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Indicações de sexta (13)

A Bíblia é nossa regra de fé e de prática!

 

Toda sexta-feira, uma pequena lista de artigos cuja leitura recomendamos. Além disso, indicaremos também uma mensagem e um hino para serem ouvidos. Nosso desejo é que lhe sejam úteis para aprofundar seu conhecimento do Senhor, para capacitar você a servi-Lo melhor e para despertar em você mais amor por Ele.
É sempre importante relembrar o que dizemos em Sobre este lugar: as indicações a um autor ou a alguma fonte não implica aprovação total ou incondicional de tudo o que é ali ensinado nem indicado em outros links ou em vídeos relacionados, etc; indica, outrossim, que naquele artigo específico há conteúdo bíblico a ser apreciado.

Artigos que merecem ser lidos

  1. O salmo 119 é maravilhoso! Ele não apenas exalta a Palavra de Deus, mas traz um verdadeiro roteiro para a vida cristã. Saiba mais lendo o artigo De A a Z: a verdade sobre o salmo 119
  2. Quais são exatamente as implicações do mandamento “não furtarás”? Robert W. Carver explica em seu artigo.
  3. Sem dúvida, a cruz é central na fé cristã. Mas qual o significado prático dela? Qual o significado dela para você. O piedoso autor J. C. Ryle trata do assunto no artigo A cruz de Cristo.
  4. Leia Um tratado sobre a oração, de John bunyan, o autor de O Peregrino.

Mensagem que merece ser ouvida

Um homem de Deus: entrevista com Leonard Ravenhill

Hino que merece ser ouvido

What A Friend We Have in Jesus

Letra de Joseph M. Scriven (1855) e música de Charles Crozart Converse (1868)

Letra original

What a friend we have in Jesus,
All our sins and griefs to bear!
What a privilege to carry
Everything to God in prayer!
Oh, what peace we often forfeit,
Oh, what needless pain we bear,
All because we do not carry
Everything to God in prayer!

Have we trials and temptations?
Is there trouble anywhere?
We should never be discouraged—
Take it to the Lord in prayer.
Can we find a friend so faithful,
Who will all our sorrows share?
Jesus knows our every weakness;
Take it to the Lord in prayer.

Are we weak and heavy-laden,
Cumbered with a load of care?
Precious Savior, still our refuge—
Take it to the Lord in prayer.
Do thy friends despise, forsake thee?
Take it to the Lord in prayer!
In His arms He’ll take and shield thee,
Thou wilt find a solace there.

Blessed Savior, Thou hast promised
Thou wilt all our burdens bear;
May we ever, Lord, be bringing
All to Thee in earnest prayer.
Soon in glory bright, unclouded,
There will be no need for prayer—
Rapture, praise, and endless worship
Will be our sweet portion there.

Tradução

Que amigo nós temos em Jesus,
Todos os nossos pecados e tristezas a suportar!
Que privilégio é levar
Tudo a Deus em oração!
Oh, que paz muitas vezes perdemos,
Oh, que dor desnecessária temos,
Tudo porque eu não levamos
Tudo a Deus em oração!

Temos provações e tentações?
Há problemas por todo lado?
Nunca sejamos desencorajados:
Leve isso ao Senhor em oração.
Poderemos encontrar outro amigo tão fiel,
Que vai todas as nossas tristezas compartilhar?
Jesus conhece cada fraqueza nossa;
Leve-a ao Senhor em oração.

Se somos fracos e sobrecarregados,
Oprimidos com uma carga de cuidados?
O precioso Salvador, nosso calmo Refúgio:
Leve tudo ao Senhor em oração.
Teus amigos te desprezam, te desamparam?
Leve isso ao Senhor em oração!
Em Seus braços Ele vai te tomar e te proteger,
Tu vais encontrar um consolo ali.

Bendito Salvador, Tu prometeste
Que irias todos os nossos fardos suportar;
Que sempre, Senhor, tragamos
Tudo a Ti em oração fervorosa.
Logo, na esplendente glória, sem nuvens,
Não haverá mais necessidade de oração:
Êxtase, louvor e adoração sem fim
Serão nossa doce porção doce ali.

Versão em português

De Kate Stevens Crawford Taylor (1862-1894)

Em Jesus amigo temos,
mais chegado que um irmão.
Ele manda que levemos
tudo a Deus em oração.
Oh! que paz perdemos sempre!
Oh! que dor no coração,
só porque nós não levamos
tudo a Deus em oração!

Temos lutas e pesares
enfrentamos tentação,
mas conforto recebemos
indo a Cristo em oração.
Haverá um outro amigo
de tão grande compaixão?
Os contritos Jesus Cristo
sempre atende em oração.

E, se nós desfalecemos,
Cristo estende-nos a mão,
pois é sempre a nossa força
e refúgio em oração.
Se este mundo nos despreza,
Cristo dá consolação;
em seus braços nos acolhe
e ouve a nossa petição.

História

O irlandês Joseph Scriven (1819-1896) tinha 25 anos e estava noivo. Na véspera do casamento, sua noiva morreu num trágico afogamento. Desolado, partiu da Irlanda para o Canadá, onde passou a lecionar. Lá, apaixonou-se novamente e ficou noivo de Eliza Roche. Mais uma vez, a dor o alcançou: Eliza ficou doente e morreu antes de casarem.

Apesar do sofrimento interior, a fé em Deus de Scriven o sustentou. Logo após a morte de Eliza, ele se juntou aos Irmãos de Plymouth e começou a pregar. Ele nunca se casou, mas dedicou o resto da vida a dar seu tempo, dinheiro e até mesmo a roupa do corpo para ajudar os menos afortunados e para pregar o evangelho.

Por volta da mesma época em que Eliza morreu, Joseph recebeu uma carta vinda da Irlanda dizendo que sua mãe estava doente. Ele não podia estar com ela; então, escreveu uma carta de conforto e incluiu um de seus poemas: “What a friend we have in Jesus” (Que amigo nós temos em Jesus).

Muitos anos depois, um amigo estava com Joseph, quando este se encontrava bastante doente. Durante a visita, o amigo ficou muito impressionado ao ler os poemas de Scriven, incluindo “What a friend we have in Jesus”. Como resultado dessa visita, quase 30 anos depois da carta enviada para a mãe, os poemas de Joseph foram publicados em um livro chamado Hymns and Other Verses (Hinos e outros versos). Logo depois, o famoso músico Charles C. Converse (1834-1918) colocou música no referido poema.

O bem conhecido músico e reavivalista Ira D. Sankey (1840-1908) era um grande admirador de Joseph Scriven. Em 1875, Sankey conheceu o hino e o publicou em seu hinário.

Após a morte de Joseph Scriven, os cidadãos de Port Hope, Ontario, Canadá, cidade à qual ele tanto se deu, erigiram um monumento em sua homenagem. A vida aparentemente triste e obscura de um homem resultou em tantas vidas sendo espiritualmente edificadas, tanto em seu próprio tempo como por muitos anos depois, sempre que as belas e reconfortantes palavras de “What a friend we have in Jesus” são cantadas.

(Traduzido e adaptado por Francisco Nunes de What a Friend We Have in Jesus, the Song and the Story. A maioria das fontes cita a letra original composta apenas das três primeiras estrofes, mas em outras há uma quarta, também atribuída a Scriven. Por sua beleza, conteúdo bíblico e por ser coerente com o restante do hino, pareceu por bem aqui conservá-la, considerando-a também da autoria de Scriven.)

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Indicações de sexta (12)

A Bíblia é nossa regra de fé e de prática!

 

Toda sexta-feira, uma pequena lista de artigos cuja leitura recomendamos. Além disso, indicaremos também uma mensagem e um hino para serem ouvidos. Nosso desejo é que lhe sejam úteis para aprofundar seu conhecimento do Senhor, para capacitar você a servi-Lo melhor e para despertar em você mais amor por Ele.
É sempre importante relembrar o que dizemos em Sobre este lugar: as indicações a um autor ou a alguma fonte não implica aprovação total ou incondicional de tudo o que é ali ensinado nem indicado em outros links ou em vídeos relacionados, etc; indica, outrossim, que naquele artigo específico há conteúdo bíblico a ser apreciado.

Artigos que merecem ser lidos

  1. Você já teve dificuldades de explicar o relacionamento de Davi e Jônatas quando ele é usado como “apoio bíblico” para a prática do homossexualismo? Entao, leia este artigo de Wilson Porte e habilite-se a defender a fé escriturística e a condenação sobre o pecado.
  2. Ainda sobre o assunto homossexualismo, este outro artigo de Wilson Porte desmonta a falácia de alguns que dizem que Romanos 1 não condena essa prática. Os homossexuais não são menos pecadores que o restante da humanidade, mas seu pecado é especialmente condenado nas Escrituras.
  3. Você já deve ter-se deparado com mensagens falando das assim chamadas luas de sangue, as quais, segundo seus “seguidores”, sempre estão ligadas a fatos extraordinários na história de Israel. Por essa razão, a tétrade de luas de sangue desse ano seria um sinal do fim do mundo ou da volta do Senhor Jesus. Leia dois artigos de Hugh Ross, astrofísico cristão, que demonstra a bobagem dessa interpretação, tanto do ponto de vista científico quanto do bíblico. Os artigos estão em inglês.
  4. A beleza da santidade, por A. W. Pink. Por que vale a pena ser santo? Por que a santidade é bela?

Mensagem que merece ser ouvida

O chamado para o arrependimento e a fé, por Paul Washer.

Hino que merece ser ouvido

O Love that wilt not let me go

Letra de George Ma­the­son (1882) e música de Al­bert Lister Peace (1884).

Letra original

O Love that Will Not Let Me Go

O Love that wilt not let me go,
I rest my weary soul in thee;
I give thee back the life I owe,
That in thine ocean depths its flow
May richer, fuller be.

O light that followest all my way,
I yield my flickering torch to thee;
My heart restores its borrowed ray,
That in thy sunshine’s blaze its day
May brighter, fairer be.

O Joy that seekest me through pain,
I cannot close my heart to thee;
I trace the rainbow through the rain,
And feel the promise is not vain,
That morn shall tearless be.

O Cross that liftest up my head,
I dare not ask to fly from thee;
I lay in dust life’s glory dead,
And from the ground there blossoms red
Life that shall endless be.

Tradução para o português

Ó amor que não me deixas ir

Ó amor que não me deixas ir,
descanso minha cansada alma em ti;
eu te dou de volta a vida que devo a ti,
para que, nas profundidades de teu oceano, seu fluir
a faça mais rica, mais plena.

Ó luz que me seguiste por todo meu caminho,
eu rendo minha tocha bruxuleante a ti;
meu coração restaura o raio que de ti tomou emprestado
para que na chama de tua luz do sol seu dia
seja mais brilhante, mais justa.

Ó alegria que me procuras em meio à dor:
eu não posso fechar meu coração para ti.
Eu sigo o arco-íris no meio da chuva
E sinto que a promessa não é vã,
que a manhã será sem lágrimas.

Ó cruz que ergueste minha cabeça,
não me atrevo a pedir para voar para longe de ti.
Eu joguei ao pó a glória morta da vida
e, desse chão, irá florescer
a vida que será sem fim.

Versão em português

Amor que não me largas nunca

Amor! que não me largas nunca!
Minh’alma achou descanso em Ti;
Desejo dar-Te minha vida,
A Ti, de quem a recebi,
E só por Ti viver.

Ó Luz! que sempre me iluminas!
Por Ti, Senhor, eu posso ver;
E já que a luz celeste brilha,
Nenhum farol preciso ter,
Mas, sim, a luz do céu.

Ó Gozo! que minh’alma inundas!
Que penas Teu poder desfaz!
Na chuva ao ver um arco-íris,
Sei que a promessa cumprirás,
Que o pranto cessará.

Ó Cruz! Levantas minha fronte;
Alentas tu meu coração;
O sangue por Jesus vertido
Garante minha salvação
E dá-me paz com Deus.

História

George Matheson (27.3.1842–28.8.1906) nasceu com deficiência visual e, aos 15 anos, soube que estava ficando cego. Em lugar de ficar desencorajado com isso, matriculou-se na Universidade de Glasgow e graduou-se aos 19 anos. Aos 20, ficou completamente cego e resolveu entrar para o ministério, dedicando-se aos estudos teológicos.

Suas três irmãs o ajudaram nos estudos, de tal modo que aprenderam hebraico, grego e latim para poderem auxiliá-lo. Após formar-se, pastoreou igrejas na Escócia. Foi um dos mais destacados ministros de seus dias, servindo até 1899, quando teve de se aposentar por conta da precária saúde.

No dia em que uma de suas irmãs estava se casando, Matheson escreveu esse hino. Ele registrou a experiência em seu diário:

Meu hino foi composto na casa pastoral de Inellan na noite de 6 de junho de 1882. Eu estava sozinho naquele momento. Era o dia do casamento da minha irmã, e o resto de minha família foi passar a noite em Glasgow. Alguma coisa tinha acontecido para mim, que era conhecida apenas por mim, e que me causou o mais severo sofrimento mental. O hino foi fruto daquele sofrimento. Ele foi o mais rápido trabalho que já fiz na minha vida. Eu tive a impressão de ter sido ditado a mim por alguma voz interior mais do que de ter sido obra minha. Tenho certeza de que todo o trabalho foi concluído em cinco minutos, e estou igualmente certo de que nunca recebeu de minhas mãos qualquer retoque ou correção. Eu não tenho nenhum dom natural para ritmo. Todos os outros versos que escrevi são artigos manufaturados; esse veio como o amanhecer. Eu nunca fui capaz de expressar outra vez o mesmo fervor em versos.

Mesmo não tendo citado qual seria “o mais severo sofrimento mental” que sofrera, a história de Matheson permite deduzi-lo. Anos antes, ele estava noivo, quando soube que ficaria completamente cego. Então, perguntou à noiva se ela tinha disposição de estar ao lado de um homem que, além de cego, por quem os médicos nada podiam fazer, escolhera ser ministro do evangelho. Ela respondeu que lhe seria demais, que não tinha condições de viver daquele modo, e terminou o noivado com ele. Isso o entristeceu profundamente. Nos anos seguintes, aquela irmã que se casava tinha sido parte fundamental de seu ministério. Além de cuidar dele, ajudava-o a redigir seus sermões e a memorizar as Escrituras. Segundo pessoas que assistiam aos cultos, ninguém saberia dizer que Matheson era cego dada a facilidade com que recitava porções da Bíblia e pregava.

Agora, sua irmã não poderia estar mais com ele. Isso, provavelmente, tenha lhe trazido nova percepção de sua limitação, de sua dor, de sua insuficiência, nova lembrança dolorosa de que ele mesmo não tivera o prazer de casar-se. Então, Deus o lembrou que nunca o havia deixado, que uma luz mais real que aquela do sol o havia guiado todos os dias. E isso foi registrado nesse maravilhoso hino.

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Consolo Cristo Cruz Horatius Bonar Humildade

O homem com o calcanhar ferido e a coroa de espinhos! (Horatius Bonar)

Somos honrados em seguir o Homem que foi coroado com espinhos

A crucificação de Jesus foi a cena final de toda uma vida de crucificação!

Ele carregava uma cruz desde a hora em que foi colocado na manjedoura. Todos os dias Ele carregou a cruz. Sua vida era apenas uma peregrinação ao Calvário com a cruz sobre os ombros. Todo o Seu curso sobre a terra foi uma jornada de sofrimento. Foi tudo opróbrio e tristeza, de Seu berço até o túmulo. Sua vida foi de aflição; Sua morte foi a suma de Suas muitas dores, a reunião de todas elas, espremendo-se para dentro de Seu cálice de uma vez, até que o vaso rompesse, porque ele não podia suportar mais.

Ao longo da vida Ele foi o “homem de dores”. Ele estava familiarizado, “experimentado nos sofrimentos” (Is 53.3).

Seu calcanhar ferido (cf. Gn 3.15) é apenas outra maneira de expressar Seu caráter como o Sofredor, o Filho do homem crucificado. É o Homem com o calcanhar ferido que ganhou nosso coração!

É a Ele que seguimos, e Seu calcanhar ferido nós o gravaremos em nossa bandeira como nosso emblema mais honroso. Somos seguidores do Homem com as mãos e os pés perfurados, o Homem que é todo coberto com as marcas das bofetadas, do flagelo e das cuspidas, o Homem com a coroa de espinhos!

 


(Traduzido por M. Luca, revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Consolo Cristo Encorajamento Escatologia Horatius Bonar Salvação Segunda vinda Sofrimento

Lar! (Horatius Bonar)

No céu, nosso lar definitivo!

As aflições estão preparando para nós uma entrada amplamente concedida (2Pe 1.11), uma coroa de maior peso, uma veste mais branca, um descanso mais doce, um lar feito duplamente precioso por causa do longo exílio e dos muitos sofrimentos aqui embaixo.

Embora nossa milícia terrena possa ser desesperadora, ela não é para sempre. Não! Ela é breve, muito breve. Seu fim está próximo, muito próximo. E com o fim virão triunfo, honra e cânticos de vitória. Então, também, a paz se seguirá e o retorno do soldado desgastado na guerra para sua morada tranqüila.

Essa é a alegria do santo. Ele combateu o bom combate, ele terminou a carreira, ele guardou a fé. Desde agora, está guardada para ele a coroa da justiça (2Tm 4.7,8). Sua batalha acabou, e, a seguir, para ele há descanso e repouso.

Lar!

Sim, lar! E que lar para nós ao qual voltar e permanecer para sempre! O lar preparado antes da fundação do mundo. O lar de muitas mansões1. O lar mais próximo do trono e do coração de Deus. Um lar cuja paz nunca será quebrada pelo som de guerra ou de tempestade. Um lar cujo brilho jamais será encoberto pela mais remota sombra de uma nuvem.

Quão consolador ao espírito cansado pensar em um lugar de descanso tão perto de Deus, e que lugar de descanso na casa do Pai, onde não mais haverá fome nem sede, onde o sol não nos queima nem qualquer calor, onde o Cordeiro, que está no meio do trono, nos alimenta e nos leva às fontes das águas da vida, e o próprio Deus enxugará todas as lágrimas de nossos olhos (Ap 21.4)!

O tempo está chegando.

Os conflitos estão quase no fim.

Nossas lutas e tristezas estão perto de terminar.

Mais alguns anos, e nós devemos ou ser colocados para descansar tranquilamente ou levados para as nuvens, a encontrar o Senhor em Sua vinda.

Mais algumas mortes, e, então, seremos unidos em fraternidade eterna com todos os membros dispersos da família de Deus.

Mais alguns sóis devem nascer e se pôr, e, então, nós subiremos na força daquele Sol que nunca se põe (v. 23).

 

Os conflitos estão quase no fim. Nossas lutas e tristezas estão perto de terminar.

 

Mais alguns dias devem amanhecer e escurecer, e, a seguir, resplandecerá o dia sem fim.

Mais algumas nuvens devem se reunir sobre nós, e, depois, o mundo será sem sombras para sempre.

Mais alguns breves anos, e vamos entrar pelas portas na cidade, sentar sob a sombra da árvore da vida, alimentando-nos do maná escondido e bebendo do rio puro claro como cristal, que sai da trono de Deus e do Cordeiro (22.1)!

Mais alguns breves anos e veremos Sua face, e Seu nome estará sobre nossa testa!

Por ora, temos apenas o antegozo. O brilho completo está reservado, e sabemos que tudo o que é possível ou concebível do que é bom, justo e abençoado um dia será real e visível.

Depois de todo o mal vem o bem;

do pecado vem santidade;

da escuridão, a luz;

da morte, a vida eterna;

da fraqueza, a força;

do desvanecimento, a floração;

de podridão e ruína, beleza e majestade;

da maldição vem a bênção, o incorruptível,

o imortal, o glorioso, o imaculado!

Nossa porção presente, no entanto, é apenas a promessa, não a herança. A herança está reservada para o aparecimento do Senhor. Aqui vemos, mas através de um vidro escuro. Ainda não se manifestou o que havemos de ser.

Estamos agora somente como peregrinos, vagando na noite solitária, que vêem vagamente sobre o pico da montanha distante o reflexo de um sol que nunca se levanta aqui, mas que nunca se apagará nos “novos céus” a seguir.

E isso é o suficiente. Isso nos conforta e nos anima no caminho escuro e áspero. Não será necessário a seguir, mas é o suficiente agora.

Este deserto existirá até cruzarmos para Canaã. A tenda existirá até que a cidade eterna venha.

A alegria de crer é suficiente, até entrarmos na alegria de ver.

Estamos contentes com o “monte da mirra e o outeiro do incenso”, até que “refresque o dia e fujam as sombras” (Ct 4.6).

Lar!

 

Nota

1 Apesar do entendimento comum de que a expressão “Na casa de Meu Pai há muitas moradas” (Jo 14.2) se refere à Nova Jerusalém, ele não se ajusta à revelação de toda a Bíblia. A palavra traduzida por “mansões” na KJ e, corretamente, por “moradas” na ACF é usada duas vezes no NT, apenas por João. A segunda vez é no v. 23: “Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. (Aqui, a KJ já não usa mansão, mas morada.) O segundo versículo explica o primeiro: as moradas são aqueles que crêem. O Senhor Jesus disse: “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também”. Ele não estava indo para o céu a fim de, ali, preparar lugar para os que crêem: Ele foi para o Pai (vv. 12,28), onde Ele já estava (vv. 11,20). Ele foi preparar lugar a fim de que os crêem pudessem estar onde Ele já estava: em Deus. Por causa do pecado, todos os homens ficaram “sem Deus no mundo” (Ef 2.12). “Mas agora em [não apenas por meio de] Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe [de Deus], pelo sangue de Cristo chegastes perto [de Deus]” (v. 13). “No qual [em Cristo] também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito” (v. 22). O cap. 15 de João enfatiza esta mútua habitação: os que crêem estão em Cristo e Cristo está nos que crêem. E Cristo está em Deus e Deus e Cristo estão naqueles que crêem. O Senhor Jesus, por meio de Sua morte, foi ao Pai, apresentando a Ele Seu sangue, o pagamento pelos pecados daqueles que estavam sem Deus. Então, Ele voltou, por meio do Espírito Santo, no Pentecoste, para unir a Si mesmo – e, por conseguinte, a Deus – os salvos, em quem Ele e o Pai passaram a habitar. Se imaginamos a Nova Jerusalém como uma cidade física, com mansões físicas e com uma rua de ouro física, estamos dizendo que Cristo morreu por uma coisa (por mais bonita que seja) e que essa coisa será Sua noiva (Ap 21.2,3). A Nova Jerusalém é um símbolo do povo redimido de Deus que com Ele habitará pela eternidade, não uma construção física de ouro e pedras preciosas. (N. do R.)


(Traduzido por M. Luca, revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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A. W. Tozer Augustus Nicodemus Lopes Bíblia Biografia Consolo Cruz

Indicações de sexta (6)

Confronte todas as coisas com a verdade da Bíblia

 

Toda sexta-feira, uma pequena lista de artigos cuja leitura recomendamos. Além disso, indicaremos também uma mensagem e um hino para serem ouvidos. Nosso desejo é que lhe sejam úteis para aprofundar seu conhecimento do Senhor, para capacitar você a servi-Lo e para despertar em você mais amor por Ele.
É importante relembrar o que dizemos em Sobre este lugar: a menção a um autor ou a alguma fonte não implica aprovação total ou incondicional de tudo o que é ali ensinado nem indicado em outros links ou em vídeos relacionados, etc; indica, outrossim, que naquele artigo específico há conteúdo bíblico a ser apreciado.

Artigos que merecem ser lidos

  1. A verdadeira fé gera compromisso, de A. W. Tozer.
  2. O debate sobre o batismo com o Espírito Santo, de Augustus Nicodemus. Um estudo comparativo entre a posição de Martin Lloyd-Jones e a de John Stott.
  3. Fui Eu que fiz isso: texto encontrado na Bíblia de John Nelson Darby após sua morte.
  4. Biografia de George Vicesimus Wigram, cooperador de John Nelson Darby e um dos “irmãos“.

Mensagem que merece ser ouvida

Arrependimento bíblico, por Leonard Ravenhill

Hino que merece ser ouvido

Are you washed in the blood?

Letra e música de Elisha A. Hoffman, publicada em 1878

Letra original

Have you been to Jesus for the cleansing pow’r?
Are you washed in the blood of the Lamb?
Are you fully trusting in His grace this hour?
Are you washed in the blood of the Lamb?

Refrain:
Are you washed in the blood,
In the soul-cleansing blood of the Lamb?
Are your garments spotless? Are they white as snow?
Are you washed in the blood of the Lamb?

Are you walking daily by the Savior’s side?
Are you washed in the blood of the Lamb?
Do you rest each moment in the Crucified?
Are you washed in the blood of the Lamb?

When the Bridegroom cometh will your robes be white?
Are you washed in the blood of the Lamb?
Will your soul be ready for the mansions bright,
And be washed in the blood of the Lamb?

Lay aside the garments that are stained with sin,
And be washed in the blood of the Lamb;
There’s a fountain flowing for the soul unclean,
Oh, be washed in the blood of the Lamb!

Letra em português
Salvo Estás? Limpo Estás?

Tens achado em Cristo plena salvação
Pelo sangue vertido na cruz?
Toda mancha lava de teu coração
Este sangue eficaz de Jesus

Coro
Salvo estás, limpo estás
Pelo sangue de Cristo Jesus?
Tens teu coração mais alvo que a luz
Foste limpo no sangue eficaz?

Vives sempre ao lado do teu Salvador
Pelo sangue que mana da cruz?
Do pecado foste sempre vencedor
Como foi teu bendito Jesus?

Terás roupa branca quando vier Jesus
Foste limpo na fonte de amor?
Estás pronto pra seguir ao céu de luz
Pelo sangue purificador?

Cristo hoje dá pureza e mui poder:
Fita os olhos na cruz do Senhor
Dela, fonte sai que te enche de prazer
Que te farta de vida e vigor

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Consolo Cristo Encorajamento J. C. Ryle

Nunca! (J. C. Ryle)

Nunca te deixarei!

“Eu nunca te deixarei nem te desampararei1” (Hebreus 13.5).

 

Que cada crente entenda essas palavras e as guarde no coração.

Mantenha-as à mão e tenha-as frescas na memória – você vai precisar delas um dia, quando:

Os filisteus virão sobre você,

A mão de doença vai prostrá-lo,

O rei dos terrores se aproximará,

O vale da sombra da morte se abrirá diante de seus olhos.

Então, virá a hora em que você vai descobrir que nada é tão reconfortante como um texto como esse, nada é tão animador quanto um verdadeiro sentimento do companheirismo de Deus.

Atenha-se a esta palavra: nunca. Ela vale seu peso em ouro. Apegue-se a ela como um homem se afogando se agarra a uma corda. Segure-a com firmeza, como um soldado atacado por todos os lados agarra sua espada. Deus disse, e Ele vai manter: “Eu nunca te deixarei nem te desampararei”.

Nunca! Embora seu coração seja muitas vezes fraco, você esteja cansado de si mesmo e suas muitas falhas e fraquezas o oprimam, mesmo assim a promessa não vai falhar.

Nunca! Embora o demônio sussurre: “No final, eu terei você; ainda um pouco de tempo e sua fé irá falhar e você vai ser meu”, mesmo assim, a Palavra de Deus permanecerá.

Nunca! Quando o calafrio da morte estiver rastejando sobre você, e os amigos não puderem fazer mais nada e você estiver começando aquela jornada da qual não há retorno, mesmo assim Cristo não o abandonará.

Nunca! Quando o dia do juízo vier, e os livros forem abertos, e os mortos forem levantados dos túmulos e a eternidade estiver começando, mesmo assim a promessa vai carregar todo o fardo que estiver sobre você – Cristo não vai deixar sua alma sem o domínio Dele.

Ó cristão que lê isso, confie no Senhor para sempre, pois Ele diz: “Eu nunca te deixarei!”

Coloque todo o seu fardo sobre Ele, não tenha medo. Regozije-se em Sua promessa. Alegre-se na força de Sua consolação.

Você pode dizer com ousadia: “O Senhor é o meu ajudador, e não temerei” (v. 6).

 

 

Nota

1 Tradução da versão King James, usada pelo autor. (N. do R.)


(Traduzido por M. Luca, revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Supremo conforto (R. C. Sproul Jr.)

O Senhor carregou a coroa de espinhos para nos salvar. Agora, Ele tem a coroa de Rei para julgar o mundo

A decisão na última sexta-feira [25.6.15] da Suprema Corte [dos Estados Unidos], embora não tenha sido exatamente uma surpresa, é angustiante, desencorajadora e repugnante. Mesmo o defensor mais inflexível dos chamados “direitos dos homossexuais” deveria, pelo menos, afirmar que a decisão é fundamentalmente falha, impulsionado por um embuste judicial, e, por qualquer leitura sã da Constituição, inconstitucional. No entanto, a decisão foi tomada.

Como os governos estaduais e locais devem responder é uma questão importante. Como as igrejas locais e a Igreja como tal deve responder é uma questão importante. Mas hoje eu gostaria de fazer algumas sugestões para os cristãos. O que devemos fazer? A mesma coisa que fazemos todos os dias.

Em primeiro lugar, arrependam-se. O julgamento começa com a casa de Deus (1Pd 4.17) – e não se engane: isso é julgamento de Deus. Assim, é sábio e prudente sempre, em tempos de providência difícil, examinar-nos o coração e arrepender-nos. Alguns, é claro, vão insistir em que nos arrependamos por não sermos suficientemente amorosos com aqueles que abraçam paixões não-naturais. E eles estariam certos. Mas, antes de inclinar a cabeça, precisamos entender melhor o que significa amar aqueles que abraçam pecado grave e hediondo. Significa chamá-los ao arrependimento e proclamar a garantia de que o sangue de Cristo cobre todos os pecados daqueles em Cristo. Aceitação do pecado é ódio contra os pecadores. A pressão cultural para fazer exatamente isso só vai aumentar. Será que vamos amar nossos inimigos o suficiente para chamá-los ao arrependimento ou vamos curar suas feridas levemente com palavras suaves que pavimentam o caminho para o inferno?

Em segundo lugar, creiam no evangelho. Uma das razões pelas quais tendemos a ceder à pressão cultural é que almejamos aprovação cultural. Crer no evangelho, no entanto, lembra-nos primeiro de que somos muito piores do que meros odiadores homofóbicos. Não importando do que nos acusem, a verdade é que apenas arranham a superfície do que realmente somos em nós mesmos. Suas acusações em tom estridente devem ser abafadas por nossos simples clamores: “Senhor, sê propício a mim, pecador”.

Não importando do que nos acusem, a verdade é que apenas arranham a superfície do que realmente somos em nós mesmos.

Crer no evangelho, no entanto, também nos lembra que já temos a aprovação do Único que realmente importa, e que isso nunca pode ser tirado. Por causa da vida perfeita, da morte expiatória e da ressurreição justificadora de nosso Senhor, somos os amados filhos adotivos1 do Deus Altíssimo. O que é um pouco de escárnio cultural ou mesmo uma grande quantidade de perseguição efetiva à luz disso? Tudo o que temos que realmente importa já está oculto com Ele nos lugares celestiais.

Crer no evangelho, por sua vez, lembra-nos de que Ele não está apenas nos lugares celestiais, mas, tendo ascendido, lá Ele se assenta em Seu trono. Nosso Salvador não é apenas nosso Rei, mas a Ele foi dado todo o poder no céu e na terra. Nada do que aconteceu está fora de Seu controle. A Suprema Corte [dos Estados Unidos] pode ter uma vez mais revogado a Constituição, mas Satanás não apreendeu o trono de Jesus. Isso, também, por mais horrível que seja, é parte integrante do perfeito plano divino para trazer todas as coisas à sujeição, para esmagar nossos ídolos e para lavar todas as nossas máculas e manchas. Não importando o que os tribunais digam sobre o casamento, na corte celestial, o verdadeiro Supremo Juiz nos diz que somos Sua noiva e que Ele nunca deixará ou nos abandonará.

Por fim, crer no evangelho significa crer que Ele virá novamente para julgar os vivos e os mortos. A Suprema Corte não é o mais alto nível de apelação, e sua injustiça um dia se moldará à justiça. Este não é o fim.

Eu, como a maioria de vocês, estou hoje afligido, desanimado e enojado. Mas também sou, todos os dias, regenerado, redimido, refeito. E obrigado a me arrepender e a crer no evangelho.

 

Nota

1 Apesar de ser esta a opinião geral entre os cristãos, de que somos filhos adotivos de Deus, este tradutor se alinha com aqueles estudiosos que entendem sermos filhos legítimos de Deus, de acordo com Jo 1.12,13, que diz claramente que aqueles que creram nasceram de Deus. (N. do T.)

(Traduzido por Francisco Nunes de “Supreme Comfort”, de R. C. Sproul Jr. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Tribulação não é julgamento (D. M. Panton)

Os amigos de Jó não entendiam que tribulação não é julgamento

Uma lição que é terrivelmente urgente que todos nós aprendamos hoje é uma lição para a qual não só existe um livro inteiro da Bíblia dedicado a ela, Jó, mas que esse livro foi, supostamente, o primeiro da Bíblia a ser escrito. Em um desafio de Deus a Satanás, e no desafio de Satanás em resposta a Deus, o Altíssimo seleciona um homem, um dos maiores patriarcas na aurora do mundo, a fim de resumir para sempre um único fato: que um filho de Deus, do mais elevado caráter, pode sofrer perda indescritível – propriedades, família, saúde, tudo dizimado exatamente como um ataque aéreo pode fazê-lo – e isso não ser nenhum julgamento sobre o pecado em caráter ou serviço, mas simplesmente ser o plano profundo do Altíssimo servindo a propósitos de que esse filho de Deus é totalmente ignorante.

Um homem perfeito

O livro se inicia com uma definição de Jó dada pelo próprio Deus. “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele” – o Senhor escolheu o caráter mais elevado que podia ser encontrado, então, sobre a terra –, “homem íntegro e reto”. Homem íntegro, perfeito no sentido bíblico: não sem pecado, mas totalmente maduro, não um botão, mas uma flor plenamente desabrochada – “temente a Deus e que se desvia do mal” (1.8). Deus, então, entrega Jó ao poder1 de Satanás, impedindo-o de matar o homem, e as aflições caem como relâmpagos. Rapidamente, sua riqueza desaparece, seus filhos e filhas são eliminados e, em seguida, uma doença desagradável destrói seu corpo. Jó instantaneamente se torna um dos homens que mais tristemente sofre na Bíblia, exceto os do martírio2.

Fé em agonia

Agora nós encaramos, como Satanás fez e foi planejado que fizesse, a reação de um fiel servo de Deus à infinita tristeza. Após o esmagamento de sua casa e de seus entes queridos, Jó exclama: “O Senhor deu e o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor” (v. 21). A fé repousa, não sobre o que Deus faz neste momento ou naquele, mas no que Ele é: Deus é amor; e a fé de ouro de Jó triunfa sobre todas as trevas, o mistério e a morte. Assim, Jeová desafia Satanás desafia: “Observaste o meu servo Jó? […] Ainda retém a sua sinceridade [integridade], havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa” (2.3). No final, Jó tinha perdido todas as coisas que Satanás dissera serem o único fundamento de sua lealdade a Deus; mas, mesmo com aquela perda, sua lealdade a Deus permaneceu um halo dourado em volta da testa do homem doente. E isso é mais maravilhoso porque, tanto quanto sabemos, Jó não tinha tais revelações claras como nós temos. “Nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas” (2Co 4.17,18). “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).

Permissão

No entanto, ao mesmo tempo, Jó é para sempre um alerta para nós. Fundamentalmente, ele nunca vacilou em sua confiança em Deus, como é belamente provado quando sua esposa disse: “Amaldiçoa a Deus e morre”, e ele respondeu: “Receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.9,10). No entanto, ele afundou em um pessimismo por se ressentir amargamente de suas aflições. “Ele consome ao perfeito e ao ímpio” (9.22). Nunca brilhou para Jó que a enormidade de seus infortúnios revelava a estimativa que Deus havia colocado sobre a força de seu caráter. Era como Paulo disse: “Não veio sobre vós tentação, senão humana [ou seja, que um homem pode suportar]; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis” (1Co 10.13). Assim, todas as palavras de Jó de desgosto e desespero nunca precisariam ter cruzado seus lábios de acordo com a estimativa divina sobre seu caráter. “Jó nunca poderia ter apresentado uma paciência [perseverança] que soa ao longo dos séculos, até nós ouvirmos falar dela, se ele não tivesse conhecido aflição extraordinária” (C. H. Spurgeon).

Culpa

Chegamos agora ao coração do problema no erro gigantesco (embora muito natural) feito pelos amigos de Jó. [Para eles], toda a pressão daqueles sofrimentos pessoais tinham apenas uma explicação: culpa pessoal. “Sabe, pois, que Deus exige de ti”, disse Zofar, “menos do que merece a tua iniqüidade” (11.6). No entanto, ao final, Jeová diz: “Não falastes de mim o que era reto” (42.7). O princípio pelo qual eles contenderam, que o pecado traz julgamento sobre os servos de Deus, é absolutamente verdadeiro e se aplica a inúmeros crentes. Porém, o enorme erro que eles cometeram, que é igualmente perigo para nós nesses dias em que crescente tribulação se aproxima, é que o sofrimento é, necessariamente, julgamento3. Ao longo de sua fala, Jó nunca hesitou por um momento em afirmar sua integridade, pois sabia que ela era um fato; contudo, seus amigos nunca especificaram com exatidão um único pecado em sua vida passada, nem sequer tentaram fazê-lo, enquanto atribuíam todo o sofrimento dele a uma vida tão pecadora que merecia esse julgamento esmagador4.

Deus

O próprio Jeová agora intervém nesse tremendo drama; e responde a Jó com uma palavra apenas: Deus. Na mais maravilhosa descrição da criação já dada, Ele desafia Jó: “Onde estavas tu quando Eu fundava a terra? […] Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam e todos os filhos de Deus jubilavam?” (38.4,7). Você é competente para criticar Deus? Nossa profunda ignorância das maravilhas da criação e, portanto, dos planos e propósitos insondáveis ainda mais maravilhosas que repousam, invisíveis, por trás da criação, faz todo o julgamento das ações de Deus nada menos do que um absurdo. Deus reina em meio à confusão, ao terror e à morte tão completamente como quando tudo está em perfeita ordem. Mesmo quando Jeová estava falando a Jó, a causa de seu sofrimento ainda era totalmente desconhecida para o patriarca: Jó era totalmente ignorante do drama do qual ele era a figura central e o ator principal. Menos ainda poderia ele saber que, visto por céu e inferno, esse drama, registrada no livro de abertura da Bíblia5, era provar para sempre que um filho de Deus, despojado de tudo, pode ser como o ouro purificado pelo fogo.

Penitência

Então, agora conhecemos a reação de Jó. Embora fosse “perfeito”, na medida em que os seres humanos podem ser, ele exigiu uma experiência espiritual nova. Repetidamente, e de modo quase desafiador, Jó tinha pedido ao Altíssimo que lhe concedesse uma entrevista, na qual ele poderia pleitear sua causa. Agora que ele está cara a cara com Deus, exclama: “Relatei o que não entendia […] Com o ouvir de meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos” (42.3,5). Por fim, brilhou para Jó que suas aflições era apenas um dos pensamentos primorosamente planejados de Deus, assim como Ele tinha feito a maravilhosa beleza da criação. Agora ele viu Deus em tudo, e que essa visão resolve todos os problemas. E uma revelação muito mais profunda de si mesmo acompanha a visão celestial. “Por isso”, Jó exclama, “me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (v. 6). O desespero com que ele conheceu o mistério do Senhor ao lidar com ele e a maldição sobre o dia de seu nascimento revelaram a esse nobre servo de Deus o que Paulo tinha aprendido: “Em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.18.). E, assim, a própria tragédia de sua agonia completava a santidade do santo de Deus.

Recompensa

Por fim, chegamos ao que é sempre o objetivo de Deus: “E o Senhor virou o cativeiro de Jó […] e o Senhor acrescentou em dobro a tudo quanto Jó antes possuía” (42.10,12)6. Jó não tinha sido alguém que ensinava que só deve buscar a Deus quando tudo está bem, mas um fiel seguidor de seu Senhor, a despeito da catástrofe terrível, assim confundindo Satanás completamente; e, apesar de sua paixão e dos discursos precipitados de desespero, ele não tinha perdido o favor de Deus, e agora tinha confessado e abandonado seu pecado. Nas palavras do apóstolo Tiago: “Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso [compassivo]” (5.11). O resumo que Deus dá a Jó, séculos depois, está em Ezequiel: “Quando uma terra pecar contra mim […] ainda que estivessem no meio dela estes três homens: Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas a sua alma” (14.14). Então, aqui, no primeiro livro da Bíblia, toda a doutrina do galardão desponta. Como nosso Senhor a expressa, embora muito mais amplamente do que uma recompensa em dobro: “Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos ou campos, por amor de Mim” – Jó tinha perdido tudo por amor a Deus, na divina controvérsia com Satanás – “e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos e campos, com perseguições, e no século futuro a vida eterna7” (Mc 10.29,30) –, na glória do reino8.

 


(Traduzido por Francisco Nunes de “Tribulation that is not judgment”, de D. M. Panton, M. A. Você pode usar esse artigo desde que não o altere, não omita a autoria, a fonte e a tradução e o use exclusivamente de maneira gratuita. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

1Ele se encaixa apropriadamente a nosso próprio dia, em que nos lembramos de que, ao passo que o poder original de Satanás é descrito como dunamis, um poder inerente (Lc 10.19), desde o Calvário, quando seu poder foi paralisado (Hb 2.14), ele é exousia, uma autoridade puramente concedida (Ef 2.2; At 26.18). (N. do A.)

2O autor não quer significar que os mártires ou mesmo Jó estavam tristes por sofrer (talvez, em alguma medida, isso possa ser dito de Jó), mas que seu sofrimento inspirava tristeza em quem os via (veja o exemplo dos amigos de Jó). (N. do T.)

3Embora essa inculpabilidade possa ser aplicada aos convertidos durante a Grande Tribulação, ela não se aplica aos cristãos que entraram nela, uma vez que estes, se dignos, teriam escapado (Lc 21.36; Ap 3.10). (N. do A.)

4Eles justamente manchado críticas de coração partido de Jó da Providência, mas este pecado foi após o desastre, e, portanto, não poderia ser causa do mesmo.]

5Não no sentido de ser o primeiro que o leitor encontra na Bíblia, mas o primeiro escrito, como o autor já afirmou no primeiro parágrafo do texto. (N. do T.)

6É belo notar que seus filhos e filhas também foram exatamente em dobro, na medida em que os cinco anteriores ainda eram dele, embora no Paraíso (isto é, no Hades/Sheol) com seu Senhor. (N. do A.)

7A palavra grega aionios, traduzida por “eterna”, também pode ser traduzida como “duradoura pelas eras”, se o contexto assim o indica, como nesse versículo. A vida deve seguir a morte e a ressurreição. Portanto, Jó deve ser ressuscitado ao tempo da “primeira ressurreição” a fim de ser capacitado a desfrutar a vida na era por vir” (Ap 20.6). E assim está escrito: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida minha pele [isto é, depois da minha morte], contudo ainda em minha carne [isto é, em meu corpo ressuscitado], verei Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e meus olhos, e não outros, O contemplarão [isto é, sobre a terra, na era vindoura, depois da ressurreição dos justos]” (Jó 19.25-27). (N. do E.)

8É intensamente proveitoso notar que na aurora da Bíblia, o drama se encerra sobre a terra de modo que todo pecado tem apenas um perdão: sacrifício de sangue. Jeová diz a Elifaz: “A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos […] oferecei holocaustos por vós” (Jó 42.7). Ira e sangue: o sangue do Cordeiro é o único refúgio para o qual, se não-salvos, podemos fugir da ira vindoura. (N. do A.)

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Consolo Cristo Deus Encorajamento James Smith Oração

Leve todas as suas preocupações a Ele – nos braços da fé! (James Smith)

Lançar sobre Ele todo fardo

Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1Pd 5.7).

O Senhor conhece todos os que são de Seu povo, todas as necessidades e todas as provações deles.

O Senhor pensa neles: para abençoá-los, libertá-los e supri-los.

O Senhor mantém Seus olhos sobre eles, em todos os lugares, em todos os momentos e em todas as circunstâncias.

Ele os tem em Sua mão, e não irá afrouxá-la.

Ele olha para eles sempre como Sua própria “propriedade peculiar”…
os objetos de Seu amor eterno,
a aquisição do sangue de Seu Filho,
os templos de Seu Espírito Santo.

Eles são preciosos a Sua vista!

Ele sabe que eles são fracos e medrosos – e que eles têm muitos inimigos. Ele lhes ensina a lançarem a si mesmos e a todos os cuidados em Suas mãos! E Ele lhes deu Sua promessa: que irá cuidar deles.

Ele exerce os cuidados de um Pai. É um cuidado sábio, santo, terno e constante. Por isso, tudo estará bem com você se tão-somente confiar Nele.

Creia que Ele cuida de você neste dia. Leve todas as suas preocupações a Ele, nos braços da fé! Deixe tudo com Ele, certo de que Ele irá controlar tudo por meio de Sua infinita sabedoria e trará tudo a um bom resultado por meio de Seu poder onipotente.

Não se preocupe com nada. Lance todas as suas preocupações sobre Ele, tão rapidamente quanto elas vierem.

“Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá. Não permitirá jamais que o justo seja abalado” (Sl 55.22).

 


(Traduzido por Francisco Nunes do livro The Pastor’s Morning Visit [A visita matinal do Pastor]. Você pode usar esse artigo desde que não o altere, não omita a autoria, a fonte e a tradução e o use exclusivamente de maneira gratuita. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Corações quebrantados (E. A. Bremicker)

A dor do coração quebrantado: só o Senhor a conhece e pode curar

O coração quebrantado do pecador (Lc 7.36-38)

A cena transcorre na casa de Simão, o fariseu. Um homem que se considerava justo havia convidado Jesus para uma refeição. No entanto, o acontecimento central dessa cena não é o encontro do Senhor Jesus com seu hóspede, mas o que Ele tem com uma mulher que não havia sido convidada, uma pecadora notória. Ela havia ouvido sobre o Senhor Jesus e venho ao lugar onde Ele se encontrava. Sofrendo por sua culpa, aproveitou a ocasião para descarregar o peso que tinha sobre seu coração. Empurrada por sua angústia interior e atraída pela graça do Senhor, veio à casa do fariseu, pôs-se aos pés de Jesus e chorou.

Suas lágrimas davam mostra de sua coração quebrantado. Reconheceu que era pecadora, foi sensível às riquezas da benignidade de Deus e se deixou levar ao arrependimento por essa benignidade que se revelou em Jesus (cf. Rm 2.4). O Salvador não deixou esse coração quebrantado sem resposta. Todo aquele que vem a Ele dessa maneira experimenta ter o coração curado. A mulher escutou as palavras benfazejas: “Os teus pecados te são perdoados. […] A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lc 7.48,50).

Todo pecador tem necessidade disto: do perdão e da paz. E obtém isso pela fé. Ainda hoje, o Senhor deseja curar o coração ferido dos que vivem sem Deus e sem perspectiva. O caminho que essa mulher tomou é ainda hoje o único caminho pelo qual se pode obter o perdão e a paz. Todos os demais são caminhos de erro que não conduzem à salvação. Aquele que vem ao Senhor consciente de sua culpa e de seus pecados, e crê Nele e em Sua obra redentora, recebe Suas palavras: “Vai-te em paz!”

O coração quebrantado dos crentes provados (Lc 7.11-15)

Com o coração oprimido pela tristeza, uma viúva conduzia seu filho único à tumba. Uma angústia indizível, e provavelmente numerosas perguntas sem resposta, enchiam seu coração. Mas diante dos muros da cidade de Naim, a vida veio ao encontro da morte. O cortejo fúnebre teve de se deter quando o Autor da vida se aproximou.

Com um olhar cheio de amor, o Senhor viu o que havia no coração quebrantado dessa mãe, e foi comovido por uma profunda simpatia. “E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela.” A angústia da mulher não O deixou indiferente. “E disse-lhe: Não chores” (v. 13). Foi uma palavra de consolo para o coração ferido dela.

O Senhor Jesus nos compreende quando passamos por dificuldades, quando estamos enfermos, quando estamos abatidos e temos o coração oprimido.

Depois, Jesus se revelou como o Senhor da vida e da morte. Ele tocou o esquife, e todos os que estavam ali puderam ouvir Suas palavras: “Jovem, a ti te digo: levanta-te!” (v. 14). A morte devia soltar sua presa. O coração quebrantado da mãe foi curado, seu filho lhe foi devolvido.

Em um mundo onde tudo passa, a sombra da morte plana sobre cada um e é inevitável. O mundo é o “vale da sombra da morte”. Mas precisamente a esse mundo nosso Senhor e Salvador veio. Ele mesmo experimentou o que é viver aqui; soube o que significa a perda de um ser amado. Diante da tumba de Seu amigo Lázaro também verteu lágrimas.

Por isso, Ele nos compreende quando passamos por dificuldades, quando estamos enfermos, quando estamos abatidos e temos o coração oprimido. É uma grande coisa saber que nosso Senhor tem o poder para ajudar-nos. Mas não é apenas isso: Ele nos faz desfrutar primeiro de Sua simpatia, nos ama, entra em nossas circunstância e nos consola: “Não chores!” Pode secar as lágrimas e curar os corações quebrantados.

O Mestre trabalha de maneira divinamente perfeita. Primeiro, seca as lágrimas; depois, traz a libertação. Nós, talvez, tivéssemos agido de maneira inversa. Mas o Senhor quer que aprendamos primeiro a conhecer a doçura de Suas compaixões e depois Seu poder que dá o socorro. Em Sua sabedoria, Ele mesmo decide quando e como nos ajudará. Deixemo-Lhe trabalhar. O certo é que Ele cura os corações quebrantados e fecha as feridas; Ele quer que Sua paz encha nosso coração e nos sustenha em nossas circunstâncias difíceis.

Ninguém tem o poder de trazer os mortos de volta à vida, mas o Senhor quer usar-nos para ajudar as outras pessoas. Quando encontrarmos pessoas que têm o coração quebrantado, busquemos ajudá-las no mesmo espírito que o Senhor o fez.

O coração quebrantado do crente caído (Lc 22.54-62)

Uma cena totalmente diferente se abre agora diante de nós. Homens maus, inimigos do Senhor Jesus, o conduziram ao pátio do sumo sacerdote. Pedro O seguia à distância. Pouco tempo antes, ele havia declarado, muito seguro de si mesmo, estar disposto a morrer por seu Mestre. Mas agora, uma distância entre ele e o Senhor está estabelecida. Ele entrou no pátio da casa onde se encontrava Jesus, mas se sentou entre os inimigos de seu Mestre e se aquecia ao fogo. O que aconteceu? A tentação não perdeu por esperar. Uma criada lhe dirigiu a palavra, e o medo o invadiu. Com insistência, se desassociou Daquele sobre quem se concentrava o ódio de todos. “Não O conheço” (v. 57).

Somos melhores que Pedro? Com certeza, não. Por acaso, não temos negado o Senhor em situações muito mais insignificantes? Na escola, no trabalho, entre os vizinhos? Um pouco de distância interior em relação ao Senhor basta para que caiamos diante da menor tentação.

O Senhor também não nos abandonará. Seu amor não muda.

E Jesus? Tinha tempo de pensar em Seu discípulo? Aquilo que O fazia sofrer poderia reter toda a Sua atenção, mas… maravilhoso Salvador! Seu coração estava ocupado com Pedro. Ele sabia de antemão o que ia acontecer, e esta negação O afetou profundamente, mas Ele não deixou Seu discípulo de lado. “E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro” (v. 61). Essa olhada entristecida e, ao mesmo tempo, cheia de amor foi como uma flecha que alcançou o coração de Pedro e o quebrantou. Esse homem corajoso e enérgico saiu e chorou amargamente sua falha.

O Senhor também não nos abandonará. Com Seu olhar de amor, sempre se dedica a pôr-nos na luz a fim de alcançar nosso coração. Seu amor não muda. Ele não só quer sacudir-nos e fazer-nos compreender onde falhamos, mas quer também curar-nos. Na manhã da ressurreição, Ele encontrou Pedro e falou-lhe ao coração. Pouco depois, reabilitou-o diante dos demais discípulos. Este é sempre o objetivo do Senhor: Ele quer fazer-nos voltar a uma feliz comunhão com Ele e fazer de nós servos úteis para Ele.

O coração quebrantado do Salvador

Não podemos terminar essas breves considerações sobre corações humanos quebrantados sem pensar no coração Daquele que, justamente no Evangelho de Lucas, é-nos apresentado como o “Filho do Homem”.

Seus sentimentos se descrevem profeticamente em Salmos: “Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei” (69.20). Havia curado os corações quebrantados, mas no caminho da cruz esteve sozinho com Seus próprios sofrimentos. Sempre esteve presente quando alguém necessitou de ajuda. Manifestou Sua simpatia aos que estavam consumidos de dor. Mas no momento em que Ele mesmo passou pela mais vasta angústia, o coração dos demais se fechou para Ele.

Ele havia semeado apenas amor, e na maioria das vezes colheu uma amarga hostilidade. Até mesmo reprovavam Sua confiança em Seu Deus. E Seus discípulos? O Senhor não esperava o consolo da parte dele? Haviam fugido. Jesus devia seguir esse caminho doloroso inteiramente só.

O salmo 22 expressa Seus sentimentos quando estava na cruz: “Como água Me derramei, e todos os Meus ossos se desconjuntaram; o Meu coração é como cera, derreteu-se no meio das Minhas entranhas” (v. 14).

Quem de nós poderia sondar o que foi, naquele momento, a angústia do Salvador? A Ele sejam eternamente o louvor e as ações de graças!

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(Traduzido por Francisco Nunes de “Corazones quebrantados”, da revista Creced 3/2015, publicada por Ediciones Bíblicas, da Suíça. Você pode usar esse artigo desde que não o altere, não omita a autoria, a fonte e a tradução e o use exclusivamente de maneira gratuita. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Amor Consolo Deus Disciplina Encorajamento Soberania Sofrimento Thomas Watson

Por que todas as coisas cooperam para o bem do homem piedoso?

Todas as coisas, sem exceção…

O supremo motivo pelo qual todas as coisas cooperam para o bem é o íntimo e carinhoso interesse que Deus tem por Seu povo

O Senhor fez uma aliança com os membros de Seu povo. “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Jr 32.38). Em virtude desse pacto, todas as coisas cooperam, e devem mesmo cooperar, para o bem deles. “Eu sou Deus, o teu Deus” (Sl 50.7). Esta expressão, “o teu Deus”, é a mais doce expressão em toda a Bíblia; ela revela as melhores relações, e é impossível haver tais relações entre Deus e Seu povo e, ainda assim, todas as coisas não cooperarem para o bem deles. Esta expressão, “Eu sou o teu Deus”, implica:

1. A relação com um médico: “Eu sou o teu Médico”.
Deus é um Médico habilidoso. Ele sabe o que é melhor. Deus observa os diferentes temperamentos dos homens, e sabe o que irá funcionar com mais eficácia. Alguns são de uma disposição mais dócil e são conduzidos pela misericórdia. Outros são vasos mais ríspidos e complicados; com esses, Deus trata de uma maneira mais forçosa. Algumas coisas se conservam em açúcar; outras, em salmoura. Deus não trata com todos de maneira indistinta; Ele tem provações para o forte e consolos para o fraco. Deus é um Médico fiel, e portanto usará todas as coisas para o melhor. Se Deus não lhe dá aquilo de que você gostaria, Ele dará aquilo de que você precisa. Um médico não estuda tanto tempo para satisfazer os gostos do paciente, mas para curá-lo de sua enfermidade. Nós nos queixamos de que provações muito dolorosas vêm sobre nós; lembremo-nos de que Deus é nosso Médico; portanto, Seu trabalho é para nos curar, em vez de para nos entreter. A maneira de Deus tratar com Seus filhos, embora seja severa, é uma maneira segura e que visa nos curar; ” para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem” (Dt 8.16).

Deus é nosso Médico; portanto, Seu trabalho é para nos curar, em vez de para nos entreter

2. Esta expressão, “o teu Deus”, implica a relação com um Pai.
Um pai ama seu filho; portanto, seja um sorriso, seja uma palmada, tudo é para o bem da criança. “Eu sou o teu Deus, o teu Pai; portanto tudo o que Eu faço é para teu bem”. “Sabe, pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina o SENHOR, teu Deus” (v. 5). A disciplina de Deus não é para destruir, mas para aperfeiçoar. Deus não pode causar dano a Seus filhos, pois Ele é um Pai de terno coração: “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem” (Sl 103.13). Acaso um pai buscará a ruína de seu filho, do filho que veio dele mesmo e que carrega sua imagem? Todo o seu cuidado e disposição são para o filho. A favor de quem ele deixa sua herança, senão para o filho? Deus tem um terno coração e é o “Pai de misericórdias” (2Co 1.3). Ele derrama todas as misericórdias e toda a bondade nas criaturas.

Deus é um Pai eterno (Is 9.6). Ele era nosso Pai desde a eternidade; antes que nós fôssemos crianças, Deus era nosso Pai, e Ele será nosso Pai por toda a eternidade. Um pai provê para o filho enquanto vive; mas o pai morre, e então o filho pode ser exposto a danos. Mas Deus nunca cessa de ser Pai. Você, que é cristão, tem um Pai que nunca morre; e, se Deus é seu Pai, você nunca ficará desamparado. Todas as coisas devem cooperar para o seu bem.

3. Esta expressão, “o teu Deus”, implica a relação com um Marido.
Essa é uma relação íntima e doce. O marido busca o bem da esposa; seria antinatural que ele vagueasse para destruir sua mulher. “Porque ninguém jamais odiou a própria carne” (Ef 5.29). Há uma relação marital entre Deus e Seu povo. “Porque o teu Criador é o teu marido” (Is 54.5). Deus ama plenamente Seu povo. Ele o tem gravado na palma das mãos (49.16). Ele o põe como um selo sobre o coração (Ct 8.6). Ele dará reinos por seu resgate (Is 43.3). Isso mostra quão próximo ele está do coração de Deus. Se Ele é um Marido cujo coração é pleno de amor, então, Ele irá buscar o bem de Sua esposa. Ou Ele a protegerá de um dano ou Ele o converterá para um fim melhor.

4. Esta expressão, “o teu Deus”, implica a relação com um Amigo.
“Tal [é] o meu amigo” (Ct 5.16, ARC). Um amigo é, como diz Agostinho, metade do nosso eu. Ele é atento e desejoso acerca de como pode fazer bem a seu amigo; ele promove o bem-estar dele como se fosse o seu próprio. Jônatas enfrentou o aborrecimento do rei por seu amigo Davi (1Sm 19.4). Deus é nosso Amigo; portanto, Ele converterá todas as coisas para nosso bem. Existem falsos amigos; Cristo foi traído por um amigo; mas Deus é o melhor Amigo.

Ele é um Amigo fiel. “Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel” (Dt 7.9). Ele é fiel em Seu amor. Ele deu Seu próprio coração a nós, quando entregou o Filho de Seu amor. Ali estava um padrão de amor sem paralelo. Ele é fiel em Suas promessas. “O Deus que não pode mentir prometeu” (Tt 1.2). Ele pode mudar Sua promessa, mas não pode quebrá-la. Ele é fiel em Seu proceder; mesmo quando está afligindo, Ele é fiel. “Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e que com fidelidade me afligiste” (Sl 119.75). Ele está nos peneirando e nos refinando como a prata (66.10).

Deus é nosso Amigo; portanto, Ele converterá todas as coisas para nosso bem. Existem falsos amigos; Cristo foi traído por um amigo; mas Deus é o melhor Amigo.

Deus é um Amigo imutável. “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13.5). Amigos às vezes falham numa emergência. Muitos procedem com os amigos como as mulheres, com as flores: enquanto estas estão frescas, elas as põem junto ao peito, mas, quando começam a murchar, elas as jogam foram. Ou como um viajante faz com o relógio de sol: se o sol brilha sobre o relógio, o viajante sai da estrada para consultar o relógio; mas se o sol não brilha sobre ele, ele segue dirigindo, sem sequer se lembrar do relógio. Assim, se a prosperidade brilha sobre um homem, então, os amigos atentam para ele; mas, se uma nuvem de adversidade paira sobre ele, eles não se aproximarão. Mas Deus é um Amigo para sempre; Ele disse: “De maneira alguma te deixarei”. Embora Davi andasse pelo vale da sombra da morte, ele sabia que tinha um Amigo a seu lado. “Não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl 23.4). Deus nunca afasta completamente Seu amor de Seu povo. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1). Sendo Deus tal Amigo, Ele fará todas as coisas cooperarem para nosso bem. Não há amigo que não busque o bem do amigo.

5. Esta expressão, “o teu Deus”, implica uma relação ainda mais íntima, a relação entre a Cabeça e os membros.
Há uma união mística entre Cristo e os santos: Ele é chamado “o Cabeça da igreja” (Ef 5.23). Não é verdade que a cabeça delibera pelo bem do corpo? Todas as partes da cabeça estão dispostas para o bem do corpo. O olho é posto como se estivesse numa torre de guarda; ele fica a postos para vigiar qualquer perigo que possa advir ao corpo, e preveni-lo. A língua serve tanto para provar como para discursar. Se o corpo fosse um microcosmo, ou um pequeno universo, a cabeça seria o sol desse universo, da qual procederia a luz da razão. A cabeça está posta para o bem do corpo. Cristo e os santos compõem um único corpo místico. Nossa Cabeça está nos céus, e certamente Ele não irá permitir que Seu corpo sofra dano, mas irá deliberar para a segurança dele e fará com que todas as coisas cooperem para o bem do corpo místico.

(Thomas Watson)

(Fonte)

(Pequenos aperfeiçoamentos e correções foram feitos, por Francisco Nunes, no artigo original. Consulte a fonte para outros artigo desta série.)

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Um Deus que se oculta (T. Austin-Sparks)

O Deus que se oculta sempre se revela

“Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador” (Is 45.15).

É como se o profeta tivesse sido subitamente intimidado e maravilhado com o que ele estava fazendo para profetizar! No meio de seu ministério, algo de maravilhoso abriu-se sobre ele e interrompeu essa declaração.

Deixando, por um momento, muito do que isso poderia implicar tanto como profecia quanto como previsão e sua vindicação, vamos ficar com a própria exclamação. Essa declaração é única, em princípio, com vários exemplos nas Escrituras. Olhando para o presente contexto, vemos que é a libertação de Israel do cativeiro e o retorno à Terra Prometida para reconstruir Jerusalém e o templo que está em vista. Sem dúvida, houve muita especulação e discussão a respeito de como as profecias do retorno dos judeus seria cumprida. Setenta anos tinham sido determinados e dados a conhecer como a duração do cativeiro. Os poderes gentios estavam em indubitável ascensão, e parecia muito pouco provável ou possível que Israel reconquistasse seu poder e glória nacionais entre as nações. O estado de coisas em seu próprio país – o templo destruído, a cidade queimada, a terra invadida por feras, os emissários do inimigo instalados – e a desintegração entre o povo no exílio criaram um panorama repleto de problemas aparentemente insuperáveis, e isso poderia muito bem ter levado à completa perplexidade e, até mesmo, ao desespero.

Então, o profeta é chamado para prever tudo o que ia acontecer – esta restauração – pelas mãos ou pela vontade do próprio poder gentio; que o Espírito soberano de Deus desceria sobre um homem que, por enquanto, não estava em posição de fazer isso e, provavelmente, cujo nome ainda não era totalmente conhecido. Babilônia ainda não fora derrubada: o império babilônico ainda não fora destruído; as profecias de Daniel ainda não haviam sido cumpridas. Mas aquele que faria isso foi mencionado pelo nome, e os detalhes de sua conquista são dados neste 45o. capítulo de profecias de Isaías. (Leia-o trecho por trecho.) E, em seguida, muito embora esse homem seja ignorante quanto a Deus, ele seria constrangido e compelido por Deus como um ungido para cumprir as Escrituras, libertar o povo, fornecer os meios e facilitar amplamente a restauração.

Como o profeta vê tudo em sua “visão” (“a visão de Isaías”, 1.1, uma visão que inclui tudo), ele está sobrecarregado com admiração. Todos os problemas são resolvidos, as perguntas, respondidas, as “montanhas”, aplainadas! Quem teria pensado nisso? Quem teria sonhado com tal coisa? Oh, quão profundos são os caminhos de Deus, inferiores a nossa imaginação, escondidos de nossas especulações mais intensas. “Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador”.

Quem teria pensado na cruz para o Deus Encarnado como o método e os meios de resolver o maior problema já conhecido neste universo?

Houve vários outros grandes e notáveis exemplos do mistério dos caminhos de Deus no cumprimento de Seus principais propósitos. Toda a raça [humana] tinha se afastado Dele e se envolvido em impiedade e idolatria. Foi universal. Como Deus iria atender Sua própria necessidade? Bem, Ele moveu-se para colocar a mão sobre um homem, e desse homem Ele fez uma nação. Em graça soberana, Ele fez dessa nação Seu mistério, Seu segredo, entre as nações. Israel era o mistério de Deus, o caminho oculto de Deus. Sempre havia algo misterioso sobre Israel. Paulo, contemplando esse método de Deus e vendo-o erguer-se com tal poder esmagador, fez exatamente o que Isaías fez. Enquanto escrevia o verso a seguir, ele o interrompeu com uma exclamação forte e retumbante:

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33).

Ele poderia muito bem ter acrescentado: “Tu és um Deus que te ocultas”. Quem poderia ter pensado na Encarnação, e nela, não em glória, mas em humilhação até ofender toda a expectativa do homem? Quem teria pensado na cruz para o Deus Encarnado como o método e os meios de resolver o maior problema já conhecido neste universo? Quem teria suspeitado que tudo isso estava incorporado naquele Homem de Nazaré, “o filho do carpinteiro” como O chamavam? Foi o maior mistério de Deus! Funcionou? Tem provado ser o caminho, o único caminho, e o caminho transcendentemente bem-sucedido?

E o que é verdade quanto ao mistério de Israel e ao mistério de Cristo, também é verdade quanto ao mistério da Igreja. Há um ocultamento sobre a verdadeira Igreja. Nenhum olho natural pode discerni-la. Nenhuma mente natural pode explicá-la. Reduza-a ao senso e à descrição humanos e você a perde, você capta a coisa errada. “A sabedoria de Deus (é) em mistério”, disse Paulo. Tente confiar a Igreja ao mundo sem fé, e você terá retirado da Igreja seu poder secreto! A menos que os homens consigam se dar bem vindo contra o Deus inescrutável que os esmaga, aquilo que afirma ser morada Dele é uma concha vazia.

E gostaríamos de lembrar você que aquilo que é verdadeiro nessas grandes épocas de progresso soberano ao longo dos séculos, essas intervenções e esses adventos na história da vida espiritual do mundo, é verdade na vida de cada um do verdadeiro povo de Deus. Eles serão constantemente confrontados com o “como?” de situações impossíveis, a fim de que sejam compelidos a repetidas exclamações na presença das soluções simples de Deus:

“Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas.”

“Profundamente, em minas insondáveis,
com perícia que nunca falha,
Ele entesoura Seus esplêndidos desígnios
e opera Sua vontade soberana.”1

“Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome” (Is 45.3).

(Traduzido por Francisco Nunes. Original aqui. A maior parte dos textos de Austin-Sparks é transcrição de suas mensagens orais. Os irmãos que as transcrevem não fazem nenhuma edição ou aprimoramento. Por isso, o texto conserva bastante de sua oralidade, o que, em muitas circunstâncias, não permite uma tradução mais apurada. Se houver qualquer sugestão para aprimoramento deste trabalho, por favor, deixe um comentário. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito.)

1 Segunda estrofe do hino God Moves in a Mysterious Way (Deus se move de uma maneira misteriosa), de William Cowper (1731–1800). (N.T.)

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