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“Também, nele, estais aperfeiçoados” (John Gill)

“Também, nele, estais aperfeiçoados” (Cl 2.10)

Também nEle estais aperfeiçoados, ou “completos”, ou “preenchidos” nEle; que é, estão perfeitos nEle: os Santos estão em Cristo, e toda completude nEle está, assim estão eles cheios também, de tanto quanto eles necessitam, e são capazes de conter: Estas palavras não são uma exortação à perfeição, como as contidas em Ge 17:1 Mt 5:48 2Co 13:11; mas são uma afirmação, ratificando, não o que os cristãos serão daí em diante, ou o que serão no céu, mas o que são agora; não neles mesmos, porque em si mesmo ninguém é perfeito, nem mesmo aqueles que estão verdadeiramente santificados; entretanto toda a graça está seminalmente implantada neles, e eles tem uma perfeição de partes, de todas as partes do novo homem, ou nova criatura, e são perfeitos em comparação com o que antes foram, assim como ante os profanos e os hipócritas, e e também ante os que fraquejam na fé, ainda que ninguém seja absolutamente perfeito; a boa obra da graça não está finalizada neles, o pecado habita neles, estão cheios de desejos e concupiscências; o melhor deles nega a perfeição como buscam alcançar, e expressa seu desejo de alcançá-la; mas eles são perfeitos em Cristo, seu cabeça, que tem toda completude nEle, em quem eles são eleitos e aperfeiçoados: eles são perfeitos e completos nEle quanto a santificação; Ele tem toda completude de graça e santidade para eles, eles a tem em Cristo; e Ele foi feito perfeito em santidade para eles: também quanto a justificação, Ele cumpriu perfeitamente a Lei para eles, Ele fez completa expiação pelo pecado, obteve redenção eterna, adquiriu uma completa e perfeita retidão, pela qual os santos são justificados de todas as coisas; são libertos do pecado, e feitos perfeitos, sem mancha ou mácula, ou coisa semelhante: e quanto ao conhecimento, embora imperfeito neles em seu presente estado, já em Cristo estão todos os tesouros de sabedoria, e não há necessidade de ir a lugar algum outro para encontrá-los; eles estão preenchidos com o conhecimento de Deus e de sua vontade, e são completos em Cristo; e o conhecimento que os santos tem, é a vida eterna, as primícias, o penhor, e a fiança dela; assim eles não tem razão de contemplar anjos ou homens, cabe-lhes olhar somente a Cristo.

John Gill (1697-1771)

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O verdadeiro amor (John MacArthur)

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.
“Tudo o que você precisa é de amor”, assim cantavam os Beatles. Se eles tivessem cantado sobre o amor de Deus, a frase revelaria uma certa verdade. Mas aquilo que a cultura popular diz ser amor, não se trata, na verdade, de um amor autêntico, é antes uma verdadeira fraude. Longe de ser “tudo o que precisa”, é algo que deve evitar a todo o custo.

O apóstolo Paulo fala-nos sobre esse tema em Efésios 5:1-3. Ele escreveu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos”.

A simples ordem do verso 2 (“E andai em amor, como também Cristo vos amou”) resume toda a obrigação moral do cristão. No fundo, o amor de Deus é o único princípio que define completamente o dever do cristão, e este tipo de amor é exatamente “tudo o que você precisa”. Romanos 13:8 diz, “porque quem ama aos outros cumpriu a lei”. Os mandamentos resumem-se a estas palavras: “Amarás o próximo como a ti mesmo, já que o amor é o cumprimento da lei.” Gálatas 5:14 ecoa a mesma verdade: “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Da mesma maneira Jesus ensinou que toda a lei e profetas dependem de dois princípios básicos sobre o amor – o primeiro e o segundo mandamentos (Mt. 22:38-40). Em outras palavras: “e, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3:14).

Quando o apóstolo Paulo nos diz para caminhar no amor, o contexto revela-se em aspectos positivos, pois ele fala-nos sobre sermos bons uns para os outros, misericordiosos e que nos perdoemos uns aos outros (Ef. 4:32). O modelo de tal amor, mais centrado nos outros que em si próprio, é Cristo, que se entregou para nos salvar dos nossos pecados. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João 15:13). E “amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.” (1 João 4:11).

Em outras palavras, o amor verdadeiro é sempre um sacrifício, uma entrega de nós mesmos, é misericordioso, compassivo, compreensivo, amável, generoso e paciente. Estas e muitas outras qualidades positivas e benignas (ver 1 Co. 13:4-8) são as que as Sagradas Escrituras associam ao amor divino.

Mas reparemos no lado negativo, também visto no contexto de Efésios 5. Aquele que ama os outros verdadeiramente, como Cristo nos ama, deve recusar todo o tipo de amor falso. O apóstolo Paulo nomeia algumas destas falsidades satânicas. Elas incluem a imoralidade, a impureza e a ganância. A passagem continua: “Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros.” (Ef 5:4–7).

A imoralidade é, talvez, o substituto favorito do amor na nossa atual geração. O apóstolo Paulo usa o termo grego porneia, o qual significa todo o tipo de pecado sexual. A cultura popular tenta desesperadamente desvanecer a linha que separa o amor verdadeiro da paixão imoral. Mas tal imoralidade é uma perversão total do amor verdadeiro, porque procura a autogratificação em vez do bem aos outros. A impureza é outra perversão diabólica do amor. O apóstolo Paulo emprega aqui o termo akatharsia, o qual se refere a todo o tipo de imoralidade sexual e impureza. Especificamente, ele refere-se à sujidade, à impureza e à ganância, que são as características particulares do companheirismo com mal. Este tipo de companheirismo não tem nada a ver com o amor verdadeiro, e o apóstolo afirma claramente que não tem lugar para ele no caminho do cristão.

A ganância é outra corrupção do amor que tem origem no desejo narcisista de autogratificação. É exatamente o oposto do exemplo que Cristo deu quando “se entregou por nós” (v. 2). No verso 5, o apóstolo Paulo compara a ganância à idolatria. Também isto não tem lugar no caminho do cristão e, de acordo com o verso 5, a pessoa culpada de tal pecado “não tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”

E tais pecados, diz o apóstolo Paulo, “nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos.” (v. 3). “Portanto, não sejais seus companheiros”, ou seja, daqueles que praticam tais coisas, diz-nos o verso 7.

Em outras palavras, não demonstraremos amor verdadeiro a não ser que sejamos intolerantes com todas as perversões populares do amor.

Hoje em dia, a maioria das conversas sobre o amor ignora este princípio. “O amor” foi redefinido como uma ampla tolerância que ignora o pecado e que abraça o bem e o mal de igual forma. Mas isso não é amor, é apatia.

O amor de Deus não tem nada a ver com isso. Lembra-te que a mais suprema manifestação do amor de Deus é a Cruz, sinal que Cristo “vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (V. 2). A Sagrada Escritura explica o amor de Deus em termos de sacrifício, de arrependimento pelos pecados cometidos e de reconciliação: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10). Em outras palavras, Cristo converteu-se em sacrifício para desviar a ira de um Deus ofendido. Longe de perdoar os nossos pecados com uma tolerância benigna, Deus deu o seu Filho como uma oferta pelo pecado para satisfazer a sua própria ira e justiça na salvação dos pecadores. Este é o coração do Evangelho. Deus manifesta o seu amor de uma forma que confirma a sua santidade, justiça e misericórdia sem compromisso. O amor verdadeiro “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.” (1 Co. 13:6). Este é o tipo de amor, no qual fomos chamados para caminhar. É um amor que primeiro é puro e depois, harmonioso.

Fonte: The Gospel Coalition

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

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Como se conduzir na caminhada cristã (Jonathan Edwards)

Carta de Jonathan Edwards a uma jovem, escrita no ano de 1741

Minha querida jovem amiga,

Como era do seu desejo que eu a mandasse, por escrito, algumas diretrizes em como conduzir-se a si mesma em sua Caminhada Cristã, agora o faço. As doces lembranças das coisas maravilhosas que vi em sua igreja inspiram-me a fazer qualquer coisa que estiver a meu alcance, contribuindo para a alegria e prosperidade espirituais do povo de Deus que aí está.

1. Aconselho-te a manter o esforço e o fervor na religião, como se estivesse em seu estado natural, procurando converter-se. Aconselhamos pessoas com convicção a serem fervorosas e violentas para o Reino dos Céus; mas elas não devem ser menos vigilantes, trabalhadoras e fervorosas na seara quando já convertidas, porém, ainda mais, pois há infinitas coisas a mais a se fazer. Por ser esta uma característica que nos falta, muitas pessoas, em poucos meses de conversão, começam a perder seu doce e vivo senso das coisas espirituais, crescendo geladas e em trevas, “desviando-se da fé e a si mesmos se atormentando com muitas dores” (1 Tm 6; 10), enquanto se tivessem atentado às palavras do apóstolo em Filipenses 3; 12-14, seus caminhos seriam como “a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4; 18)

2. Não deixe de procurar a Deus, de jejuar e orar pelas mesmas coisas que exortamos a pessoas não-convertidas a orar e jejuar, tendo você já passado por este processo. Ore para que seus olhos estejam abertos, para que receba a visão correta, conhecendo-te a ti mesma, e para seus pés descansem em Deus. Que você veja a glória de Deus e Cristo, e tenha o amor de Cristo derramado em todo o teu coração. Aqueles quem tem a muitas destas coisas, ainda assim precisam orar por elas, pois ainda há tanta cegueira, dificuldade, orgulho e corrupção, que necessitam ter o trabalho de Deus sobre eles a fim de receber luz e vida, sendo trazidos da escuridão para a maravilhosa luz de Deus, recebendo como que uma nova conversão e ressurreição dos mortos. Há poucos deveres convenientes a um não-convertido que também não o são, de certa maneira, para o povo de Deus.

3. Quando ouvir a um sermão, ouça por si mesma. Mesmo que provavelmente o que está sendo pregado seja para não-convertidos ou para aqueles que, de outras maneiras, estão em diferentes circunstâncias que você. Assim, deixe com que a principal intenção de sua mente seja a ponderação: em quais aspectos isto é aplicável a mim? E em que posso melhorar para o próprio bem de minha alma?

4. Apesar de Deus ter perdoado e esquecido seus pecados, não os esqueça: lembre-se sempre deles, de como era uma escrava sem esperança na terra do Egito. Traga à memória suas ações de pecado antes de sua conversão, assim como o apóstolo Paulo está sempre mencionando sua antiga atitude de blasfêmia, em que perseguia o Espírito e maltratava o povo de Deus, humilhando seu coração, dizendo ser “o menor dos apóstolos”, indigno de “ser chamado apóstolo”, “menor dos santos” e “o maior dos pecadores”. Confesse sempre seus pecados a Deus e deixe com que este texto esteja sempre em sua mente: “para que te lembres e te envergonhes, e nunca mais fale a tua boca soberbamente, por causa do teu opróbrio, quando eu te houver perdoado tudo quanto fizeste, diz o SENHOR Deus.” (Ez 16; 63)

5. Lembre-se que você tem muito mais motivos para lembrar-se e humilhar-se dos seus pecados agora, desde que se converteu, do que antes. Tudo isso se deve a suas muitas obrigações para com a vida com Deus, olhando para os escolhidos de Cristo, amando sempre sua amabilidade, apesar de toda a sua falta de valor desde sua conversão.

6. Esteja sempre vigilante para com seu contínuo pecado e não pense que você se preocupa muito com ele. Ainda sim, não esteja desencorajada nem permita que ele anule seu coração, pois, apesar de sermos exageradamente pecadores, temos um Advogado com o Pai, a saber, Jesus Cristo, o Santo. O sangue cuja preciosidade, o mérito cuja retidão, a grandeza cujo amor e fé infinitamente sobrepujam as mais altas montanhas de nossos pecados!

7. Quando começar a orar, ou tomar parte na Ceia do Senhor, ou participar de qualquer outra atividade de adoração, venha a Cristo como Maria Madalena fez!  Venha, e coloque-se aos Seus pés, e os beije, derrame perante Ele o doce óleo perfumado de amor oriundo de um coração puro e quebrantado, como ela derramou o perfume precioso de sua jarra de alabastro! “E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento.” (Lc 7; 37-38)

8. Lembre-se que orgulho é a pior víbora do coração, o grande distúrbio da paz da alma e da doce comunhão com Cristo: foi o primeiro pecado e se encontra bem baixo na fundação da obra de Satanás, sendo muito dificilmente arrancado fora, pois é o mais escondido, secreto e arruinador de todas as luxúrias, inserindo insensibilidade no meio da religião e até mesmo sob a desculpa de humildade. “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.” (Pr 8:13)

9. Que você faça um correto julgamento de si mesma, vendo sempre nos outros as melhores descobertas, o melhor conforto, pois têm esses dois lados: uns te fazem menor e insignificante, como uma criança. Outros, animam e consertam seu coração em uma disposição firme em negar-se a Deus, passar tempo com Ele e por Ele.

10. Se em algum momento você se encontrar em dúvidas sobre o estado de sua alma, em partes escuras e sem sentido, é necessário rever sua experiência passada. Mas não invista muito tempo e esforços neste caminho. Ao contrário, disponha-se com todo o seu ser a procurar ardentemente uma nova experiência, nova luz, novas ações de fé e amor. Uma nova descoberta da gloriosa face de Cristo fará mais sobre aterrorizadoras nuvens negras do que examinar experiências passadas durante um ano, sob as melhores nuances que podem dar.

11. Quando pouco se exercita a graça e a corrupção prevalece juntamente com o medo, não tente tirar isto de seu coração de qualquer outra maneira além de reviver o amor a Deus. Assim, o medo será efetivamente expulso, como a escuridão desaparece de um quarto quando os deliciosos raios de sol penetram-no.

12. Quando aconselhar e alertar as pessoas, o faça com vontade e afeição, com firme convicção. Lembre-se que estará falando ao seu próximo deixando que suas palavras contenham expressão de sua própria pequenez, mas também da graça soberana que te faz diferente.

13. Se você organizar encontros devocionais com jovens mulheres como você, uma vez a cada certo tempo, além de participar de outros encontros gerais, será muito proveitoso e útil.

14. Em quaisquer dificuldades, necessidades ou longos períodos de escassez, qualquer caso específico, para você ou outros, separe um dia para oração secreta e jejum. Gaste o dia, não tão somente pelas petições que faz, mas procurando seu coração olhando para sua vida, confessando seus pecados perante Deus. Não como se costuma fazer quando se ora publicamente, mas como um resumo a Deus de todos os pecados de sua vida, desde a infância, antes e depois da conversão, incluindo as circunstâncias e decaídas em relação a eles, apresentado diante d’Ele todas as particulares abominações de seu coração da maneira mais completa possível.

15. Não permita que os adversários da cruz reprovem a verdadeira religião. Quão retamente deveriam se comportar os filhos remidos e amados do Filho de Deus! Ainda, “caminhem como filhos da luz e do dia” e “adquira a doutrina de Deus seu Salvador”. E, especialmente, pondere sobre as virtudes cristãs que te fazem parecida com o Cordeiro de Deus. Seja humilde e submissa de coração, pura, celestial, amando a todos. Faça atos de amor aos outros e auto-negação pelos outros. Que haja em você uma disposição em pensar sobre os outros maior do que em você mesma.

16. Na sua vida, caminhe com Deus e siga a Cristo como uma pequena, pobre e desprotegida criança tomando a mão de Cristo. Mantenha seus olhos nas marcas das feridas em Suas mãos e lado, donde veio o sangue que te purifica do pecado, escondendo sua nudez nas vestes brancas celestiais.

17. Ore frequentemente pelos ministros da igreja de Deus, especialmente para que Ele continue seus glorioso trabalho que tem começado, até o dia da terra estar cheia de Sua glória.

FONTE: http://gracegems.org/26/Edwards_letter.htm

Tradução: Projeto Castelo Forte

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Por que sou contra o namoro (ou Porque Mr. Darcy me cativa) (Drika Vasconcelos)

Relutei muito para postar este texto!

Primeiro, porque ainda tenho muito que aprender e entender sobre todo esse assunto. Escrevo para melhor compreender um assunto. Esse post é um desses casos. Há muitos livros que ainda lerei, muitas referências bíblicas que ainda estudarei e muitos sábios que ainda consultarei.
Segundo, por causa do primeiro, confesso que não estou nem um pouco preparada para responder comentários e críticas sobre o que escrevi aqui. Talvez por isso esteja sendo um pouco precipitada. Mas não pretendo impor minhas ideias; pretendo apenas defendê-las. Caso você discorde, fique a vontade para comentar. Não prometo uma resposta certa, mas uma resposta honesta.
Terceiro, porque não sou madura o suficiente para dar continuidade. Tenho a sensação de que a ideia  está no caminho certo… Mas se um casal de namorados chegar para mim e perguntar o que fazer agora da vida, eu sinceramente não saberia responder. Apontaria para o primeiro pastor e conselheiro sábio que conheço.
Quarto, porque alguém pode dizer ou pensar: “É muito fácil você condenar namoro já estando casada” ou “Você se acha melhor do que nós namorados e que pode nos criticar porque você já está casada?” Mas estariam enganados. O casamento não é o troféu de uma corrida; o casamento faz parte da corrida em si. Cristo é nosso prêmio, e Ele se deu a nós, tanto a solteiros como a casados como a viúvos e divorciados, nos unindo como irmãos e irmãs, que devem se amar e se preocupar pelo bem-estar do outro. Isso inclui o bem-estar relacional.
Quinto, porque simplesmente não tem muito a ver com o tema deste blog: a vida de recém-casadas. Por isso, queridas e amadas leitoras fiéis do blog, peço perdão por fugir um pouco do assunto. Prometo que da próxima vez procurarei escrever sobre minhas aventuras na cozinha! (Aliás, essa semana mesmo aprendi a fazer uns pratos super práticos!)
Tendo dito essas coisas, o objetivo deste texto não é criticar, condenar ou julgar namorados e, sim, o conceito do namoro, até dos mais diferentes dos namoros, sua estrutura (ou falta de), sua funcionalidade e sua utilidade. É sugerir um raciocínio, uma visão diferente sobre a relação namoro-casamento, incentivar o uso do discernimento, o pensamento crítico e, mais importantemente, valorizar o casamento para a glória de Deus, custe o que custar.
É importante primeiro definir os termos. Quando falo namoro, estou me referindo a um relacionamento no qual duas pessoas do sexo oposto se comprometeram pública, romântica, emocional e exclusivamente (com ou sem relações físicas) uma à outra sem compromisso imediato de casamento. Eu acredito que cortejo seja consenso entre duas pessoas do sexo oposto para aprofundarem a amizade e o interesse romântico, sem se comprometerem fisicamente, visando em casamento no futuro próximo. Ao contrário do namoro, o cortejo não pode existir em função de si só, mas existe apenas em função de um futuro casamento. As pessoas cortejam para casar e não por cortejar. Noivado é quando há compromisso público de casamento, que é algo bíblico. Assim como cortejo, o noivado não existe em função de si mesmo, mas em função do casamento.
O que então são minhas razões para discordar do namoro?
  1. Não há limites definidos para o começo ou fim de um namoro. Hoje em dia, a mania é dizer que namoro só começa de verdade quando você “oficializa” no Facebook. O término é pior ainda. É comum ouvir também: “Eu acho que a gente acabou… Mas não tenho certeza. Ele ainda me liga, a gente se gosta…” ou “A gente tá namorando então?” ou “Então já posso te chamar de namorado/a?” ou “Estamos dando um tempo” ou “A gente tava ficando mas a coisa se tornou mais séria. Acho que já estamos namorando.”
  2. O namoro é desestruturado por natureza. Não há regras para o namoro. Os pastores e conselheiros com certeza tentam estabelecer regras e parâmetros, desesperados para guiar os jovens pelo parque de diversões sem comprometerem sua pureza, mas, sem uma orientação mais clara da Bíblia e sem a autoridade da mesma, dificilmente alguém dá ouvidos. Eu, pessoalmente, sou péssima para dar conselho sobre namoro porque não posso dizer nada bíblico a não ser “mantenha a pureza” e “ame ao seu próximo como a si mesmo”. O resto é psicologia, senso comum, opinião própria, fofoca e conceitos estabelecidos pela cultura.
  3. O namoro é um espaço que incentiva você a ver até onde pode ir fisicamente. Oferece uma falsa ilusão de que você pode se manter puro mesmo provocando aquilo que facilmente te dominará. O namoro te dá uma arma e diz: “Pode brincar.”
  4. Namoro dá espaço para “enrolar” sem culpa. “Estamos namorando pensando em casamento.” Só pensando? Se você está solteiro, não está namorando e quer casar, o primeiro passo não é arrumar uma namorada(o), não! É virar homem/mulher de verdade, aprofundar-se no seu amor por Deus e criar condições financeiras para poder se casar. Na Bíblia, não há muito requisito específico para quem quer casar, mas está escrito: “Deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne.” Primeiro, precisa ser homem de verdade e não criança. Segundo, precisa deixar pai e mãe, e só no final o homem se unirá a sua mulher. E só depois de tudo isso que se tornarão dois numa só carne. Qualquer outra ordem dessas etapas me parece ser uma distorção. No entanto, hoje em dia, todo mundo é incentivado a encontrar namorado e namorada antes de sequer ter a maturidade para lidar consigo mesmo.
  5. O namoro existe em função de si mesmo. Ele não necessita compromisso futuro para existir. Nem mesmo aqueles nos quais há sonhos de casamento. Ele não depende de casamento, noivado, nem qualquer outra promessa, apenas de si mesmo. Se namoro existisse em função do casamento, ele seria mais direcionado, objetivo e mais curto, entre outras coisas, pois o objetivo não seria namorar, mas casar.
  6. Namoro pode destruir laços de amizade. Enquanto casamento fornece um ambiente seguro para se desenvolver um relacionamento entre um casal de amantes e amigos, o namoro põe a amizade em cheque e, muitas vezes, a destrói com seu fim. Me lembro de um episódio de Smallville, no qual Clark Kent está pedindo Lana Lang em namoro e ela pergunta, “E a nossa amizade? Como fica? Ela sobreviverá esse relacionamento?” Será que Deus aprovaria algo que colocaria a amizade e o amor entre dois irmãos em Cristo em cheque? Mais uma coisa para se pensar!
  7. Por tudo isso, o namoro é compromisso sem compromisso. Nossos corpos prometem coisas que talvez não poderemos cumprir. Não há nada que o sustente a não ser a paixão de um pelo outro e, se em alguma altura um perder essa paixão, não há nada que mantenha os dois juntos. Portanto, além de ser um ensaio para casamento, também pode ser um ensaio para divórcio. É só vermos como nos referimos à família do namorado(a): sogra, sogro, cunhada, etc. ou então, quando terminamos: ex-sogra, ex-sogro, etc.
  8. Consequentemente, namoro abre espaço para “ver se dá certo”. Transforma as pessoas em roupas que devem ser provadas antes de serem compradas. “Vamos terminar, a gente não dá certo.” “Tem outra pessoa nesse mundo melhor para você do que eu.” E então, a pessoa nesse sistema pode passar por vários pseudo-casamentos até escolher o “certo”.
  9. O namoro serve muitas vezes como um tapa-buraco. Somos seres carentes. Não queremos estar sozinhos, então arrumamos alguém para “estar lá”, sem ter que abrir mão da vida de solteiro. Muitas vezes, em vez de procurarem aprofundar seu relacionamento com Deus e permitir que Ele supra essa carência, os cristãos procuram suprir esse vazio com um outro alguém. Relacionamentos são dádiva de Deus, mas qualquer um que nos tira a atenção do nosso relacionamento com Deus é um ídolo na nossa vida.
  10. Namoro rouba o cristão de seu tempo valioso como solteiro. A Bíblia nos diz que o solteiro serve ao Senhor muito mais eficientemente do que o casado pois não precisa cuidar de uma família. Como solteiro, você tem o tempo e a disposição e a liberdade para servir ao Senhor da melhor forma possível, sem ter a obrigação de cuidar de uma esposa ou um marido. No namoro, apesar de estarem solteiros legalmente e diante de Deus, os namorados se tratam como esposa e marido, exigindo tempo juntos, atenção, afeto, carinho, etc. e se roubam muitas vezes mutuamente do tempo que o outro poderia estar usando para servir melhor ao Senhor.
  11. Namoro desvaloriza o processo de maturação. Existem alguns pássaros cujo ritual de corte envolve os machos construindo o melhor ninho possível para então conquistar a fêmea. E os machos precisam aprender e adquirir experiência, construindo muitos ninhos até acertarem e conquistarem suas parceiras. Talvez poderíamos, além de aprender com a formiga, aprender com esses pássaros. O namoro no conceito de hoje rouba tanto o homem quanto a mulher desse processo precioso. Desvaloriza o processo de aprendizagem e maturação do homem que precisa se preparar para liderar e sustentar o lar. Afinal, se já conquistei a mulher, qual é a pressa? Além disso, incentiva as mulheres a escolherem seus homens precipitadamente. O critério da escolha muitas vezes é beleza, compatibilidade, maturidade falsa, tudo menos a capacidade de, de fato, ser um marido. Por isso, talvez não seja a melhor das ideias os pais usarem uma idade como critério para o namoro dos filhos, mas, sim, a maturidade, capacidade e desejo de ser uma boa esposa ou um bom marido. É uma boa ideia também ficarem de olho nos pretendentes das suas filhas para verem não se “é um bom menino” mas se “será um bom marido”.
  12. A Bíblia não fala de namoro, mas sim de casamento. Se o casamento é uma representação da aliança de Cristo com a Igreja, tudo que se refere, fala de, ou está ligado ao casamento deve ser submetido à luz deste conceito. O que seria o namoro nessa representação? Será que Cristo passaria um tempo de intimidade conosco para ver “se daria certo” antes de se comprometer? Por que então nós adotamos esse hábito?
  13. Deus é um Deus de pacto e aliança, não só de palavra. Ele nos mostra Seu amor por nós através da segurança de uma aliança. No caso de um compromisso desta proporção, de nada adianta você dizer que estará com a pessoa para sempre se não pactuar isso.

Vale a pena pensar sobre isso… Por que achamos que é necessário namorar para casar? É a Bíblia ou a sociedade que dita isso? O que será que a glória do namoro tem feito com a glória do casamento? Talvez seja hora de levarmos isso mais a sério. A ideia de namoro não precisa ser somente repensada e redimida. Talvez seja necessário trocá-la completamente por algo que glorifique o casamento para a honra de Cristo de todas as maneiras possíveis, algo que o namoro por natureza, falta de estrutura, regras e limites é incapaz de fazer.

Hoje em dia, querer evitar namoro é constrangedor e difícil. Isso porque já são poucas as pessoas que pensam assim, e namoro é tão comum que há o medo de que se você não pegar seu prêmio rápido, você o perderá para outros.
A pergunta que não quer calar: Como casar sem namorar? Como saber que ela ou ele é a pessoa “certa” para casar?
A resposta talvez não seja tão simples, mas começa assim: O namoro pode nos ensinar de relevante sobre uma pessoa que uma boa amizade não pode? A amizade nessa época é o que mais precisa ser cultivada. Cristo nos chamou de amigos! Conheçam-se, conversem, troquem ideias, discutam, saiam juntos com outros e cultivem uma amizade madura. Há tantas brigas e desentendimentos que podem ser evitados no casamento se houver uma boa base de amizade. O marido deveria ser o melhor amigo da esposa e a esposa a melhor amiga do marido. Claro, não estou descartando o interesse romântico, o estar “apaixonado”. Hoje em dia, na nossa cultura, não há motivo para se casar se você não tiver interesse romântico na pessoa. Mas uma paixão madura e duradoura no casamento é fruto de uma boa amizade.
Sou tendenciosa, mas a ilustração perfeita para isso é o meu filme/livro predileto: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, no qual o galante Mr. Darcy e a obstinada Elizabeth passam por todo um processo estranho de conhecimento e reconhecimento um do outro, no final do qual se tocam no quanto o outro é maduro e possui bom caráter e que estão apaixonados. E vão direto ao casamento! Sem namoro! Wow! Muitos chamam isso de cortejo e é uma opção muito válida!

Conclusão? Acredito que o namoro seja totalmente desnecessário para um casamento feliz. Não só isso, mas atrevo-me a dizer que talvez o namoro seja mais prejudicial ao casamento do que eu imaginava. Será que seria possível a construção pelas igrejas e famílias de um novo conceito de relacionamento pré-matrimonial, mesmo numa sociedade que com certeza nos taxará de antiquados e loucos? A mudança se dá aos poucos.

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A profunda superficialidade de nossos dias (Walter Mcalister)

Uma das características que melhor definem a época da História em que vivemos é a superficialidade. Somos pensadores superficiais. Somos cristãos superficiais. Aliás, eu diria até que somos profundamente superficiais. Claro que ser “profundamente superficial” é o que chamamos de um oximoro – uma expressão que se contradiz e, ao fazê-lo, afirma uma contradição. Assim como “água seca”, ou uma “verdadeira mentira”, “profunda superficialidade” soa como um absurdo. Mas é isso mesmo o que somos. Pois somos superficiais até as mais profundas profundezas da nossa alma. Não importa quão profundamente cavemos na nossa alma contemporânea, nunca chegamos a algo que seja substancial. Tudo é superficial. Nossos sentimentos mais profundos são superficiais. Nossas paixões mais arrebatadoras são superficiais, efêmeras, passageiras. Somos pessoas cuja alma se assemelha a uma floresta inteiramente composta por árvores sem raízes. Por mais que você consiga adentrar os recônditos mais escondidos da floresta, não achará uma árvore que tenha firmeza. Pois, sem raízes, qualquer uma delas é facilmente arrancada pelo vento e substituída.

Essa constatação não significa que não tenhamos sentimentos fortes. Temos. Não quer dizer que nossas atitudes não sejam profundamente sentidas. São. Mas todas as profundezas do nosso ser, de nossos sentimentos e das nossas atitudes são, em última análise, superficiais.

Tomemos como exemplo a postura atual da maioria da sociedade brasileira contra a homofobia. “Todos” se dizem profundamente inconformados com os “tão intolerantes” cristãos. Afinal, “todos sabem” que qualquer opção de vida que um indivíduo faça é seu direito e é algo “absolutamente normal”. Esse é o discurso feito em público. Só que o bloco político que fez da sua campanha a defesa dos homoafetivos foi derrotado nas urnas de uma maneira tão absoluta e humilhante que ninguém quer falar a respeito do assunto. Na hora do “vamos ver”, da defesa política da opção dessas pessoas, ninguém compareceu. Multidões aparecem para fazer uma parada festiva. Mas, na hora de transformar esse discurso em ação… nada. E, quando não há um gay por perto, a grande maioria dos que os defendem não hesita em fazer piadas sobre os seus trejeitos.

Mas não sejamos duros com os que não compartilham da nossa fé. Afinal, vivemos numa casa cujo telhado também é de vidro. Se começarmos a jogar pedras, estilhaços vão voar para todos os lados.

Vejo pessoas demonstrarem uma enorme paixão ao defender o culto “gospel”, com todas as suas manifestações emotivas e bombásticas, e que afirmam ter um profundo “amor” para com Deus e seu Filho, Jesus Cristo, para não mencionar também o Espírito Santo. Derramam lágrimas. Fiéis se prostram e até se arrastam pelo chão, rugindo como leões. Muitos abanam os seus braços numa comoção em massa, enquanto alguém grita ao microfone algo sobre render honra, glória e louvor ao Deus Altíssimo, criador dos céus e da terra.

Pouco tempo depois, muitos (sim, muitos) estão tomando umas e outras no barzinho e contando piadas sujas. Não são poucos os jovens que até terminam no motel uma noitada após um “cultaço”. Sua paixão profunda no culto não passa de uma profunda superficialidade. Sim, porque não há ligação entre uma paixão e a outra. Arrebatados pelo culto, são, em seguida, igualmente arrebatados pelos seus instintos mais baixos, traindo tudo o que o culto deveria representar.

Leio a lista dos interesses que pessoas escrevem em seu perfil do Facebook e me espanto. Enquanto dizem “curtir” o reverendo Paul Washer, “curtem” programas de televisão que promovem sexo ilícito e toda sorte de perversão, justo aquilo que o reverendo Washer combate tão claramente: True Blood, Sexo sem compromisso, Friends, Vampire Diaries, Crepúsculo e uma infinidade de filmes e seriados que vomitam sua imundície sobre o mundo todo. Qualquer um que fizesse um estudo do perfil da maioria dos jovens que povoam a nação virtual teria que chegar à conclusão de que são insanos, hipócritas, e ímpios disfarçados de crentes. E é exatamente o que são. Iludem-se ao pensar que podem ser amigos do mundo e também de Deus.

Seus corações não estão alicerçados em Jesus. Sua paixão por Cristo é tão profundamente superficial como sua paixão pelas inúmeras cores de esmalte (que é a moda atual entre as mocinhas de Cristo) ou por sapatos – sim, sapatos. De cabeças ocas e corações esfacelados, vivem sendo arrebatados pela última novela (sim, porque isso é normal e achar que não é torna-se legalismo), moda, filme ou música. Põem Jesus Cristo ao lado de Lady Gaga nas suas páginas de “curtir”.

É insano. Uma geração sem moral, sem raízes e sem um norte.

Mas… será que são todos assim? Claro que não. Alguns estão começando a pensar. Alguns estão começando a se questionar. Nem tudo está perdido. Mas a maioria, lamento dizer, está.

Na paz,

+W

(Fonte)

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O cristão pode apoiar a prostituição? (Vincent Cheung)

“Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais. Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.”
(1 Tessalonicenses 4.1-8)

[É muito claro que em 1 Tessalonicenses 4, em seu início, o apóstolo Paulo está afirmando com toda autoridade dada por Deus que] A imoralidade sexual é a norma de conduta para não-cristãos. Paulo chama-nos a pensar de forma diferente, para viver de modo diferente, e distinguir-se dos incrédulos, que não conhecem a Deus.

Devemos mencionar isso uma e outra vez, porque o diabo é como um leão que ruge, procurando a quem possa tragar. É vital para a sobrevivência e progresso espiritual nos manter alerta e vigilante. Na falta desta vigilância, muitas famílias cristãs e congregações foram infiltradas por crenças e práticas não-cristãs. Alguns já perderam a sensibilidade para a imoralidade entre eles e em volta deles. Então, quando alguém desperta para a ordem divina e parte para combater a imoralidade, logo é ironicamente criticado e perseguido.

É  desnecessário salientar que só porque um pecado é comum não significa que não é um pecado. Quando consideramos o que a Escritura diz sobre esta questão da imoralidade sexual, torna-se óbvio que muitos cristãos não são diligentes o suficiente em proclamar os mandamentos de Deus.

Se a admoestação dos cristãos é rara e fraca para condenar a imoralidade sexual com ameaças de punição divina (v.6b) isto deve ser considerado social e eclesiasticamente inaceitável. Nenhum covarde é qualificado para proclamar a palavra de Deus, e infelizmente, poucos são qualificados.

Esse tipo de pregação é boa e necessária, e Paulo confere-nos a autoridade que precisamos (v.6c). Não faz diferença se a pessoa é um adúltero, um fornicador, uma prostituta, um homossexual ou alguma outra pessoa pervertida. Paulo escreve que Deus vai punir os homens de todos esses pecados. E acrescenta, “como já lhe dissemos e advertimos ” (1Ts 4.6c). O tema assume um lugar de destaque nos ensinamentos éticos do apóstolo, e ele considera digno de repetição, acompanhado de ameaças. O versículo 6 é melhor traduzido, “o Senhor é vingador em todas estas coisas “.  Isto é dito no contexto da declaração anterior.

Em outras palavras, Deus tomará para si a vingança. Portanto, é nada menos do que uma negligência grosseira do dever quando um ministro cristão falha em declarar a ordem de Deus sobre esta questão, e para isso exorta com ameaças. A Bíblia obriga-nos a pregar: “Se você cometer adultério, Deus vai puni-lo. Se você é um homossexual, Deus vai fazer você sofrer, Deus é o vingador. Ele vai destruir sua vida por trair seu cônjuge, Ele vai torturar você para sempre no inferno”. Quem pensar que isto é falso ou uma dura e desnecessária pregação cristã deve começar a ler a Bíblia. Nada menos que isso não é toda verdade. Este é o cristianismo: tomá-lo e obedecer-lhe ou deixá-lo e sofrer.

Está na moda pregar compreensão, compaixão, reconciliação [ecumênica],  e assim por diante, para adúlteros e homossexuais. A Escritura não fala sobre a imoralidade sexual dessa maneira. Ela define e mantém o padrão rigoroso de Deus sobre a questão e condena todos aqueles que transgridem. Há de fato perdão em Jesus Cristo, mas perceba que Paulo está alertando especialmente os cristãos, então que ninguém se ache no direito de parodiar o perdão divino.

Se quisermos refletir a ênfase bíblica sobre este assunto, então é necessário que multipliquemos as acusações e condenações em nossa pregação, em vez de evitar ou reduzir o assunto.

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