigos se preparavam para um combate (v. 33). Gideão não necessitou esperar muito tempo para que se apresentasse a ocasião de cumprir sua tarefa. O próprio Deus a apresentou: os inimigos se reuniram no vale de Jezreel. Isso foi um sinal evidente para Gideão de que havia chegado o momento exato para cumprir a missão dada por Deus. Por acaso, ele devia ficar de braços cruzados, olhando como os midianitas atacavam o povo de Israel? De modo algum! Ele tinha a clara missão de vencer Midiã. Agora Gideão tinha de agir, pois Deus lhe havia ordenado isso.
  2. O Espírito de Deus veio sobre Gideão (v. 34). Se, por um lado, Deus apresenta a ocasião, por outro, também dá toda a força e os recursos necessários. Assim, a pessoa pode levar a cabo com fidelidade a missão que lhe é dada. Isso foi o que aconteceu com Gideão: o Espírito de Deus veio sobre ele, e, com esse poder, Gideão pôde dar o primeiro passo. O fato de o Espírito de Deus tê-lo habilitado deveria ter tornado muito evidente de que, agora, lhe competia pôr-se em marcha.
  3. Tocar a trombeta teve um resultado (v. 34). Com o poder do Espírito de Deus, Gideão tocou a trombeta e viu o resultado que isso gerou. Primeiro, os homens do entorno (os abiezritas) vieram a ele; a seguir, os de Manassés, Aser, Zebulom e Naftali fizeram o mesmo. De boa vontade, ouviram o chamamento da trombeta e se reuniram com Gideão. Isso também era uma obra de Deus claramente reconhecível.

Nessa cena, a trombeta representa a Palavra de Deus. Quando Deus dá o poder de Seu Espírito para uma missão, também opera por meio de Sua Palavra. Ela produzirá resultado nos corações e confirmará o servo do Senhor como instrumento por meio do qual Ele deseja operar. Gideão experimentou isso, e ocorre o mesmo em nosso tempo. Se um servo comunica no momento certo a mensagem apropriada da Palavra de Deus, o efeito se manifestará.

Esses três acontecimentos não eram suficientes para que Gideão, confiando na ajuda de Deus, executasse a missão que havia recebido do próprio Deus? Ainda precisava de mais confirmações?

Gideão pede um sinal

Compreendemos muito bem que Gideão estava temeroso frente a enorme superioridade de seus inimigos. Mas também constatamos que os sinais não lhe deram mais segurança. Depois de Deus ter-lhe respondido claramente à primeira solicitação de um sinal, Gideão pediu um segundo. Não se sentiu mais seguro com o primeiro sinal. Mesmo depois de ter visto os dois sinais, Gideão continuou assustado. Suas mãos só se fortaleceram quando Deus o socorreu (7.9-14). Somente depois disso Gideão adorou e pôde empreender o combate com valentia e força.

Sem julgar Gideão, vemos que não é necessário, nem sequer útil, pedir sinais. Deus se mostrou misericordioso para com Gideão. Não reprovou Seu servo em nada e lhe permitiu ver a realização de seus rogos. No primeiro sinal, não lhe deu apenas um pouco de água no velo, mas uma medida transbordante, uma taça cheia de água. E no segundo sinal, não lhe deu apenas um pouco de água sobre a terra, mas “sobre toda a terra havia orvalho” (6.40). Essa é a soberana graça de Deus, da qual somente podemos nos maravilhar; mas, ao mesmo tempo, não ignoremos o fato de que faltou a confiança e o poder da fé a Gideão. Estejamos seguros de que Deus quer nos guiar mediante Seu Espírito ao nos dar Sua paz em nosso coração para a decisão correta. Não devemos exigir nem pedir sinais; com isso não ganhamos nada no processo de decisão. Isso vale ainda mais para nós, [cristãos], porque temos o Espírito de Deus morando em nós, diferentemente de Gideão, que era um crente do Antigo Testamento. Seria um desprezo a Deus se nos deixássemos dirigir por sinais exteriores em vez de deixar que Seu Espírito trabalhe em nós.

Como Deus deixa Sua vontade clara para nós

Freqüentemente perguntamos qual é a vontade de Deus para nossa vida. Alguns cristãos se perguntam durante toda a vida qual tarefa Deus preparou para eles (Ef 2.10) Quem permanece nesse estado provavelmente continuará se perguntando isso até o leito de morte. Nesse caso, o tempo em que podia ter cumprido a vontade de Deus terá sido gasto infrutuosamente. Mas Deus põe muitas tarefas diante de nós. Se estivermos dispostos a cumpri-las, Ele nos ajudará a reconhecer a tarefa essencial que tem preparada para nós. Considerando a vida de Gideão, vamos resumir como Deus deixa Sua vontade clara.

  1. Deus havia preparado Gideão para uma missão. Gideão conhecia os pensamentos de Deus com respeito a seu povo (Jz 6.13) e usava toda a sua energia para obter alimento (v. 11). Se nos ocuparmos com a Palavra de Deus, conheceremos os caminhos que Deus quer ensinar aos Seus e encontraremos no Senhor Jesus, o verdadeiro trigo, o alimento para a nova vida. Isso propiciará crescimento espiritual e nos preparará para conhecer cada vez mais a vontade de Deus para nossa vida.
  2. Deus falou a Gideão por meio de Seu anjo, ensinou-lhe a tarefa que deveria realizar e lhe mostrou os recursos para cumpri-la (vv. 14-16). Do mesmo modo, Deus falará conosco, por meio de Sua Palavra e de Seus servos, a fim de mostrar-nos o que deseja para nossa vida.
  3. Deus encontrou Gideão e lhe deu Sua paz (vv. 23,24). Essa paz (ou tranqüilidade) na comunhão com Deus lhe permitiu reconhecer a vontade específica de Deus e cumpri-la. Para nós também essa paz na comunhão com Deus é decisiva. “Desejo verdadeiramente cumprir a vontade de Deus?”
  4. Gideão recebeu uma tarefa para desempenhar diretamente em seu entorno, na casa de seu pai (v. 25). Cumpriu essa tarefa com fidelidade, ainda que tivesse medo dos homens. Em nossa caso também, esse é o caminho para progredir em reconhecer a vontade de Deus. Ele nos mostra coisa em nossa vida e em nosso entorno o que podemos fazer para Ele. Também nos mostra as coisas que devemos pôr em ordem para Lhe podermos ser úteis. Se estamos dispostos a obedecer a Deus nessas coisas, então, continuaremos crescendo espiritualmente e reconheceremos Sua vontade em outras situações da vida.
  5. Deus dirigiu a situação de maneira que os inimigos se reuniram. Assim, ficou claro para Gideão que havia chegado o momento e a necessidade de cumprir a tarefa. Deus também proporcionará situações assim em nossa vida.
  6. O Espírito de Deus veio sobre Gideão. Também a nós Deus quer igualmente guiar por Seu Espírito. O Espírito Santo, que hoje vive permanentemente em cada crente, nos mostra os pensamentos de Deus, nos ajuda a entender a Bíblia, a Palavra de Deus, opera em nós e nos guia passo a passo. Estamos dispostos a tirar todos os obstáculos para ser cheios Dele (Ef 5.18)?
  7. Por fim, Gideão tocou a trombeta e viu que, por meio disso, o povo se reuniu. Em sentido figurado, experimentou que a Palavra de Deus opera. Em nossa vida, também experimentamos – se lemos a Palavra de Deus e a aplicamos – como operar essa Palavra, a saber, em nossa própria vida e em nosso entorno.

Esses são alguns dos meios pelos quais Deus, por princípio, quer nos mostrar Sua vontade hoje. Temos notado que, por um lado, é importante estar preparados para reconhecer a vontade de Deus e, por outro, que há indicações concretas pelas quais distinguimos o bom caminho e o momento apropriado.

Para conhecer a vontade de Deus, não existe uma receita-padrão nem nos chegará diretamente uma voz ou uma carta do céu1. Os sinais exteriores, quando se manifestam, só são úteis em casos muito raros. É o que vemos no caso de Gideão e o velo. Sem dúvida, ainda hoje podemos experimentar que Deus nos mostra claramente Sua vontade se Lhe pedimos francamente e se temos a atitude correta em relação a Ele.

(Ch. Rosenthal, de Folge mir nach, 7/2014)

Conhecer a vontade de Deus

É muito natural para cada crente buscar e conhecer a vontade do Senhor. Sem essa ajuda e segurança interior, o cristão se sente perdido. Por isso, é para Ele uma verdadeira necessidade conhecer a vontade do Senhor antes de agir. Essa é a teoria. Lamentavelmente, a prática, com muita freqüência, é diferente.

No entanto, é de grande importância não fazer nada sem a dependência de nosso Deus. Dois versículos da Bíblia mostram isso: “Para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). “Nós também […] não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual, para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-Lhe em tudo” (Cl 1.9,10).

Os pontos a seguir foram compilados por vários jovens após uma reunião compartilhada com eles.

Algumas condições

  1. Estar sinceramente disposto a obedecer à vontade de Deus, mesmo quando preferiríamos que ela fosse diferente. “Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus” (Jo 7.17).
  2. Uma atitude dependente de Deus.
  3. Estar disposto a esperar até que haja clareza. “Aquele que crer não se apresse” (Is 28.16).

Alguns impedimentos

  1. A decisão já havia sido tomada e pedimos a Deus que nos dirija. “E Ele lhes cumpriu o seu desejo” (Sl 106.15).
  2. Falta de fé. “Peça […] com fé, em nada duvidando; porque o que duvida […] Não pense […] que receberá do Senhor alguma coisa” (Tg 1.5-7).
  3. Motivos impuros. “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3).
  4. Falsas expectativas. “Nós esperávamos que fosse Ele o que remisse Israel” (Lc 24.21).
  5. Impaciência. Leia 1Samuel 13.8-11.
  6. Falta de comunhão com Deus por causa de um pecado não julgado. Leia Provérbios 28.9; Salmo 66.18.
  7. Relacionamento desordenado com irmãos na fé. “Vai reconciliar-te primeiro com teu irmão” (Mt 5.23,24; Mc 11.25).
  8. Comportamento incorreto do marido no matrimônio. Leia 1Pedro 3.7.

Alguns auxílios

  1. O Espírito Santo
  2. Buscar a vontade de Deus em Sua Palavra, a Bíblia (com constância e perseverança).
  3. Orar sinceramente para ser dirigido e guiado, também nos pormenores da vida cotidiana.
  4. O conselho de irmãos espirituais (ainda que não digam sempre o que se quer ouvir).
  5. O conselho dos pais.
  6. As circunstâncias se desenrolam de maneira positiva? “Uma porta grande e eficaz se me abriu” (1Co 16.9).
  7. A paz interior na decisão.
  8. A oração de outros irmãos espirituais pelo assunto. Leia Daniel 2.17,18.

Perguntas de auto-análise

  1. É permitido? “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm” (1Co 10.23).
  2. É útil? (V. 23, primeira parte.)
  3. Edifica? (V. 23, segunda parte.)
  4. Serve para o bem de meu próximo? “Ninguém busque o proveito próprio; antes, cada um o que é de outro” (vv. 24,33).
  5. Posso dar graças a Deus por isso? “Eu com graça participo […]” (v. 30).
  6. É para a glória de Deus? “Fazei tudo para glória de Deus” (v. 33).
  7. Sou uma pedra de tropeço, motivo de escândalo? “Não deis escândalo” (v. 32).
  8. Nisso sou um imitador do Senhor Jesus e de Paulo? “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (11.1).

(De Folge mir nach, 06/1996)

Nota

1Sobre isso, diz Augustus Nicodemus: “Quer ouvir Deus? Leia a Bíblia. Quer ouvir Deus audivelmente? Leia a Bíblia em voz alta.” (N. do T.)


(Traduzido por Francisco Nunes de Un mensaje bíblico para todos, 05-06/2015, publicado por Ediciones Bíblicas Para Todos (Suíça). Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Noé, um perigoso filme antibíblico

É só uma obra artística!
Não posso dizer que me surpreendo com as opiniões e considerações de muitos cristãos, incluindo líderes destacados e ministérios renomados, sobre o filme Noé. Não é uma surpresa por causa da ampla aceitação do liberalismo teológico e moral em muitos círculos cristãos. Certo pastor disse que é mediocridade não entender que Noé é apenas um filme e como tal deve ser visto. Além dele não saber muito bem o significado de mediocridade, não conseguiu apresentar nenhum bom argumento a favor do filme, nem mesmo considerando-o apenas como uma produção artística. Mas vamos por partes.

Penso que os críticos de cinema (e não vou entrar aqui na briga de foice público x crítica) podem bem avaliar o filme como produção que é. Na minha opinião leiga, é um filme desnecessariamente longo, com péssima interpretação de Russel Crowe e excelente de Emma Watson, com a patética presença dos Guardiões (não os da Galáxia, mas os expulsos do céu) e com efeitos especiais fraquinhos que são, em alguns momentos, muito ruins (como a serpente e as gêmeas criadas em CG). Ah, sim, eu vou contar o filme aqui… Mas, como cristão, o que me importa é considerar o filme à luz das Escrituras. E, definitivamente, este não é um filme bíblico, no sentido de não ser fiel tanto ao texto da Bíblia quanto a seu ensino. E, por isso, é perigoso, muito perigoso.

Péssima interpretação

Aos que o defendem dizendo que ele não tem compromisso com a Bíblia e é uma interpretação artística dela, eu pergunto: o que achariam eles se fosse feito um filme sobre sua esposa, no qual ela fosse apresentada como tendo um caráter totalmente diverso do real com a alegação de ser uma interpretação artística? Como reagiram se a esposa ou uma filha fosse retratada como insegura, devassa, violenta, inconstante, infiel, obstinada, não correspondendo isso à verdade? Será que aceitariam? Duvido muito. De pronto, falariam de calúnia, difamação, ameaçariam com processos, exigiriam indenização e retratação pública… Pois não é estranho que esses filhos de Deus (considerando que de fato o sejam) não se importem que seu Pai seja caluniado e difamado, que seja mal representado, que não seja respeitado naquilo que revela de Si mesmo de forma clara nas Escrituras? E que até defendam os que o fazem, dizendo que se trata apenas de uma representação artística? Esquisito cristianismo moderno.

Li, também, que alguns justificam o filme (como o fez famosa editora cristã brasileira) porque ele abriria uma oportunidade para explicar às pessoas sobre a verdade da Bíblia. Alguém acredita de verdade nisso? Quantos milhões de pessoas assistiram ao filme? Quantos desses milhões vieram perguntar aos cristãos se é aquilo mesmo que a Bíblia ensina? Lembro da controvérsia criada pelo livro O código da Vinci. Apesar de Dan Brown dizer que se tratava apenas de ficção, multidões sem conta o levaram e levam a sério como revelação de segredos que interessava à Igreja Católica esconder. (Um passeio pela internet comprova isso.) É uma absurda inocência acreditar que com Noé seria diferente. O mais óbvio e fácil de acontecer é as pessoas pensarem que aquilo é um registro do que a Bíblia ensina, quase um documentário.

(Num blog, li uma defesa do filme por ser apenas uma adaptação do livro de Noé (sic). O autor do texto, inclusive, diz ter lido o livro de Noé e comprovado isso…)

Sob a égide de licença poética quase tudo é aceitável, até mesmo distorcer a Bíblia. Sim, um filme bíblico precisaria supor algumas coisas, como roupas, cenários, características físicas, personagens secundários, alguns diálogos, etc. Mas, quando há clara e evidente alteração daquilo que a Bíblia afirma de modo preciso e inequívoco, não há licença poética, mas distorção, deturpação da verdade, afronta ao Autor da Palavra, Aquele que dá importância aos menores sinais gráficos usados nela (Mt 5.18; Lc 16.17) e à qualquer palavra que a ela seja acrescentada ou dela diminuída (Ap 22.19).

No conteúdo do filme, naquilo que ele diz implícita e explicitamente, está o grande problema e seu maior perigo.

Seu conteúdo antibíblico
1. No início do filme, Lameque, pai de Noé, é morto por Tubalcaim que tira do morto uma tira de origem e significado desconhecidos. Em alguma cena antes, essa tira aparece iluminando-se conforme é enrolada no braço de Lameque. Mais adiante, vê-se que ela é a pele da serpente tentadora do Éden: uma serpente dourada, brilhante, perde sua pele revelando-se (num dos piores momentos de computação gráfica do filme) uma serpente escura, de olhos imensos.

Quase ao final do filme, Noé recupera essa pele, enrola-a no braço (e, conforme o faz, ela se ilumina, fica radiante) e, assim, abençoa, em nome de Deus, suas duas netas. Quando ele toca a testa de cada menina, seu dedo e a testa delas brilham por um instante, parecendo indicar ou que algo da natureza brilhante daquela pele passou para a criança ou que a bênção pegou.

Bênção em nome de Deus com pele da serpente? Que mistura diabólica! A leitura que faço disso é que o roteirista está indicando haver certa correlação, certa semelhança entre Deus e o diabo: interiormente, eles não são o que aparentam ser exteriormente. Talvez nem sejam de todo maus ou de todo bons. E veremos que essa idéia se repete em outras cenas do filme – parece-me ser a grande mensagem pretendida por ele.

2. No filme, há os Guardiões, descritos em muitas resenhas como uma espécie de Transformers de pedra. Eles são os anjos caídos que foram expulsos do céu por Deus, por terem-se rebelado contra Ele. Lançados à terra (umas figuras brilhantes, anjos, feitas de luz, semelhantes a homens com asas), eles perdem as asas e se fundem a rochas, tornando-se monstros de uns três metros de altura, disformes, com uma luz interior que parece ser proveniente de lava. Essas criaturas inicialmente estão contra Noé, por ele se dizer enviado por Deus. Mas, depois de um milagre que Noé faz, eles passam a ajudá-lo. E são eles quem, na verdade, fazem o serviço pesado de construção da arca. Sim, a arca, que representa a salvação em Cristo, é construída com a ajuda dos anjos caídos petrificados!

Quando a multidão sob a liderança de Tubalcaim tenta invadir a arca, esta é protegida principalmente pelos Guardiões. Quando eles morrem, aquela luz interior, que não é lava, é liberada e volta ao céu na forma de anjo, indicando terem sido perdoados. Não fosse ruim o suficiente isso, um dos Guardiões, o que primeiro ajudou Noé, olha para o céu, pede que Deus o perdoe e, então, se suicida, abrindo as placas de rocha do peito. Mais uma vez, o anjo de luz volta para o céu: um suicida aceito por Deus por ter feito o bem, por ter ajudado Deus e/ou Seu enviado.

É possível aceitar isso como mera visão artística ou licença poética? É possível aceitar esse ensinamento universalista implícito, do perdão final a todas as criaturas, incluindo Satanás e seus anjos? É possível aceitar essa doutrina de redenção por boas obras, mesmo que culminadas com suicídio?

A Bíblia fala que havia gigantes na terra no tempo de Noé (Gn 6.4), mas não eram, com certeza, seres de pedra.

Esses são os da Galáxia, não os do filme…

3. Matusalém também está no filme, displicentemente interpretado por Anthony Hopkins. O personagem é igual ao Mestre dos Magos, da Caverna do dragão. Será que essa identificação teria sido um ato falho dos produtores, do diretor de arte, do diretor? Difícil acreditar. E você lembra da mitologia em torno da Caverna do dragão? De que o Destruidor, o inimigo mortal das crianças, e o Mestre dos Magos, o amigo das crianças, seriam, na verdade, a mesma pessoa?

Anthony Hopkins, é você?

Matusalém mora em uma caverna (do dragão?). Noé o procura quando recebe a primeira visão de Deus acerca do dilúvio. Por ter dúvidas, precisa saber o que seu sábio antepassado lhe diz. Com o filho caçula, Jafé, vai até ele. Matusalém, num gesto mágico, coloca o menino para dormir enquanto conversa com Noé. A fim de ajudá-lo a entender Deus, lhe dá uma infusão estranha. Noé fica tonto, enxerga coisas e, ao voltar da “viagem”, ainda meio zonzo, vê o velho conversando com seu filho, indicando que algum tempo havia se passado, e diz ter entendido.

Então, Deus precisa de uma infusão alucinógena para se revelar a Seu servo? Será esse o Deus da Bíblia? Não se parece mais com o deus do ocultismo, o deus da adoração da natureza, o deus da ecologia, o deus de Bob Marley, o deus liberal para quem está tudo bem, mesmo fumar uma coisinha, usar um chazinho, cheirar um pozinho?

Deus é incapaz de dar uma visão completa a um servo? Deus escolhe um homem para ser Seu arauto da justiça e construir a arca, e, apesar disso, esse homem é incapaz de entender o que Deus quer dele? Esse, com certeza, não é o Deus da Bíblia nem o Noé da Bíblia. Sem dúvida, muitos servos de Deus tiveram crises após serem por Ele chamados e/ou comissionados, mas isso não ocorreu com Noé. Não ocorreu porque a Bíblia não diz que ocorreu. “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor” (v. 8). Esse “porém” mostra que Noé era diferente dos homens descritos nos versos anteriores: que cobiçavam as mulheres, que eram maus, cujos pensamentos eram maus continuamente (vv. 1-5).

O Espírito Santo acrescenta: “Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus” (v. 9, ênfase acrescentada). O Noé do filme não andava com Deus, de modo nenhum. Ele não conhece Deus, ele duvida de Deus, ele questiona as intenções de Deus, ele não entende o que Deus lhe diz, ele não sabe consultar a Deus. O Noé da Bíblia andava com Deus antes de ser chamado; o do filme não andou com Ele em momento algum, pois Deus lhe era desconhecido. Precisou da intermediação mágica de Matusalém para pensar ter entendido o que Deus exigia.

A Bíblia diz que Deus falou a Noé – não que lhe deu uma visão –, dando-lhe as instruções completas sobre a construção da arca e que Noé fez exatamente como Deus lhe ordenou (6.13-22). Sem dúvidas, sem visões enigmáticas, sem chazinhos alucinógenos, sem questionamentos, sem Mestre dos Magos.

Ao mesmo tempo em que destrói o caráter do Noé bíblico, o filme destrói também o caráter de Deus, que é apresentado como um ser confuso, indeciso, indecifrável por aqueles a quem chama, incoerente, mau. Noé é o porta-voz de Deus, Seu representante, e o Deus que ele expõe não parece saber o que está fazendo ou parece ter tomado uma atitude extrema desnecessária ao inundar a terra, a qual muda por meio da decisão de Noé em desobedecer-Lhe e não matar as netas.

Ainda sobre Matusalém: como a terra toda é estéril, sem árvores de nenhum tipo (outra invenção do roteirista), o Mestre dos Magos dá a Noé uma semente, parecida com uma mamona, escura, cheia de pontas (semente de cardos ou abrolhos, o resultado da maldição de Deus sobre a terra?), a qual, segundo ele, havia sido preservada do Éden. Noé a planta, e ela produz todo tipo de árvore por todo lado, regada por um rio que surge do chão repentinamente e se espalha em quatro braços, como repetindo o Éden (2.10). Este é o milagre que encanta os Guardiões. A Bíblia é muito clara ao dizer que Deus criou as árvores segundo a sua espécie, “cuja semente está nela conforme a sua espécie” (1.11,12). É contra a Bíblia e contra o caráter de Deus a idéia de uma semente única para todas as árvores. A menos que o conceito por trás disso seja o da evolução, o que é corroborado por outra cena, em que Noé descreve a criação, enquanto as imagens que são mostradas indicam uma espécie animal evoluindo para outra.

Mestre dos Magos, é você?

O plantar da semente também parece indicar que, bastando ao homem ter a semente, a ferramenta, a palavra mágica correta, ele mesmo poderá reconstruir o Paraíso. Ele foi expulso de lá por Deus, mas pode tê-lo de volta se souber como usar algo dado por Deus – e esta é uma boa definição de magia.

O feiticeiro Matusalém cura uma moça estéril, a futura esposa de Sem, apenas por tocar-lhe no ventre, ao mesmo tempo em que ela é tomada de uma libido incontrolável, atracando-se com Sem ali mesmo e logo engravidando. Magia e sexo sempre andaram juntos, maculando o sexo como criação e dom de Deus para o homem.

4. A Bíblia é muito clara ao dizer quantas pessoas estavam na arca: Noé, a esposa, os três filhos e a esposa de cada filho (v. 18; 7.1,7,13; 8.16): oito no total. Para não haver dúvida, o Novo Testamento registra que Deus “guardou a Noé […] com mais sete pessoas” (2Pe 2.5): oito no total. Para quem crê na Bíblia e a respeita, isso é mais do que suficiente para saber que o número de oito pessoas e a identidade delas é importante para Deus e para a história da salvação. Pois o filme ignora isso totalmente.

Em determinado momento, Cão se preocupa por ele e Jafé, o caçula, não terem esposa – apenas Sem é casado, contrariando o que a Bíblia ensina. Então, na arca entram Noé e esposa, Sem e esposa, Cão e Jafé… e Tubalcaim! Exatamente! Tubalcaim, o líder da rebelião contra o enviado de Deus, o inventor das armas e dos instrumentos de metal (Gn 4.22), um assassino consegue entrar na arca. Ele, na verdade, a invadiu, arrombando uma parede lateral.

A arca lhes reserva surpresas desagradáveis

Deus, que planejou a arca e a executou por meio de Seu servo, não foi capaz de impedir que ela fosse invadida, que ela servisse de transporte a um assassino que desejava, junto com Cão, assassinar Noé! Como aceitar isso como licença poética? Isso é ignorar perigosa e estupidamente o significado espiritual da arca.

Deus ordenou que Noé betumasse a arca por dentro e por fora com betume (Gn 6.14). A palavra hebraica para betume é kâphar, uma raiz primitiva que significa “cobrir (especialmente com betume); figurativamente expiar ou perdoar, aplacar ou cancelar: fazer uma expiação, purificar, anular, desculpar, ser misericordioso, pacificar, perdoar, purgar, lançar fora, reconciliar, reconciliação”. É a mesma palavra usada no Antigo Testamento para expiação! Portanto, o betume por dentro e por fora representa, é um tipo da expiação única e definitiva realizada por Cristo na cruz do Calvário. A arca indica, é uma figura da salvação única e exclusiva por meio de Cristo. Graças a Seu sacrifício é que somos salvos, e somente por meio dele. E ninguém entra em Cristo se não for trazido a Ele pelo Pai (Jo 6.65; 10.27-29; 17.6,9).

Portanto, Tubalcaim na arca e o modo como ele entrou são uma afronta direta e declarada à obra salvífica perfeita do Senhor Jesus realizada na cruz.

Tubalcaim versão Hollywood

Mas fica pior: Tubalcaim mata animais dentro da arca (e come um deles, uma cobra). Ou seja, a arca planejada por Deus e betumada com a expiação não é suficiente para guardar os que estão dentro dela. A salvação não é suficiente? A salvação não é segura? A salvação não é digna de confiança? Algo que é começado por Deus não tem garantia? Deus não é capaz de preservar aqueles a quem salva? Então, há mais alguém, além de Deus, que pode matar não só o corpo como a alma (Lc 12.4,5)? E, para entornar de vez o caldo, Tubalcaim é morto dentro da arca por Cão enquanto lutava com Noé, mais uma vez revelado como homem sanguinário, violento. Você consegue entender o que isso prefigura? É possível? É aceitável como licença poética?

5. A Bíblia diz claramente que foi Deus quem fechou a arca (Gn 7.16). Isso, mais uma vez, confirma a prefiguração da salvação em Cristo, obra realizada e concluída exclusivamente por Deus. No filme, é Noé quem a fecha, mas fica do lado de fora, matando mais um monte de gente e por lá quase ficando quando as águas começaram a subir.

A Bíblia registra que Noé e os demais ficaram sete dias na arca antes que começasse o dilúvio (vv. 9,10). Claro que isso não é dramático, não é cinematográfico, não é hollywoodiano, mas é bíblico, é a verdade! E, mais uma vez, prefigura detalhadamente a salvação realizada por Cristo.

6. Segundo sérios estudiosos da Bíblia, os animais na arca ficaram em um estado de hibernação, a fim de não consumirem alimento o tempo todo. É apenas uma suposição, não uma verdade bíblica. No filme, ela é retratada, mas, mais uma vez, com o elemento mágico: a mulher de Noé é que sabe queimar umas ervas que produzem uma fumaça que põe a bicharada para dormir até o fim do dilúvio. Além do efeito duradouro, a tal fumaça não afeta os seres humanos…

Em outra cena, a mulher de Noé mostra mais uma vez seus poderes mágicos: por meio de uma folha colocada sobre umas brasas ela consegue saber que a nora está grávida.

7. Em certo momento, na arca, Noé diz que Deus enviou o dilúvio para matar todos os homens e salvar apenas os inocentes: os animais. Isso cheira (fede?) à idolatria animal moderna, em que animais, inclusive na legislação, têm mais direitos e geram mais comoção do que pessoas. Quem não lembra da criminosa libertação dos beagles em um laboratório em São Paulo? Nisso, o filme ecoa o que até mesmo muitos cristãos modernos falam: a história de Noé é um libelo ecológico, Noé é o amigo dos animais, Noé mostra como a natureza é importante.

Por menos que entendamos e gostemos, a Bíblia não diz que os animais são inocentes (Êx 21.28-36; Lv 20.15,16) e diz que Deus está preocupado com os homens, não com os animais (1Co 9.9,10). Os animais foram preservados na arca por causa do homem, não o contrário. O homem é a criação mais importante de Deus, a única feita a Sua imagem e conforme Sua semelhança, a única capaz de crer Nele; somente o homem pode se tornar filho de Deus.

8. No filme, Noé é violento, indeciso, omisso, transtornado. Ao contrário do “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5) da Bíblia, no filme ele é um observador passivo e mudo da violência, e até se une a ela para impedir que pessoas invadam a arca. E este é mais um grave desvio do ensino das Escrituras.

Noé não quer que o povo entre na arca

As pessoas não se importaram com Noé nem com a arca, e o dilúvio as pegou de surpresa (Mt 24.37-39). Naqueles dias, como hoje, as pessoas estão indiferentes à verdade, ao juízo de Deus, aos resultados do pecado; elas querem apenas fazer o que gostam, aqueles pecados que dizem ter direito de praticar. Querem poder viver em pecado e não admitem que ninguém chame de pecado ao que fazem. A sociedade tem-se empenhado em calar os que denunciam seus pecados, sua idolatria, suas abominações, sua promiscuidade, sua imoralidade; a sociedade tem-se empenhado em exaltar os que defendem as práticas imorais, os que invertem valores, os que ousam desafiar os princípios éticos judaico-cristãos, os que negam Deus, os que zombam da fé cristã. A indústria do entretenimento ganha muito dinheiro com a exaltação da violência e, com certeza, não honrará alguém a quem foi revelado que a terra foi destruída por causa da violência. O homem moderno tem dado ouvidos a todos quantos o fazem sentir-se confortável com um deus menor que o Deus da Bíblia: um deus complacente com os pecados, um deus bonzinho, uma força qualquer, uma força interior, um deus que ama os pecadores e não se importa com os pecados deles, um deus a quem se pode xingar sem conseqüências, um deus que está em qualquer criatura, que pode ser chamado por qualquer nome, que pode ser alcançado por qualquer meio, que não exige santidade, lealdade, fidelidade, consagração, amor exclusivo.

Conclusão
“Mas não há nada que preste no filme?” Sim, há. As dimensões da arca são as descritas na Bíblia. Parte da arca, com a altura e largura bíblicas e parte da extensão, foi construída ao ar livre, e o restante da extensão foi criado em CG. E ela foi construída apenas como um grande caixote para flutuar, não como um barco para navegar. Isso é biblicamente correto. E acaba aí aquilo em que o filme é bom.

No mais, é um filme perigoso, por mostrar um Deus não bíblico, por ensinar uma soteriologia sem Cristo e sem segurança, por redimir aqueles para os quais não há perdão – os anjos rebeldes – e por mostrar o enviado de Deus como qualquer coisa, menos alguém que anda com Deus. E o filme será tudo o que milhões de pessoas saberão sobre Noé.

Que Deus tenha misericórdia daqueles Seus filhos que não vêem os perigos ocultos ou explícitos nesse filme.

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Palavra de Deus (Michael Horton)

A Palavra de Deus não se limita a transmitir informações; ela, na verdade, cria vida. Ela não é apenas descritiva, é muito eficaz também. Deus falando é Deus agindo.

(Fonte)

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Bíblia Vida cristã

Leitura da Bíblia para 2014

Paz!

Um novo ano é sempre um bom momento para (re)começarmos a leitura da Bíblia. Sei dos imensos desafios que a vida moderna nos impõe até mesmo sobre nossas disciplinas espirituais: comunhão com o Senhor, oração, leitura devocional das Escrituras, meditação, etc. Mas devemos insistir, pedindo a graça e o poder do Senhor.

Coletei na internet algumas sugestões de planos de leitura da Bíblia. Estão no arquivo zipado (o link está no final do post). Encontre o que for mais adequado a você e use-o.

O plano cronológico apresenta leitura dos livros da Bíblia não na ordem em que se encontram, mas pela sequência dos fatos registrados.

O calendar_mccheyne apresenta o plano de leitura idealizado por Robert McCheyne, no qual há uma leitura individual e uma leitura em família. (É o que mais indico.) E há um plano adaptado, que exclui uma das leituras.

Há um plano para ler a Bíblia toda em três meses e um para ler apenas o Novo Testamento, Salmos e Provérbios. Há planos para novos convertidos, para crianças, em que os livros são lidos de modo alternado ou misturados. Há um plano que considera os meses tendo 25 dias, para que haja tempo para meditação e para repôr alguma leitura.

Há dois planos em formato de planilha, que permitem acompanhar seu progresso (é preciso habilitar as macros).

Desejo que o Senhor abençoe você a cada dia do novo ano.

Divulgue para outros irmãos.

Abraço.

Baixe aqui.

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Escrituras (Moody)

As Escrituras não nos foram dadas para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossa vida.

(D. L. Moody)

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A. W. Pink Bíblia Citações Vida cristã

Piedade (A. W. Pink)

Perceber que as Santas Escrituras são a revelação do Altíssimo, comunicando-nos Sua mente e definindo Sua vontade para nós, é o primeiro passo em direção à piedade prática.

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