O que é o evangelho em si mesmo além de uma temperança misericordiosa, na qual a obediência de Cristo é estimada como nossa, e nossos pecados são lançados sobre Ele, em que Deus, sendo juiz, se torna nosso Pai, perdoando nossos pecados e aceitando nossa obediência, ainda que fraca e defeituosa? Somos agora trazidos ao céu sob a aliança da graça por um caminho de amor e misericórdia.
(Richard Sibbes)
Contemple pela fé o Cordeiro de Deus, sem pecado e sem mancha, como tendo suportado o peso, sofrido pelos pecados, morrido pelas transgressões, e aceite a verdade preciosa de que foi o eterno amor de Deus que os colocou todos em Jesus, e que nada lhe foi deixado para fazer além de crer em Jesus, pois Ele salva totalmente todos os que vêm a Deus por Seu intermédio.
(Octavius Winslow)
Não existe maior sinal de um orgulho confirmado do que julgar-nos suficientemente humildes.
(William Law)
Nunca suavize o Evangelho. Se a verdade ofende, então, deixe que ofenda. As pessoas passam sua vida ofendendo a Deus; deixe que se ofendam por um momento.
(John MacArthur)
Embora nossos desejos privados sejam sempre tão confusos, nossos pedidos particulares sempre tão imperfeitos e nossos próprios suspiros sempre tão escondidos dos homens, mesmo assim Deus os vê, lembra-se deles e os põe no arquivo do céu, e um dia os coroará com respostas e retornos gloriosos.
(Thomas Brooks)
Quando agimos, colhemos os frutos de nosso trabalho, mas, quando oramos, colhemos os frutos do trabalho de Deus.
(Hans Von Staden)
Quando procuramos colocar a lei de Deus contra Seu amor, mostramo-nos ignorantes sobre ambos.
Em nosso mundo distorcido, as coisas mais importantes muitas vezes são as mais difíceis de aprender e, inversamente, as coisas que vêm facilmente são, na maioria das vezes, de pouco valor real no longo prazo.
Isso se vê claramente na vida cristã. Muitas vezes acontece que aquilo que aprendemos a fazer sem dificuldade são as atividades mais superficiais e menos importantes, e os exercícios verdadeiramente vitais tendem a ser omitidos devido à dificuldade de pô-los em prática. Isso é mais facilmente visto em nossas variadas formas de serviço cristão, particularmente no ministério. Ali, as atividades mais difíceis são as que produzem maior fruto, e os serviços menos frutíferos são desempenhados com menor esforço. Essa é uma armadilha em que um ministro sábio não cairá, ou, se perceber que está preso nela, importunará céu e terra em sua luta para dela escapar. Orar com sucesso é a primeira lição que o pregador tem de aprender, se quiser pregar frutiferamente, embora a oração seja a tarefa mais difícil para a qual ele é chamado. Essa vai ser a atividade, mais do que qualquer outra, que, como homem, ele será tentado a menos pôr em prática. Ele tem de determinar o coração para vencer pela oração, e isso significa que primeiro tem de vencer a própria carne, porque é a carne que sempre atrapalha a oração.
Quase tudo que diz respeito ao ministério pode ser aprendido com uma porção média de esforço inteligente. Não é difícil pregar, ou gerenciar atividades da igreja ou atender a compromissos sociais; casamentos e funerais podem ser dirigidos sem problemas com um pouco de ajuda de um Manual do ministro. Pode-se aprender a fazer sermões tão facilmente como fazer sapatos – introdução, conclusão, e só. E assim é com todo a atividade do ministério como se tem levado na igreja normal de hoje.
Mas orar – isso é outro assunto. Aqui de nada serve a ajuda de um Manual do ministro. Aqui, o solitário homem de Deus tem de combater sozinho, às vezes com jejuns e lágrimas e fadigas indizíveis. Ali cada homem tem de ser original, porque a verdadeira oração não pode ser imitada nem pode ser aprendida de outrem. Cada um tem de orar como se só ele pudesse orar, e sua aproximação de Deus tem de ser individual e independente; independente de todos, menos do Espírito Santo.
Thomas à Kempis[1] diz que o homem de Deus deve sentir-se mais à vontade em seu quarto de oração do que diante do público. Não é exagero dizer que é raro que o pregador que gosta de estar diante do público se encontra espiritualmente preparado para estar diante dele. É mais provável que a oração correta torne o homem hesitante em aparecer diante de uma audiência. O homem que realmente se sente à vontade na presença de Deus se verá preso numa espécie de contradição interior: ele provavelmente sentirá de forma tão aguda sua responsabilidade que preferiria fazer qualquer outra coisa a encarar um auditório; contudo, a pressão sobre seu espírito pode ser tão grande que nem cavalos selvagens o poderiam arrancar do púlpito.
Nenhum homem deveria se colocar diante de uma audiência sem antes ter estado diante de Deus. Muitas horas de comunhão deveriam preceder uma hora no púlpito. O quarto de oração deveria ser mais familiar do que a plataforma pública. A oração deveria ser contínua; a pregação, intermitente.
É de notar que as escolas ensinam tudo sobre a pregação, exceto a parte importante: a oração. Não se deve censurar as escolas por causa dessa fraqueza, pois a oração não pode ser ensinada; ela somente pode ser praticada. O melhor que qualquer escola ou qualquer livro (ou qualquer artigo) pode fazer é recomendar a oração e exortar a que seja praticada. A oração mesma tem de ser trabalho do indivíduo.
E é justamente o trabalho religioso que, feito com pouco entusiasmo, se torna uma das grandes tragédias de nossos dias.
“Se alguém vier a Mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo” (Lc 14.26).
A palavra grega traduzida para “aborrecer” significa “amar menos em comparação a”. Jesus está nos chamando para ter um amor por Ele que é tão totalmente inclusivo, fervoroso e absoluto que todas as nossas afeições terrenas não podem chegar perto disso. Se nós tivéssemos esse inflamado, todo-consumidor, intenso e jubiloso amor por Cristo, não precisaríamos de esboços, diagramas e instruções nos dizendo como orar; nós oraríamos porque nosso coração estaria queimando de amor por Ele. Nós não ficaríamos entediados tentando preencher uma hora orando ambiguamente por necessidades de todo o mundo; Cristo seria o objeto de nossas orações, e nosso tempo de oração seria precioso. Nós gastaríamos horas atrás de portas fechadas, expressando a transbordante admiração e o doce amor que flui de nosso coração por Ele. Ler Sua Palavra jamais seria um fardo; nós não precisaríamos de fórmulas de como terminar a Bíblia em um ano.
Sabemos o que é buscá-Lo apenas porque somos gratos por Ele nos amar tão completamente?
Se nós amássemos a Jesus apaixonadamente, seríamos magneticamente atraídos a Sua Palavra a fim de aprender mais sobre Ele. E nós não nos atolaríamos com genealogias intermináveis e especulações sobre o fim dos tempos. Nós quereríamos somente conhecê-Lo melhor, ver mais de Sua beleza e glória para que pudéssemos nos tornar mais parecidos com Ele. Pense sobre isto: nós sabemos o que é semelhante a estar em Sua doce presença e não pedir nada? Buscá-Lo apenas porque somos gratos por Ele nos amar tão completamente? Nós temos nos tornado egoístas e egocêntricos em nossas orações: “Dá-nos, encontra-nos, ajuda-nos, abençoa-nos, usa-nos, protege-nos”. Tudo isso pode ser bíblico, mas o foco permanece em nós. Nós vamos até Sua Palavra buscando respostas para os nossos problemas, buscando orientação e conforto, e isso também é correto e recomendável. Mas onde está a alma motivada pelo amor de quem busca as Escrituras diligentemente, de quem quer apenas descobrir mais e mais sobre seu amado Senhor?
Estamos às vésperas de um novo ano. Podemos dizer, sem dúvida, que o Senhor nos trouxe até aqui: abençoou-nos, guardou-nos, corrigiu-nos, encorajou-nos, repreendeu-nos, alegrou-nos, sustentou-nos, capacitou-nos, renovou-nos, ensinou-nos, transformou-nos, amou-nos, disciplinou-nos, misericordiou-nos (como dizia certa irmã que conheci). Suas misericórdias se renovaram em cada uma das 365 últimas manhãs, permitindo-nos ter mais um ano.
Quer tenhamos andado no vale da sombra da morte, quer tenhamos desfrutado apenas de pastos verdejantes, o certo é que o Senhor não nos desamparou nem abandonou em nenhum momento. Ele é Emanuel, Deus conosco todo o tempo, mesmo quando está em silêncio, mesmo quando não O vemos, mesmo quando tudo indica que Ele nos deixou. Cada manhã é a garantia de que na próxima manhã Ele ainda estará conosco, com novas misericórdias.
Muitas pessoas supõem que tudo se fará novo (elas mesmas, o mundo, a sociedade) pelo simples fato de um novo ano se iniciar. Evidentemente, isso é uma tolice, uma expectativa que se frustrará logo no primeiro dia. Mas o início de um novo ano é um bom momento para considerarmos nossa caminhada passada com o Senhor, para renovarmos nossa entrega a Ele, para estabelecermos alvos na vida cristã. A leitura diária da Bíblia, por exemplo, é um desses louváveis compromissos a assumir com Deus, contando, sem dúvida, com Sua graça para cumpri-lo.
A equipe do Campos de Boaz decidiu partilhar com os leitores um pouco do que aprendeu com o Senhor nesse ano. Sem dúvida, foi um ano de experiências profundas, as quais não seria possível descrever aqui em sua totalidade. Decidimos, então, por apresentar um artigo Gotas de orvalho especial, mas escolhemos chamá-lo de Gotas de orvalho especiais, por conterem um pouco da história particular de cada um de nós com nosso amado Senhor.
Rafael Bernard
Seu Livro Antigo busca me dar esperança e refrigério:
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
(Mateus 6.26)
Não é necessário cedermos ao peso deste mundo, pois o Senhor pediu que nossa carga a colocássemos sobre Ele. E, seguindo a atenção requerida pelas palavras do Mestre, um poema-canção de Stenius Marcius encoraja e corrige, pois Sua graça nos basta:
Acordo
Me diga, andorinha, você que já voou o mundo inteiro
Se houve um momento só, por cima de um continente,
Por sobre qualquer cidade, em que te faltou o céu?
Será que o infinito espaço a teu redor é suficiente
Pra voares livre e viveres feliz?
Me diga, peixinho dourado, senhor do vasto oceano,
Que brinca nas correntezas, se esconde em velhos navios
Mergulha nas profundezas, sem nunca chegar ao fim:
Será que os sete mares que são teus têm bastante água
Pra nadares livre e viveres feliz?
Puxa uma cadeira, minh’alma, que eu quero te perguntar:
Por que me roubas a calma, me botas tristeza no olhar?
Vamos entrar num acordo, vida tranqüila viver:
Lembra daquilo que o Mestre falou:
“A Minha graça te basta!”
Portanto:
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
(Mateus 6.32,33)
Jacilara Conceição
Minha gota é um hino/poema (citado abaixo) extraído de um livro em que ele foi mencionado, e fala de estágios de consagração da vida cristã.
Esse livro me trouxe muita luz com respeito ao que é ter uma vida conduzida pelo Espírito Santo, e o hino me impactou bastante, complementando a mensagem. Creio (mesmo em fraqueza e ainda não tendo alcançado esse nível) que, para termos uma vida cheio de Cristo e sermos conduzidos por Sua perfeita vontade, completando a carreira que nos foi proposta, precisamos nos dar completamente ao Senhor e vivermos na dependência Dele. Por isso, sugiro esse hino aos leitores do Campos de Boaz e oro para que não desviemos nossos olhos do Senhor, mas que busquemos conhecê-Lo mais e mais no próximo ano; que consagremos toda nossa vida ao Senhor, todos os dias de 2017. Assim, certamente, teremos um novo ano pleno e feliz na presença Daquele em quem há plenitude de alegria e delícias perpetuamente.
Grande abraço!
Ai! Que tempo vergonhoso, quando altivo resisti,
Ao meu Salvador bondoso, respondendo desdenhoso:
Quero o eu, não quero a Ti!
Mas o Seu amor vencia, quando sobre a Cruz o vi;
E Jesus por mim pedia, já meu coração dizia:
Quero o eu e quero a Ti!
Com ternura me amparava, graça e força recebi;
Mais e mais eu exultava, mais humilde segredava:
Menos do eu e mais de Ti!
Por seu grande amor vencido, tudo ao Senhor cedi;
Ao meu Salvador unido, este agora é meu pedido:
Não mais eu, só quero a Ti!
(Robert Hawkey Moreton)
Servant
Bem, a razão em especial da frase abaixo:
A consciência de nossos próprios males, falhas, incompreensões, escuridão e o nosso conhecimento parcial, deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que, encontrando-se em erro, assim estão com os corações sinceros e retos, com postura semelhante aos que estão com a verdade.
(John Owen)
deve-se ao fato de Owen resumir, de modo tão claro, a extrema cegueira que se abatera sobre mim, quando fui legalista-fariseu. Todos estavam errados, menos eu, em termos de doutrina! Doutrina era (e é) importante para mim, mas ela não é um fim em si mesma, mas o meio pelo qual eu devo ter comunhão com o Senhor Deus. Eu percebi que, quanto mais legalista, mais vazio eu era. Quanto mais fariseu, mais “seco” por dentro eu me tornava. E menos apto a discernir o certo do errado! Sim! Por ser fariseu, eu imaginava que eu, não Deus, era o ponto focal da Verdade. Graças a Deus que Ele teve compaixão e misericórdia de mim.
O versículo bíblico seria Atos 20.24, por ser este versículo como o resumo ideal e perfeito de todo o ministério do Apóstolo para os Gentios. Resume de modo cabal o que deve ser o ministério de todo servo do Senhor:
Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.
Rogo humildemente suas orações, a fim de que eu glorifique a Cristo com meu viver. Isso é tudo o que importa, isso é tudo o que vale a pena.
Tathyane Faoth
Uma frase que me foi útil durante o ano:
Um casamento baseado em necessidades não dá testemunho da glória de Deus; focaliza-se em demandas pessoais que competem por supremacia.
(Dave Harvey).
Essa frase foi libertadora para mim porque me levou a perceber que buscar um casamento em que todas as necessidades fossem supridas não era o alvo de Deus para meu marido e para mim; mas que, ao contrário, nosso esperar em Deus, nossa fé, nosso exercício da misericórdia, nossa renúncia, nosso deixar sobre a cruz todo o nosso querer e confiar Nele e em Sua obra, isso, sim, traz a glória de Deus!
Maria de Luca
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que também sejamos capazes de consolar os que passam por qualquer tribulação, por intermédio da consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
(2Coríntios 1.3,4).
No meio de toda tribulação que passei esse ano, fui sempre lembrada que a Palavra de Deus é suficiente para alimentar a fé. Eu mesma precisei ser relembrada disso todos os dias, porque as muitas distrações, e as muitas dores, podem nos fazer esquecer das promessas de Deus. Em um momento especialmente difícil, repeti a estrofe de um hino de que gosto muito. Diz assim:
Se tribulado por provas
Meu coração desmaiar,
A minha fé esvair-se
E a esperança findar:
Que Tua fé me sustente
Com Teu divino poder,
E das riquezas na glória
Parte então eu vou ter.
Tens doce voz,
Ó Senhor da esperança
Meu coração se alegra em Ti.
As orações dos irmãos a nosso favor, as manifestações de carinho, as respostas às orações me relembravam do amor e do cuidado de Deus por nós. Fui lembrada das promessas de que, ainda que andemos pelo vale da sombra da morte, não precisamos temer mal algum, porque Ele está sempre conosco. Que o Senhor dirige nossa vida tão frágil e, apesar de tão indignos, Ele insiste em nos dar provas de Seu amor, ainda que a maior delas já tenha sido dada no Calvário.
Francisco Nunes
Esse foi um ano ímpar, sob vários aspectos. Ou, talvez, um ano absolutamente comum, como pode ser um ano para um pecador à espera da plena redenção. Nada há de novo debaixo do sol: por que me surpreendo, então?
Mas algo me surpreendeu, sim. Várias vezes, e cada vez eu era surpreendido como se fosse pela primeira vez. Expressei isso numa frase:
Que os filhos de Deus nunca deixem de se maravilhar com o fato de que um Deus perfeito atende a imperfeitas orações.
Quão consolador, quão encorajador, quão terno, quão indescritível, quão imerecido: Deus ouve nossas orações! Orações imperfeitas, orações titubeantes, orações medrosas, orações sem fé. Mas Deus as ouve. Não sabemos orar como convém, mas Deus nos ouve. Não perseveremos em oração como o Senhor disse ser nosso dever, mas Deus nos ouve.
Devemos orar, aprender a orar, continuar orando, insistir em orar, almejar ter uma vida de oração séria e profunda, mas nunca esquecendo: não é por nada disso que nossas orações são ouvidas. Elas são ouvidas simplesmente porque Deus é bom e as ouve.
Gotas de orvalho
A graça ilimitada de Cristo confronta nossas mais profundas necessidades. A presença prometida de Cristo confronta nossa triste e melancólica solidão. Jesus assim encheu de graça tão transbordante, com amor tão tenro, com simpatia tão requintada, com poder tão ilimitado, com recursos tão amplos, com uma natureza tão imutável, os quais permanecem diante de nós e dizem a cada coração cambaleante: “Não temas!”
(Octavius Winslow)
Cristo se manifesta especialmente em tempos de aflição, porque então a alma se une de modo mais íntimo a Ele pela fé. A alma, em tempos de prosperidade, dispersa seus afetos, folgando na criatura; mas há um poder unificador na aflição santa, pelo qual o crente (como na chuva uma galinha apanha material para seu ninho) reúne suas melhores afeições em seu Pai e seu Deus.
(Richard Sibbes)
Deus não olha para a oratória de suas orações, ou para quão elegante elas são; nem para a geometria delas, ou para quão longas elas são; nem para sua aritmética, ou para quantas elas são; nem para a lógica de suas orações, ou para quão metódicas elas são. Para a sinceridade delas: é para isso que Ele olha.
(Thomas Brooks)
Prazer em Deus é a saúde de sua alma. Essa é a chave da adoração aceitável. Deus não está satisfeito, nem nós somos renovados, por uma obediência repleta de tarefas, mas isenta de prazer.
(Richard Baxter)
Não há nada que nos faça amar tanto uma pessoa quanto orar por ela.
(Willian Law)
Eu orei pedindo fé, achando que ela me atingiria como um raio. Mas não recebi fé. Um dia eu li: “A fé é pelo ouvir, e o ouvir, pela Palavra de Deus” (Rm 10.17). Eu havia fechado a Bíblia e pedido fé. Agora, estou estudando minha Bíblia, e minha fé está crescendo dia a dia.
(D. L. Moody)
Quanto mais maduro para a glória estiver um crente, à semelhança do milho maduro, tanto mais inclinará a cabeça para o chão. Quanto mais brilhante e clara for sua luz, tanto mais perceberá suas falhas e fraquezas, aninhadas em seu próprio coração. Quando ele, a princípio, converteu-se, diria que percebia bem pouco dessas falhas e fraquezas, em confronto com o que percebe agora. Quer alguém saber se está crescendo na graça? Verifique, em seu próprio interior, se sua humildade está aumentando.
(J. C. Ryle)
Hino a ser cantado no início de um novo ano… e a cada dia!
I Surrender All
Letra de Judson W. Van de Venter (1855-1939), música de Winfield Scott Weeden (1847-1908). Inspirada em Lucas 14.33.
Letra original
All to Jesus I surrender,
All to him I freely give;
I will ever love and trust him,
In his presence daily live.
Refrain
I surrender all,
I surrender all,
All to thee, my blessed Savior,
I surrender all.
All to Jesus I surrender,
Humbly at his feet I bow,
Worldly pleasures all forsaken,
Take me, Jesus, take me now.
All to Jesus I surrender;
Make me, Savior, wholly thine;
Let me feel the Holy Spirit,
Truly know that thou art mine.
All to Jesus I surrender,
Lord, I give myself to thee,
Fill me with thy love and power,
Let thy blessing fall on me.
All to Jesus I surrender;
Now I feel the sacred flame.
Oh, the joy of full salvation!
Glory, glory, to his name!
Tradução
Tudo a Jesus eu rendo,
Tudo a Ele livremente dou.
Eu irei amá-Lo e confiar nele,
Em Sua presença diariamente viver.
Coro
Eu rendo tudo,
Eu rendo tudo,
Tudo a Ti, meu bendito Salvador,
Eu rendo tudo.
Tudo a Jesus eu rendo,
Humildemente, a Teus pés, eu me curvo.
Prazeres mundanos, todos renunciados.
Toma-me, Jesus, toma-me agora.
Tudo a Jesus eu rendo,
Faz-me, Salvador, totalmente Teu.
Deixa-me sentir o Espírito Santo
Realmente saber que Tu és meu.
Tudo a Jesus eu rendo,
Senhor, eu me dou a Ti.
Enche-me com Teu amor e poder,
Deixa Tua bênção vir sobre mim.
Tudo a Jesus eu rendo,
Agora eu sinto a chama sagrada.
Oh, a alegria da plena salvação!
Glória, glória, a Seu nome!
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
tudo, sim, por Ti darei.
Resoluto, mas submisso,
sempre sempre seguirei.
Coro
Tudo entregarei, tudo entregarei;
Sim, por Ti, Jesus bendito, tudo entregarei.
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
corpo e alma eis aqui.
Este mundo mau renego,
ó Jesus, me aceita a mim!
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
quero ser somente Teu.
Tão submisso à Tua vontade,
como os anjos lá no céu.
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego.
Oh! Eu sinto Teu amor
transformar a minha vida
e meu coração, Senhor.
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego –
oh, que gozo, meu Senhor!
Paz perfeita, paz completa,
glória, glória ao Salvador!
História
Judson W. Van DeVenter foi criado em um lar cristão. Aos 17 anos, creu no Senhor Jesus. Na universidade, graduou-se em arte e trabalhou como professor e administrador de arte do ensino médio. Viajou muito, visitando várias galerias de arte em toda a Europa.
Van DeVenter também estudou e ensinou música. Ele dominava 13 instrumentos diferentes, cantava e compunha. Ele estava muito envolvido no ministério de música da igreja metodista episcopal de que participava. Então, ficou dividido entre a carreira docente bem-sucedida e seu desejo de fazer parte de uma equipe evangelística. Essa luta interior durou quase cinco anos.
Em 1896, Van DeVenter estava conduzindo a música de um evento da igreja. Foi durante essas reuniões que ele finalmente rendeu seus desejos completamente a Deus: ele tomou a decisão de se tornar evangelista de tempo integral. Ele mesmo narra:
A canção foi escrita enquanto eu estava conduzindo uma reunião em East Palestine, Ohio (EUA), na casa de George Sebring (notável evangelista, fundador da Conferência Bíblica Campmeeting Sebring, em Sebring, Ohio, e mais tarde desenvolvedor da cidade de Sebring, Florida). Por algum tempo, eu tinha lutado entre desenvolver meus talentos no campo da arte e ir para o trabalho evangelístico em tempo integral. Por fim, a hora crucial de minha vida veio, e eu entreguei tudo. Um novo dia se iniciou em minha vida. Eu me tornei evangelista e descobri, no fundo de minha alma, um talento até então desconhecido para mim. Deus havia escondido uma canção em meu coração e, tocando um doce acorde, Ele me fez cantar.
Ao se submeter completamente à vontade de seu Senhor, uma canção nasceu em seu coração.
Winfield Scott Weeden publicou vários livros de música religiosa, mas esta canção parece ter sido sua favorita: o título dela está gravado em sua lápide.
Pomba Minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-Me a tua face, faze-Me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce e a tua face, graciosa.
Como muitas vezes achamos difícil colocar-nos na presença do Senhor!
Evitamos a solidão, e, até quando nos desprendemos fisicamente de coisas exteriores, nossos pensamentos ainda continuam a devanear nelas. Muitos de nós podem gostar de trabalhar entre outras pessoas, mas quantos podem aproximar-se de Deus no Santo dos Santos?
Entrar em Sua presença e ajoelhar-se diante Dele por uma hora exige toda a forca que possuímos. Temos de ser severos com nós mesmos para fazê-lo.
Contudo, todo aquele que serve ao Senhor conhece o precioso valor desses momentos, a doçura de acordar à meia-noite e passar uma hora com Ele ou acordar cedo de manhã e levantar-se para passar uma hora em oração.
Deixe-me ser bem franco com você: você não pode servir a Deus à distância. Apenas aprendendo a aproximar-se Dele é que você pode saber o que é realmente servi-Lo.
Confiar em Deus nos momentos de adversidade é claramente algo difícil de fazer; não é como decidir ir ou não ao supermercado ou até mesmo realizar ou não um ato sacrificial.
A confiança em Deus é uma questão de fé, e a fé é um fruto do Espírito. Somente o Espírito Santo é capaz de tornar Sua Palavra viva em nosso coração e gerar a fé. Entretanto, somos nós que escolhemos pedir que Ele o faça; ou podemos escolher ser governados por nossos sentimentos de ansiedade, de ressentimento ou de pesar.
John Newton, autor do hino “Graça sublime” (Amazing Grace), viu o câncer consumir sua esposa lenta e dolorosamente no período de alguns meses. Caminhava de um lado para o outro no quarto, fazendo orações desconexas, fruto de um coração despedaçado pela dor.
Repentinamente, foi atingido por um pensamento com uma força incomum, que lhe comunicou o seguinte: “As promessas de Deus só podem ser verdadeiras; certamente o Senhor me ajudará, se eu tão-somente tiver a disposição de ser ajudado.”
Na mesma hora, ele disse em voz alta: “Senhor, eu certamente nada posso fazer sozinho, mas estou disposto, sem qualquer reserva, a ser ajudado por Ti.”
Durante toda aquela dolorosa provação, John Newton cumpriu, como de costume, com todos os seus deveres normais e ocasionais. Alguém que não o conhecesse, dificilmente seria capaz de dizer, por sua aparência, que estaria passando por momentos difíceis.
Como Newton foi ajudado? Ele optou por ser ajudado. Percebeu que seu dever era resistir ao pesar e à distração. Percebeu que era pecado se afundar na auto-comiseração e, então, se voltou para o Senhor sem fazer uma única pergunta, senão apenas sinalizando sua disposição de ser ajudado.
Ele não foi ajudado por consolações da mente, oriundas de sentimentos, mas por ser capacitado a perceber algumas das grandes e principais verdades da Palavra de Deus. O Espírito de Deus o ajudou, fazendo com que algumas das verdades necessárias da Palavra de Deus se tornassem vivas para ele.
Ele escolheu confiar em Deus; voltou-se para Ele com uma atitude de dependência e foi capacitado a discernir algumas das grandes verdades das Escrituras.
A escolha pessoal, a prática da oração e a leitura da Palavra foram os elementos cruciais para que ele fosse ajudado a confiar em Deus.
Não há nada mais poderoso que a oração perseverante, como a de Abraão pleiteando por Sodoma; como Jacó lutando no silêncio da noite; como Moisés permanecendo na brecha; como Ana, embriagada de tristeza; como Davi, com o coração quebrantado pelo arrependimento e pela dor; como Jesus suando sangue. Acrescente a essa relação, a partir dos registros da história da Igreja, sua própria observação e experiência pessoal, e sempre haverá o custo da paixão até o sangue. Essa é a oração eficaz que traz o poder, que traz o fogo, que traz a chuva. Ela traz a vida, ela traz a presença de Deus.
(Samuel Chandwick)
Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem, mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente transmissível.
(Thomas Watson)
A fé não é uma noção, mas uma fome essencial poderosa, um desejo magnético atrativo de Cristo, que, uma vez que procede de uma semente da natureza divina em nós, atrai-nos para Ele e se une com Ele.
(William Law)
Os feitos mais gloriosos de um homem serão também seus maiores pecados. Basta terem sidos realizados para sua própria glória, e não para a glória de Deus.
(Thomas Brooks)
Não há maior obstáculo ao conhecimento do que o orgulho, e nenhuma condição mais essencial do que a humildade.
(John Stott)
Alguma forma de sofrimento é praticamente indispensável para a santificação.
(John Stott)
Um homem só prega bem um sermão a outros quando ele prega para sua própria alma. Se a Palavra não residir poderosamente em nós, não será poderosamente comunicada por nós.
Donizete, um amado irmão, é o marido de Maria de Luca, essa querida irmã que coopera com o Campos de Boaz como editora. Ela é que tem publicado os últimos Gotas de Orvalho. O Doni está há mais de um mês na UTI. Por causa de dores de cabeça, foi fazer uma tomografia, que revelou um tumor no cerebelo. Feita a cirurgia, teve meningite, trombose e outras complicações. Ele está bem, recuperando-se, mas ainda amarrado à cama, pois não deve se mover, com dificuldade para falar, cansado. Depois que tiver alta, terá um longo processo de recuperação pela frente.
Doni e Maria têm um lindo casal de filhos.
A situação não é apenas de expectativa e de sofrimento. Deus tem usado isso para operar algo novo, maravilhoso na família e em todos os que os conhecem (eu me incluo como um especial privilegiado pela amizade desse casal). Recentemente, Maria me enviou um texto pelo WhatsApp que, com a permissão dela, publico aqui.
Sei que o apoio e as orações dos irmãos é que estão nos sustentando. Eu estou aqui, esperando no Senhor. Sei que Ele é poderoso. A mim, cabe apenas me humilhar na presença Dele e clamar por Sua misericórdia e compaixão até que se compadeça de nós.
Eu tive uma conversa com as crianças essa semana. Eu lhes expliquei, usando o salmo 139, que todos os nossos dias foram escritos na presença de Deus. E que, se o Senhor não voltar antes, cada um de nós será chamado a Sua presença quando Ele determinar. E por isso nós poderíamos descansar. Porque o papai só pode morrer se for o momento em que o Senhor chamar. E, mesmo que alguém esteja com plena saúde, se Ele chamar, esse alguém morrerá.
Então, um dia depois, meu filho foi disputar um campeonato com a equipe da escola. Foram bem colocados e ganharam até medalha. No dia seguinte, o pai de um de seus colegas trabalhou o dia todo normalmente. À noite, ao chegar em casa, sentiu-se mal. Teve um ataque fulminante do coração e morreu. Meu filho me disse que se lembrou do que eu havia falado.
Olho para o Doni dormindo no hospital e penso em tantas coisas que o Senhor está me ensinando com tudo isso enquanto ele dorme. Ensinando a meus filhos e a toda nossa família. Vejo o quanto minha fé é vacilante e como gostamos de ter o controle sobre tudo o que nos acontece. Como somos relutantes em nos jogar nos braços do Pai e dizer-Lhe que faça Sua vontade! Como ainda tememos a morte! Como ainda nos falta a coragem e a bravura de irmãos do passado cuja única coisa que temiam era desagradar o Pai! Que o Senhor, em Sua misericórdia, me encontre vigilante.
Eu respondi a ela:
Maria, eu seria muito leviano se tentasse acrescentar qualquer coisa ao que você disse. Mesmo concordar com isso, eu sinto, é, de minha parte, superficial, pois só consigo imaginar o que seja esse tempo.
O pouco que conheço do Senhor me faz saber que Ele é sempre bondoso, mesmo quando nos conduz pelo vale da sombra da morte. Fugimos tanto dela, e ela é tão real, precisa e inevitável. E nossos filhos precisam saber disso, pois, em Adão, somos todos perecíveis.
Muito obrigado por partilhar isso comigo. Sinto-me honrado por vocês e agraciado pelo Senhor em poder ler isso. Se me permite, eu gostaria de publicar um artigo no Campos, pedindo oração dos leitores também e partilhando esse texto. Não o farei sem sua autorização.
Li ontem num livro do Spurgeon: “É bom ficar sabendo que Deus não põe fardos pesados sobre ombros inexperientes. […] Não pense que, à medida que você cresce em graça, a vereda se tornará mais suave sob seus pés e os céus, mais serenos sobre sua cabeça. Ao contrário, reconheça que, conforme Deus lhe dá maior habilidade como soldado, Ele o mandará para empreitadas mais árduas ainda.” Que lhes sirva de consolo saber que Deus capacitou seus ombros para isso.
Saibam que amamos imensamente vocês.
Alguns dias depois, ela também me escreveu o seguinte:
Eu estava terminando de ler um livro do Jerry Bridges quando tudo começou. O nome do livro é Confiando em Deus, mesmo quando a vida nos golpeia, aflige e fere. É um livro doce, resultado do estudo do autor sobre a soberania de Deus enquanto via o câncer consumir a saúde da esposa, até que o Senhor a tomou para Si. Foi uma leitura proveitosa, tanto para mim como para o Doni, que estava na metade do livro e terminou de lê-lo já no hospital, antes da cirurgia.
O autor mostra tantos exemplos bíblicos de pessoas que sofreram dor e perda e, ainda assim, confiaram no Senhor. Dois apóstolos foram presos: Tiago e Pedro. A igreja orou pela libertação dos dois. Pedro foi liberto milagrosamente, enquanto Tiago foi decapitado. O que pensou a esposa de cada um deles?
Tenho aprendido com estes e tantos outros exemplos que “nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória”. Os dias não têm sido fáceis. Um dia recebo uma boa notícia, no outro, uma ruim. Mas tenho comigo que nossa frágil vida está em mãos seguras. Como dizia Spurgeon, “a menos que Deus me chame, eu não posso morrer”. E o contrário é igualmente verdadeiro. Se Ele chamar você, não importa se goza de boa saúde ou tem prosperidade financeira que lhe garanta recursos mil, você irá se encontrar com Ele.
Tenho vivido cada dia. Um de cada vez. Sem querer previsões, sem querer saber o que houve em casos como o dele. Confio apenas que Deus cuida dos Seus um a um. Ele escreve nossa história de maneira única. Embora os testemunhos sirvam sempre para nos dar alento, Hebreus nos alerta que, olhando para aqueles testemunhos, devemos imitar a fé que tiveram – e não os atos de fé.
Conheço irmãos por quem oramos quando não havia mais esperança, e Deus os curou. Outros, igualmente piedosos, foram chamados a Sua presença. Então, aguardo em Deus o desfecho de tudo isso, sabendo que Ele é Deus e só Ele merece toda honra. Se Ele for glorificado com a cura do Doni, amém. Mas, se não, que Ele igualmente seja glorificado.
Eu sou tão fraca e tenho uma fé tão vacilante! Mas tenho pedido a Deus que me fortaleça para que eu possa testemunhar sobre a paz de Jesus aos médicos com quem converso diariamente.
Lembro-me sempre da paz que havia entre os irmãos morávios, a qual levou John Wesley a procurá-los, porque, mesmo em meio à grande tormenta, nem suas crianças temiam a morte. E aquilo o atraiu. Um irmão fez-lhe algumas perguntas que o levaram posteriormente a ter uma experiência real com Jesus, e ele se tornou o maior pregador da Inglaterra.
Que o Senhor continue nos conduzindo, apesar de nossa fraqueza e grande debilidade. Ele é forte, capaz, bom e Todo-poderoso.
Partilho tudo isso com você, prezado leitor do Campos de Boaz, em primeiro lugar para pedir suas orações por todos eles. Como costumo dizer, orações são sempre bem-vindas! Orações pela plena recuperação do Doni, sem nenhuma seqüela, por paciência e confiança para o tempo que ele ainda terá de passar no hospital. Oração pela Maria, para que o Senhor a capacite, dia após dia, a esperar, confiar e ajudar seus filhos a também confiarem e esperarem no Senhor. Pelos filhos, para que, apesar da pouca idade, conheçam o Senhor no meio desse sofrimento.
Partilho também para que sirva de alerta: qualquer um de nós, e qualquer pessoa a quem amamos, a qualquer momento, pode ser chamado à presença do Senhor. Você está preparado? E seus filhos? Já conhecem o Senhor? São ajudados a confiar no Senhor? E seus amigos e parentes, a quem você muito ama, estão prontos para se encontrar com o Criador?
Por fim, divido isso para que lhe sirva de encorajamento. Em toda situação, Deus quer apenas uma coisa: conformar-nos mais e mais à imagem de Seu Filho. Se O buscarmos, se nos submetermos a Sua vontade, por vezes misteriosa e cheia de dor, se exercitarmos nossa confiança e submissão a Ele, Deus obterá em nós o que deseja.
Em Cristo, seu conservo
Francisco Nunes
Atualização em 10 de dezembro de 2016
Recebi hoje a seguinte notícia de nossa amada irmã Maria.
Bom dia! Notícias do Doni
É com o coração cheio de gratidão que informo que o Doni já está em casa.
Ainda há um processo de reabilitação em curso. Está reaprendendo a andar e a comer. Creio que em breve estará totalmente recuperado.
Nossa sincera gratidão a você que orou por nós durante todo esse tempo. Foram tempos difíceis e cremos que só suportamos tudo isso por causa das orações que recebemos. Através delas a graça de Deus esteve presente conosco, nos fortalecendo quando nossos joelhos fraquejaram.
Que esta mesma graça seja com você e com toda a sua família!
Deus prometeu perdão para seu arrependimento, mas não prometeu um amanhã para sua procrastinação.
(Agostinho)
As possibilidades da oração correm paralelas às promessas de Deus.
(John Boys)
Nos dias de prosperidade temos muitos refúgios aos quais recorrer; no dia da adversidade, somente a um.
(Horatius Bonar)
O Senhor não nos leva a águas profundas para nos afogar, mas para nos desenvolver.
(Irv Hedstrom)
Só na fornalha da aflição nós, cristãos, nos livramos das escórias às quais, em nossa insensatez, apegamo-nos tão ardentemente.
(David Kingdon)
Se qualquer coisa for a Palavra de Deus que não seja a Sagrada Escritura, não podemos ter certeza da Palavra de Deus. Se estivermos incertos da Palavra de Deus, o diabo será capaz de fazer para nós uma nova palavra, uma nova fé, uma nova igreja, um novo Deus —, de fato, fazer Deus de si mesmo —, como tem feito até agora. Porque esse é o fundamento do reino do anticristo. Se a Igreja e a fé cristã não contarem com a precisa Palavra de Deus como um alicerce firme, ninguém pode saber se tem fé, se está na Igreja de Cristo ou na sinagoga de Satanás.
(Thomas Cranmer)
O que sei é que algumas pessoas estão sempre estudando o significado do quarto dedo do pé direito de alguma besta da profecia, e nunca usaram os próprios pés para ir e levar homens a Cristo.
“Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento” (1Co 14.15).
Com freqüência lemos a Palavra de Deus de modo superficial, e isso é para nosso prejuízo, sobretudo quando se trata de ensinos relativos à oração. O desconhecimento das principais passagens apresentadas no Novo Testamento pode acarretar conseqüências nefastas para a vida espiritual conduzindo ao desalento e à incredulidade. Quem de nós não tem experimentado estes sentimentos porque, aparentemente, sua oração não teve resposta? Desânimo, porque, havendo orado com insistência por determinados motivos, ao fim não obtivemos a respostas; incredulidade, porque Deus, o qual fez tantas promessas à oração com fé, parece ter permanecido surdo e sem cumprir Sua Palavra. Deus não é fiel a Suas promessas?
É, portanto, importante examinar com atenção algumas dessas promessas que, mesmo nos parecendo incondicionais, estão sujeitas a condições precisas.
1) “E tudo quanto pedirdes em Meu nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei” (Jo 14.13,14).
A promessa repetida é alternada com uma condição essencial, que às vezes nos escapa. Estamos sempre conscientes de que nossas orações vão mais além de nossas próprias circunstâncias ou daquelas das pessoas pelas quais intercedemos? Elas interessam ao Pai e ao Filho. Deus, que vela pela glória de Cristo, não pode permitir o uso excessivo do nome de Jesus.
Para pedir algo em nome do Senhor devemos estar seguros de que nosso pedido é conforme o desejo Daquele a quem o Pai não pode recusar nada.
“Eu o farei”, afirma, então, o Senhor Jesus. Dito de outro modo, mediante o poder de Seu nome e pelo fato de que goza de um crédito ilimitado diante do Pai, achará resposta: Deus não pode recusar a petição de Seu Filho amado.
Essa consideração nos traz à memória o que o Filho és para o Pai e nos ensina a não usar o nome do Senhor em vão, como se fosse uma fórmula que solucionará tudo.
2) “Se vós estiverdes em Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7)
“Se vós estiverdes [ou, permaneceis] em Mim”, disse o Senhor a Seus amados discípulos. Tomando o exemplo do ramo, que deve permanecer na videira para dar fruto (v. 4), Jesus acaba de lhes relembrar o que é a dependência, essa grande virtude cristã. Assim, a oração é justamente a expressão dessa dependência. Alguém experimenta, ao mesmo tempo, a própria debilidade e o poder do Senhor, sua própria ignorância e a sabedoria do Senhor; ele toma o lugar que lhe corresponde e reconhece o lugar do Senhor. O Senhor tem todos os direitos sobre aquele que se inclina de joelhos diante Dele.
A Palavra nos comunica os segredos de Deus
O Mestre acrescenta: “E as Minhas palavras estiverem [ou, permanecerem] em vós”. Essa condição está ligada à primeira. A Palavra nos comunica os segredos de Deus. Ao lê-la, seremos capazes, pelo Espírito, de compreender Seus pensamentos. Então, se permanecermos nela e nos submetermos a ela, não teremos outros desejos além dos dela. “Pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”, disse, então, o Senhor Jesus. Porque o que queremos é o que o mesmo Senhor deseja.
3) “Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai Ele vo-lo conceda” (Jo 15.16).
Aqui, a condição para que a oração seja respondida está ligada à do versículo 7, porque é absolutamente necessário depender do Senhor e conhecer Sua vontade por meio de Sua Palavra para saber como servi-Lo. Para o discípulo escolhido, estabelecido e enviado pelo Senhor, aqui se trata de ir e de dar fruto; por exemplo, o de realizar um serviço útil.
Que empregador envia seu trabalhador sem ter-lhe dado os meios para concluir o trabalho que lhe tenha ordenado? Se precisar de ferramentas ou de dinheiro, o trabalhador pedirá a seu devido tempo, e, tratando-se dos interesses do que o envia, o que pede não lhe poderá ser negado.
O mesmo ocorre, pois, com muito mais razão, no serviço cristão: o Senhor dá o necessário à pessoa que Ele envia. E, se Ele não dá nada, o obreiro do Senhor terá de perguntar-se: “Isso não significa que o que eu quero fazer não é o que me foi ordenado? Pelo contrário, se isso é um fruto que deve ser dado para Ele, um fruto que permanece, como o Senhor haverá de recusar o que Seu servo necessita?”
4) “Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e, qualquer coisa que Lhe pedirmos, Dele a receberemos, porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que é agradável a Sua vista” (1Jo 3.21,22).
Aqui achamos duas condições que cercam uma promessa. A primeira é um coração que não nos condena. Dito de outro modo: é necessário termos uma boa consciência ao pedir algo a Deus, seja lá o que for. Como aproximar-nos Dele se temos algo condenável em nós? Perceberemos muito bem que a distância moral produzida por uma falta não-confessada nos faz fechar a boca.
Para compreender a segunda condição, guardar os mandamentos de Deus e praticar o que Lhe agrada, vamos usar uma ilustração: uma criança obediente, que agrada aos pais por seu comportamento, obterá deles tudo o que lhes pedir, porque eles têm confiança nela e sabem que fará bom uso daquilo.
Vemos que essas duas condições são complementares, ou melhor, constituem dois aspectos da mesma atitude. A primeira, uma boa consciência, manifesta nossos sentimentos com relação a Deus e nos dá segurança para dirigir-Lhe nossas orações. A segunda expressa os sentimentos de Deus: desde o momento em que colocamos em prática as coisas que Lhe são agradáveis, Ele se agrada também em atender a nossas petições. Tudo o que pedirmos, receberemos Dele. Mas, que bom estado espiritual é necessário de nossa parte!
5) “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. […] Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que Lhe pedirem?” (Mt 7.7-11; ver tb. Lc 11.9-13).
Temos um Deus cheio de bondade, de quem não podemos esperar nada mais que boas coisas. Este Pai nunca dará uma pedra a algum de Seus filhos que Lhe tenha pedido um pão. Contudo, se nos enganamos e Lhe pedimos uma pedra, Ele nos dará uma pedra? Antes, Ele nos dará esse pão que não soubemos pedir. O coração de Deus está aberto para nós, assim como Suas mãos, mas não esperemos Dele alguma coisa que não se relacione com Sua natureza.
Tiago 4.2,3 nos dá dois motivos pelos quais não recebemos nada. O primeiro é simplesmente porque não pedimos. Por isso, o convite do Senhor: “Pedi […] buscai […] batei”.
O segundo é que pedimos mal: coisas más para nós, enquanto nosso Pai quer nos dar boas coisas. Tiago explica: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastar em vossos deleites”. Peçamos a Deus boas coisas para o bem de nossa alma, para o bem-estar espiritual de nossa família e da assembleia. Assim confirmaremos as promessas do Senhor: “Todo aquele que pede, recebe”.
6) “E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis” (Mt 21.22).
A condição enunciada aqui é a da fé de que fala também o versículo precedente, a respeito do milagre da figueira. É necessário compreender bem o que é a fé. Alguns a consideram como uma espécie de auto-sugestão, de persuasão interior. Por exemplo: em certos lugares se dirá a um enfermo ou inválido: “Você deve ser curado por meio da oração da fé; se não é curado, é porque não tem fé suficiente”. Desse modo, as pobres pessoas são afundadas no desalento, chamadas a olhar para si mesmas, a analisar sua confiança em Deus para tentar aumentá-la por suas próprias forças, e isso é um absurdo.
Deus não dá jamais Sua glória ao homem. É o que aconteceria se as respostas Dele dependessem somente da intensidade de nossas orações, da quantidade ou das condições em que são feitas (jejuns, correntes ou noites de oração, etc.). Com todas essas coisas, nosso astuto coração prontamente buscaria fazer valer seus direitos e méritos.
Temos um Deus cheio de bondade, de quem não podemos esperar nada mais que boas coisas
Pois bem: a fé não é somente uma certeza e uma convicção; é “a certeza daquilo que se espera, a convicção daquilo que não se vê” (Hb 11.1). A fé não é uma ponte que se apoia no vazio, nem uma âncora sem um lugar a que se apegue. Ela se apoia sobre algo que está fora dela; vem “pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus” (Rm 10.17). Se não possuo promessas específicas da parte de Deus, não terei a liberdade de dizer a Deus como espero que Ele deva responder-me.
7) “Todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas” (Mc 11.24,25)
A passagem corresponde ao que a antecede em Mateus, mas Marcos acrescenta outra condição suspensiva: o caso de, tendo algo contra alguém, não o perdoarmos. Observemos, em primeiro lugar, que isto é geral: não importa o quê nem contra quem. Assinalamos que o ressentimento é considerado aqui como humanamente justificado; nós somos a parte prejudicada, pois somos os que devemos perdoar. Com muito mais razão, essa restrição é aplicada a nós quando a falta é de nossa parte.
Antes de escutar-nos, o Senhor nos chama a pôr em ordem nossas relações com o próximo
8) “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23).
Ainda que essa resposta do Senhor a um pai angustiado não esteja relacionada à oração, podemos relacionar essa promessa com os versículos mencionados acima (ver ponto 6). Ela nos confirma que podemos esperar grandes coisas de nosso Deus Todo-poderoso e que devemos voltar os olhos em direção a Ele, de onde vem o socorro. Ele pode responder a todas as nossas necessidades; Seu poder é infinito. Um versículo no capítulo seguinte afirma: “Todas as coisas são possíveis para Deus” (10.:27). Nele, vemos a ilimitada perspectiva que se abre à fé. Todo o que Deus pode, pode também a fé Nele.
Mas, entre todas as coisas possíveis para Aquele a quem se chama “o Deus do impossível”, pensaríamos em escolher a que nos parece mais fácil para Deus? Isso não seria fé, e sim falta de fé.
9) “E esta é a confiança que temos Nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos” (1Jo 5.14,15).
Essa preciosa passagem nos lembra primeiro em quem temos crido (2Tm 1.12). Nossa fé, como acabamos de ver, se apoia nas promessas. Mas o valor de uma promessa está unida à qualidade daquele que a fez.
Pedro fala de “preciosas e grandíssimas promessas”, porque é um grande Deus quem as fez, e elas têm Cristo como garantia, precioso para o coração de Deus e do crente (2Pd 1.4).
A vontade divina, boa, agradável e perfeita, molda nosso entendimento e nos conduz a fazer petições sábias, de modo que possam ser ouvidas por Deus. Entre o versículo 14 e o 15 é possível que transcorra certo tempo, apropriado para exercermos a paciência da fé. Mas a fé tem o privilégio de considerar a coisa pedida já outorgada. Os verbos estão no presente: desde o momento em que a petição foi apresentada, sabemos que temos o que pedimos.
Nossa fé se apoia nas promessas
10) “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18.19,20).
Eis aqui duas promessas que se unem por meio da palavra “porque”. Bastará mesmo que dois crentes estejam de acordo em pedir qualquer coisa para que seja feita? Não, isdo poderia ser para o prejuízo deles. Essa promessa se une de forma muito entranhável à presença do Senhor prometida aos que se reúnem em Seu nome, isto é, reconhecendo Sua indiscutível autoridade. Isso dá a entender que as petições apresentadas terão Sua aprovação. Se desfrutamos dessa santa presença, como poderíamos formular petições sem reflexão? O nome de Jesus a que se reúnem os Seus é o que nos abre o coração de Deus. Ambos fatos estão sempre juntos.
Tendo considerado essas diversas passagens, talvez digamos com certo desânimo: “Se são tantas as condições a cumprir a fim de sermos favorecido pelo Senhor, não nos restam muitas oportunidades para a oração, estamos longe de conhecer sempre a vontade de Deus, raramente temos uma promessa específica sobre a qual descansar nossa fé, nem estamos comprometidos em um serviço que requeira pedir meios a nosso Pai Celestial. Então, por que somos convidados a orar sem cessar (1Ts 5.17), a orar “em todo o tempo com toda oração e súplica no Espírito (Ef 6.18)?”
Reconhecemos primeiramente que nosso Deus é soberano e que Sua graça jamais se deixará deter por nossa lógica humana. Ainda que Ele nos dê no Novo Testamento algumas normas para que compreendamos os princípios segundo os quais opera, às vezes é de Seu agrado intervir de uma maneira que nos é estranha, respondendo a nossas orações apesar de nossas incapacidades.
De algum modo receberemos uma resposta. Uma passagem posterior prova isso e nos alenta; até mesmo nos exorta a orar quaisquer que sejam as necessidades, os momentos e as condições: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7).
Às vezes é de Seu agrado intervir de uma maneira que nos é estranha, respondendo a nossas orações apesar de nossas incapacidades
“Por coisa alguma”: é algo geral, sem nenhum tipo de limitação, nem em número nem em forma. Sem condição alguma: nada é demasiado grande nem demasiado pequeno para ser apresentado ao Senhor. Levamos uma carga ou temos preocupações que não podemos solucionar, e não conhecemos o pensamento do Senhor a respeito? Levemos a Ele. Neste caso, compreendemos que não podemos ter a promessa de de que nossa petição sera atendida segundo nosso desejo. Isso abriria a porta para qualquer tipo de oração que careceria de inteligência às quais Deus não poderia satisfazer. Não é dito, portanto, que teremos as coisas que pedimos, já que não sabemos qual é a vontade de Deus a respeito.
Mesmo assim, temos uma resposta para todo motivo, uma promessa de elevado preço: a paz de Deus guardará o coração do crente. É feita uma troca que me favorece: meu fardo para Ele. Sua paz para mim. Ela pode agora encher meu coração, qualquer que seja a forma pela qual Ele tratar o que acabo de depositar sobre Ele.
O ambiente do mundo sufoca desejos divinos. É contrário ao espírito de oração. Se vivermos e nos movermos numa atmosfera venenosa, certamente nossa vida espiritual será envenenada.
Os discípulos vieram ao Mestre e suplicaram que lhes ensinasse a orar. Jesus disse: “Entra no teu quarto, e, fechada a porta…” (Mt 6.6). É preciso colocar a barreira da porta fechada, deixar o coração e o espírito isolados, sozinhos com Deus. Não precisamos da chave que fecha a porta de uma cela monástica, mas do espírito que fecha a chave para o mundo, recusando-se a ser movido por seus princípios contrários.
É difícil orar porque precisamos usar o cérebro, e a mente é a última fortaleza do diabo. “E vos renoveis no espírito do vosso entendimento [ou mente]” (Ef 4.23). Busque a “mente de Cristo”.
Ore para que a mente seja clarificada na própria oração. Muitos oram sem qualquer noção sobre o que vão pedir. Não há suficiente contemplação e meditação. Se os anjos não podem entrar na presença de Deus com rosto descoberto, quanto menos devemos entrar correndo para falar com Ele com mente despreparada!
É difícil orar porque orar é batalhar. Falemos com o Senhor que não sabemos orar. À medida que formos dando expressão a isso, estaremos desafiando as potestades das trevas. Ao buscarmos a Deus, procurando ligar-nos insistentemente a Ele, iremos rompendo as forças de oposição e, ao mesmo tempo, aprendendo lições de como vencê-las com o poder do Espírito.
Quando estivermos de joelhos, e os céus estiverem fechados como bronze, é um sinal de que entramos numa esfera espiritual e que precisamos lutar. Não é necessário rasgarmos os céus para entrar nessa esfera. Já estamos sentados nos lugares celestiais em Cristo. Porém, quando oramos, tomamos uma arma nas mãos. Precisamos usá-la para batalhar e passar pelas forças de oposição!
Esperar em Deus não é ser passivo, mas ficar na expectativa – como esperaríamos na estação pela chegada de um trem.
Ore sobre suas orações. Veja se há nelas algum elemento de egocentrismo. Veja se está orando com motivos impuros ou por alvos errados. Aquele filho por quem você tem orado, que ainda não conhece Jesus – veja se você não tem orado apenas com o amor de mãe no coração. Afeto humano não é suficiente. Precisa haver um impulso de Deus, um mover divino.
Só podemos orar à medida que tivermos uma visão da necessidade do mundo e sentirmos o amor pelos perdidos que Jesus tinha. Somos um sacerdócio real. Não seremos intercessores enquanto não virmos a necessidade, e só veremos a necessidade se estivermos em contato com Deus.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Vigilância espiritual
Junto com a oração, é importante vigiar. Oração é o resultado de estar alerta espiritualmente, e vigilância é o resultado de vida espiritual. Um homem desfalecido não tem consciência do que está à sua volta. Ele está vivo, mas inconsciente. Nunca perca consciência do poder e da presença de Deus. Ore, mas não esmoreça!
O vento do Espírito Santo pode soprar hoje. Estamos de prontidão, alertas? Se o vento viesse e as velas não estivessem armadas, e os marinheiros todos dormindo, eles perderiam a oportunidade. Pode ser que um missionário esteja lutando com dificuldades, ou um irmão ou irmã em tristeza e depressão; Deus pode estar procurando por um intercessor, alguém que está vigiando, disposto a orar. Estamos prontos?
Se a igreja se entregasse à oração, o que isso significaria à multidão incontável de pobres e perdidos que estão perecendo longe de Jesus? Deus fenderia os céus e desceria.
Deus coloca a chave de Sua casa de tesouros nas mãos daquele que ora. Vamos orar!
Deus […] ouve as orações e concede bênçãos mesmo muito tempo depois delas parecerem não ter sido respondidas ou ter sido recusadas. Ele não promete dar bênçãos de imediato. Ele promete apenas que o fará, que vai responder à oração. Mas Ele muitas vezes faz com que Seu povo espere. Ele prova a fé de Seus filhos. Ele os deixa a perseverar durante meses ou anos, até que “sintam” inteiramente sua dependência Dele, até que percebam que não podem obter a bênção de nenhuma outra forma e até que estejam “preparados” para recebê-la. Muitas vezes eles ainda não estão preparados para recebê-la logo que pedem por ela. Eles podem se orgulhar, ou não têm a percepção exata de sua dependência, ou não irão valorizar a bênção, ou aquele momento pode não ser o melhor para que a obtenham. Mas que ninguém se desespere. Se a coisa é para nosso bem, e se é apropriado que ela seja concedida, Deus vai dá-la. Vamos, antes de tudo, pedir corretamente, vamos nos assegurar de que nossa mente está em um estado adequado, vamos sentir nossa necessidade da bênção, vamos inquirir a fim de saber se Deus tem prometido semelhante bênção e, então, vamos perseverar até que Deus a dê.
(Albert Barnes)
A Bíblia não é nada mais do que a voz Daquele que se assenta no trono. Cada livro, cada capítulo, cada sílaba, cada letra da Bíblia é um pronunciamento direto do Altíssimo.
(John William Burgon)
Deus não leva em conta a gramática de nossas orações, se é acertada; nem a retórica de nossas orações, se são eloqüentes; nem a geometria de nossas orações, quão longas sejam; nem a música de nossas orações, quão doce seja nossa voz; nem a lógica de nossas orações, quão argumentativas são; nem o método de nossas orações, quão ordenadas são. O que vale diante Dele é a devoção de espírito.
(William Law)
A verdade espiritual só é discernível por um coração puro, não por um intelecto agudo.
(Oswald Chambers)
A coisa mais difícil do mundo é tornar-se pobre de espírito.
(D. Martyn Lloyd-Jones)
Cristo tomou nosso cálice de dor, nosso cálice da maldição, pressionou-a aos lábios, bebeu-o com os sedimentos; então, encheu-o com Seu doce, perdoador, simpático amor, e deu-o de volta para nós bebermos, e bebermos para sempre!
(Octavius Winslow)
Se Deus não fosse meu amigo, Satanás não seria meu inimigo.