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George Müller Testemunho

Fé real

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.1-3).

Primeiro: o que é fé?

Na maneira mais simples em que eu seria capaz de expressar, eu responderia: Fé é a certeza de que as coisas que Deus disse em Sua Palavra são verdade, e de que Deus agirá de acordo com o que Ele disse em Sua Palavra. Essa segurança, essa certeza na Palavra de Deus, essa confiança é fé.

Impressões não devem ser consideradas em conexão com a fé

Impressões não têm qualquer relacionamento com a fé. Fé relaciona-se à Palavra de Deus. Não são impressões, fortes ou fracas, que farão qualquer diferença. Temos de nos relacionar com a Palavra escrita e não conosco ou com nossas impressões, com nossos sentimentos.

Probabilidades não devem ser levadas em conta.

Muitas pessoas preferem crer naquilo que lhes pareça provável. Fé não tem relação nenhuma com probabilidades. O campo da fé começa onde as probabilidades cessam, onde o visível e o senso falham. Uma grande parte dos filhos de Deus decaem e lamentam sua falta de fé. Eles escrevem para mim e dizem que não possuem nenhuma impressão, nenhum sentimento, e alegam não ver probabilidade de que aquilo que desejam ocorrerá. As aparências não devem ser levadas em consideração. A questão é: o que Deus falou a respeito disso em Sua Palavra.

E, agora, amados amigos cristãos, há grande necessidade de questionarem a si mesmos se vocês, no recôndito da alma, praticam o hábito de tal confiança naquilo que Deus disse e se estão procurando francamente descobrir se aquilo que pedem está de acordo com o que Deus disse em Sua Palavra.

Segundo: como a fé pode ser desenvolvida.

Deus se deleita em desenvolver a fé de Seus filhos. Nossa fé, inicialmente fraca, é desenvolvida e fortalecida mais e mais dentro de nós. Em vez de evitarmos qualquer provação antes da vitória, sem qualquer exercício de paciência, devemos ter a disposição de considerar tais instrumentos como vindos das mãos de Deus. Eu digo, e o faço deliberadamente, que provações, obstáculos, dificuldades e, até mesmo derrotas, são o verdadeiro alimento da fé.

Recebo cartas de vários queridos filhos de Deus que dizem: “Querido irmão Müller, escrevo-lhe esta carta porque estou muito fraco na fé”. Pois, da mesma forma como pedimos que nossa fé seja fortalecida, devemos ter a disposição tomar como vindos das mãos de Deus os meios para fortalecê-la. Precisamos permitir que Ele nos eduque mediante provações, lutas e dificuldades. É por meio de provações que a fé é exercitada e desenvolvida mais e mais.

Carinhosamente, Deus permite dificuldades que possam desenvolver permanentemente o que Ele quer fazer por nós, e, ao fim das quais, não devemos nos retrair, mas, se Ele nos permitir tristeza, obstáculos, perdas e aflições, devemos tomá-las de Suas mãos como evidências de Seu amor e cuidado por nós em desenvolver mais e mais a fé que Ele procura fortalecer em nós.

A Igreja de Deus não está despertada para ver quão belo e amável Ele é; daí a pequenez da bem-aventurança. Oh, amados irmãos e irmãs em Cristo, procurem aprender por si mesmos, pois não posso lhes transmitir tal bem-aventurança! Nos momentos mais sombrios sou capaz de confiar Nele, pois sei quão belo e que amável Pessoa Ele é. E, caso seja a vontade de Deus colocar-nos na fornalha, deixemos que o faça, para que nos familiarizemos com Ele conforme Ele se revele, para que o conheçamos ainda melhor. Chegaremos, então, à conclusão de que Deus é um Ser amável, e estaremos contentes com Ele, e diremos: “Esse é meu Pai! Que Ele faça o que Lhe agradar”.

Quando comecei a permitir que Deus tratasse comigo, confiando Nele, tomando-O em Sua Palavra, e quando parti, cinquenta anos atrás, simplesmente confiando Nele no que dizia respeito a mim, a minha família, a custos, despesas de viagem e todas as demais necessidades, eu descansei nas simples promessas que encontrei no sexto capítulo de Mateus. Leia Mateus 6.25-34, atentamente. Eu cri na Palavra, descansei nela e a pratiquei. Eu tomei Deus em Sua Palavra. Um estranho, estrangeiro na Inglaterra, eu sabia sete idiomas e poderia tê-los usado talvez como atividade remunerada, mas eu havia me consagrado a trabalhar para o Senhor; eu pus minha confiança no Deus que havia prometido, e Ele agiu de acordo com Sua Palavra. Eu não tinha absolutamente nada. Tive minhas provações, minhas dificuldades e minha bolsa vazia, mas as entradas agregaram milhares de dólares, 51 anos desde que a obra se iniciou. Portanto, com relação a meu trabalho pastoral, nos últimos 51 anos, tive grandes dificuldades, grandes provações e perplexidades. Sempre haverá dificuldades, sempre provações. Mas Deus tem-me sustentado sob elas e delas me livrou, e a obra prossegue.

Contudo, isso não se dá, como alguns disseram, porque sou um homem de grande poder mental, ou dotado de energia e perseverança – esses não são os motivos. A razão é que confiei em Deus; porque busquei a Deus e Ele cuidou da Instituição, que, sob direção Dele, tem cem turmas de alunos, com mestres e mestras, e outros departamentos que já mencionei em outra ocasião.

Eu não carrego fardos. E, agora, em meus 67 anos, tenho força física e vigor mental para tanto trabalho da mesma forma de quando eu era um jovem na universidade, estudando e preparando prédicas em latim. Sinto tanto vigor quanto naquele tempo. Como pode ser isso? Porque no último meio século de labor fui capaz, com a simplicidade de uma criança, de confiar em Deus. Sim, eu tive minhas provações, mas me apeguei a Deus, e por meio disso fui sustentado. Não é mera permissão, mas direção específica, que Ele dá de lançarmos os fardos sobre Ele. Oh, façamos isso! Meus amados irmãos e irmãs em Cristo: “Lança teu fardo sobre o Senhor, e Ele te sustentará” (cf. 1Pd 5.7). Dia a dia eu o faço. Hoje de manhã, levei perante o Senhor sessenta assuntos relacionados à igreja que pastoreio, e, assim é: dia após dia faço isso, e ano após ano; dez anos, trinta anos, quarenta anos.

Todavia, não imaginemos obter fé completa de uma só vez. Todas essas coisas, como salto de pleno exercício da fé, eu menosprezo. Eu não creio nisso. Eu não creio nisso. Não creio nesse tipo de fé, e desejo que você compreenda claramente que eu não creio nisso.

Essas coisas todas [relativas à fé] acontecem de maneira natural. O pouco que obtive, não o obtive todo de uma só vez. Digo tudo isso de modo particular, porque cartas chegam a mim cheias de perguntas daqueles que procuram ter sua fé fortalecida. Comece de novo, mantendo sua alma na Palavra de Deus, e você terá um aumento de sua fé conforme a exercitar.

Uma coisa mais. Alguns dizem: “Oh, nunca terei o dom da fé que o sr. Müller tem!” Isso é um erro; é o maior erro; não há nisso uma partícula de verdade. Minha fé é o mesmo tipo de fé que todos os filhos de Deus tiveram. É o mesmo tipo de fé que Simão Pedro tinha, e todos os cristãos podem obter a mesma fé. Minha fé é a fé deles, embora possa haver mais dela porque minha fé tenha sido um pouco mais desenvolvida pelo exercício do que a deles; mas a fé deles é exatamente a fé que eu exercito, possivelmente, em relação ao grau, a minha possa ser mais fortemente exercitada.

Agora, amados irmãos e irmãs, comecem aos poucos.

Inicialmente, eu era capaz de confiar no Senhor com respeito a dez dólares, depois com respeito a cem dólares, depois com respeito a mil dólares, e agora, com grande facilidade, eu posso confiar Nele com respeito a um milhão de dólares, se fosse o caso. Mas, antes de tudo, eu deveria examinar em silêncio, com critério, por vontade própria, e ver se aquilo em que eu confiava era algo conforme Suas promessas em Sua Palavra escrita.

“Como cooperadores com Ele” (cf. 2Co 6.1).

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Vários

Gotas de orvalho (203)

Deus desperta Seu povo!

Considera, cristão, que todas as tuas provações e todos os teus problemas, todas as calamidades e misérias, cruzes e perdas, que tu encontras neste mundo são todo o inferno que tu terás!

(Thomas Brooks)

[Como cristão], deveria adorar a Deus por medo do inferno? (Posso ser lançado nele?) Deveria eu servi-Lo pelo desejo de ganhar o céu? (Ele poderia me manter fora?) Devo adorá-Lo somente por amor! Que Ele se revele mais a mim! Que meu coração seja preenchido com Seu amor e com Sua presença.

(Sadhu Sundar Singh)

A maioria de nós trabalha sob a ilusão de que temos todos os direitos sobre nossa vida; que temos o direito de ir onde quisermos, de fazer o que nos agrada, de viver como escolhermos e de decidir nosso próprio destino. Mas não temos. Nós pertencemos a Deus. Ele nos fez para Si mesmo. Ele nos escolheu em Cristo por amor, desde antes da fundação da terra para sermos Seus.

(Phillip Keller)

Ouve, filha, e olha e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai. Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois Ele é teu Senhor; adora-O.

(Sl 45.10,11)

Espero que tu nunca esqueças que a Bíblia é a história dos atos de Deus em relação aos homens, não dos pensamentos dos homens a respeito de Deus. A Bíblia começa com Ele. Ele está agindo e falando por toda parte dela.

(Frederick Denison Maurice)

Os recursos da vida cristã, meus amigos, são apenas Jesus Cristo! As muitas referências a “Cristo em vós”, a “vós em Cristo”, a “Cristo, nossa vida” e a “permanecer em Cristo” são um fato literal, real e bendito, e não figuras de linguagem. […] Jesus Cristo não quer ser nosso ajudador; Ele quer ser nossa vida. Ele não quer que trabalhemos para Ele. Ele quer que Lhe permitamos fazer Seu trabalho por meio de nós, usando-nos como usamos um lápis para escrever — melhor ainda, usando-nos como um dos dedos de Sua mão.

(Charles C. G. Trumbull)

Deus me preservará desde que Ele tenha serviço para eu fazer. Além disso, não tenho muita vontade de viver.

(John Newton)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (185)

Cedo pela manhã, o orvalho do céu!

Um elemento essencial de toda a verdadeira oração é a submissão final de todos os pedidos à vontade de Deus. No entanto, esse aspecto da oração é muitas vezes esquecido ou negligenciado em nossas petições. Muitas vezes oramos fervorosamente ― mas pedimos para que nossa própria vontade seja feita, não para que se faça a vontade de nosso Pai. No entanto, é muito claro [na Escritura] que nenhuma oração é aceitável para Deus se, apesar de toda a sua intensidade e importunação, ela não é dirigida a Deus e submetida a Sua sabedoria superior.

(J. R. Miller)

As providências de Deus são muitas vezes sombrias e misteriosas. Não é fácil determinar por que o Senhor age como Ele o faz ou descobrir o objetivo preciso que Ele tem em vista. Ele prossegue em Sua obra de acordo com Seu plano eterno e pré-ordenado ― e Ele cumpre Seus propósitos muitas vezes pelos meios mais improváveis. Ele opera todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade ― e Ele opera vagarosamente, não tendo nenhum motivo para se apressar. Somos naturalmente precipitados e queremos saber, de imediato, o que Deus quer dizer. Mas Ele diz: “Aquieta-te. Espera. Observa. Deixa a paciência realizar sua obra perfeita”.

(James Smith)

O hipócrita tem Deus na boca, mas o mundo no coração.

(William Gurnall)

A graça provada é melhor do que a graça, e é mais do que graça: é a glória em sua infância. Agora vejo que a piedade é mais do que o exterior e os ornamentos deste mundo e suas vestes suntuosas. Quem conhece a verdade da graça sem uma provação? Oh! Quão pouco Cristo tem de nós a não ser que Ele ganhe (por assim dizer) com muita labuta e dores! Em quão pouco tempo a fé congelaria sem uma cruz?

(Samuel Rutherford)

Para os filhos de Deus, as aflições são enviadas em misericórdia. Elas são dirigidas pelo amor. Elas são projetadas…
para nos aproximar mais do Salvador,
para mortificar o pecado que em nós habita,
para purificar nosso coração,
para nos afastar da terra,
para elevar nossos afetos àquele mundo bendito onde não haverá mais dor.

(David Harsha)

Se guardardes o vosso coração e ouvirdes a voz de Deus e aprenderdes Dele, em uma breve hora podereis aprender mais com Ele do que aprenderíeis com o homem em mil anos.

(Tauler Johannes)

A fé não é apenas um compromisso com as promessas de Cristo; a fé é também um compromisso com as exigências de Cristo.

(William Barclay)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (183)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

Devemos permitir que a Palavra de Deus nos confronte, que perturbe nossa segurança, que mine nossa complacência e derrube nossos padrões de pensamento e de comportamento.

(John Stott)

Se virmos um cisco no olho de um irmão, precisamos primeiro ver se há uma trave em no olho; talvez aquele cisco no olho de nosso irmão seja apenas um reflexo da trave em nós mesmos.

(David Watson)

Para Deus, explicar uma provação seria destruir Seu propósito, que é evocar fé simples e obediência implícita.

(Alfred Edersheim)

A tragédia da vida e do mundo não é que os homens não conheçam a Deus; a tragédia é que, conhecendo-O, eles ainda insistem em seguir seu próprio caminho.

(William Barclay)

Eu vi um Salvador sangrando – e agora odeio meu pecado!

(John Newton)

Visto que Deus nos assegurou que faz com que todas as coisas cooperem para nosso bem, paciência e resignação à vontade divina em todas as coisas é nosso dever. Em Seu tempo adequado, Ele poderá nos permitir ver tais sabedoria e bondade em todas as nossas circunstâncias, a fim de encher nosso coração com arrebatamentos de alegria. Segui-Lo é nossa tarefa – sem murmurar ou reclamar.

(Thomas Charles)

Mesmo quando não podemos ver o motivo dos tratamentos de Deus, sabemos que há amor dentro e por trás deles, e assim podemos nos alegrar sempre.

(J. I. Packer)

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Charles Naylor Encorajamento Sofrimento

A raiz sobre a qual nossas bênçãos crescem

Não podemos escapar das provações.

“Muitos serão purificados, e embranquecidos e provados” (Dn 12.10).

Todos os cristãos desejam ser purificados e embranquecidos – mas, quando se trata de serem provados, isso lhes é algo muito diferente. Eles encolhem à vista da própria palavra. Suas provações são para eles como um pesadelo do qual, de bom grado, escapariam. Mas as provações são uma parte necessária do processo de Deus de nos preparar para o céu.

As tempestades e os obstáculos em nossa vida operam para o bem se os acolhermos como deveríamos. Graças a eles, nossa vida é enriquecida, enobrecida e desenvolvida. Eles são bênçãos para nós, embora pareçam ser bênçãos muito disfarçadas.

A vida tem tanto seu amargo quanto seu doce. Nós não devemos esperar sempre ter apenas o doce. Às vezes, as circunstâncias estão a nosso favor e trabalham para nossa felicidade, nossa paz e nosso contentamento. Às vezes, navegamos tranqüilamente e tudo corre de forma agradável. Somos corajosos, confiantes e alegres. O sol brilha intensamente num céu sem nuvens, e todas as perspectivas parecem serenas.

Mas essa navegação tranqüila não dura para sempre. Mais cedo ou mais tarde, as nuvens devem vir e os ventos tempestuosos nos atingirão. Devemos ter o mau tempo, assim como o tempo agradável; a tempestade, assim como a calma.

O brilho do Sol e a calma são muito necessários para a vida, e operam com um propósito definido. Mas as tempestades e a chuva e o vento são igualmente necessários, e eles também cumprem seu propósito.

As provações virão – não podemos evitá-las. Podemos planejar e construir esperanças – apenas para que nossos castelos no ar desabem em volta de nossa cabeça! Se colocamos o coração nessas coisas, provavelmente ficaremos muito desapontados com seu naufrágio e nos sentiremos muito tristes com o resultado.

Quão grandemente somos afetados por nossas provações depende de nos submetermos docemente a elas ou não. Nunca devemos nos afligir com as decepções. Se o fizermos, elas crescerão apenas mais rapidamente, tanto em tamanho quanto em intensidade.

Perdas podem vir a nós – nossa propriedade pode ser assolada ou queimada. Se tivermos nosso coração posto em nossas posses, elas podem tocar um ponto sensível, e isso escurecerá nossa vida e nos deixará melancólicos e insatisfeitos.

Pobreza e muitas dificuldades incidentais podem chegar.

A doença pode colocar sua mão pesada sobre nós ou sobre nossos entes queridos, e provar cada fibra do nosso ser. A doença pode tocar os acordes da dor, uma lamentação que incita com tortura requintada! Ou pode fazer nosso sangue ferver com febre até que nossos olhos brilhem e nosso rosto enrubesça. Ou pode nos prender desesperançadamente em cadeias.

A morte pode vir e levar aqueles que nos são queridos pelos laços da natureza ou da amizade – e deixar a dor e a tristeza como nossas companheiras.

Essas coisas provam a alma, mas devem ser suportadas. Não podemos fugir delas, pois são a herança comum daqueles que habitam em tabernáculos de barro. Eles pertencem à mortalidade e às coisas mutáveis do tempo. Quão imensamente tais coisas podem nos afetar dependerá de quanto nos rebelamos contra as circunstâncias ou de quão facilmente nos submetemos e nos adaptamos à vontade de Deus. Deus pode castigar você dolorosamente, mas Ele fará isso para seu proveito, não para sua destruição.

Nossas provações são a raiz sobre a qual nossas bênçãos crescem. Essas raízes podem ser amargas, mas o fruto será, com certeza, doce, se esperarmos pacientemente por seu amadurecimento. Muitas frutas escolhidas crescem em árvores espinhosas, e, quem colher os frutos, pode esperar ser picado de vez em quando pelos espinhos.

Nós não podemos escapar das provações. A única coisa que alguns cristãos fazem ao se rebelar é aumentar o próprio sofrimento nas provações e impedir a si mesmos de receber a bênção que delas vem.

Devemos estar dispostos a sofrer quando é da vontade de Deus que soframos, e quando Ele vê que é necessário que soframos. Nosso Mestre bebeu do cálice do sofrimento, mesmo que este fosse amargo. Somos melhores que ele? Devemos nos recusar a seguir o caminho que O levou à glória?

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Citações David Wilkerson Gotas de orvalho

Gotas de Orvalho – David Wilkerson (150)

Considere o poderoso exemplo dos três jovens hebreus a quem o rei Nabucodonosor atirou na fornalha de fogo. Esses homens não estavam sendo provados por sua fé; na verdade, foi sua fé que os pôs ali. O Senhor claramente estava atrás de outra coisa. Pense nisto: os pagãos babilônios não foram influenciados por suas orações ou pregações. Não ficaram impressionados por sua sabedoria ou por seu conhecimento, nem por sua vida santa. Não! O impacto em Babilônia veio quando o povo olhou para dentro da fornalha e viu esses três homens regozijando-se e louvando a Deus em sua hora mais difícil.

O que é necessário para alcançar um mundo perdido e ferido? Resposta: um pequeno exército que tenha entrado na escola das lutas e das provações. Deus procura os que querem ser testados. Então, Ele alista todos que estejam dispostos a serem provados pelo fogo, cuja fé Ele possa refinar e transformar em ouro puro.

Viver no descanso de Deus é um modo de vida. Ele quer que sejamos sustentados por Sua paz e segurança em todos os nossos sofrimentos, sabendo que nosso Sumo Sacerdote é tocado pelos sentimentos de nossa fraqueza.

http://https://youtu.be/kRYhW4wO3UY

“Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas” (Hb 4.10). Quando estamos no descanso em Cristo, não tentamos mais fazer cara de corajosos na hora dos problemas. Não inventamos uma aceitação falsa de nossa crise. E não nos preocupamos se iremos nos submeter ao medo e começar a duvidar do amor de Deus. Em resumo, nossa “mentalidade lógica” pára de nos guiar. Agora aprendemos a simplesmente confiar no Senhor. Como desenvolvemos uma confiança assim? Buscamos o Senhor em oração, meditamos em Sua Palavra e andamos em obediência. Você pode se opor dizendo: “Mas todas essas coisas são obras”. Eu discordo. Elas são todas atos de fé. Ao cumprir essas disciplinas, confiamos que o Espírito Santo está agindo em nós, construindo um reservatório de força para a hora de necessidade. Talvez não sintamos o fortalecimento de Deus acontecendo em nosso interior, ou Seu poder sendo construído em nós. Mas, quando nossa próxima provação vier, esses recursos celestiais se tornarão manifestos em nós.

Quando o dedo do julgamento de Deus ficar claro para este país, as pessoas vão deixar de procurar pregadores da prosperidade que vivem dizendo: “Está tudo indo bem!” Pelo contrário, elas vão reagir como os israelitas, ou seja, buscarão pessoas como Daniel, pessoas piedosas que saibam fazer a leitura dos tempos.

Pode-se imaginar o que teria motivado Daniel a orar com tanta intensidade? O que o levou a continuar orando, mesmo com um decreto de morte dirigido contra sua cabeça? Por que esse homem de oitenta anos iria continuar derramando o coração ao Senhor com tanto fervor, quando o resto do povo não buscava mais a Deus? Pense no enorme esforço que Daniel teve de fazer para se dedicar à oração. Afinal de contas, ele morava na Nova York de seu tempo: na enorme, majestosa e rica Babilônia. E vivia num tempo de apatia espiritual ― de bebedeiras, de busca de prazeres e de ganância no meio do povo de Deus. Além disso, era um líder atarefado com distrações por todos os lados. Quero lhe dizer o seguinte: a oração não é algo que venha naturalmente à pessoa alguma, inclusive a Daniel. Um horário disciplinado para oração é fácil de começar, mas difícil de continuar. Tanto nossa carne quanto o diabo conspiram contra ela.

A igreja costumava confessar seu pecado; agora, ela confessa seu direito.

 


David Wilkerson nasceu em Hammond, Indiana (EUA), em 19 de maio de 1931. Aos oito anos, respondeu ao chamado de Deus para entregar sua vida a Cristo e se tornar pregador. Em 1952, casou-se com Gwen Carosso, que o conheceu quando tinha apenas 13 anos.

David Wilkerson fundou o Desafio Jovem, uma organização sem fins lucrativos para a recuperação de viciados. A história de sua ida para Nova York, seu trabalho com membros de gangues em Manhattan, no Bronx e no Brooklyn e a fundação do Desafio Jovem é contada no livro A cruz e o punhal.

Wilkerson postou em seu blog um artigo datado de 27 de abril de 2011, o dia de sua partida para o Senhor. Intitulado “Quando tudo mais falhar”, ele incentivou as pessoas que estão enfrentando dificuldades a “permanecerem firmes na fé”.

“Quem passa pelo vale da sombra da morte, ouça esta palavra: o choro vai durar por algumas noites escuras e terríveis, mas em breve você vai ouvir o sussurro do Pai: ‘Eu estou com você’. Amado, Deus nunca deixou de agir, sempre com bondade e amor. Quando tudo mais falhar, o Seu amor ainda prevalece. Apoie-se firmemente na fé. Permaneça firme na Sua Palavra. Não há outra esperança neste mundo.”

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Charles Spurgeon Citações Gotas de orvalho

Gotas de Orvalho (138) – Charles Haddon Spurgeon

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

As estrelas podem ser vistas do fundo de um poço escuro, quando não podem ser discernidas do topo de um monte. Assim também, muitas coisas são aprendidas na adversidade, com as quais o homem próspero nem sonha.

O trabalho mais simples para Jesus tem mais valor do que a dignidade de um imperador.

A convicção da ignorância é a porta de entrada do templo da sabedoria.

O refinador nunca fica muito longe da boca da fornalha quando seu ouro está no fogo.

Os pequenos barcos ficam na costa. Se Deus fez de você um grande barco, cheio de preciosas mercadorias, saiba que terá de enfrentar grandes ondas e tempestades.

Sejam puros de coração, de lábios e de vida. Nunca cedam a uma imaginação má, nem falem sobre coisas impuras. […] Uma olhadela lasciva, uma palavra de duplo sentido ou um ato questionável deve ser evitado com tenacidade. Toda e qualquer coisa que beire a libertinagem deve ser rejeitada.

Há algumas virtudes suas que jamais seriam descobertas se não fossem as provações pelas quais você passa.

Que espécie de homem deve ser um ministro de Deus? Deve trovejar na pregação e brilhar nas conversas. Deve ser flamejante na oração, resplandecente na vida e fervoroso no espírito.

Devemos começar a orar antes de nos ajoelhar e não devemos cessar quando nos levantamos.

Não pode haver união alguma no trono se não houver primeiro união na cruz.

Os cristãos devem ter uma vida tão abundante de modo que na pobreza sejam ricos, na doença tenham saúde espiritual, no desprezo estejam cheios de triunfo e na morte, cheios de glória.

Nossa ansiedade não esvazia o sofrimento do amanhã, mas apenas esvazia a força do hoje.

O amor que o povo de Deus tem pela oração revela seu desejo pelas coisas celestes.

Se pensamos que podemos fazer qualquer coisa por nós mesmos, tudo o que receberemos de Deus será a oportunidade de tentar.


Charles Haddon Spurgeon, mais comumente conhecido por C. H. Spurgeon, nasceu em 19 de junho de 1834. Converteu-se ao Senhor em 6 de janeiro de 1850. Com dezesseis anos, pregou seu primeiro sermão; no ano seguinte, tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach, Condado de Cambridgeshire (Inglaterra). Em 1854, Spurgeon, então com vinte anos, foi chamado para ser pastor na capela da rua New Park, Londres, que mais tarde viria a se chamar Tabernáculo Metropolitano, transferindo-se para novo prédio.

Em janeiro de 1850, tendo como objetivo ir a uma reunião matutina em uma igreja congregacional em Colchester, para buscar paz em sua perturbada alma, se deteve numa capela de metodistas primitivos em Artilley Stree, mais em conseqüência da forte nevasca que por vontade própria. Nessa capela, o jovem juntou-se à pequena congregação quando, sem pregador para ministrar a Palavra, um simples membro da igreja subiu ao púlpito, mesmo sem grande habilidade de orador, e repetiu nervosa e constantemente o texto de Isaías 45.22a: “Olhai para Mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra”. Depois de certo tempo, apelou aos presentes que olhassem para Jesus Cristo. Spurgeon olhou para Jesus com fé e arrependimento, crendo Nele como seu Salvador e Substituto, e foi salvo.

A Capela Batista da rua New Park, em Southwak, fora uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma congregação de 232 pessoas. “No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência de suas orações. Às vezes, parecia que eles rogavam até verem a presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênção, a casa começou a se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas”, lembrou Spurgeon alguns anos depois.

Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Nesse meio tempo, teve sua saúde grandemente debilitada. Ele desenvolveu, por volta dos 25 anos, gota e reumatismo, e tinha grandes ataques de depressão, principalmente depois de 1857, quando um culto realizado em Surrey Garden foi organizado para cerca de 10.000 pessoas, e, devido a um tumulto provocado por um falso alarme de incêndio, seis pessoas morreram. Quanto mais a idade avançava, mais essas enfermidades o debilitavam. Ele teve uma melhora da gota, mas, mesmo dessa forma, nunca teve pleno vigor novamente. Sua mulher também tinha graves problemas de saúde, e isso agravava mais ainda a situação. Por diversas vezes, Spurgeon teve de se ausentar do púlpito por recomendação médica. Chegou a passar um período de férias em 1864 (quando viajou até a Itália), e depois, muitas vezes, sempre no fim do ano, se hospedava em Menton, sul da França, pelo clima mais quente que o da Inglaterra, e também por recomendação médica. Depois de 1887, foram cada vez mais constantes essas viagens, chegando a passar meses em retiro.

Morreu em 31 de janeiro de 1892, quando, depois de alguns dias de melhora, houve uma grande deterioração de sua saúde, levando ao óbito nessa data, aos 57 anos. O corpo de Spurgeon foi trasladado da França para a Inglaterra. Na ocasião de seu funeral – 11 de fevereiro de 1892 –, muitos cortejos e cultos foram organizados em Londres, e seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de sua conversão, Isaías 45.22a: “Olhai para Mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra”. Spurgeon está sepultado no cemitério de Norwood, com um placa que diz: Aqui jaz o corpo de CHARLES HADDON SPURGEON, esperando o aparecimento de seu Senhor e Salvador, JESUS CRISTO.

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de Orvalho (126)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Se você está combatendo o pecado, está vivo. Anime-se. Mas, se o pecado domina sem oposição, você está morto, não importa quão vivo esse pecado faça você se sentir.

(John Owen)

Nunca começo a trabalhar de manhã sem pensar que Cristo talvez venha interromper meu trabalho e começar o Dele. Não estou esperando a morte – estou esperando por Ele.

(G. Campbell Morgan)

Na igreja contemporânea tudo parece estar na moda, exceto a pregação bíblica.

(John MacArthur)

Aprenda a dizer não. Será mais útil para você do que aprender a ler em latim.

(Charles H. Spurgeon)

Deus nos prova pela forma como lidamos quando fracassamos nas provações.

(John Piper)

A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.

(John Wesley)

As pessoas podem ser objeto de muitas influências do Espírito de Deus e, mesmo assim, às vezes se deixarem levar pelas ilusões de Satanás.

(Jonathan Edwards)

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Consolo Encorajamento John MacDuff Sofrimento Vida cristã

O terno cuidado

“E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados” (Mt 10.30).

Que promessa preciosa temos aqui! Tudo o que diz respeito a você, até mesmo o número dos cabelos de sua cabeça, tudo Deus conhece! Nada acontece por acaso ou por acidente. Nada escapa a Sua inspeção. A folha que cai na floresta, o inseto que esvoaça, o agitar das asas dos anjos, a destruição de um povo: tudo Ele conhece por igual! O homem fala de coisas grandes e de coisas pequenas, mas Deus desconhece essa diferença.

Como é confortante pensar nesse terno cuidado com referência a Seu próprio povo, o povo da aliança: Ele é quem distribui todas as alegrias e todas as tristezas de Seu povo! Todo doce, e todo amargo, é Ele quem ordena. Até mesmo “noites longas e enfadonhas” são “ordenadas” por Ele. Nenhum sofrimento meu, nenhuma lágrima que derramo, nada acontece que Lhe seja desconhecido. Aquilo que comumente chamamos de “negras nuvens” são as ordens da invariável fidelidade Dele. O homem pode errar, seus caminhos são constantemente tortuosos; mas “o caminho de Deus é perfeito” (2Sm 22.31; Sl 18.30)!

Ele recolhe em Seu odre as minhas lágrimas. Em todo momento, Seus braços eternos me sustentam e me rodeiam. Ele cuida de mim “como à menina do olho” (Sl 17.8). Ele me trata como um homem trata o próprio filho (103.13)!

Você está preocupado com o futuro? Há muita coisa incerta e misteriosa aguardando você? Talvez haja até muitos presságios ruins. Confie Nele! Tudo o que lhe diz respeito já está designado. Os perigos serão afastados; labirintos confusos se mostrarão entrelaçados e entremeados de misericórdia. “Os pés dos Seus santos [Deus] guardará” (1Sm 2.9). Nem um cabelo da sua cabeça será tocado.

Às vezes, Ele nos guia por caminhos escuros; às vezes, por caminhos de sofrimento; com freqüência, por caminhos tortuosos e aflitivos, que nós mesmos não teríamos escolhido. Mas Ele sempre nos conduz sabiamente, sempre com ternura. Com todos esses intrincados e sinuosos desvios, com todas as suas asperezas e severidades, o crente não só está em um caminho certo, mas está no caminho certo, o melhor caminho que o amor e a sabedoria do pacto poderiam escolher para ele.

Jeremias Taylor diz: “Não há nada que aquiete a mente no meio da agitação e da turbulência das coisas presentes do que olhar acima delas e olhar além delas. Acima delas, para a firme e amorosa mão que as está regendo; e além delas, para o doce e belo final a que, por essa mão, as circunstâncias serão conduzidas”. Thomas Brooks diz: “O Grande Consolador põe nuvens e escuridão em torno de Si, pedindo que atendamos a Seu chamamento do meio da nuvem, prometendo um eterno e ininterrupto raiar do sol no outro lado”. Nesse “outro lado” haveremos de ver como todo golpe de vento, aparentemente rude, cooperou para conduzir nosso barco para mais perto do céu desejado.

Eu posso muito bem confiar a guarda de minha alma a Jesus, com absoluta certeza de que Ele a guardará segura – Ele é o fiel Criador. Ele deu a Si mesmo por mim. Essa tão grande prova de amor é a garantia da concessão de toda e qualquer outra bênção que seja necessária (Rm 8.32). Oh, que pensamento abençoado: minhas tristezas estão todas contadas pelo Homem de Dores; minhas lágrimas estão todas contadas por Ele, que primeiro derramou Suas lágrimas e, então, Seu sangue por mim! Ele não vai me impor nenhum fardo inútil, e não exigirá nenhum sacrifício desnecessário. Não havia nenhuma gota desnecessária no cálice de Seus próprios sofrimentos, nem haverá no cálice de Seu povo.

“Ainda que Ele me mate, Nele esperarei” (Jó 13.15)!

“Portanto, consolai-vos uns aos outros com essas palavras” (1Ts 4.18).

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Um vaso útil ao Mestre

“De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, preparado para toda a boa obra” (2Tm 2.21).

Essas palavras são tomadas da última carta que o apóstolo Paulo, prisioneiro pela segunda vez em Roma, escreveu a Timóteo. Ele via a deterioração da Igreja e pressentia os tempos difíceis que se aproximavam; por isso, dava instruções a seu filho na fé sobre a maneira de conduzir-se em tempos de ruína. As exortações do grande apóstolo das nações têm, pois, particular importância para nós, os crentes que vivemos em tempos maus.

Em primeiro lugar, o que é um vaso? É um recipiente que serve para conter algo ou simplesmente para adornar. Muitas vezes, a Palavra de Deus compara o homem a um vaso. Como o barro nas mãos do oleiro, assim é o homem nas mãos de Deus, o qual tem o poder para fazer da mesma massa um vaso para honra e outro para usos vis (Jr 18.4-6; Rm 9.21). Em Sua graça, Deus chama o homem – por natureza, pecador e perdido – para lhe dar a salvação e a vida eterna. Deus busca vasos vazios para enchê-los de Si mesmo, de Seu Espírito, como Eliseu, o profeta da graça, se regozijava de que a viúva pobre enchesse de azeite as vasilhas que havia reunido conforme seu pedido (2Rs 4.4).

O crente não somente é comparado a um vaso de barro, o que é muito apropriado para nos dar a entender quão débeis somos, mas também, no que se refere a sua posição diante de Deus, a um vaso de ouro, de prata ou mesmo de bronze polido (2Tm 2.20; Ed 8.27). Redimido pelo sangue de Cristo e revestido da justiça de Deus, o crente é, de fato, um vaso de valor que deve brilhar para a glória de Deus, já aqui na terra, esperando fazê-lo de modo perfeito quando o Senhor for glorificado em Seus santos e admirado em todos os que creram Nele (1Ts 1.10). Deus preparou de antemão esses vasos de misericórdia para o céu, “para que também desse a conhecer as riquezas de Sua glória” (Rm 9.23). Todas as Suas perfeições em graça, bondade, fidelidade, paciência, longanimidade e poder, todo o alcance de Seu amor, serão manifestados nos santos glorificados.

O propósito de Deus ao eleger e preparar vasos para Sua glória é empregá-los para Seu serviço. Assim, separou o apóstolo Paulo como um “vaso escolhido, para levar Meu nome diante dos gentios” (At 9.15). Deus tem resplandecido no coração dos Seus e se tem revelado a eles na pessoa de Cristo para que eles, por sua vez, mostrem algo Dele no modo como vivem.

O crente é refinado pelo fogo da prova, qual metal precioso, para que o fundidor obtenha dele uma jóia

Porém, muitas vezes, os crentes guardam para si mesmos o tesouro que lhes Deus tem posto no coração. Então, Deus permite que o corpo deles, esse vaso de barro, seja quebrado, como foram as vasilhas dos homens valentes de Gideão (Jz 7.19,20), para que a luz brilhe mais exteriormente. Quanto mais débil for o instrumento, mais claro estará que a excelência do poder é de Deus, não do homem (2Co 4.6,7). O crente é refinado pelo fogo da prova, qual metal precioso, para que o fundidor obtenha dele uma jóia (Pv 25.4).

De acordo com 2Timóteo 2.21, duas condições são requeridas para que o utensílio ou vaso possa ser útil ao Senhor: é necessário que ele seja para uso honroso e que tenha sido santificado. O que deseja ser um vaso útil deve apartar-se da iniqüidade, isto é, de tudo o que não é conforme a verdade. Um crente se torna um utensílio para usos honrosos separando-se, purificando-se dos vasos para usos vis. Deus permite que essa mistura de utensílios para usos tão distintos subsista na cristandade a fim de provar o coração dos fiéis. Para que um vaso possa ser usado é exigido que, além de ser novo – imagem da nova natureza –, tenha sal (2Rs 2.20), isto é, que haja uma verdadeira separação, que tenha sido posto à parte para Deus.

Também é preciso que o vaso tenha sido santificado e consagrado a Deus. No que diz respeito a sua posição, todos os crentes são santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre (Hb 10.10,14). Mas, no tocante ao andar diário, somos exortados a nos limpar “de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2Co 7.1). O crente deve ocupar-se dessa santificação. Mediante o poder do Espírito que mora nele, deve combater e vigiar constantemente.

Por uma lado, a Palavra de Deus exercerá sua ação santificadora sobre ele, pois o Senhor mesmo disse: “Santifica-os em Tua verdade”, e acrescentou: “Tua Palavra é a verdade” (Jo 17.17). Por outra lado, a oração o guardará no necessário estado de dependência. Recordemos que um vaso consagrado a Deus não pode se destinar a um uso profano, como o prova o juízo que caiu sobre o ímpio Belsazar no dia em que fez trazer os vasos procedentes do templo de Salomão a fim de beber com seus grandes e adorar seus deuses (Dn 5).

Na medida em que o crente for constante em santificar-se, em consagrar-se a Deus, será um instrumento útil ao Senhor, e não somente útil, mas preparado para toda boa obra. Essas boas obras são o fruto da fé; são a manifestação da vida divina nas circunstâncias de cada dia. Alguém disse que as boas obras são o fruto da separação e do amor. Deus, que preparou os vasos, também preparou de antemão as boas obras “para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

Sejam elas feitas para o Senhor, para os cristãos ou para os homens em geral, devem ser feitas em nome de Cristo e para Deus; isso é o que lhes confere o caráter de boas obras. Cristo “se deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade e purificar para Si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Quando o coração está consagrado e ama o Senhor acima de tudo, então, está preparado para toda boa obra. Mesmo que o serviço seja pequeno, insignificante aos olhos dos homens, nem por isso o crente duvidará de fazê-lo com alegria. O próprio Senhor prepara o caminho; devemos apenas percorrê-lo com a força que Deus dá.

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Encorajamento J. C. Ryle Mundo Vida cristã

Tudo neste mundo é temporário

Primeiro, quero considerar o fato de que vivemos em um mundo onde tudo é temporário. Tudo ao nosso redor está se degradando, morrendo, chegando ao fim. Qualquer que seja nossa atual condição de vida, partiremos em breve.

Beleza é apenas temporária. Sara foi uma mulher muito bonita, mas chegou o dia que em que Abraão, seu marido, disse: “Dai-me a posse de sepultura convosco, para que eu sepulte a minha morta” (Gn 23:4).

A resistência do corpo é apenas temporária. Davi foi um notável guerreiro, mas chegou o dia em que ele mesmo, em sua velhice, necessitou de atenção e cuidados tais como os que dispensamos a uma criança.

Esta é uma verdade dolorosa e humilhante, porém devemos prestar-lhe atenção. É uma verdade que o desafia, se você está vivendo somente para este mundo. Acordará você para o fato de que as coisas para as quais está vivendo são temporárias? Suas diversões e prazeres, seus negócios e lucros em breve acabarão, juntamente com todas as demais coisas em que você tem posto seu coração e sua mente. Você não é capaz de manter consigo estas coisas. Não poderá levá-las à eternidade. O mundo está perecendo. Dará você ouvidos ao que Deus afirmou em Sua Palavra: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.2)? “O mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1Jo 2.17).

Entretanto, se você é um verdadeiro cristão, essa mesma verdade deve animá-lo e confortá-lo. Todas as suas provações e todos os seus conflitos são temporários. Brevemente chegarão ao fim. Suporte-os com paciência e olhe para além deles. Sua cruz logo será trocada por uma coroa, e você se assentará com Abraão, Isaque e Jacó no reino de Deus.

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (49)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Quanto mais estivermos convencidos da pecaminosidade da ansiedade, mais cedo perceberemos que ela desonra grandemente a Deus.

(A. W. Pink)

Deus falar é o mesmo que Deus agir. Para Ele, dizer e fazer são a mesma coisa.

(Matthew Henry)

Se falássemos menos e orássemos mais a respeito de nossas circunstâncias, elas poderiam melhorar. No mínimo, estaríamos mais bem preparados para lidar com elas e suportá-las.

(John Owen)

Se você não pode fazer mais nada além de viver uma autêntica vida cristã – paciente, gentil, bondosa, pura – em sua própria casa, na sociedade, em seu trabalho diário, você estará desempenhando um serviço de grande valor e deixando muitas bênçãos neste mundo. Uma vida desse tipo é um pequeno Evangelho, anunciando em sermões sem palavras a maravilhosa história da cruz de Cristo.

(J. R. Miller)

O grande temor que temos dos homens se deve ao pouco temor que temos de Deus. Um temor cura o outro. Quando o medo dos homens apavorar você, volte seus pensamentos para a ira de Deus.

(William Gurnall)

É o propósito de Cristo que o verdadeiro cristão prove todas as coisas pela Palavra de Deus: todas as igrejas, todos os ministros, todo ensino, toda pregação, todas as doutrinas, todos os sermões, todas as opiniões, todas as práticas. Essas são as Suas ordens de marcha. Prove tudo por meio da Palavra de Deus. Meça tudo pela medida da Bíblia. Compare tudo com o padrão da Bíblia. Pese tudo na balança da Bíblia. Examine tudo à luz da Bíblia. Ponha tudo à prova no cadinho da Bíblia. Àquilo que não puder resistir ao fogo da Bíblia rejeite, recuse, repudie e jogue fora. Esse é o estandarte que Ele hasteou no mastro. Que jamais o arriemos!

(John Wycliffe)

O Senhor permite que sintamos nossas fraquezas com o fim de estarmos bem conscientes delas, pois, embora estejamos prontos a dizer que somos fracos, normalmente não estamos de todo cientes disso até que a dependência secreta que temos de alguma força em nós mesmos, ainda que não a admitamos, seja trazida à tona e nos falte.

(John Newton)

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