Se os homens soubessem que não merecem nada, que são devedores da misericórdia de Deus a cada dia, logo cessariam de se queixar.
(J. C. Ryle)
O sofrimento faz parte da condição humana e vem para todos nós. A chave é a forma como reagimos a ele: ou nos afastando de Deus com raiva e amargura ou nos aproximando Dele com confiança.
(Billy Graham)
Ninguém em seu leito de morte diz: “Tragam-me meus diplomas!” Não espere esse momento para descobrir a futilidade final das realizações humanas.
(Josemar Bessa)
Nada coloca uma pessoa tão fora do alcance dos demônios como a humildade.
(Jonathan Edwards)
Deus não espera que Lhe submetamos nossa fé sem o uso da razão, mas os próprios limites de nossa razão fazem da fé uma necessidade.
(Agostinho)
Estejam em muita oração secreta. Conversem menos com os homens e mais com Deus.
(George Whitefield)
O casamento pode ser uma grande bênção ou uma grande maldição, dependendo de onde você coloca a cruz.
Deus está disposto a lidar conosco pela graça, mas não às custas de Sua justiça.
(Jerry Bridges)
O Senhor sabe quem O está aguardando e quem não está; quem está vigiando e quem não está; quem está vencendo e quem está sendo vencido. O Senhor sabe. Que grande surpresa será!
(Stephen Kaung)
Se fugirmos da cruz, o ego nunca será destronado e a transformação não virá.
(Stephen Kaung)
O conhecimento é vago e infrutífero quando não é reduzido à prática.
(Matthew Henry)
O segredo de orar é orar em secreto.
(Leonard Ravenhill)
Se eu caminhar com o mundo, eu não posso andar com Deus.
(D. L. Moody)
Sempre vejo que os que são levados de um lado para outro por todo vento de doutrina são os preguiçosos demais para estudar doutrina.
A maioria de nós comete o erro de tentar mudar nossas circunstâncias, em vez de mudar a nós mesmos.
(Vance Havner)
A percepção de que meu relacionamento diário com Deus é baseado no infinito mérito de Cristo, e não em meu próprio desempenho, é uma experiência muito libertadora e alegre.
(Jerry Bridges)
A Igreja não tem como objetivo atrair as pessoas para si mesma. A Igreja tem como objetivo conduzir as pessoas a Cristo.
(Stephen Kaung)
Cuidado com você mesmo mais do que com qualquer outro homem; carregamos dentro de nós nossos piores inimigos.
(Charles H. Spurgeon)
Tudo o que fazemos é para a eternidade.
(Thomas Brooks)
Os que querem crescer na graça precisam ter sede de saber.
(Matthew Henry)
A natureza da esperança é esperar no que a fé crê.
“Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Ap 19.7,8).
Nesta passagem, a ênfase é totalmente colocada na idoneidade moral da noiva para a grande ocasião. “Já a Sua esposa se aprontou” para a união; “e foi-lhe dado que se vestisse”.
A veste nupcial não é aquele esplendor vulgar da grande prostituta: roupas de púrpura e escarlata, brilhando com jóias e pérolas (17.4), que apenas escondem deformidade e corrupção ocultas. A noiva santa usa apenas linho fino, resplandecente e puro. A veste do sumo sacerdote no passado era assim, quando ele entrava anualmente no Santo dos Santos diante da Presença (Lv 16.4). Aquele linho fino era tecido por mãos humanas (Êx 35.25) e, semelhantemente, a veste da noiva é feita por ela mesma: “O linho fino são as justiças dos santos” (Ap 19.8).
A própria tradução na Almeida Corrigida e Fiel (ACF) não permite que essa justiça seja a de Deus, a qual é imputada ao pecador pela fé em Cristo, pois diz: “Justiça dos santos”, e não a justiça de Deus. O sentido do termo é fixado por seu uso anterior em 15.4. A ACF traduz de modo inexato: “Teus juízos são manifestos”, mas a Almeida Revista e Atualizada (ARA) traduz corretamente: “Teus atos de justiça [ta dikaiomata] se fizeram manifestos” . “Este tecido puro, brilhante e feito de bisso, representa os atos justos dos santos […] a soma dos atos santos dos membros de Cristo, operados neles pelo Espírito Santo” (Swete). E também William Milligan (Expositors Bible, Revelation, 322):
Estes atos não são a justiça imputada de Cristo, embora só sejam realizados em Cristo. Eles expressam a condição moral e religiosa daqueles que constituem a noiva. Justiça alguma exterior apenas, com a qual possamos ser vestidos, é suficiente preparação para a bênção futura. Uma mudança interior é não menos necessária que uma idoneidade pessoal e espiritual para a herança dos santos na luz. Cristo deve ser não apenas como uma roupa, mas como vida em nós, se quisermos usufruir a esperança da glória (Cl 1.27). Não tenhamos medo de palavras como estas. Vistas corretamente, elas não interferem com nossa perfeição só no Amado, ou com o fato de que não pelas obras de justiça que tenhamos realizado, mas pela graça, é que somos salvos por meio da fé, e isto não vem de nós; é dom de Deus (Ef 2.8). Toda a nossa salvação é de Cristo, mas a mudança em nós deve ser interior como também exterior. Os eleitos são pré-ordenados para serem conformes a imagem do Filho de Deus (Rm 8.29); e a condição cristã é expressa nas palavras que dizem não somente “fostes justificados”, mas também “vós vos lavastes, mas fostes santificados […] em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1Co 6.11, ARA).
E a tradução literal desta última parte, “vós vos lavastes”, enfatiza ainda mais a verdade em questão e mostra harmonia de Paulo e João sobre essa verdade.
Deve-se observar que a justiça imputada que justifica é colocada sobre o crente por Deus, não por si mesmo, sendo considerada por ele e não assumida por ele. Romanos 4.6 diz: “O homem a quem Deus imputa a justiça”. Mais ainda: esta imputação acontece no primeiro ato de fé de cada indivíduo, enquanto que o atavio dele só acontece no dia das bodas, no término da carreira de toda a igreja de Deus, e é visto como um ato unido ao primeiro.
Existe uma precisão nas palavras de Deus correspondendo exatamente ao fato das coisas. A esposa “se aprontou” e, todavia “foi-lhe dado” fazer isso. Se o Espírito de santidade não tivesse tornado possível, nenhum membro da igreja poderia realizar atos justos; mas, embora cada ato santo seja realizado pela graça do Espírito, é o santo quem o realiza. É Deus quem opera em nós o querer e o efetuar; mas somos nós quem devemos desenvolver essa salvação numa vida de atos justos (Fp 2.12,13); e, se entristecermos ou apagarmos o Espírito e assim frustrarmos a obra de Deus em nosso interior, então, o linho fino não será tecido. E nenhuma outra veste terá participação de qualquer um na glória nupcial, embora justificado na lei pela justiça imputada. Pois o perdão de uma mulher outrora rebelde não é o mesmo que se tornar, mais tarde, a esposa de seu soberano, nem tampouco existe necessidade de que o rei pensasse em tal honra para ela.
Tudo isso é ilustrado na história de Ester. De cativa ela é exaltada à posição de rainha. Com respeito às vestes e aos enfeites de que ela precisava, tudo era presente do rei, pois ela não tinha nada adequado. Mas ela tinha de vesti-los a fim de se aproximar do rei; como está escrito: “Ester se vestiu de trajes reais” (Et 5.1)
A justificação é um benefício inicial, concedido de uma vez por todas; a santificação é um processo para a vida toda: o sacerdote deve lavar as mãos e os pés até o fim de sua carreira.
Essa obra graciosa e indispensável no crente é operada por aquilo que Cristo fala à Igreja. Assim, é dado a ela se tornar pura. Porém, as palavras devem ser obedecidas, senão permanecerão inúteis, e por isso “é dado a ela vestir-se”, realizando os atos justos direcionados pela Palavra de Deus. Tudo é pela graça; mas é a graça usada e não abusada; é a graça obedecida e não negligenciada. Pois a graça “se manifestou […] ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa e piamente”, e só vivendo assim é que estaremos verdadeiramente “aguardando a bem-aventurada esperança e [até mesmo] o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, o qual se deu a Si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para Si um povo todo Seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.11-14). Portanto, “todo o que Nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro” (1Jo 3.3).
Aos justificados, “que conosco alcançaram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pd 1.1-4), Pedro acrescenta o encorajamento de que Deus “nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e a piedade”, tornando assim a santidade de vida possível. Para este fim, Deus “nos tem dado as Suas grandíssimas e preciosas promessas”. Como um pai, que ao iniciar seu filho nos negócios lhe concede várias notas promissórias emitidas por um banco e pagáveis à vista, assim Deus enriqueceu Seus filhos para todas as exigências de uma vida santa. É pela oração e pela obediência às instruções de nosso Pai Celestial que asseguramos a riqueza espiritual prometida; e, à medida em que Seu caráter se torna desenvolvido progressivamente em nós, então, nos tornamos “participantes da Sua natureza divina”. Isso não é o mesmo que ter vida eterna, embora seja uma conseqüência dela. Todos os seres humanos têm vida humana, mas a natureza deles difere: alguns são rudes por natureza, outros, amáveis; uns são ativos, outros, indolentes; e assim por diante. Todos da família de Deus têm a vida do Pai, mas diferem no grau em que aquilo que é natural para Deus (como ser santo ou amar os inimigos) se torna natural neles. E essa diferença é proporcional à medida de apropriação de cada uma das promessas divinas. A negligência das promessas deixa a alma pobre, assim como negligenciar as promissórias do banco deixam o bolso vazio.
O padrão é alto, embora atingível pelo Espírito, por meio da obediência à Palavra. As histórias de José, Samuel e Daniel são narradas com detalhes. Cada um deles estava cercado de depravação moral e grosseira, mas Deus não registrou nada contra eles. Não quer dizer que não tinham pecado; só Cristo não pecou. E Paulo escreveu aos crentes numa cidade pagã e ímpia: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa” (Fp 2.12-16). É possível ao crente “guardar-se imaculado do mundo” (Tg 1.27), e aquele que assim anda de vestes brancas aqui e agora terá permissão de vestir-se para comunhão com Cristo como parte da noiva no final (Ap 3.4,5; 2Co 7.1; Ap 22.2,3). Cada um deve tecer sua veste nupcial própria e pura pela graça de Deus, e somente para o louvor e glória daquela graça. A noiva será, então, para o prazer e a honra do Noivo.
Quem quiser verificar sua verdadeira condição espiritual pode fazê-lo notando quais foram os seus pensamentos nas últimas horas ou nos últimos dias. Em que você pensou quando estava livre para pensar no que lhe agradasse?
O homem humilde aceita que se lhe diga a verdade. Ele crê que em sua natureza caída não habita bem nenhum. Reconhece que, separado de Deus, não é nada, não tem nada, não sabe nada, nem pode fazer nada. Mas esse conhecimento não o desanima, porque também sabe que, em Cristo, ele é alguém. Sabe que para Deus ele é mais precioso que a menina de seus olhos e que pode todas as coisas por meio de Cristo, que o fortalece; ou seja, pode fazer tudo o que está dentro da vontade de Deus que ele faça.
A vida em que o Espírito habita não é uma edição de luxo do cristianismo que deve ser desfrutada por determinados cristãos extraordinários e privilegiados que, por acaso, são melhores e mais sensíveis do que o restante. Ao contrário, é o estado normal para todo homem e mulher remido em todo o mundo.
O pecado tem sido disfarçado nestes dias, aparecendo com novos nomes e caras. Você pode estar sendo exposto a esse fenômeno na escola. O pecado é chamado por diversos nomes enfeitados ― qualquer nome, menos pelo que ele realmente é. Por exemplo: os homens já não ficam mais sob convicção de pecados; eles têm complexo de culpa. Em lugar de confessar suas culpas a Deus, para se livrarem delas, deitam-se num divã e tentam relatar o que sentem a um homem.
Toda a fraqueza dos fariseus jazia na qualidade de seus motivos.
Uma vida cristã estagnada e infrutífera é resultado da ausência de uma sede maior de comunhão com Deus.
O impulso de buscar a Deus origina-se em Deus, mas a realização do impulso depende de O seguirmos de todo o coração.
A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo.
Não queira saber coisas que são inúteis. Aprenda a orar interiormente a todo momento. Depois de algum tempo fará isso em qualquer lugar, inclusive no trabalho.
O contentamento religioso sempre é inimigo da vida espiritual. A biografia dos santos ensina que o caminho para a grandeza espiritual sempre foi por meio de muito sofrimento e dor no íntimo.
Por causa do que tenho pregado não sou recebido na maioria da igrejas da América do Norte.
Aiden Wilson Tozer nasceu no dia 21 de abril de 1897, em Newburg, Pensilvânia (EUA). A. W. Tozer foi alcançado por Cristo em 1915, aos 18 anos. Aos 22 anos, ingressou no ministério pastoral da Igreja Aliança Cristã e Missionária, denominação cristã fundada por Albert Benjamin Simpson. Tozer foi muito influenciado pelos ensinos de A. B. Simpson acerca do Espírito Santo, proporcionando sua aproximação com os ensinos da Convenção de Keswick organizada pelo Movimento da Vida Superior, que prezava os ensinamentos da linha da vida interior, representado por Madame Guyon, Andrew Murray, Jessie Penn-Lewis, T. Austin-Sparks, Watchman Nee, dentre outros.
Além da devoção coletiva realizada no culto, Tozer valorizava as orações individuais, pois eram cruciais no seu dia-a-dia. Seus escritos e suas pregações eram conseqüência de sua vida de oração. Seus livros e seu legado espiritual atraem muitos cristãos sinceros e interessados no conhecimento e na vida profunda em Deus. Christian Chen declarou: “A. W. Tozer e T. Austin-Sparks sãos os maiores profetas do século 20”. Aiden Wilson Tozer trilhou o caminho espiritual que poucos concluíram, caracterizado pelo conhecimento profundo de Deus, buscando desesperadamente a sabedoria do Salvador para servi-Lo e adorá-Lo plenamente. Convocou os crentes sinceros para voltarem às Escrituras e à prática que definiu o princípio da Igreja: fé e santidade.
A.W. Tozer cultivou estreita amizade com Leonard Ravenhill que utilizava muitos de seus livros para elaborar os sermões.
No dia 12 de maio de 1963, Tozer sofreu um ataque cardíaco e dormiu no Senhor, deixando um legado precioso para os cristãos sequiosos; no entanto, suas pregações trouxeram desconforto para as massas acomodadas do cristianismo.
O cientista moderno perdeu Deus no meio das maravilhas deste mundo; nós, os cristãos, estamos em verdadeiro perigo de perder Deus no meio das maravilhas de Sua Palavra.
(A. W. Tozer)
Se você vai caminhar com Jesus Cristo, você vai estar contra todo o mundo e contra a grande maioria dos evangélicos também.
(Paul Washer)
A pessoa que nunca medita sobre a glória de Cristo nas Escrituras agora não terá qualquer desejo real de ver a glória no céu.
(John Owen)
Não há doutrina mais excelente em si ou mais necessária para ser pregada e estudada do que a doutrina de Cristo, e este crucificado.
(John Flavel)
A fé é o que vence o mundo; ela faz nossas todas as promessas de Deus.
(Jeremias Burroughs)
O verdadeiro deus de seu coração é para onde seus pensamentos vão sem esforço quando não há mais nada exigindo sua atenção.
(Tim Keller)
Nada obterá mais sucesso em dividir a igreja do que o amor ao poder.
(Crisóstomo)
Há igrejas que se encontram tão completamente afastadas da mão de Deus que, se o Espírito Santo se afastasse delas, elas não perceberiam isso durante muitos meses.
Parece que Maria Madalena e o pequeno grupo de mulheres vieram cedo ao sepulcro, naquela terceira manhã, com a intenção de completar a unção do corpo de Senhor, que havia sido feita apressadamente na tarde do dia da Crucificação. Para isso elas levavam consigo as especiarias necessárias (Mc 16.1; Lc 24.1). Entretanto, ao se aproximarem do sepulcro elas viram que a grande pedra havia sido removida, e logo pensaram que o corpo de Jesus havia sido removido por alguma pessoa ou pessoas desconhecidas. Talvez as outras mulheres tenham demorado por ali para investigar, mas Maria Madalena partiu apressadamente para avisar Pedro e João dizendo: “Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram” (Jo 20.2). Como seria de esperar, aqueles dois discípulos foram imediatamente ao jardim, e João, o mais novo, ultrapassou Pedro, e chegou primeiro. Ele inclinou-se, olhou para dentro e viu os lençóis de linho no chão. A palavra traduzida “no chão” é muito importante. Por que não dizer simplesmente “ele viu os lençóis?” Haveria algo importante sobre a posição dos lençóis que chamou a atenção do discípulo? Tendo notado este fato João não entrou. Foi então que Pedro chegou e, típico deste discípulo impulsivo, ele entrou imediatamente no túmulo e viu, ele também, os lençóis “no chão”, e viu também o “lenço” que envolvera a cabeça do Salvador, como um turbante, não “no chão” com os lençóis, mas num lugar à parte. João então entrou no sepulcro e viu, e creu. Tudo ali evidenciava um milagre!
Devemos notar aqui diversos fatos importantes. Primeiro, se de fato o corpo tivesse sido roubado, por que os ladrões simplesmente não o levaram como estava enrolado nos lençóis? Por que perderam tempo removendo os lençóis e deixando-os no túmulo? Seria estranho, para começar. Mas, em segundo lugar, os lençóis estavam no “chão”, e a palavra no original significa que estavam estendidos exatamente da mesma forma como quando envolviam o corpo do Salvador, exceto pelo fato que o peso das especiarias dentro deles causou um achatamento, embora ainda retivessem o formato de rolo, camada sobre camada. Como Henry Lathan escreveu, em seu ótimo livro The Risen Master [O Mestre ressurreto]: “Se uma pessoa grega quisesse expressar a idéia de ‘estendido no chão’ ou ‘deitado estendido’, esta seria a palavra que ele usaria”. Os lençóis não foram deixados num monte embolado no chão. Eles “jaziam” estendidos de forma ordeira, mas o corpo desaparecera.
Uma terceira coisa a ser notada, e que é frequentemente ressaltada, é o fato que nos versículos que registram esses acontecimentos (vv. 5-8) são usadas três palavras diferentes para “ver”. Quando João chegou primeiro ao sepulcro ele parou do lado de fora, abaixou-se, olhou para dentro e “viu” (blepo, 991) os lençóis no chão. É a palavra comum para visão, e ver. João simplesmente viu os lençóis no chão do sepulcro. Mas Pedro, tendo entrado, “viu” (theoro, 2234) a posição dos lençóis. Esta palavra indica que Pedro estava examinando, considerando o que via, teorizando, tentando chegar a uma explicação pelo que via. Para citar Henry Lathan novamente: “João apenas viu o que não podia deixar de ver através da porta, mas Pedro olhou atentamente, com um propósito em mente; ele queria entender como o corpo poderia ter sido removido”. Em seguida, João entrou também e “viu” (eido, 1492) e creu. João agora viu com entendimento. Era, poderíamos dizer, um: “Agora vejo!” Ele vira, de fato, a evidência de um milagre. A mortalha jazia estendida, camada sobre camada, como já notamos, exatamente como estivera quando envolvia o corpo de Jesus, mas achatada sob o peso da mirra e aloés (19.39), mas o corpo do Salvador não estava mais nele. Mas como? Mesmo sem qualquer consideração das Escrituras naquele momento (20.9), João estava convencido da veracidade da ressurreição de Cristo.
Havia ainda o lenço que estivera envolvendo a cabeça do Senhor. Este não estava “com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte” (v. 7). Devemos lembrar que no túmulo haveria um recesso no qual o corpo estaria, e no seu final uma saliência, um tipo de degrau, de duas ou três polegadas de altura, que servia de travesseiro. A maneira oriental de preparar um corpo para o sepultamento era envolvê-lo todo, colocando especiarias entre as camadas, exceto a cabeça e o pescoço. A cabeça era tratada separadamente, envolta com um turbante que deixava o rosto à vista. Assim preparado, era o costume depositar o corpo com a cabeça repousando sobre a saliência. O que os discípulos agora viram foi que o lenço, o pano ou toalha, que envolvera a cabeça do Senhor não estava “no chão” com os lençóis de linho. Não estava achatado como eles, pois não teria peso suficiente de especiarias para fazê-lo ceder. Também, não havia sido caprichosamente dobrado e colocado em algum outro lugar. Nem fora colocado com os lençóis de linho. Estava num lugar sozinho, separado dos lençóis, sobre aquele travesseiro de pedra, e ainda enrolado como estivera ao envolver a cabeça do Salvador. Como diz uma tradução: “Não junto com os lençóis, mas enrolado em seu próprio lugar” (Moffatt).
Os lençóis e o lenço juntos serviram de testemunho para Pedro e João de que um milagre acontecera. A mortalha fora esvaziada e deixada intacta como um testemunho à ressurreição. Não nos surpreende ver que os discípulos saíram “admirando consigo” (Lc 24.12) sobre o que tinha acontecido. Isso não significa que eles deixaram o sepulcro duvidando. Eles saíram do jardim com admiração, maravilhando-se com o que tinham visto, pois este é o sentido da palavra “admirando” (thaumazo, 2296).
O testemunho de Maria Madalena
Alguém pode perguntar por que os discípulos foram para casa e deixaram uma mulher chorando, sozinha no jardim. Pode ser que eles nem perceberam que ela estava ali. Pode ser que ela tenha se isolado entre as folhagens do jardim, preferindo estar sozinha na sua tristeza. Mas, quando eles partiram, Maria permaneceu. Ela demorara junto à Sua cruz, e agora permaneceu junto ao Seu sepulcro. Conforme registrado em João 20, chorando, ela se abaixou como João fizera, pois a entrada do sepulcro tinha somente pouco mais de um metro de altura, e olhando para o seu interior por entre lágrimas ela viu dois anjos vestidos de branco assentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde o corpo de Jesus jazera. Maria não estava muito interessada em anjos. Ela bem poderia ter usado as palavras de outra mulher, que disse: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?” (Ct 3.3). Mas os anjos falaram bondosamente a ela: “Mulher, por que choras?” (Jo 20.13). Ela respondeu: “Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde O puseram”; e tendo dito isto, ela virou-se. Parecia haver certa indelicadeza no seu gesto. Será que ela observou os anjos olhando para além dela, como se estivessem vendo alguém às suas costas? Ou teria ela ouvido passos discretos? Seja como for, ela voltou-se e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. Ele lhe fez a mesma pergunta que os anjos haviam feito, mas com a terna adição: “Mulher, por que choras? A quem buscas?” (v. 15). Com certeza Ele sabia o significado daquelas lágrimas, e sabia também a quem ela buscava. Pobre Maria, ela supôs que falava com o hortelão, mas se ele soubesse onde o corpo do seu Senhor estava, então que tão somente o dissesse, e ela o levaria. Como poderia ela ter feito isso? Entretanto, o amor não se detém para calcular minúcias. Maria queria aquele a quem ela amava, e de alguma maneira haveria de levar aquele corpo sagrado. Note que agora ela dera as costas ao suposto hortelão, mas ao ouvir aquela única palavra: “Maria”, ela se volta imediatamente para Ele. Seria a forma do nome que Ele usou: “Míriam”? Ou foi o tom familiar da Sua voz? Ou foi um momento de revelação àquela alma devota? Sua resposta foi uma única palavra, assim como a Sua saudação havia sido: “Raboni”, “Meu Mestre”, ela disse, e se apegou a Ele. Mas Ele disse: “Não me detenhas” ou, em outra tradução, “Não me segure”. Ele ainda não havia subido para o Pai, e haveria outras oportunidades de vê-Lo novamente. Por agora, ela deveria ir aos discípulos e divulgar a nova a todos eles. Quem poderia ter convencido Maria Madalena de que seu Senhor não havia ressuscitado de entre os mortos? Ela nunca esqueceria aquela cena no jardim. Maria O viu, O tocou e conversou com Ele. Aquele que estivera morto esta novamente vivo. Havia de fato ressuscitado.
O testemunho das mulheres
Devemos lembrar que outras mulheres também foram ao sepulcro naquela manhã com Maria, e pode ser que houve outras que, além destas, também visitaram o sepulcro. Em algum momento estas mulheres, assim como Maria, viram ali um anjo que disse: “Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos” (Mt 28.1-10). Elas partiram apressadamente, com sentimentos confusos de espanto e grande gozo, para levar as notícias, mas no caminho Jesus saiu-lhes ao encontro e falou uma palavra: “Salve”, que significa “Saudações, regozijai” (chairo, 5463). Elas abraçaram os pés Dele num ato de homenagem e reverência, e O adoraram. Ele então as mandou ir e dizer a Seus irmãos que logo os veria. Elas tiveram a garantia através do mensageiro angelical de que o Salvador estava vivo, mas agora, melhor ainda, elas O tinham visto e ouvido e O tocado. Não restava agora dúvida alguma quanto à Sua ressurreição. Ninguém poderia persuadir estas mulheres de que o seu Senhor não havia ressuscitado dentre os mortos.
O testemunho da dupla de Emaús
Foi depois disso, no mesmo dia, que dois discípulos caminhavam juntos pela estrada de Jerusalém a Emaús, cerca de onze quilômetros (veja Lc 24.13-35). É fácil crer, como muitos, que eles eram marido e mulher, embora isso não possa ser provado, mas realmente não importa. Ao caminharem juntos conversavam entre si e falavam sobre os acontecimentos dos dias anteriores. Estavam tristes, e isso era visível nos seus rostos. Foi então que o Forasteiro se juntou a eles. Ele falava com eles sobre os acontecimentos recentes como se fosse, de fato, um viajante solitário que não estivesse a par de tudo que acontecera. Jesus de Nazaré, que eles criam ser o Redentor prometido, fora entregue pelos seus líderes e crucificado, eles Lhe disseram. Eles falaram e em seguida Ele lhes falou, e abriu-lhes as Escrituras que profetizavam sobre os mesmos sofrimentos e morte do Messias que eles haviam testemunhado. Portanto, não deveria o Cristo ter padecido o que fora profetizado e então entrar na Sua glória? Eles devem ter crido em tudo que os profetas falaram, e assim essa conversa continuou até que chegaram à sua casa em Emaús. Com grande cortesia, Jesus, ainda desconhecido deles, fez como quem ia para mais adiante, mas eles O constrangeram a ficar com eles, e Ele se sentou à mesa com eles. Quase imperceptivelmente, Ele parece ter trocado de lugar com eles. Ele se tornou o anfitrião. Agora eles eram os convidados, quando Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e o deu a eles. Naquele momento os seus olhos foram abertos e eles O reconheceram, mas Ele desapareceu da vista deles. Mas era o bastante! O Salvador estava vivo! Eles O viram; ouviram-No; conversaram com Ele; e Ele se assentara à mesa com eles. Apressadamente, então, eles voltaram a Jerusalém naquela mesma hora, com corações que ardiam, para relatar a história aos onze que estavam reunidos. Que eloqüente orador infiel poderia persuadir este casal de que Jesus não estava vivo, ressuscitado dentre os mortos?
O testemunho de Pedro
Quando a dupla da aldeia chegou ao grupo de discípulos, a grande nova já os havia precedido. Os onze disseram: “Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão” (v. 34). Muito pouco se sabe sobre esta aparição do Salvador ressurrecto, mas tal é a sua importância que Paulo a cita como prova da ressurreição de Cristo (1Co 15.5). Em algum lugar, em algum momento, por alguma razão, acerca da qual podemos somente fazer suposições, houve uma aparição especial do Senhor ressurrecto a Pedro, também chamado Cefas. Quem ousaria confrontar um homem como Pedro e tentar dizer-lhe que Jesus realmente não havia ressuscitado dentre os mortos? Ele diria simplesmente: “Mas eu O vi!”
O testemunho dos dez discípulos
Esta reunião dos “onze” em Lucas 24 é sem dúvida a mesma de João 20.19, da qual Tomé, por alguma razão desconhecida, estava ausente. Judas tinha partido, e assim o pequeno grupo de apóstolos, inicialmente conhecido como “os doze”, agora é chamado de “os onze”, embora um deles estivesse temporariamente ausente. Este termo tinha-se tornado como o termo “os doze”, usado para descrever aquele grupo apostólico, para diferenciá-los do grupo maior de discípulos. Eles estavam reunidos como que secretamente, atrás de portas fechadas por medo dos judeus. De repente, o Salvador pôs-se no meio deles, dizendo-lhes que não temessem, e mostrando-lhes as mãos e os pés como prova de que Ele era de fato Aquele que eles conheciam. Ele os convidou então a apalpá-Lo para mostrar-lhes que não estavam vendo um fantasma. Ele era de fato seu Senhor, ressuscitado dentro os mortos. Aqueles homens mais tarde pregaram ousadamente da ressurreição de Cristo. Eles O tinham visto!
O testemunho de Tomé
Como já foi mencionado, Tomé, por alguma razão desconhecida, estava ausente naquela ocasião. Quanto os discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor” (Jo 20.25), Tomé ficou cético. Afinal, ele vira o Salvador cravado na cruz, e sabia que uma lança havia traspassado o Seu lado. Se fosse para Tomé acreditar que se tratava realmente do Senhor, primeiramente ele precisaria ver e tocar o sinal dos cravos, e pôr a sua mão naquele lado traspassado. Do contrário, dizia ele, “de maneira nenhuma crerei”. Oito dias mais tarde o pequeno grupo estava reunido novamente e Tomé com eles. O Senhor apareceu no seu meio como fizera antes, e sabendo exatamente o que Tomé dissera Ele, em graça, o convidou a pôr o seu dedo nas marca dos cravos, e a sua mão no lado que fora traspassado. Tomé prostrou-se em adoração exclamando: “Senhor meu, e Deus meu!” Em certo sentido, a ausência de Tomé naquela primeira reunião provou ser uma bênção! Um cético foi convertido! O homem que dissera: “de maneira nenhuma o crerei”, é agora um crente convencido. Portanto, não fica insustentável, agora, a posição de incredulidade de outros? “Bem-aventurados os que não viram e creram” (v. 29).
O testemunho de sete discípulos junto ao lago
Esta história é contada em João 21. Pedro e Tomé, Natanael, Tiago e João e outros dois discípulos anônimos estavam reunidos junto ao Mar da Galiléia. Eles decidiram ir pescar por sugestão de Pedro, mas foi uma expedição infrutífera. Labutaram a noite toda e nada apanharam. Ao amanhecer, eles se aproximaram da praia e viram o Desconhecido na praia do lago. Assim como Maria no jardim, “eles não conheceram que era Jesus”. Ele lhes disse que lançassem a rede do lado direito do barco, e ao fazê-lo apanharam uma multidão de peixes. Foi João quem disse: “É o Senhor”. Logo depois estavam com Ele na praia. Ele acendera um fogo e assara um peixe e pão para eles, e depois de terem comido, Ele conversou ternamente com eles. Estes sete discípulos viram o Senhor ressurrecto. Mais tarde eles iriam, na sua pregação Pentecostal, testemunhar da Sua ressurreição.
O testemunho dos quinhentos
Não sabemos nada acerca dessa aparição do Salvador ressurrecto, além do fato que aconteceu, e isso é o suficiente! Muito provavelmente se deu na Galiléia, num lugar por Ele designado (Mt 28.16). Paulo, escrevendo talvez uns vinte e cinco anos mais tarde, podia dizer aos coríntios: “Depois apareceu, uma vez, a mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também” (1Co 15.6). Quinhentos de uma vez! Alguns já haviam morrido, mas a maioria ainda vivia quando Paulo escreveu, e podiam confirmar que viram de fato o Salvador ressurreto. Quem poderia duvidar deles?
O testemunho de Tiago
Tiago também teve um encontro pessoal particular com o Senhor, como Pedro tivera, em algum lugar, em alguma hora, por alguma razão, embora os detalhes não nos sejam revelados. Mas aconteceu (v. 7)! A observação do comentarista Albert Barnes é interessante. Comentando que este era Tiago, o irmão do Senhor, ele escreve: “Este Tiago, o autor da epístola que leva o seu nome, estava em Jerusalém. Quando Paulo foi para Jerusalém, depois da sua volta da Arábia, ele teve um encontro com Tiago (Gl 1.19): ‘E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor’, e é muito provável que Paulo lhe teria falado da visão que tivera do Senhor, no caminho para Damasco, e que Tiago também lhe contara que O tinha visto depois da ressurreição. Esta pode ser a razão por que Paulo menciona o fato; porque o havia ouvido dos lábios do próprio Tiago”. Fica cada vez mais difícil saber por que, ou como, os homens ainda podiam negar que Cristo ressuscitara, quando tantas testemunhas podiam se levantar e dizer: “Nós O vimos”.
O testemunho de Estêvão
A tocante história de Estêvão, o mártir, é contada em sua inteireza em Atos 6.8―7.58. Certos homens de uma das sinagogas de Jerusalém haviam disputado com Estêvão, mas foram incapazes de resistir à sabedoria com que lhes falava. Isso os levou a fazer com ele o mesmo que fizeram com seu Senhor antes dele: “Subornaram uns homens, para que dissessem: ‘Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus’. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós o ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir esse lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu”. A blasfêmia com certeza era deles, e, quando os do conselho fitaram Estêvão, viram que seu rosto resplandecia como o rosto de um anjo! Em seguida temos o que é chamado de “a defesa de Estêvão”, e por algum tempo eles lhe deram atenção enquanto lhes falava. Mas, quando ele ousadamente os acusou de não aceitarem a mensagem dos profetas com relação ao Justo, e da sua rejeição daquele Justo, de quem eles eram traidores e assassinos, eles, irados, rangeram os dentes contra ele. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para os Céus, e viu a glória de Deus e Jesus em pé à destra de Deus. Seu testemunho para eles foi: “Eis que eu vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Eles o lançaram fora da cidade e o apedrejaram até a morte, mas o grande legado de Estêvão, para nós, é sua visão do Cristo ressurrecto, um Homem na glória à destra de Deus.
O testemunho de Paulo
A história de Paulo é bem conhecida. Ele fora Saulo de Tarso, blasfemo e perseguidor dos cristãos. Ele estivera presente, concordando com o apedrejamento de Estêvão (7.58). Mas ao viajar para Damasco com o propósito de trazer cristãos presos para Jerusalém, ele se encontrou com o Cristo ressurrecto (9.3-6). Ele conta a sua própria história em Atos 22: “Ora, aconteceu que, indo eu já de caminho, e chegando perto de Damasco, quase ao meio-dia, de repente me rodeou uma grande luz do céu. E caí por terra, e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues? E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus Nazareno, a Quem tu persegues.” Foi uma conversão imediata de um homem que pessoalmente confessa ter sido “um blasfemo e perseguidor, e um homem insolente e arrogante” (1Tm 1.13, JND), mas que mais tarde escreve: “Para mim o viver é Cristo” (Fp 1.21). O que mudara tão radicalmente um homem como Saulo de Tarso? Foi a visão do Cristo ressuscitado, o mesmo Homem na glória que Estêvão viu. Quem poderia persuadir Paulo de que não houve ressurreição?
O testemunho de João
Embora sejam muito extensas para esse breve artigo, as visões que João teve de Cristo, no livro de Apocalipse, precisam ser acrescentadas à lista de testemunhos ao Senhor ressurrecto. Vez após vez, ao longo do último livro do Novo Testamento e de toda a Escritura Sagrada, João escreve sobre Aquele que ele viu. Estava lá, na glória, o Homem que estivera no Calvário. Ele estava exaltado nos céus, onde multidões O adoravam e Lhe prestavam culto e onde cantavam Daquele que as amou, e as lavou dos pecados com Seu sangue. As memórias de Sua cruz e de Sua morte cruel nunca se apagarão, mas Ele diz de Si mesmo: “Eu sou […] o que vivo, e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém” (Ap 1.18). Ele vive no poder de uma vida eterna e na vitória de Sua ressurreição.
Depois de você e eu escrevermos uma carta, escrevemos um pós-escrito; depois de escrevermos um livro, poderemos escrever um apêndice ou inserir alguma coisa que omitimos. Mas, a esta nossa vida, não haverá um pós-escrito. Devemos fazer nosso trabalho agora ou nunca; e, se não cumprirmos nosso serviço para Deus agora, agora mesmo, enquanto tivermos a oportunidade à disposição, nunca poderemos cumpri-lo. Se você omitir alguma coisa ontem, você não poderá alterar o fato do serviço imperfeito daquele dia. Se estiver mais zeloso agora, será a obra de hoje; mas o ontem continuará sendo tão incompleto quanto você o deixou. Devemos, portanto, ficar alertas para cumprir a obra Daquele que nos enviou, enquanto ainda estivermos no hoje.
(C. H. Spurgeon)
Enquanto alguns procuram erros na Bíblia e enganos nas traduções, um homem sincero, com a Bíblia aberta, sem dúvida encontrará bem depressa o que há de errado consigo mesmo.
(A. W. Tozer)
Se qualquer coisa se torna mais fundamental do que Deus para sua felicidade, sentido de vida e identidade, então, essa coisa é seu ídolo.
(Tim Keller)
O orgulho é o mais oculto, secreto e enganoso de todos os desejos!
(Jonathan Edwards)
A Palavra de Deus é uma espada afiada de dois gumes que suaviza e endurece, conforta e aflige, salva e condena.
(Steven Lawson)
Por sua fruta é a árvore conhecida, e por sua fala a pessoa é revelada.
(Watchman Nee)
Nenhum aprendizado pode compensar a falta de oração. Nenhuma seriedade, nenhuma diligência, nenhum estudo, nenhum presente suprirá sua falta.
Como aqueles que andam por fé e não por vista, os crentes no Senhor Jesus não se interessam muito em provar questões relativas a sua fé. No entanto, há uma grande verdade que é atestada por muitas provas: a ressurreição de Cristo dentre os mortos (At 1.3). Tal é a força da palavra “provas” (do grego tekmerion [5039 na concordância de Strong]), que os tradutores procuraram indicar e enfatizar essa força pelo uso da palavra “infalíveis”. O comentarista Adam Clarke escreve: “Por muitas provas de tal natureza, e ligadas com tais circunstâncias, de modo a torná-las indubitáveis, pois esse é o peso da palavra grega”. Algumas dessas provas são práticas e físicas; algumas, pessoais e algumas, experimentais, sendo o testemunho e o depoimento de vários indivíduos e grupos de pessoas que realmente viram o Salvador durante aqueles quarenta dias depois de Sua morte e de Seu sepultamento, quando Ele se mostrou novamente vivo, ressuscitado do sepulcro (At 1.3).
Os fatos de Sua morte
Não pode haver a menor dúvida sobre a realidade da morte de Cristo. A idéia proposta por certos críticos de que Ele realmente nunca morreu, mas apenas desmaiou, é ridícula ao extremo, e será considerada mais tarde. Depois de seis horas de dor e sofrimento, cravado na cruz, o Senhor Jesus clamou: “Está consumado”, entregou Seu espírito a Seu Pai, inclinou a cabeça e morreu (Jo 19.30; Lc 23.46). A lança cravado em Seu lado deu provas de que Ele havia de fato morrido, e o testemunho do centurião encarregado confirmou isto ao governador romano, que se maravilhou de que Cristo já estivesse morto (Jo 19.34; Mc 15.44). As Escrituras, redigidas mais tarde, não deixam lugar para dúvidas acerca da realidade da morte de Cristo. “Cristo morreu por nossos pecados […] Cristo morreu pelos ímpios […] Cristo morreu por nós” (1Co 15.3; Rm 5.6,8). Há uma abundância de declarações de Sua morte tanto no Antigo como no Novo Testamento, e nenhuma mente honesta pode questionar o fato de que Jesus morreu ou dele duvidar.
A maneira de Seu sepultamento
Já tarde no dia de Sua crucificação, dois influentes conselheiros judeus, José de Arimatéia e Nicodemos, rogaram a Pôncio Pilatos, o governador, pelo corpo de Jesus Cristo. O governador o concedeu, e, tendo tirado o corpo da cruz, os conselheiros o enrolaram numa mortalha com especiarias e o puseram numa tumba que nunca fora usada antes. Era um sepulcro puro, novo, nas vizinhanças do Gólgota, o lugar da crucificação (Jo 19.41). Era um túmulo localizado num jardim, esculpido numa rocha.
Se a lança que perfurou o lado de Jesus provou que Ele morrera, agora a pedra que foi rolada até a entrada da sepultura encerrou a história da vida maravilhosa que terminara na cruz naquela triste tarde. Jesus de Nazaré estava morto e sepultado. Sozinho, Ele jazia naquele sepulcro novo, e a grande pedra fechava a entrada.
A guarda e o selo
Ninguém duvidava agora que Jesus estivesse morto, e havia também testemunhas de Seu sepultamento naquele túmulo do jardim, mas os cínicos sacerdotes e fariseus ainda não estavam satisfeitos. Eles se lembravam de que em vida Jesus dissera: “Depois de três dias ressuscitarei” (Mt 27.63). Eles agora temiam que, de alguma forma, os discípulos de Jesus pudessem vir sorrateiramente durante a noite, roubar o corpo e proclamar ao povo: “Ressuscitou dentre os mortos” (v. 64). Esses líderes levaram, então, seus temores a Pilatos, exigindo que o sepulcro fosse guardado. Pilatos, talvez agora já impaciente com eles, disse: “Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes”. Essa foi a permissão de que eles precisavam para usar um destacamento dos guardas romanos, aquartelados na Fortaleza Antônia, junto do Monte do Templo, que às vezes faziam o serviço de guarda no Templo. Os guardas pontualmente tomaram suas posições junto ao sepulcro.
A grande pedra fechava a entrada. É bem provável que havia uma corda esticada na frente da pedra e presa nas paredes de pedra a cada lado da entrada com um selo de cera (Mt 27.66). A cera estaria carimbada com o sinete do governador, símbolo da autoridade do imperador. E havia também os guardas romanos. Com tantas precauções quem iria, ou quem se atreveria a roubar o corpo Daquele que ali jazia? Havia, assim, uma segurança tripla no túmulo do Salvador: a pedra, o selo e os soldados.
O sepulcro vazio
Por três dias houve silêncio. Foram dias tristes e solitários para aqueles que acompanharam o Salvador durante os anos de Seu ministério. Eles haviam caminhado com Ele, conversado com Ele, comido com Ele. Tinham ouvido Seu ministério, testemunhado Seus milagres e feito muitas perguntas; e Ele fora o seu fiel confidente, companheiro e amigo. Agora, Ele se fora. Dois deles que caminhavam juntos para Emaús disseram tristemente: “Nós esperávamos [confiávamos]…” (Lc 24.21). Eles usaram o tempo passado. Suas esperanças haviam sido despedaçadas. Durante três dias, tudo fora trevas para eles. Haviam porventura cessado de confiar, agora? Mas algo já havia acontecido naquele primeiro dia da semana, algo do qual eles ainda nada sabiam.
Aqueles que, ainda de madrugada, se dirigiram ao sepulcro foram surpreendidos ao encontrar a pesada pedra removida. O anjo do Senhor havia descido dos céus, removido a pedra da entrada e se assentado sobre ela, como que desafiando a morte e a sepultura. Os guardas, estremecidos de terror e desmaiados de pavor, estavam como mortos. E o túmulo estava vazio! Havia uma mensagem angelical para as mulheres, que elas deveriam transmitir aos discípulos: “Não tenhais medo, pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos” (Mt 28.5-7).
Em vão vigiam Seu leito,
Jesus, meu Salvador;
Em vão selam o túmulo,
Jesus, meu Senhor.
(Robert Lowry)
Portanto, esses são os fatos. O Salvador morreu e foi sepultado num túmulo novo. Apesar da guarda romana e do selo oficial, a pedra foi removida e a sepultura estava vazia no terceiro dia após o sepultamento. Como se explica o túmulo vazio? Ninguém jamais negou ou duvidou que o túmulo estivesse de fato vazio naquela manhã, mas os infiéis e céticos em vão se uniram para tentar negar a ressurreição de Cristo dentre os mortos. Várias teorias foram e são apresentadas para explicar o túmulo vazio. Essas devem ser consideradas somente para mostrar quão ridículas são e para fortalecer o cristão, mais uma vez, na grandeza da verdade de que Jesus está vivo. Um Homem ressurreto está agora exaltado em glória e entronizado nos céus à destra de Deus na vitória de Sua ressurreição.
O sepulcro vazio — as teorias
A primeira teoria foi, assim como todas as que a seguiram, uma grande mentira. Foi apresentada pelos guardas amedrontados, por instigação dos principais sacerdotes e anciãos dos judeus, senadores do grande Sinédrio. Esses homens conheciam o poder do suborno! Eles já haviam subornado Judas Iscariotes para que traísse Jesus, e agora subornaram os guardas para que espalhassem a mentira de que os discípulos haviam roubado o corpo enquanto eles, os guardas, dormiam. Tendo dado “muito dinheiro” aos guardas, eles lhes disseram: “Dizei: ‘Vieram de noite os Seus discípulos e, dormindo nós, O furtaram’” (v. 13).
Os principais dos sacerdotes e anciãos estavam numa posição extremamente embaraçosa, e vale a pena citar Albert Barnes, na íntegra, sobre esse assunto. Ele escreve:
Apesar de toda a precaução, era evidente que o corpo de Jesus desaparecera. Era evidente, também, que os discípulos afirmariam que Ele havia ressuscitado. Eles [os líderes religiosos] haviam se esforçado tanto para conseguir Sua morte. Haviam convencido Pilatos de que Ele estava morto. Haviam colocado uma guarda com o propósito explícito de evitar que Ele fosse tirado. Seria em vão, depois disso, fingir que Ele não morrera, que Ele havia desmaiado, que Ele somente morrera aparentemente. Eles haviam se privado disso, que teria sido a alegação mais plausível; e, qualquer que fosse o curso que agora adotassem, era necessário continuar a reconhecer que Ele realmente estivera morto e que todas as medidas apropriadas haviam sido tomadas para prevenir que fosse roubado. Eles concluíram, depois de confabularem entre si, que só restava um meio: subornar os soldados para induzi-los a contar uma falsidade, e tentar convencer o mundo de que, contra todas as probabilidades e apesar de seus esforços, o corpo de Jesus havia sido roubado.
Com o suborno veio também a promessa de que, caso isso chegasse aos ouvidos de Pilatos, eles lhes dariam cobertura e persuadiriam o governador quanto ao que havia acontecido. Pilatos costumava voltar para sua casa em Cesaréia depois da festa da Páscoa. Portanto, era possível que ele não viesse a ouvir os detalhes do que acontecera, pelo menos por um bom tempo. Mas, se ouvisse, os soldados não precisavam se preocupar, pois os judeus o “persuadiriam”, muito possivelmente com um suborno. Eles haviam subornado Judas, estavam subornando os soldados e podiam subornar Pilatos. Compare com aquele outro governador, Félix: “Esperando ao mesmo tempo que Paulo lhe desse dinheiro, para que o soltasse; pelo que também muitas vezes o mandava chamar, e falava com ele” (At 24.26).
Essa foi, então, a primeira, a mais antiga das teorias de homens infiéis negando a ressurreição do Salvador. “Seu corpo foi roubado do sepulcro enquanto dormíamos”, disseram eles. Mas a teoria precisa ser examinada e seu engano, exposto.
O corpo realmente foi roubado?
Essa teoria é crivada de absurdos. É quase inacreditável que alguém pudesse acreditar numa mentira tão esfarrapada. Tantas perguntas podem ser feitas a partir dela:
Será provável que tantos homens dormiriam ao mesmo tempo ao ar livre?
Como poderia um guarda romano ter sucumbido ao sono quando, de acordo com as leis militares romanas, ser achado adormecido em serviço significava morte instantânea?
Poderiam eles estar tão profundamente adormecidos a ponto de não acordar com o barulho que deve ter sido feito para remover a grande pedra e tirar o corpo?
Como poderiam os discípulos, abatidos e desacorçoados como estavam, ter tentado eludir a guarda, remover aquela pedra pesada e levar o corpo embora?
Poderiam eles ter tido tempo suficiente para fazer tudo isso sem serem vistos por ninguém?
Que motivo teriam os discípulos para roubar o corpo? E teriam tantos deles arriscado e dado a vida, mais tarde, pregando uma ressurreição que eles sabiam não ter acontecido?
O absurdo mais claro e óbvio é: se aqueles soldados estavam dormindo, como poderiam saber que foram os discípulos que roubaram o corpo, ou que qualquer outra pessoa o tivesse feito? Mas a história deles foi repetida entre os judeus, durante muitos anos (Mt 28.15).
Quase nem vale a pena considerar a teoria de que os inimigos de Jesus roubaram o corpo, embora aparentemente haja quem acredite nisso. A pergunta que precisa ser feita e respondida é: “Se de fato os inimigos roubaram o corpo, por que, quando os discípulos de Jesus começaram a pregar que Ele ressuscitara dentre os mortos e estava vivo, aqueles que supostamente roubaram o corpo não o apresentaram?” Tem sido dito que, se tivesse sido verdade que roubaram o corpo, e se os inimigos o tivessem apresentado, a cristandade teria se desfeito numa explosão de gargalhadas. Teria sido a morte da pregação apostólica. Naturalmente, Seus inimigos não tinham razão alguma para roubar o corpo de Jesus. Eles estavam mais interessados em mantê-Lo no túmulo.
Jesus realmente morreu?
A teoria de que o Salvador não morreu, apenas desmaiou, é crida e ensinada por muitos até o dia de hoje. Ela é tão absurda quanto a primeira teoria e, novamente, é propagada por aqueles que escolhem negar a verdade da ressurreição corporal de Cristo. O túmulo vazio tem sido chamado de um “fato teimoso”. É aceito por todos, e não é possível negá-lo. Tanto as autoridades romanas como as judaicas sabiam que, inegavelmente, o túmulo em que o corpo de Jesus fora posto estava agora vazio. Mas como? Ou por quê? Precisava ser explicado de alguma forma.
Os propagadores dessa teoria “do desmaio” querem que os homens acreditem que seis horas de sofrimento, cravado pelas mãos e pés na cruz, e por três daquelas horas suspenso sob o sol escaldante de Jerusalém, haviam causado uma profunda condição de entorpecimento em Jesus que parecia ilusoriamente morto. Argumentam que, nessa condição, o Senhor foi carregado para o túmulo, envolto na mortalha de linho por José e Nicodemos, e posto no sepulcro ainda conservando a aparência de morte. Eles dizem que, após três dias de repouso no frescor do sepulcro escavado na pedra, Jesus despertou. Foi, segundo eles ensinam, uma ressuscitação, e não uma ressurreição.
Em seguida, vem a coisa realmente difícil de acreditar! Não se explica como o Salvador removeu a mortalha que o envolvia, deixando os lençóis dobrados de forma ordeira no chão do túmulo, nem como removeu a pedra, escapou da guarda e, de alguma forma, se escondeu até decidir se mostrar a Maria, de manhãzinha naquele jardim, e, depois, caminhou por onze quilômetros até Emaús sobre pés feridos! A que ponto os homens vão para negar a ressurreição de Cristo entre os mortos!
Estariam as mulheres no túmulo errado?
Há ainda outra teoria apresentada por mentes incrédulas. Dizem que aquelas primeiras visitas ao sepulcro, sendo mulheres aflitas, foram ao túmulo errado, e não àquele no qual o Salvador fora sepultado. Enfatizam que elas foram de manhã muito cedo, “sendo ainda escuro” (Jo 20.1). Não teriam elas ido ao túmulo errado? Mas Maria Madalena e suas companheiras conheciam bem o lugar. Haviam observado enquanto os dois homens cuidaram do sepultamento do Salvador (Mt 27.61). Além disso, o túmulo era do próprio José. Não teriam ele e Nicodemos corrigido imediatamente qualquer erro que as mulheres tivessem cometido? E não teriam também as autoridades corrigido a história, quando os discípulos começaram a pregar sobre a ressurreição de Jesus? Proponentes dessa teoria absurda precisam também explicar se Pedro e João estavam igualmente equivocados acerca do túmulo quando foram e o encontraram vazio.
Teorias infiéis ou provas infalíveis?
Com certeza, concordamos que todas essas teorias infiéis nada mais são do que falácias e invenções. São o produto de mentes incrédulas que rejeitam a autoridade das Sagradas Escrituras e preferem seu próprio raciocínio carnal. É mais difícil crer nelas do que na simples e gloriosíssima verdade de que, na terceira manhã depois de Sua morte, o Salvador estava vivo, triunfantemente ressuscitado dentre os mortos. Nos quarenta dias subseqüentes, e, antes de Sua ascensão aos céus, Ele “se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3), e é um prazer examinar agora essas provas e ouvir os muitos depoimentos que dão testemunho de Sua ressurreição. Como já notamos, há muitos indivíduos e grupos de homens e mulheres que realmente viram o Salvador ressurrecto. Andaram com Ele e falaram com Ele e, pelo menos em uma ocasião, comeram com Ele. Com alegria e boa vontade eles darão seu testemunho ao fato de que Seu túmulo está vazio pelo simples fato Dele estar vivo.
O primeiro dia de Adão nesta Terra foi um sábado. Deus criou o homem no sexto dia, e o primeiro dia completo que o homem teve foi o sábado, que se tornou o primeiro dia para ele. Considerado no Novo Testamento ― em que Deus termina e aperfeiçoa Sua nova obra de criação no Senhor Jesus e entra em Seu descanso –, é o sábado de Deus, e lá nós começamos. Aquele é nosso primeiro dia: o descanso de Deus.
Começamos em algo que já é perfeito. Essa é a base do “pacto eterno”. Alcançar o significado disso é ver o que é o “pacto eterno”, é começar sobre a base perfeita e crescer a partir dela. O que importa não é como nos vemos ou como nos sentimos a esse respeito, mas é o lugar de Deus para nós. O fato é que em Jesus Cristo você e eu nunca seremos mais perfeitos do que somos agora. Esses aperfeiçoamentos podem ser lavrados em nós progressivamente; entretanto, no que diz respeito à base de nossa aceitação, somos “aceitos no Amado” (versão King James), e Ele satisfaz completamente ao Pai, que veio a descansar Nele. Essa obra é perfeita.
Nossa aceitação está sempre fundamentada em o objetivo de Deus ter sido alcançado. Até que isso esteja bem estabelecido, não temos nada em que nos firmar quando Deus começar a trabalhar em nós. Não se esqueça disso. Se, quando Deus começa a lidar conosco em disciplina e castigo, em treinamento, moldagem e formação, passamos em dado momento qualquer a dizer: “Isso está acontecendo porque sou tão mau, tão perverso, e o Senhor tem de fazer algo comigo para que eu seja aceitável”, então, já abandonamos nossa base. Nunca seremos mais aceitáveis; no entanto, Deus faz muito em nós. Fomos aceitos, não com base no que somos – não importando quão bons ou maus fôssemos –, mas com base no Amado. “Aceitos no Amado.”
Nós cantamos – e eu desejo que isso habite mais e mais profundamente em nosso coração – que Suas perfeições são a medida de nossa própria aceitação. É ali que começamos. Bendito seja Deus, que essa é a base de confiança! E, quando o Senhor começa a nos tomar em Sua mão e sentimos quão abomináveis criaturas somos, isso nunca implica por um instante sequer que não sejamos aceitos. O pacto eterno significa aqui, em primeiro lugar, que somos aceitos com base na satisfação de Deus com Seu Filho. Se fôssemos aceitos com base em nós mesmos, e permanecêssemos em nós mesmos, não haveria pacto eterno e absolutamente nenhuma base segura. Tudo dependeria de como estivéssemos a cada dia. Mas não, a questão não é quem somos ou seremos. A base está firmada em Cristo. Deus está apenas trabalhando para tornar real em nós o que é verdadeiro em Seu Filho, mas Ele não muda a base para isso. Que não abandonemos nossa base.
Considere o poderoso exemplo dos três jovens hebreus a quem o rei Nabucodonosor atirou na fornalha de fogo. Esses homens não estavam sendo provados por sua fé; na verdade, foi sua fé que os pôs ali. O Senhor claramente estava atrás de outra coisa. Pense nisto: os pagãos babilônios não foram influenciados por suas orações ou pregações. Não ficaram impressionados por sua sabedoria ou por seu conhecimento, nem por sua vida santa. Não! O impacto em Babilônia veio quando o povo olhou para dentro da fornalha e viu esses três homens regozijando-se e louvando a Deus em sua hora mais difícil.
O que é necessário para alcançar um mundo perdido e ferido? Resposta: um pequeno exército que tenha entrado na escola das lutas e das provações. Deus procura os que querem ser testados. Então, Ele alista todos que estejam dispostos a serem provados pelo fogo, cuja fé Ele possa refinar e transformar em ouro puro.
Viver no descanso de Deus é um modo de vida. Ele quer que sejamos sustentados por Sua paz e segurança em todos os nossos sofrimentos, sabendo que nosso Sumo Sacerdote é tocado pelos sentimentos de nossa fraqueza.
“Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas” (Hb 4.10). Quando estamos no descanso em Cristo, não tentamos mais fazer cara de corajosos na hora dos problemas. Não inventamos uma aceitação falsa de nossa crise. E não nos preocupamos se iremos nos submeter ao medo e começar a duvidar do amor de Deus. Em resumo, nossa “mentalidade lógica” pára de nos guiar. Agora aprendemos a simplesmente confiar no Senhor. Como desenvolvemos uma confiança assim? Buscamos o Senhor em oração, meditamos em Sua Palavra e andamos em obediência. Você pode se opor dizendo: “Mas todas essas coisas são obras”. Eu discordo. Elas são todas atos de fé. Ao cumprir essas disciplinas, confiamos que o Espírito Santo está agindo em nós, construindo um reservatório de força para a hora de necessidade. Talvez não sintamos o fortalecimento de Deus acontecendo em nosso interior, ou Seu poder sendo construído em nós. Mas, quando nossa próxima provação vier, esses recursos celestiais se tornarão manifestos em nós.
Quando o dedo do julgamento de Deus ficar claro para este país, as pessoas vão deixar de procurar pregadores da prosperidade que vivem dizendo: “Está tudo indo bem!” Pelo contrário, elas vão reagir como os israelitas, ou seja, buscarão pessoas como Daniel, pessoas piedosas que saibam fazer a leitura dos tempos.
Pode-se imaginar o que teria motivado Daniel a orar com tanta intensidade? O que o levou a continuar orando, mesmo com um decreto de morte dirigido contra sua cabeça? Por que esse homem de oitenta anos iria continuar derramando o coração ao Senhor com tanto fervor, quando o resto do povo não buscava mais a Deus? Pense no enorme esforço que Daniel teve de fazer para se dedicar à oração. Afinal de contas, ele morava na Nova York de seu tempo: na enorme, majestosa e rica Babilônia. E vivia num tempo de apatia espiritual ― de bebedeiras, de busca de prazeres e de ganância no meio do povo de Deus. Além disso, era um líder atarefado com distrações por todos os lados. Quero lhe dizer o seguinte: a oração não é algo que venha naturalmente à pessoa alguma, inclusive a Daniel. Um horário disciplinado para oração é fácil de começar, mas difícil de continuar. Tanto nossa carne quanto o diabo conspiram contra ela.
A igreja costumava confessar seu pecado; agora, ela confessa seu direito.
David Wilkerson nasceu em Hammond, Indiana (EUA), em 19 de maio de 1931. Aos oito anos, respondeu ao chamado de Deus para entregar sua vida a Cristo e se tornar pregador. Em 1952, casou-se com Gwen Carosso, que o conheceu quando tinha apenas 13 anos.
David Wilkerson fundou o Desafio Jovem, uma organização sem fins lucrativos para a recuperação de viciados. A história de sua ida para Nova York, seu trabalho com membros de gangues em Manhattan, no Bronx e no Brooklyn e a fundação do Desafio Jovem é contada no livro A cruz e o punhal.
Wilkerson postou em seu blog um artigo datado de 27 de abril de 2011, o dia de sua partida para o Senhor. Intitulado “Quando tudo mais falhar”, ele incentivou as pessoas que estão enfrentando dificuldades a “permanecerem firmes na fé”.
“Quem passa pelo vale da sombra da morte, ouça esta palavra: o choro vai durar por algumas noites escuras e terríveis, mas em breve você vai ouvir o sussurro do Pai: ‘Eu estou com você’. Amado, Deus nunca deixou de agir, sempre com bondade e amor. Quando tudo mais falhar, o Seu amor ainda prevalece. Apoie-se firmemente na fé. Permaneça firme na Sua Palavra. Não há outra esperança neste mundo.”
A tarefa que Deus confiou aos pais não é fácil, em especial nestes dias excessivamente maus. Entretanto, poderão obter a graça de Deus, se a buscarem com sinceridade e confiança.
(A. W. Pink)
Se os pais têm criado os filhos para serem médicos, advogados, esportistas, músicos etc., mas não os criam para honrar e obedecer a Deus, eles fracassaram.
(Voddie Baucham)
Quando fui pai pela primeira vez, eu procurei por todo tipo de livro para me ajudar, estudei manuais e coisas que eu poderia passar para meus filhos, mas, toda vez que eu pegava algum material e começava a estudar com meus filhos, eu sempre tinha medo de que algo estivesse faltando, de que existisse algo de que precisavam, e eu não estava lhes dando. Um dia, eu peguei todas essas coisas, coloquei-as de lado e disse: “Existe apenas um livro perfeito. Se eu puder dar-lhes esse Livro, então, saberei que nada estará lhes faltando.” Então, eu apenas me dediquei, como pai, a sentar-me com meus filhos e, linha por linha, explicar-lhes as Escrituras, conversando com eles, rindo com eles, tudo no contexto das Escrituras. Tudo o que eu vou lhes dar é Escritura, porque sei que, se eu fizer isso, eles terão o que precisam.
(Paul Washer)
Numa “criança entregue a si mesma” (Pv 29.15), o único produto previsível é vergonha.
(Derek Kidner)
Como podemos esperar que o reino de Deus prospere, quando os discípulos de Cristo não ensinam o evangelho aos próprios filhos?
(Charles Spurgeon)
Seus filhos irão para a escola e eles serão treinados em torno de 15.000 horas em pensamento ateísta secular. Depois, eles vão para a escola dominical para colorir um desenho da arca de Noé. Você acha que essas crianças irão conseguir lutar contra as mentiras que estão sendo ensinadas na escola?
(Paul Washer)
Se servimos à igreja ou ao Senhor à custa de nosso dever para com os entes queridos e das responsabilidades para com nosso lar, algo está errado no equilíbrio de nossa vida cristã.
(Alan Redpath)
O lar é um teste importante para o caráter. O que você é em casa será em qualquer outro lugar, quer o demonstre, quer não.