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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (88)

Quando você se encontrou desocupado, logo o Diabo bateu em sua porta e entrou. E, na realidade, isso não é de se estranhar: tudo no mundo ao nosso redor parece nos ensinar a mesma lição. É a água parada que se torna estagnada e impura: os riachos de água corrente estão sempre limpos. Se você possui uma máquina a vapor, precisa fazê-la movimentar-se, ou então ela logo deixará de funcionar. Se você tem um cavalo, precisa exercitá-lo. Ele nunca estará tão bem como quando exerce um trabalho regular. Se você mesmo deseja ter boa saúde física, você precisa se exercitar. Se você ficar sempre sentado e parado, mais cedo ou mais tarde é certo que o seu corpo reclamará. E assim também é com a alma. A mente ativa e movimentada é um alvo difícil para o Diabo acertar com seus dardos. Tente se encher sempre de serviços úteis; assim seu inimigo achará difícil encontrar lugar para semear ervas daninhas.

(J. C. Ryle)

O que é a igreja? No livro de Apocalipse, as sete igrejas são apresentadas como sete candeeiros de ouro (1.20). Um candeeiro, por sua vez, não é um objeto com fim em si mesmo. O propósito de um candeeiro é sustentar a luz de modo que todos possam vê-la. Da mesma forma, a igreja não existe para si própria, ela não é um fim em si mesma, mas é um meio para que o objetivo seja alcançado. O objetivo da igreja é sustentar o testemunho de Jesus de modo que todos possam vê-Lo, de modo que todos possam ver a luz. E, se a igreja falhar em expressar, manifestar a luz do testemunho de Jesus, então, ela terá falhado em sua missão. A igreja não tem como objetivo final atrair as pessoas para si mesma; a igreja tem como objetivo conduzir as pessoas a Cristo.

(Stephen Kaung)

O plano de Deus sempre triunfa, apesar dos contratempos que o povo sofre, da oposição dos seus inimigos e da fraqueza humana.

(Paul Hoff)

Aprendi a amar o escuro da tristeza, porque ali vejo o brilho de Sua face.

(Madame Guyon)

O segredo jaz exatamente aqui: que nossa vontade, que é a fonte de todas as nossas ações, esteve no passado sob o controle do pecado e do eu, os quais operaram em nós todo bom prazer deles. Mas agora Deus apela para que submetamos nossa vontade a Ele, a fim de que Ele possa controlá-la e operar em nós o querer e o efetuar de Seu bom prazer. Se obedecermos a esse apelo, e nos apresentarmos a Ele como um sacrifício vivo, Ele tomará posse de nossa vontade submissa e começará logo a operar em nós “o que é agradável a Sua vista, por Jesus Cristo”, dando-nos a mente de Cristo e nos transformando conforme a Sua imagem (Rm 12.1,2).

(Hanna W. Smith)

Viver mediante regras e ritos não é ser cristão; é ser religioso. O cristianismo não é uma religião que dependa de fórmulas para obter o favor divino, mas é, antes, um relacionamento dinâmico com Deus mediante Jesus Cristo.

(Malcolm Smith)

O crente em união com Deus descansa dos argumentos. É difícil para a alma reprimir a argumentação enquanto está alienada de Deus. Ela argumenta porque perdeu o Deus da razão. O crente verdadeiramente restaurado cessa da argumentação viciosa e complicada da natureza. A verdadeira sabedoria é desejar conhecer tudo aquilo que Deus deseja que conheçamos; é empregar nossa faculdade de percepção e raciocínio sob a direção divina e não buscar nada além desse limite. Você que busca a verdade, tendo exercitado sua razão até descobrir que não existe paz nela, descanse no Deus da razão. O que você não sabe, Deus sabe. Ande com os olhos vendados e Deus, com Sua mão, guiará você.

(T. C. Upham)

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Escatologia Estudo bíblico S. R. Davison

Daniel 12

O último capítulo de Daniel relata o fim da última visão que ele recebeu no terceiro ano de Ciro, rei dos persas. É a continuação dos capítulos 10 e 11, e fala especificamente sobre o tema da vinda gloriosa de Cristo, depois do arrebatamento da Igreja e da grande tribulação de Israel.

 

As divisões do capítulo 12

a) As últimas palavras de Gabriel sobre a grande tribulação……………………………….. vv. 1-4

b) A pergunta que foi feita ao Homem vestido de linho…………………………….………… vv. 5,6

c) Mais informações sobre o fim, pelo Homem vestido de linho……………………………vv. 7-13

 

 As últimas palavras de Gabriel sobre a grande tribulação (vv. 1-4)

“Nesse tempo” (v. 1) é o mesmo tempo mencionado no fim do cap. 11, quando a besta, usada por Satanás, estará perseguindo os judeus em Jerusalém. Os judeus serão defendidos por Miguel, seu “grande príncipe”, mas haverá grande sofrimento e morte dos judeus que se recusam a adorar o anticristo. Já encontramos Miguel em Daniel 10.13,21, onde é chamado “vosso príncipe”, indicando que ele trabalha especificamente para proteger os judeus das atividades satânicas. Ele é o “arcanjo” que lutou com o Diabo a respeito do corpo de Moisés (Jd 9). Em Apocalipse 12.7-9, lemos mais sobre essa guerra que haverá no céu entre “Miguel e seus anjos” e “o dragão [Satanás] e os seus anjos”. Isso revela o grande poder desse anjo, talvez o mais elevado e poderoso de todos os anjos.

O livro mencionado aqui é o livro da vida, que contém o nome dos judeus salvos. Provavelmente é o mesmo livro que também contém o nome dos gentios salvos (Ap 13.8; 20.15; 21.27). Todos os que não estão escritos neste livro adorarão a besta no tempo da grande tribulação (Ap 13.8).

 

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2).

Há uma dificuldade nesse versículo, pois lemos da ressurreição dos salvos e dos perdidos como se fossem uma só ressurreição geral. Contudo sabemos, a partir de Apocalipse 20.5, que a ressurreição dos mortos perdidos acontecerá somente mil anos depois da vinda de Cristo. Para resolver esse problema, muitos ensinam que a ressurreição aqui referida é figurativa, e fala da restauração espiritual de Israel, como ocorre em Ezequiel 37, na visão dos ossos secos que ressuscitaram.

É verdade que haverá uma grande restauração espiritual na Grande Tribulação, mas parece que a ressurreição nesse versículo é literal. Temos sempre de lembrar que o livro de Daniel fala do futuro de Israel, e aqui podemos ter somente a ressurreição do povo de Israel.

O fato de estar escrito que essa é a ressurreição de “muitos”, e não de todos, sugere que é uma ressurreição parcial, como se fosse só do povo de Israel. Com certeza, naquela época haverá uma ressurreição literal dos judeus salvos que foram mortos na Tribulação (e possivelmente também dos judeus fiéis do Antigo Testamento: Ap 6.9-11; 20.4). Pode ser que os que ressuscitarão “para vergonha e horror eterno” são os mortos infiéis da nação de Israel, que ressuscitarão nesse mesmo tempo para serem julgados pelo Senhor.

Notemos que seu sofrimento será “eterno”, o que também é dito a respeito de gentios em Mateus 25.46. Não é aniquilação, como também não existe um lugar de sofrimento temporário (“purgatório”).

 

“Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente” (Dn 12.3).

Note que há três grupos de judeus indicados aqui: os sábios: os que obedeceram ao Senhor. Isso sugere outro grupo: os que não são sábios, ou seja, os judeus infiéis e desobedientes. Há também “os que a muitos ensinam a justiça”, que são judeus salvos e sábios, e que se esforçaram muito em pregar a Palavra de Deus para os outros (como, por exemplo, os 144 mil de Ap 7 e as duas testemunhas de Ap 11). Os dois grupos fiéis receberão suas diferentes recompensas na vinda gloriosa de Cristo e entrarão com Ele no reino da Terra. Os que foram ativos na pregação da verdade e conduziram muitos à justiça terão uma recompensa maior: “resplandecerão […] como as estrelas sempre e eternamente’’. Isso mostra que alcançarão uma posição de grande autoridade e glória permanente no reino de Cristo. Para a Igreja, a recompensa também será proporcional ao esforço do salvo (1Co 3.14,15). A parábola das dez minas em Lucas 19.11-27 também ensina essa diferença nas recompensas.

 

“E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará” (Dn 12.4).

Daniel tinha de encerrar e selar’ o livro com cuidado, para ele ser estudado e conhecido por muitos nos últimos dias. Essas verdades seriam guardadas por muito tempo, mas, no fim dos tempos, o livro será esquadrinhado e bem conhecido pelos judeus fiéis e sábios na Tribulação.

 

A pergunta que foi feita ao Homem vestido de linho (vv. 5-6)

 

“Então eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um deste lado, à beira do rio, e o outro do outro lado, à beira do rio” (Dn 12.5).

Neste ponto, Daniel percebeu que havia “outros dois” presentes, um em cada margem do rio Tigre. Parecem ser outros anjos acompanhando Gabriel. Os grandes anjos têm outros anjos que os auxiliam na obre de Deus (veja Ap 12.7).

 

“E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando será o fim destas maravilhas?” (Dn 12.6).

Um desses outros anjos fez uma pergunta para o Homem vestido de linho (Cristo), sobre quando se cumprirão todas essas visões. Sem dúvida, essa pergunta estava também na mente de Daniel e foi feita para ajudar a ele e a nós.

 

Mais informações sobre o fim, pelo Homem vestido de linho (vv. 7-13)

 

“E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas” (Dn 12.7).

A última palavra do livro foi dada pelo Homem vestido de linho: o próprio Senhor Jesus Cristo. Antes de falar, Ele levantou as mãos para o alto – uma expressão solene de juramento usada para invocar a Deus como testemunha.

Então Ele disse que o fim seria depois de “um tempo, tempos e metade de um tempo”. Isso equivale a três anos e meio, ou 1.260 dias, que corresponde ao tempo desde a profanação do Templo pelo anticristo, quando ele também anulará sua aliança com Israel, até a vinda de Cristo para salvar os judeus fiéis que serão perseguidos. Isso prova que o assunto nesses versículos é a Grande Tribulação, quando Israel e o judaísmo serão quase destruídos por seus inimigos naquele tempo de três anos e meio antes da vinda de Cristo.

 

“Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?” (Dn 12.8).

Daniel ficou perturbado ouvindo sobre essa grande perseguição a seu povo, Israel, e pediu mais ajuda ao Homem vestido de linho, sobre qual seria o fim dessas coisas. Ele queria saber como será o fim para Israel.

 

“E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Dn 12.9,10).

Daniel foi consolado pelo Homem vestido de linho, que explicou que tudo iria terminar bem para ele e para seu povo. Esse sofrimento dos judeus seria usado por Deus para purificá-los e trazer grande restauração em Israel. Os “ímpios” são aqueles que aceitam a besta para escapar do sofrimento; os “sábios” são os judeus que rejeitam a besta e aceitam o evangelho, mesmo sofrendo terrivelmente até a morte.

 

“E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias” (Dn 12.11).

Então, o Senhor mostrou, de maneira especial, o calendário divino. As frases “o sacrifício […] tirado” e “a abominação desoladora” colocada no Templo se referem ao tempo quando a imagem da besta será colocada no templo em Jerusalém, marcando o começo da Grande Tribulação (Mt 24.15). A partir desse dia, haverá ainda 1.290 dias. Esse período é trinta dias maior do que os três anos e meio citados no versículo 7, e deve incluir o tempo para limpar a cidade dos cadáveres, etc., depois da batalha que haverá na vinda de Cristo (veja também Zc 14.2,12,13).

 

“Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias” (Dn 12.12).

Os 1.335 dias mencionados aqui incluem ainda mais 45 dias depois dos 1.290 dias do vers

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (87)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Os cristãos primitivos não tinham muitos privilégios e muitas vantagens dos quais nós desfrutamos. Eles não tinham livros impressos. Eles adoravam a Deus em covas, cavernas e câmaras superiores, tinham poucas e simples vestes eclesiásticas, e muitas vezes recebiam a Ceia do Senhor em vasos de madeira, e não de prata ou ouro. Eles tinham pouco dinheiro, não tinham doações às igrejas, nem universidades. Suas crenças eram pequenas. Suas definições teológicas eram escassas. Mas o que eles sabiam, sabiam bem. Eles foram homens de um Livro só. Eles sabiam em quem criam. Se eles tinham vasos comunitários de madeira, eles tinham ministros e professores de ouro. Eles “olhavam para Jesus” e notavam intensamente a personalidade de Jesus. Eles viviam para Jesus, e trabalhavam e morriam por Ele. Mas o que nós estamos fazendo?

(J. C. Ryle)

A cruz é o maior nivelador do universo. Ela leva cada um de nós à estaca zero e oferece um novo começo a toda humanidade.

(Watchman Nee)

Onde a razão não alcança pé, a fé pode nadar.

(Thomas Watson)

Eu gostaria, irmãos e irmãs, que todos imitássemos a ostra. Uma partícula irritante penetra-lhe a concha, e isso a irrita e a faz sofrer. Ela não consegue desfazer-se do mal, mas o que ela faz é “cobrir” aquilo que a irrita com uma substância de alto valor, extraída de sua própria vida, por meio da qual transforma aquele intruso numa pérola! Oh, que façamos o mesmo com as provocações que recebemos de nossos companheiros cristãos, de forma que as pérolas de paciência, docilidade e perdão sejam criadas dentro de nós por meio daquilo que, doutra forma, nos seria prejudicial.

(C. H. Spurgeon)

Os dois fundamentos que constituíam a vida e a alma dos fariseus era sua própria reputação e a reputação do partido a que pertenciam.

(John Owen)

Aprendam a não se agarrar a nenhum bem terreno e estejam prontos a abrir mão de qualquer coisa quando Deus a exigir de suas mãos. Alguns de vocês talvez tenham amigos que lhes são tão caros como a própria alma; e outros podem ter filhos a cuja vida sua própria vida está ligada. Todos têm seus Isaques, aquilo que lhes dá especial prazer. Eu lhes rogo, pelo amor a Deus, filhos e filhas de Abraão: esforcem-se para renunciar a eles a cada instante, por amor a Deus, de forma que, quando chegar o momento de Ele requerer que vocês realmente os sacrifiquem, vocês não consultem carne e sangue, assim como também não fez o bem-aventurado patriarca.

(George Whitefield)

Não posso garantir a todo aquele que lavra a terra que, infalivelmente, terá uma boa colheita; mas uma coisa posso dizer: Deus costuma abençoar o diligente e o prudente. Não posso dizer a todo aquele que deseja filhos: “Case e você terá filhos”. Não posso dizer com certeza absoluta ao que vai à guerra pelo bem de seu país que será bem-sucedido e obterá a vitória. Mas posso dizer, como Joabe: “Esforça-te, e esforcemo-nos pelo nosso povo, e pelas cidades do nosso Deus, e faça o Senhor o que parecer bem aos Seus olhos” (1Cr 19.13). Não posso garantir que você obterá graça da parte de Deus; mas posso dizer a cada um e a todos: use os meios indicados por Deus, e confie o sucesso de seu esforço e sua própria salvação à boa vontade de Deus. Eu não posso garantir isso a você, pois não há como obrigar Deus a fazer alguma coisa. E, ao mesmo tempo, essa obra é fruto da vontade de Deus, de Seu soberano desígnio: “Segundo a Sua vontade, Ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.18). A nós compete fazer aquilo que Deus ordenou, e deixar que Ele faça a vontade Dele. Eu nem precisaria dizer isso, pois o mundo todo, em tudo o que acontece, é guiado por esse princípio. Cumpramos nossas obrigações, entregando a Deus os resultados. A maneira normal de Deus agir é encontrar-se com a criatura que O busca. Sim, Ele já está conosco agora. O sincero uso dos meios de graça já é um autêntico indício da operação de Sua graça. Dessa forma, uma vez que Ele já está conosco, e não demonstrou nenhum empecilho ao nosso bem-estar, não temos razão para desesperar de Sua bondade e misericórdia. Em vez disso, temos toda razão para esperar o melhor em nosso favor.

(Thomas Manton)

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Gotas de orvalho (86)

Gotas de orvalho que alimentam a fé!

Acolher a Bíblia de forma meramente teórica, especulativa, gera um travesseiro desconfortável para a hora da morte. E é impressionante e solene refletir como cada assunto, cada tema, cada questão que surge da história, na filologia ou do objetivo da Palavra de Deus, naquele terrível momento dá lugar ao único assunto de fato importante: a sublime salvação nela revelada, por meio da qual a alma pode escapar do inferno e subir ao céu. Quem, nessa hora, deseja ouvir tratados, por mais cultos que sejam, a respeito da literatura, da eloqüência, da poesia ou da sublimidade da Bíblia? Quem, quando a natureza estiver se dissolvendo, a terra sumindo, a eternidade se abrindo, quem estará em condições de ponderar, examinar e verificar as evidências da inspiração das Escrituras? A linguagem ardente, a súplica de alguém nessa situação, cônscio do pecado e do perigo, é esta: “Haverá perdão, haverá salvação, haverá esperança para um pecador como eu? Será que a Palavra de Deus me diz como posso ser salvo? Leia para mim a respeito de Cristo. Fale-me do Salvador. Aponte-me o Cordeiro de Deus. Direcione meus olhos para a cruz, e ajude-me a ver Aquele cujo sangue purifica de todo pecado. Leia, fale, conte-me unicamente sobre Jesus!”.

(Otávio Winslow)

Não há nada mais inadequado do que pronunciar verdades solenes com um espírito brincalhão!

(Samuel Davies)

Existem, portanto, muitos homens e mulheres batizados que praticamente nada sabem sobre Cristo. A fé deles consiste em algumas noções vagas e expressões vazias. “Mas eles crêem, não são piores que outros; eles se mantêm na igreja, tentam fazer suas obrigações; não prejudicam a ninguém; esperam que Deus seja misericordioso para com eles! Eles confiam que o Poderoso perdoará seus pecados e os levará para o céu quando morrerem”. Isso é quase a totalidade de sua fé. Mas o que essas pessoas sabem de fato sobre Cristo? Nada! Nada mesmo! Que relação experiencial eles têm com os ofícios e a obra de Cristo, com Seu sangue, Sua justiça, Sua mediação, Seu sacerdócio, Sua intercessão? Nenhuma! Nenhuma mesmo! Pergunte-lhes sobre a fé salvífica; pergunte-lhes sobre nascer de novo do Espírito; pergunte-lhes sobre ser santificado em Cristo Jesus. Que resposta você terá? Você é um bárbaro para eles. Você lhes perguntou questões bíblicas simples, mas eles não sabem mais sobre elas, experimentalmente, do que um budista ou um muçulmano. E, mesmo assim, essa é a fé de centenas de milhares de pessoas por todo o mundo que são chamadas de cristãs.

(J. C. Ryle)

É terrível pensar que multidões de pessoas que se professam cristãs haverão de acordar no inferno para então descobrir que o conhecimento da verdade divina que possuíam não era mais sólido que um mero sonho!

(A. W. Pink)

Foi a certeza de que o homem terá de prestar contas a seu Criador que fez da América uma grande nação. Entre os antigos líderes encontrava-se Daniel Webster, cujos olhos flamejantes e cuja oratória ardente muitas vezes fascinou o Senado. Naqueles dias, o Congresso era composto de estadistas fortes, nobres, que carregavam no próprio coração e mente o peso da nação. Perguntaram, certa vez: “Sr. Webster, qual foi o pensamento mais sério que já lhe passou pela mente?” “O pensamento mais sério que já entrou em minha mente é minha responsabilidade de prestar contas a meu Criador”, replicou ele. Homens desse calibre não há como corromper nem comprar. Eles não precisam preocupar-se com escutas telefônicas. Aquilo que eram, em caráter e conduta, era resultado da convicção que tinham que no final teriam de prestar contas a Deus.

(A. W. Tozer)

Para alcançarmos o conhecimento proveitoso, a coisa mais necessária é temer a Deus. Não somos capazes de aproveitar as instruções que nos são dadas a não ser que nossa mente esteja possuída de santa reverência por Deus e que cada pensamento nosso seja trazido à obediência Dele. […] Da mesma forma que todo o nosso conhecimento precisa originar-se do temor de Deus, assim também ele precisa conduzir-nos ao temor de Deus como seu aperfeiçoamento e centro. Somente aqueles que sabem como temer a Deus, aqueles que são cuidadosos para em tudo agradá-Lo e que temem ofendê-Lo de qualquer forma, têm conhecimento adequado.

(Matthew Henry)

A idéia corrente sobre a oração parece ser que eu me achego a Deus e Lhe peço alguma coisa que quero, e minha expectativa é que Ele me dê aquilo que pedi. Mas essa é uma concepção que muito desonra e deprecia a oração. Essa crença popular reduz Deus a um servo, nosso servo: fazendo o que ordenamos, executando nossos desejos, concedendo-nos o que desejamos. Não, não! A oração consiste em aproximar-me de Deus, apresentar-lhe minhas necessidades, entregando-Lhe meu caminho e deixando que Ele lide com a situação como Lhe parecer melhor.

(A. W. Pink)

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Consolo Encorajamento John MacDuff Sofrimento Vida cristã

O terno cuidado

“E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados” (Mt 10.30).

Que promessa preciosa temos aqui! Tudo o que diz respeito a você, até mesmo o número dos cabelos de sua cabeça, tudo Deus conhece! Nada acontece por acaso ou por acidente. Nada escapa a Sua inspeção. A folha que cai na floresta, o inseto que esvoaça, o agitar das asas dos anjos, a destruição de um povo: tudo Ele conhece por igual! O homem fala de coisas grandes e de coisas pequenas, mas Deus desconhece essa diferença.

Como é confortante pensar nesse terno cuidado com referência a Seu próprio povo, o povo da aliança: Ele é quem distribui todas as alegrias e todas as tristezas de Seu povo! Todo doce, e todo amargo, é Ele quem ordena. Até mesmo “noites longas e enfadonhas” são “ordenadas” por Ele. Nenhum sofrimento meu, nenhuma lágrima que derramo, nada acontece que Lhe seja desconhecido. Aquilo que comumente chamamos de “negras nuvens” são as ordens da invariável fidelidade Dele. O homem pode errar, seus caminhos são constantemente tortuosos; mas “o caminho de Deus é perfeito” (2Sm 22.31; Sl 18.30)!

Ele recolhe em Seu odre as minhas lágrimas. Em todo momento, Seus braços eternos me sustentam e me rodeiam. Ele cuida de mim “como à menina do olho” (Sl 17.8). Ele me trata como um homem trata o próprio filho (103.13)!

Você está preocupado com o futuro? Há muita coisa incerta e misteriosa aguardando você? Talvez haja até muitos presságios ruins. Confie Nele! Tudo o que lhe diz respeito já está designado. Os perigos serão afastados; labirintos confusos se mostrarão entrelaçados e entremeados de misericórdia. “Os pés dos Seus santos [Deus] guardará” (1Sm 2.9). Nem um cabelo da sua cabeça será tocado.

Às vezes, Ele nos guia por caminhos escuros; às vezes, por caminhos de sofrimento; com freqüência, por caminhos tortuosos e aflitivos, que nós mesmos não teríamos escolhido. Mas Ele sempre nos conduz sabiamente, sempre com ternura. Com todos esses intrincados e sinuosos desvios, com todas as suas asperezas e severidades, o crente não só está em um caminho certo, mas está no caminho certo, o melhor caminho que o amor e a sabedoria do pacto poderiam escolher para ele.

Jeremias Taylor diz: “Não há nada que aquiete a mente no meio da agitação e da turbulência das coisas presentes do que olhar acima delas e olhar além delas. Acima delas, para a firme e amorosa mão que as está regendo; e além delas, para o doce e belo final a que, por essa mão, as circunstâncias serão conduzidas”. Thomas Brooks diz: “O Grande Consolador põe nuvens e escuridão em torno de Si, pedindo que atendamos a Seu chamamento do meio da nuvem, prometendo um eterno e ininterrupto raiar do sol no outro lado”. Nesse “outro lado” haveremos de ver como todo golpe de vento, aparentemente rude, cooperou para conduzir nosso barco para mais perto do céu desejado.

Eu posso muito bem confiar a guarda de minha alma a Jesus, com absoluta certeza de que Ele a guardará segura – Ele é o fiel Criador. Ele deu a Si mesmo por mim. Essa tão grande prova de amor é a garantia da concessão de toda e qualquer outra bênção que seja necessária (Rm 8.32). Oh, que pensamento abençoado: minhas tristezas estão todas contadas pelo Homem de Dores; minhas lágrimas estão todas contadas por Ele, que primeiro derramou Suas lágrimas e, então, Seu sangue por mim! Ele não vai me impor nenhum fardo inútil, e não exigirá nenhum sacrifício desnecessário. Não havia nenhuma gota desnecessária no cálice de Seus próprios sofrimentos, nem haverá no cálice de Seu povo.

“Ainda que Ele me mate, Nele esperarei” (Jó 13.15)!

“Portanto, consolai-vos uns aos outros com essas palavras” (1Ts 4.18).

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Gotas de orvalho (85)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Quando o pecado influencia nossas preferências, ele parece agradável e bom. A mente é naturalmente predisposta a pensar que tudo o que é agradável é correto. Portanto, quando um desejo pecaminoso vence a vontade, também lesa o entendimento.

(Jonathan Edwards)

“Deus falar” é o mesmo que “Deus agir”; para Ele, dizer e fazer são a mesma coisa.

(Matthew Henry)

Que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber nada mais, senão o que a Escritura nos ensina. Naquilo em que o Senhor fecha Seus próprios lábios que igualmente impeçamos nossa mente de avançar um passo a mais.

(João Calvino)

Abandonar o pecado é a própria essência do verdadeiro arrependimento. O arrependimento que consiste apenas em sentimentos, confissão verbal, desejos, esperança e decisão é indigno aos olhos de Deus. Os atos é que constituem a essência do “arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar”. Até que um homem cesse de fazer o mal e abandone seus pecados, ele não se arrependeu. Se queremos saber se realmente somos convertidos a Deus e se experimentamos tristeza pelo pecado e o arrependimento que causa “jubilo nos céus”, examinemo-nos e vejamos se, na verdade, abandonamos o pecado. Não descansemos até que sejamos capazes de dizer, como se estivéssemos na presença de Deus: “Odeio o pecado, e não quero mais pecar”.

(J. C. Ryle)

Guarde-se de estudar a Bíblia como mero amante de história, ou de ciência ou de poesia. Estude-a como um pecador, ansioso por saber como pode ser salvo. Leia a Bíblia para saber como Deus pode perdoá-lo, justificá-lo e conduzi-lo ao céu quando você morrer. Deixe de lado suas críticas, discussões e especulações, e aproxime-se da Bíblia como uma criancinha, como um sincero investigador, como um aluno humilde, desejoso de conhecer as Escrituras, que podem torná-lo sábio para a vida eterna. Nessa busca tão séria, deixe de lado todos os outros livros, e torne-se estudante desse único Livro de Deus. A salvação é o grande e principal tema da Bíblia, e isso é tudo que você, como pecador que vai enfrentar o trono do juízo de Deus, precisa conhecer.

(Otávio Winslow)

A hipocrisia é uma erva daninha que naturalmente brota em todo terreno. O melhor coração não está perfeitamente limpo nem livre dela.

(John Flavel)

A oração não é tanto um ato, mas é uma atitude; uma atitude de dependência, dependência de Deus.

(A. W. Pink)

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Sacerdotes


O estabelecimento de um sacerdócio humano como uma classe distinta dos outros cristãos é uma negação da verdade da fé cristã. De acordo com o Novo Testamento, todos os cristãos são sacerdotes: eles oferecem oração e louvor a Deus.

No Novo Testamento temos:

  1. Sacerdotes judeus
  2. O sacerdote pagão de Júpiter
  3. Melquisedeque (contemporâneo de Abraão)
  4. O próprio Cristo como o Sumo Sacerdote

Não existe absolutamente nenhuma referência a alguns cristãos tendo a distinção de serem sacerdotes. Em lugar disso, todos os cristãos são sacerdotes. Uma classe diferenciada de sacerdotes dentre os cristãos na terra é totalmente estranha ao Novo Testamento. Todos os cristãos pertencem a um sacerdócio real e santo – tudo o mais é falso e contrário às Escrituras.

Veja os seguintes versículos:

“Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Cristo Jesus” (1Pd 2.5).

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas Daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pd 2.9).

“Àquele que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos fez reino, sacerdotes para Deus, Seu Pai” (Ap 1.5,6).

“Por Ele [Jesus], pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome” (Hb 13.15). (A palavra sacerdote não é usada aqui, mas apenas sacerdotes oferecem sacrifícios.)

Cristo é o grande Sumo Sacerdote; todos os cristãos são sacerdotes. No antigo sistema, os sacerdotes ofereciam dons e sacrifícios pelos pecados em benefício do povo que não podia se aproximar do altar para o fazer. Era, sem dúvida, antes do próprio sacrifício de Cristo na cruz. A fé cristã é fundamentada no perfeito sacrifício de Cristo, no valor e na eficácia do que é eterno. A Epístola aos Hebreus enfatiza que, como a obra de Cristo fora de uma vez por todas, não pode haver qualquer outro sacrifício pelos pecados (ver 10.26).

No tabernáculo judeu havia dois véus. As pessoas comuns não podiam passar por nenhum deles. Os sacerdotes podiam passar pelo primeiro a fim de oferecer incenso, porém, pelo véu que dava para o Santo dos Santos, somente o sumo sacerdote podia passar sozinho, uma vez por ano, com o sangue da propiciação aspergido sobre o propiciatório. Assim, Deus se escondia dentro do véu. O adorador comum não podia se aproximar de Deus diretamente para oferecer dons e sacrifícios. O sacerdote os recebia e os oferecia. Deus habitava em densa escuridão.

A fé cristã é o completo oposto de tudo isso. O véu foi rasgado de alto a baixo (ver Mc 15.38); Deus revelou a Si mesmo. Em lugar de não podermos nos aproximar de Deus, Deus se aproximou de nós. Isso se aplica até ao maior dos pecadores (Paulo). Agora:

“A graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

“As trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz” (1Jo 2.8).

“Pois que Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2Co 5.19).

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.14).

“Nele [em Cristo] estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.4).

“Deus nos deu vida eterna, e essa vida está em Seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida” (1Jo 5.12).

Por meio disso deduzimos que, quando um cristão assume a autoridade exclusiva de conduzir uma reunião ou um grupo, ele está agindo segundo a antiga ordem judaica. Está, de fato, dizendo que a pessoa comum não pode se aproximar pessoalmente, mas que deve ter um ministro ordenado da igreja para se aproximar por ele. Isso é uma negação de toda a eficácia da fé cristã e do lugar no qual todos os cristãos foram colocados.

Mas a luz de Deus brilhou mais, “e devemos andar na luz assim como Ele [Deus] na luz está” (1Jo 1.7). Aproximo-me pelo sangue de Cristo, a luz me mostra que estou perfeitamente limpo. Se requeiro que outro entre na presença de Deus em meu benefício, não devo considerar a mim mesmo como puro. Mas estou limpo, por causa da obra de Cristo. Sou, portanto, um sacerdote, e devo oferecer louvor, gratidão e adoração ao próprio Deus. E posso fazer isso a qualquer hora.

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Encorajamento Evangelho John Newton Vida cristã

Simplicidade e sinceridade de Deus – Uma carta escrita por John Newton

Prezado senhor:

Seria algo maravilhoso se todos os que professam o Evangelho pudessem, juntamente com o apóstolo, regozijar-se no testemunho da consciência, de que vivem em simplicidade e em sinceridade. Quantos males e escândalos seriam evitados! Mas, ah!, são tantos os que usam o nome de Cristo que parecem não ter a menor idéia dessa parte essencial do caráter cristão. Acredito que algumas poucas considerações sobre esse assunto tão pouco tratado nos serão de bom proveito. Aquele que está mais avançado na vida cristã ainda tem algo para aprender sobre isso; e, quanto mais avançarmos no assunto, maior será nossa paz interior e mais haverá de brilhar nossa luz diante dos homens, para glória de nosso Pai celestial.

A simplicidade e a sinceridade, embora sejam inseparáveis, não são a mesma coisa. A primeira é o fundamento que dá origem à segunda. A simplicidade, antes de tudo, diz respeito à disposição de nosso espírito à vista de Deus, enquanto a sinceridade diz respeito à nossa conduta observável por nossos semelhantes. É verdade, os termos são freqüentemente usados de modo intercambiável, e isso pode ocorrer sem provocar grandes erros; mas, como não são exatamente a mesma coisa, julgo adequado, se queremos falar corretamente, deixar bem clara essa distinção.

Algumas pessoas, mais encantadas com o nome simplicidade do que com a essência do que essa palavra significa, têm atribuído a ela o sentido de infantilidade no falar e no agir, como se entendessem a palavra simples apenas no sentido vulgar, como equivalente de tolo. Mas essa infantilidade produz autêntico desgosto naqueles que têm verdadeiro gosto pelas coisas de Deus e adequado juízo sobre elas. Uma simplicidade artificial ou aparente é uma contradição de termos, e difere tanto da simplicidade do Evangelho quanto a maquiagem difere da beleza.

A simplicidade verdadeira, que é a honra e a força de um crente, é o efeito de uma percepção espiritual das verdades do Evangelho. Ela surge da percepção que temos (e cresce à medida que essa consciência se intensifica) de nossa própria indignidade, do poder e da graça de Cristo e da grandeza de nosso comprometimento com Ele. À medida que o conhecimento dessas coisas passa a fazer parte de nossas vida e experiência, isso nos tornará simples de coração. Essa simplicidade pode ser considerada de duas formas: uma simplicidade de intenção e uma simplicidade de confiança. A primeira se opõe a nossas obras corruptas; a segunda, ao falso raciocínio incrédulo.

A simplicidade de intenção significa que temos somente um alvo, para o qual dirigimos e ao qual subordinamos todos os nossos desejos e tudo o que nos interessa, deliberadamente e sem reservas. Em resumo: que estamos devotados ao Senhor, e pela graça fomos capacitados a escolhê-Lo e a nos consagrar a Ele, de forma que nossa felicidade está em Seu favor, e fazemos da glória e da vontade Dele o supremo alvo de todas as ações. Ele é digno disso. Ele é o supremo bem. Só Ele é capaz de satisfazer a imensa capacidade que nos concedeu, pois Ele nos formou para Si mesmo. E, aqueles que já provaram que Ele é gracioso, sabem que Sua graça “é melhor do que a vida” (cf. Sl 63.3a), e que Sua presença e plenitude podem suprir a falta ou a perda de toda e qualquer necessidade pessoal.

Da mesma forma, Ele, com justiça, requer que sejamos totalmente Dele; pois, além de, como Suas criaturas, estarmos em Suas mãos como barro nas mãos do oleiro, Ele tem um documento de redenção para nós: Ele nos amou e nos comprou com Seu próprio sangue. Ele não hesitou nem vacilou entre dois pensamentos, quando se empenhou em redimir nossa alma da maldição da lei e do poder de Satanás. Ele, no momento de Sua agonia, poderia ter convocado legiões de anjos (se fosse necessário) para Lhe darem assistência ou poderia ter destruído Seus inimigos com uma palavra ou um simples olhar. Ele poderia facilmente ter-se salvado; mas como então teria sido salvo Seu povo ou como teriam se cumprido as promessas das Escrituras? Por essa razão, Ele voluntariamente suportou a cruz, Ele ofereceu as costas a Seus torturadores, Ele derramou Seu sangue, Ele renunciou à própria vida. Nele nós vemos uma admirável simplicidade de intenção!

“E nós, ó Amigo das almas,
não deveríamos ser simples de coração
e totalmente entregues a Ti?
Deveríamos recusar o cálice da aflição de Tua mão ou por Tua causa?
Ou deveríamos desejar beber o cálice do prazer pecaminoso,
quando lembramos o que nossos pecados custaram para Ti?
Devemos desejar ser amados pelo mundo que Te odiou
ou ser admirados pelo mundo que Te desprezou?
Devemos nos envergonhar de professar nossa ligação com um Salvador assim?
Não, Senhor, não permitas que isso aconteça!
Faze com que Teu amor nos constranja;
que Teu nome seja glorificado e Tua vontade seja feita, por nós e em nós.
Que consideremos todas as coisas como escória e esterco
pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, nosso Senhor.
Que não desejemos nada que Tu julgues por bem nos negar,
nem nos lamentemos por aquilo de que queres que abramos mão.
E que nem mesmo nos regozijemos naquilo que nos concederes,
a não ser que possamos aproveitá-lo para Ti;
e que sempre desejemos mais Teu amor do que nossa mais cara alegria!”

Essa é a linguagem do coração que foi abençoado com a simplicidade do Evangelho. Ele já foi a fortaleza do pecado, o trono do interesse próprio; mas agora o egoísmo foi destronado, e Jesus reina pelo cetro dourado do amor. Esse princípio preserva a alma das buscas inferiores, sórdidas e idólatras. Ele não admitirá nenhum rival perto do Amado, nem se renderá aos subornos e às ameaças do mundo.

Quão confortante é, e quão apropriado para nossa declaração de fé, ser capaz de confiar no Senhor na estrada do dever! Crer que Ele suprirá nossas necessidades, dirigirá nossos passos, defenderá nossa causa e controlará nossos inimigos! É isso que Ele prometeu, e faz parte do Evangelho a simplicidade de aceitar Sua palavra contra todo desânimo.

Há, igualmente uma simplicidade de confiança. A incredulidade está constantemente levantando objeções, ressaltando e multiplicando dificuldades. Mas a fé no poder e nas promessas de Deus inspira uma nobre simplicidade e lança sobre Ele cada preocupação, Ele que é capaz e se comprometeu a sustentar e a cuidar.

Dessa forma, quando Abraão, em obediência ao chamado de Deus, deixou sua terra e sua parentela, o apóstolo observa: ele “partiu sem saber aonde ia” (Hb 11.8). Para Abraão, era suficiente saber a quem estava seguindo: o Deus todo-suficiente era seu guia, seu escudo e seu grandíssimo galardão (Gn 15.1). Assim, quando forçado a esperar longamente pelo cumprimento de uma promessa, ele não se abalou, não discutiu nem duvidou, mas simplesmente dependeu de Deus, que tinha falado e que também era poderoso para cumprir o que prometera. De forma semelhante, quando recebeu a dura ordem de oferecer o próprio filho, a respeito do qual tinha sido dito: “Em Isaque será chamada a tua descendência”, ele simplesmente obedeceu e dependeu do Senhor para que cumprisse a própria palavra (Hb 11.18,19).

Foi nesse espírito que Davi saiu para enfrentar Golias, e o venceu. E dessa forma os três notáveis não temeram as ameaças de Nabucodonosor, escolhendo antes ser lançados numa fornalha acesa do que pecar contra o Senhor. E dessa forma Elias, num tempo de fome, foi preservado de preocupação e necessidade, e foi sustentado por meios extraordinários (1Rs 17.1-7).

Em nossos tempos, não ficamos na expectativa de milagres, no sentido estrito da palavra, mas aqueles que dependem de Deus de forma simples haverão de deparar-se com tais indicações de Sua intervenção em tempos de necessidade, o que, para eles pelo menos, será uma prova satisfatória de que Ele tem cuidado deles. Quão confortante é, e quão apropriado para nossa declaração de fé, ser capaz de confiar no Senhor na estrada do dever! Crer que Ele suprirá nossas necessidades, dirigirá nossos passos, defenderá nossa causa e controlará nossos inimigos! É isso que Ele prometeu, e faz parte do Evangelho a simplicidade de aceitar Sua palavra contra todo desânimo. Isso nos encorajará a usar todos os meios legítimos, porque o Senhor nos ordenou esperar Nele baseados em Sua Palavra; mas também haverá de inspirar confiança e esperança quando tudo parece falhar (Hc 3.17,18).

Quando não exercem essa dependência, muitos desonram sua profissão de fé, e chegam até a naufragar na fé. O coração deles não é simples; eles não confiam no Senhor; pelo contrário, apoiam-se no próprio entendimento, e suas esperanças e medos recebem influência de vermes como eles mesmos. Isso provoca uma duplicidade de conduta. Eles temem o Senhor, mas servem a outros deuses. Reparando na linguagem deles, às vezes se pensa que o desejo deles é servir apenas ao Senhor; mas, se ficam com medo de que Ele não vai protegê-los ou suprir-lhes as necessidades, fazem aliança com o mundo e procuram tanto segurança quanto vantagens em aquiescências pecaminosas. Eles não podem regozijar-se no testemunho de uma consciência boa. Vivem de forma miserável. Tentam reconciliar aquilo que o Senhor declarou ser totalmente incompatível: servir a Deus e ao dinheiro.

Eles conhecem o suficiente da religião ao ponto de seus interesses mundanos se tornarem desagradáveis, e têm tanta estima pelo mundo que isso os impede de receber qualquer bem-estar verdadeiro da religião. Esses são os mornos na fé, nem quentes nem frios: nem aprovados pelos homens nem aceitos por Deus. É possível que participem das ordenanças [batismo e Ceia do Senhor] e falem como cristãos, mas o gênio deles não é santificado e sua conduta é irregular e reprovável. Eles não são simples e, por essa razão, não podem ser sinceros.

Não preciso me dar ao trabalho de provar que o efeito da simplicidade será a sinceridade. Visto que aqueles que amam o Senhor acima de tudo, que preferem a luz do Seu rosto a milhares de ouro e prata, que foram capacitados a confiar Nele quanto a todas as preocupações e que preferem que Ele lhes controle a vida em vez de eles mesmos fazerem isso – esses serão pouco tentados à insinceridade. Os princípios e os motivos que regem a conduta deles são os mesmos tanto em público como em particular. O comportamento deles será íntegro, pois eles têm um só propósito. Eles falarão a verdade em amor, serão rigidamente pontuais nos negócios e tratarão os outros como gostariam de ser tratados. Porque essas coisas são essenciais para o grande alvo deles: glorificar seu Senhor e manter comunhão com Ele.

Um temor de desonrar Seu nome e de entristecer Seu Espírito os ensinará não só a evitar pecados grosseiros e conhecidos, mas a absterem-se de toda aparência de mal. A conduta deles, por isso, será consistente, e serão capacitados a dizer a todos os que os conhecem que “com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus” eles têm se conduzido no mundo (2Co 1.12).

Para um cristão sincero, o engano e a esperteza, que são considerados sabedoria no mundo, são considerados não apenas ilegítimos, mas também desnecessários. Ele não precisa de pequenos subterfúgios, evasivas e disfarces, pelos quais homens astuciosos se esforçam (embora muitas vezes em vão) para esconder seu verdadeiro caráter e fugir de merecido desprezo. Ele é o que parece ser, e por isso não teme ser descoberto. Ele anda na luz da sabedoria que é lá do alto e se apoia no braço do Todo-Poderoso; por isso, anda com liberdade, confiando no Senhor, a quem serve em espírito no evangelho de Seu Filho.

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Amor a Deus Citações Evangelho Gotas de orvalho John MacArthur Octavius Winslow Oração Pecado R. C. Sproul Richard Sibbes Serviço cristão Thomas Brooks William Law

Gotas de orvalho (84)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

O que é o evangelho em si mesmo além de uma temperança misericordiosa, na qual a obediência de Cristo é estimada como nossa, e nossos pecados são lançados sobre Ele, em que Deus, sendo juiz, se torna nosso Pai, perdoando nossos pecados e aceitando nossa obediência, ainda que fraca e defeituosa? Somos agora trazidos ao céu sob a aliança da graça por um caminho de amor e misericórdia.

(Richard Sibbes)

Contemple pela fé o Cordeiro de Deus, sem pecado e sem mancha, como tendo suportado o peso, sofrido pelos pecados, morrido pelas transgressões, e aceite a verdade preciosa de que foi o eterno amor de Deus que os colocou todos em Jesus, e que nada lhe foi deixado para fazer além de crer em Jesus, pois Ele salva totalmente todos os que vêm a Deus por Seu intermédio.

(Octavius Winslow)

Não existe maior sinal de um orgulho confirmado do que julgar-nos suficientemente humildes.

(William Law)

Nunca suavize o Evangelho. Se a verdade ofende, então, deixe que ofenda. As pessoas passam sua vida ofendendo a Deus; deixe que se ofendam por um momento.

(John MacArthur)

Embora nossos desejos privados sejam sempre tão confusos, nossos pedidos particulares sempre tão imperfeitos e nossos próprios suspiros sempre tão escondidos dos homens, mesmo assim Deus os vê, lembra-se deles e os põe no arquivo do céu, e um dia os coroará com respostas e retornos gloriosos.

(Thomas Brooks)

Quando agimos, colhemos os frutos de nosso trabalho, mas, quando oramos, colhemos os frutos do trabalho de Deus.

(Hans Von Staden)

Quando procuramos colocar a lei de Deus contra Seu amor, mostramo-nos ignorantes sobre ambos.

(R.C. Sproul)

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A. W. Tozer Igreja Oração Serviço cristão

As melhores coisas demandam esforço

Muitas horas de comunhão deveriam preceder uma hora no púlpito.

Em nosso mundo distorcido, as coisas mais importantes muitas vezes são as mais difíceis de aprender e, inversamente, as coisas que vêm facilmente são, na maioria das vezes, de pouco valor real no longo prazo.

Isso se vê claramente na vida cristã. Muitas vezes acontece que aquilo que aprendemos a fazer sem dificuldade são as atividades mais superficiais e menos importantes, e os exercícios verdadeiramente vitais tendem a ser omitidos devido à dificuldade de pô-los em prática. Isso é mais facilmente visto em nossas variadas formas de serviço cristão, particularmente no ministério. Ali, as atividades mais difíceis são as que produzem maior fruto, e os serviços menos frutíferos são desempenhados com menor esforço. Essa é uma armadilha em que um ministro sábio não cairá, ou, se perceber que está preso nela, importunará céu e terra em sua luta para dela escapar. Orar com sucesso é a primeira lição que o pregador tem de aprender, se quiser pregar frutiferamente, embora a oração seja a tarefa mais difícil para a qual ele é chamado. Essa vai ser a atividade, mais do que qualquer outra, que, como homem, ele será tentado a menos pôr em prática. Ele tem de determinar o coração para vencer pela oração, e isso significa que primeiro tem de vencer a própria carne, porque é a carne que sempre atrapalha a oração.

Quase tudo que diz respeito ao ministério pode ser aprendido com uma porção média de esforço inteligente. Não é difícil pregar, ou gerenciar atividades da igreja ou atender a compromissos sociais; casamentos e funerais podem ser dirigidos sem problemas com um pouco de ajuda de um Manual do ministro. Pode-se aprender a fazer sermões tão facilmente como fazer sapatos – introdução, conclusão, e só. E assim é com todo a atividade do ministério como se tem levado na igreja normal de hoje.

Mas orar – isso é outro assunto. Aqui de nada serve a ajuda de um Manual do ministro. Aqui, o solitário homem de Deus tem de combater sozinho, às vezes com jejuns e lágrimas e fadigas indizíveis. Ali cada homem tem de ser original, porque a verdadeira oração não pode ser imitada nem pode ser aprendida de outrem. Cada um tem de orar como se só ele pudesse orar, e sua aproximação de Deus tem de ser individual e independente; independente de todos, menos do Espírito Santo.

Thomas à Kempis[1] diz que o homem de Deus deve sentir-se mais à vontade em seu quarto de oração do que diante do público. Não é exagero dizer que é raro que o pregador que gosta de estar diante do público se encontra espiritualmente preparado para estar diante dele. É mais provável que a oração correta torne o homem hesitante em aparecer diante de uma audiência. O homem que realmente se sente à vontade na presença de Deus se verá preso numa espécie de contradição interior: ele provavelmente sentirá de forma tão aguda sua responsabilidade que preferiria fazer qualquer outra coisa a encarar um auditório; contudo, a pressão sobre seu espírito pode ser tão grande que nem cavalos selvagens o poderiam arrancar do púlpito.

Nenhum homem deveria se colocar diante de uma audiência sem antes ter estado diante de Deus. Muitas horas de comunhão deveriam preceder uma hora no púlpito. O quarto de oração deveria ser mais familiar do que a plataforma pública. A oração deveria ser contínua; a pregação, intermitente.

É de notar que as escolas ensinam tudo sobre a pregação, exceto a parte importante: a oração. Não se deve censurar as escolas por causa dessa fraqueza, pois a oração não pode ser ensinada; ela somente pode ser praticada. O melhor que qualquer escola ou qualquer livro (ou qualquer artigo) pode fazer é recomendar a oração e exortar a que seja praticada. A oração mesma tem de ser trabalho do indivíduo.

E é justamente o trabalho religioso que, feito com pouco entusiasmo, se torna uma das grandes tragédias de nossos dias.


 

[1] Autor de A imitação de Cristo. (N. do E.)

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Conselho aos pais Família Natasha Crain Vida cristã

Cinco coisas que pais cristãos devem fazer para criar filhos piedosos em um mundo secular

Invista tempo para ensinar a Bíblia a seus filhos!

Nos últimos anos, tive a oportunidade de falar em várias conferências e igrejas cristãs sobre a importância dos pais ensinarem a seus filhos (como justificar e defender a verdade da fé cristã). Quando falo, geralmente começo fazendo as seguintes duas perguntas.

Primeira pergunta aos pais: “Quantos de vocês chegaram aqui já sabendo que nosso mundo está se tornando muito secular e que a fé de seus filhos provavelmente seja desafiada de certa forma por causa disso?”

 Cem por cento das mãos levantam… sempre.

Segunda pergunta aos pais: “Quantos de vocês podem dizer que estão confiantes de que sabem especificamente quais são esses grandes desafios da fé, como tratá-los efetivamente com seus filhos, e como isso se traduz nas responsabilidades paternas do dia-a-dia?”

Zero por cento das mãos levantam… sempre.

Por estar escrevendo no blogue sobre paternidade cristã, nos últimos quatro anos tive a oportunidade de escutar centenas de pais. Essa lacuna entre 1) saber que nosso mundo secular influenciará a fé de nossos filhos e 2) entender o que exatamente isso significa para os pais é praticamente universal. E isso geralmente leva ao medo e à frustração: os pais sabem que há um problema, mas não sabem como resolvê-lo.

 É esta lacuna que me levou a escrever Keeping Your Kids on God’s Side: 40 Conversations to Help Them Build a Lasting Faith (Mantendo seus filhos ao lado de Deus: 40 conversas para ajudá-los a construir uma fé duradoura), em inglês, lançado em março). Desejei ajudar os pais a identificar e compreender 40 dos mais importantes desafios de fé que precisam discutir com os filhos para que esses desafios não pareçam mais ambíguos e intratáveis. Contudo, mesmo que os pais tenham adquirido esse conhecimento crítico, a questão que permanece é: “Como isso se traduz em responsabilidades paternas?”

Eis aqui cinco questões-chave a serem consideradas. 

1. Os pais precisam se comprometer a aprofundar continuamente seu entendimento sobre a fé cristã

Em um mundo secular, crianças encontrarão freqüentemente desafios à fé, especialmente vindos de ateus declarados. Ateus geralmente são bem preparados para apresentar seus argumentos contra Deus e, em particular, contra o cristianismo. Infelizmente, muitos pais cristãos não estão igualmente preparados para ensinar seus filhos a justificar a verdade do cristianismo e a defender suas crenças. É criticamente importante que os filhos compreendam perguntas como as que seguem, porém muito poucos pais estão equipados a tratar delas de forma pró-ativa: “Que evidência existe da existência de Deus? Por que um Deus bom permitiria maldade e sofrimento? Como um Deus amoroso pode mandar pessoas para o inferno? A fé em Deus é oposta à razão? Quais são os fatos históricos sobre a ressurreição com os quais quase todos os estudiosos concordam? Como os cristãos podem acreditar que milagres são possíveis? Como sabemos que a Bíblia que temos hoje diz o que os autores quiseram dizer originalmente? A Bíblia apoia a escravidão, o estupro e o sacrifício humano (como os céticos alegam)?”

No passado, quando a sociedade era pelo menos nominalmente mais cristã, os pais evitavam tratar das perguntas mais difíceis sobre a fé com os filhos (não que eles não as tivessem!). Contudo, os desafios de hoje requerem muito mais dos pais cristãos fiéis. Devemos saber quais são esses grandes desafios e nos equipar para nos envolver com eles, comprometendo-nos a continuamente aprofundar o entendimento sobre nossa fé a fim de podermos guiar nossos filhos de acordo com ela. 

2. Os pais devem intencionalmente ter um “espaço espiritual” no lar

É claro que não é suficiente aprofundarmos o entendimento sobre o cristianismo. Tem, de alguma maneira, de transferir esse entendimento a nossos filhos, e essa transferência requer um cuidadoso planejamento de tempo. O tipo de conversa sobre fé que precisamos ter com nossos filhos hoje (como as questões listadas no ponto 1) simplesmente não irão acontecer de forma significativa a menos que tenhamos espaço espiritual para elas. Por espaço espiritual quero dizer dedicar um tempo para a família envolver-se em crescente entendimento sobre o relacionamento com Deus e intensificá-lo. Não há razão para que um tempo como esse não seja agendado como todas as outras atividades (menos importantes) em nossa vida. Se você já não está fazendo isso, comece com apenas 30 minutos por semana. Isso é razoável para qualquer família, e sempre é possível trabalhar a partir daí.

3. Os pais devem estudar a Bíblia com os filhos. De verdade

Mesmo sabendo que o estudo da Bíblia é importante, as estatísticas mostram que provavelmente não o estamos fazendo: menos de uma em cada dez famílias cristãs estudam a Bíblia, todos os membros juntos, toda semana. Se seus filhos perceberem que você de fato despreza a Bíblia, tratando-a como algo minimamente relevante, eles terão pouca razão para vê-la como o livro com autoridade que alguns alegam que ela é. É absolutamente inútil falar sobre a Bíblia como Palavra de Deus se não a tratamos como tal.

Entretanto, a Bíblia é o ponto de ataque favorito dos céticos, e nossos filhos terão muitas oportunidades de ouvir que ela é um livro antigo e irrelevante cheio de inexatidões e contradições. Se não estivermos estudando a Bíblia com nossos filhos regularmente, há uma boa chance deles, depois de algum tempo, pararem de se importar com o que ela tem a dizer. (Veja meu artigo Don’t Expect Your Kids to Care What the Bible Says Unless You’ve Given Them Reason to Believe It’s True [Não espere que seus filhos se importem com o que a Bíblia diz a menos que você dê a eles motivo para crer que ela é a verdade], em inglês).

4. Os pais devem pró-ativa e regularmente perguntar aos filhos que perguntas eles têm sobre a fé

Em um mundo secular, em que as crianças estão constantemente ouvindo cosmovisões competindo entre si, é garantido que perguntas aparecerão continuamente. Porém há muitas razões pelas quais os filhos talvez nunca as façam: ou há muitas outras coisas acontecendo, ou têm medo de nossa reação ou simplesmente não estão interessados o suficiente para trazê-las à tona.

Em nossa casa, estabelecemos uma “Noite das perguntas” agendada a fim de ajudar com isso. Você pode ler sobre como começar a sua em meu artigo How to Get Your Kids to Ask More Questions about Their Faith (Como fazer seus filhos perguntarem mais sobre a fé deles).

5. Os pais devem fazer aos filhos as perguntas difíceis que eles não pensam em fazer

Se você regularmente encoraja seus filhos a perguntarem sobre fé (veja o ponto 4), vocês terão vários grandes papos. Mas muitas questões que são importantes que eles entendam a fim de se preparar para o mundo secular que encontrarão são as que menos lhes ocorrem de perguntar. Por exemplo: a maioria das crianças não pensa em perguntar como sabemos que a Bíblia que temos hoje diz o que os autores escreveram originariamente. Contudo, isso não significa que elas não encontrarão céticos que lhes dirão que, por essa razão, a Bíblia não é completamente confiável. Assim como não esperamos até que nossos filhos façam perguntas sobre a Segunda Guerra Mundial[1] para decidirmos quando, o que e como ensiná-los sobre isso, não deveríamos esperar até que eles encontrem desafios quanto à fé para tratar deles. Sem dúvida, eles ouvirão os céticos falando em certo nível sobre esses tópicos; então, não há razão para não ouvirem sobre eles de nós primeiro.


[1] Isso se explica no contexto americano, por causa do grande envolvimento dos EUA no conflito, por causa dos milhares de veteranos de guerra, dos milhares de mortos, das milhares de famílias afetadas…

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Gotas de orvalho (83)

Gotas de orvalho que alimentam a fé!

Você não foi chamado para crer em seu amor por Deus, mas no amor de Deus por você! Não argumente, dizendo: “Eu não consigo amar a Deus! Tenho me esforçado ao máximo para fazê-lo, mas falhei em todos os meus esforços, até que no desespero abandonei esse pensamento e deixei de me esforçar.” Nenhum esforço próprio pode acender uma fagulha de amor por Deus em seu coração. Deus tampouco requer essa tarefa de suas mãos. Tudo o que Ele pede de você é sua fé no amor Dele, encarnado e expressado em Jesus Cristo aos pobres pecadores.

(Octavius Winslow)

Aquele que entrega o que não pode guardar para ganhar o que nunca pode perder não é nenhum tolo.

(Jim Elliot)

Nunca suavize o Evangelho. Se a verdade ofende, então, deixe que ofenda. As pessoas passam a vida ofendendo a Deus; deixe que se ofendam por um momento.

(John MacArthur)

Cuidado com o primeiro passo para o mal. Cada avanço adicional no pecado será mais fácil que o passo anterior.

(William Hendriksen)

Quanto mais nos aprofundarmos na Palavra, mais elevada será nossa adoração e mais intensamente buscaremos a santidade.

(Steven Lawson)

Quando nos desenvolvemos sem termos cuidado com a alma, Deus recobra nosso gosto por coisas boas novamente por intermédio de severas cruzes.

(Richard Sibbes)

Satanás pinta o pecado com as cores da virtude.

(Thomas Brooks)

Minha opinião acerca de tudo o que me acontece dever ser regida por estas três coisas: a compreensão que tenho acerca de quem sou, a consciência que tenho de para onde vou indo e o conhecimento que tenho do que me espera quando eu chegar lá.

(Martin Lloyd-Jones)

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