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Não pense que a pornografia é inofensiva

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Perda

Se Deus desse a você todos os bens terrenos e, ao mesmo tempo, tirasse Sua presença de você – o que Ele fará se pecados estiverem dentro de você, dos quais você não se arrepende –, a perda de Sua presença seria maior do que a perda do mundo todo, ou mesmo a perda do céu!

(Charles Spurgeon)

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Cristo sempre aceitará a fé que coloca sua confiança Nele.

(Andrew Murray)

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Desafie seus jovens (Alvin Reid)

Morgan se apresentou a mim depois que eu falei em sua igreja. Ela descreveu com entusiasmo o ministério que ela e seus amigos tinham começado para lutar contra o flagelo do tráfico de seres humanos. Eles estavam buscando oferecer a esperança do evangelho a meninas vulneráveis a essa indústria e às que foram resgatadas dela. No momento em que a conheci, ela e seus amigos tinham arrecadado quase US$ 4000 para enviar para o exterior para resgatar as jovens mulheres. Hoje em, quase dois anos depois desse encontro, eles já arrecadaram mais de US$ 40.000 para construir uma casa segura em Calul, Moldávia, um país cujo produto mais exportado são mulheres do tráfico.

Eu mencionei que Morgan tinha apenas 14 anos quando a conheci? Morgan e seus amigos Brianna, Maleah, McCall, Claire, Kristie e Elise lançaram um movimento impulsionado pelo evangelho. Um grupo de meninas do ensino médio decidiu não desperdiçar seus anos de ensino médio, para que pudessem causar um notável impacto notável em nome de Cristo.

Open Your Eyes

Morgan dá o crédito pelo ministério que fundou à família e a sua igreja, uma congregação muito séria sobre levar o evangelho às nações. Aos 13 anos, ela e a mãe saíram em uma viagem da igreja para a Índia. Morgan foi a primeira a admitir que seu ministério nunca teria decolado sem seus pais, o pastor dos estudantes e a congregação incentivando e apoiando os jovens. O ministério que essas meninas deram à luz (Save Our Sisters Today) é apenas um dos exemplos de crentes que vivem a missão enquanto ainda são jovens. Praticamente todas as igrejas têm jovens como Morgan. Mas será que as igrejas estão fazendo o que podem para encontrar esses jovens, direcionar suas paixões e comprometer-se a incentivá-los?

Os pais que amam a Jesus anseiam que seus filhos amem a Jesus também. Ministérios estudantes procuram envolver os alunos com o evangelho e ajudá-los a viver o evangelho. Mas há um problema. Muitas igrejas assumem uma postura em relação aos jovens que mais reflete a MTV do que a Bíblia. Muitas vezes, e com pouca reflexão, enxergamos adolescentes como estando apenas em uma lacuna entre a infância e a idade adulta. “Eles são apenas crianças”, dizemos. “Quando era menino fazia coisas de menino mesmo”. Ministérios jovens são muitas vezes pressionados a oferecer eventos mais do que engajamento, amenidades mais do que a verdade. Mas, se os alunos podem aprender trigonometria na escola, eles certamente podem aprender teologia na igreja.

A epidêmia da infância prolongada

Nossa cultura de hoje está repleta de jovens imaturos: o homem médio de 21 anos nos Estados Unidos joga 10.000 horas de videogame! Quando você considera, como demonstrado por Malcolm Gladwell, que levam 10.000 horas de prática espontânea para se tornar um especialista em alguma coisa, não é de se admirar que muitos caras de 20 e poucos anos estejam apanhando no mundo adulto. Além disso, o Estudo Nacional de Juventude e Religião descobriu que os jovens nas igrejas têm frequentemente recebido um ensino sobre a Bíblia a partir da perspectiva que o sociólogo Christian Smith chamou de “deísmo moralista terapêutico”. O resultado cumulativo é uma geração de jovens igrejeiros marcados mais pela atividade e moralismo do que pela missão do Deus vivo.

Mas e se pararmos essa tendência? E se desafiarmos os jovens em nossas igrejas para viver missionalmente?

Muitas vezes na Bíblia lemos sobre notáveis jovens. Vendido como escravo aos 17 anos, José viveu para Deus, independentemente das circunstâncias em que esteve. Samuel ouviu a voz de Deus ainda menino, quando a palavra de Deus era rara. Davi matou Golias quando era adolescente, o mais novo e mais esfarrapado de muitos filhos. Josias liderou um avivamento e Deus chamou a Jeremias, cada um deles, enquanto eram jovens. É possível que Daniel e seus amigos fossem tão jovens quanto os do ensino médio de hoje, quando foram deportados para a Babilônia, no entanto, permaneceram por sua fé. E no Novo Testamento, encontramos os discípulos de Jesus, eles mesmos jovens homens, bem como a exortação específica de Paulo a Timóteo de que não deixasse ninguém desprezá-lo por causa de sua juventude. Este conjunto de provas não deve ser ignorado.

Jonathan Edwards disse que o Grande Avivamento foi essencialmente um movimento da juventude. Menos de um século depois, em 1806, estudantes universitários sentados em um palheiro provocaram um movimento de missões em todo o mundo. Perto do final do século 19, um movimento voluntário estudante viu milhares de jovens a levar o evangelho às nações.

Assim, dadas as vastas mudanças dos últimos 200 anos, como devemos ver a juventude de hoje? Não como crianças terminando a infância, mas como jovens que entram na idade adulta, capazes de compreender e viver o evangelho como missionários em uma cultura cada vez mais não-cristã. Nós que somos pais e pastores de jovens devemos nos ver como estrategistas missionários equipando os alunos para viver em missão, bem agora, não mais tarde.

Cinco Sugestões

Como seria essa transformação?

1. Edifique seus pastores de jovens e pais no evangelho. Mostre-lhes, como Tim Keller observa, que o evangelho não é apenas o ABC de salvação, mas o A a Z do cristianismo. A visão missionária que não surge de resposta ao evangelho leva ao ativismo legalista, ministério não-biblicamente impulsionado.

2. Envolvê-los na missão localmente. Nós tentamos ajudar nossos próprios filhos, agora crescidos e casados, a ver a missão por meio de coisas simples, tais como maneiras como tratamos nossos vizinhos, a forma como tratamos os funcionários dos restaurantes.

3. Não deixá-los sem conhecimento sobre a missão global. Um dos meus mantras é: “Leve as crianças pra fora do país antes de terminarem o ensino médio.” Quando nossa filha Hannah tinha 18 anos, já tinhafeito viagens missionárias por quatro continentes. Nosso filho Josh viajou para três continentes e feito trabalho missionário em várias das principais cidades dos Estados Unidos. Essas viagens ajudam os adolescentes a ver que o evangelho não é apenas superstição caseira dos seus pais, ele é verdadeiro e digno de proclamação a todos, em toda parte.

4. Demonstrar vidas missionárias. Deixe-os ver você vivendo missionalmente enquanto você ensiná-los a viverem assim também. Discipulado é geralmente mais aprendido do que ensinado.

5. Acredite neles. A juventude precisa de três coisas:

1.      De uma visão para a vida tão grande quanto o evangelho;

2.      De incentivo para viver radicalmente para Jesus Cristo agora;

3.      Da permissão para fazê-lo.

Certa vez, o missionário estadista Stanley Jones foi questionado sobre como ele ajudou muitos jovens a se tornarem missionários eficazes em todo o mundo. “Eu levo uma pessoa jovem”, respondeu ele, “coloco uma grande coroa sobre sua cabeça. Então, eu a ajudo a crescer dentro dela.”

Se estamos centrados no evangelho e comprometidos a viver missionalmente, podemos fazer o mesmo com a juventude de hoje também.

 

Alvin Reid serve como professor de evangelismo e de ministério para estudantes na Seminário Telógico Batista do Sudeste. Com MDiv e PhD em evangelismo do Seminário do Sudeste e décadas de experiência no ministério de jovens, Reid tem escrito extensivamente sobre evangelismo, cristianismo missionário, avivamento espiritual e ministério estudantil, sendo autor de mais de uma dúzia de livros. Seu mais recente livro é As You Go: Creating a Missional Culture of Gospel-Centered Students (NavPress, 2013).

(Traduzido por Kairós Ramos Nunes de Challenge Your Youth)

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Adolescentes e acesso irrestrito: hora de arrepender-se (John Perrit)

As estatísticas foram publicadas, a literatura circulou amplamente, as conversas continuam, mas o assunto ainda parece não ser tratado com a devida vigilância. Estou falando sobre adolescentes com acesso irrestrito em seus smartphones e tablets. Dou um caloroso “Amém!” para o recente tweet de Russell Moore: “Estou chocado com pais que dão aos seus filhos pré-adolescentes iPhones e iPads com acesso irrestrito à Internet”.

Afirmamos corretamente que a pornografia é um vício, mas não parece que estamos desafiando os vendedores dessa droga. Quem são os vendedores? Pais. Pais que tolamente dão aos seus adolescentes (e pré-adolescentes) reinado livre sobre seus smartphones e, ao fazer isso, convidam o mundo para a cama de seus filhos todas as noites.

Alguns de vocês podem pensar que eu estou sendo um pouco exagerado, mas, após considerar outro verão de retiros de jovens, meus olhos foram abertos novamente para essa tolice absoluta (não há uma forma mais branda de colocar isso). As coisas que nossa juventude posta nas mídias sociais provam muitas coisas; uma delas é a ausência parental nessa esfera.

Eu tive muitas conversas com estudantes viciados em pornografia e, igualmente, muitas conversas com pais que não fazem ideia do que os seus filhos estão fazendo na Internet. Não fosse por um Deus todo-poderoso, reinante e soberano, eu estaria ainda mais preocupado com os efeitos dessa negligência sobre o futuro da nossa cultura, incluindo a igreja. Portanto, aqui vão seis conselhos de um pastor de jovens que não reivindica ter todas as respostas para a criação de filhos.

 1. Arrependa-se

Deus graciosamente te deu filhos como dádivas maravilhosas. Antes da fundação do mundo, ele te escolheu para ser seus pais. Embora a salvação venha de Deus, ele espera que você cuide dessas crianças para a Sua glória. Por isso, arrependa-se da sua preguiça nessa área. Se você não restringe o uso dos smartphones e não faz ideia do que os seus filhos estão fazendo neles, estou falando com você. Peça perdão ao Deus que te deu filhos e peça perdão às crianças cujo vício você ajudou.

2. Eduque-se

A internet está sempre mudando e é impossível ficar no topo da mais alta tecnologia. Ainda assim, esse não é um motivo para desistir. Você ainda pode aprender sobre a tecnologia que mais consume tempo dos seus filhos. Pegue deles o telefone que você comprou e comece a olhar os aplicativos que eles baixaram. Como pai, você também deve começar a baixar esses mesmos aplicativos e se familiarizar com eles. Se você não puder fazer isso, arranje um amigo que o faça.

3. Peça ajuda ao corpo da igreja

Nas infinitas graça e misericórdia de Deus, ele deu ao corpo de Cristo uma grande variedade de dons e pessoas. Louve a Deus por ele encher a igreja com “nerds”, aqueles que não somente amam aprender sobre as mais variadas tecnologias como também têm paciência para educar outros acerca delas. Encontre aquelas pessoas da sua igreja que têm um dom para informática e pergunte se eles poderiam se reunir para um almoço – talvez eles até desejem dar aulas sobre o assunto. De forma ainda mais simples, comece um grupo de emails com alguns gurus da tecnologia que te alertarão de vários perigos. Conclusão: use os dons da igreja de Deus para o ajudar nessa batalha.

4. Estabeleça limites

Quer você compre ou não os celulares de seus adolescentes ou quer você pague ou não as suas contas mensais, você ainda tem autoridade sobre eles e você precisa exercer essa autoridade para a glória de Deus. Pegue os celulares de seus adolescentes toda noite em um horário específico. Nenhuma mensagem de texto é suficientemente importante para fazer adolescentes ficarem acordados até tarde da noite. As fotos que eles estão tirando nesse horário não são do tipo que você gostaria de emoldurar. Restrinja os aplicativos que eles podem usar.

5. Diga-lhes o porquê

Praticamente todo pai consegue entrar em modo combate e empunhar a pesada mão da autoridade. Mas é preciso graça divina para ser um pai que senta e conversa com sua filha ou filho. Diga aos seus filhos por que você está colocando algumas restrições em seus telefones, converse com eles sobre a variedade de ídolos em seus corações e use esse tempo como uma oportunidade de comunicar o evangelho. Tantas vezes nós queremos falar de forma mais relevante aos nossos adolescentes – essa é sua chance. Ilustre a relevância do evangelho ao aplicá-lo  à tecnologia. Finalmente, comunique que qualquer restrição que você impõe a eles é motivada por amor e cuidado. Lembre-os de que você os está protegendo dos males desse mundo.

6. Ore

Enquanto há pais tolos que deixaram seus filhos soltos na Internet, outros pais têm sido responsáveis quanto o uso de smartphones por seus filhos e ainda temem a tecnologia. A esses pais, desejo lembrá-los do seu amável Pai celestial. Muitos de vocês são ótimos pais e mães que estão, pela graça de Deus, tentando cuidar das vidas das preciosas crianças que Deus os deu. Lembre-se de que você tem um Pai que amavelmente cuida de você e de suas crianças. Ele é o melhor Pai que já existiu e deseja ouvir qualquer preocupação que você tenha acerca dos seus filhos. Além disso, ele é o gênio criativo por trás de toda nova criação; portanto, torne a ele em oração e confiança.

Traduzido por Kimberly Anastacio | iPródigo.com | Original aqui

(Fonte)

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Uma surpreendente obra de Deus (1/2) (Kevin DeYoung)

Existem apenas algumas coisas que permanecem semanalmente na minha lista de oração. Uma delas é o avivamento ou reavivamento. Eu acredito que Deus tenha se movido no passado para inflamar grandes avivamentos. Eu acredito que ele pode fazê-lo novamente. E eu acredito que seria bom que os cristãos pregassem e orassem por um avivamento cristocêntrico em nossos dias, que ame o Evangelho, glorifique a Deus e seja dado pelo Espírito.

Claro, isso levanta a questão: o que é verdadeiro avivamento? Vou chegar a uma definição em um momento e falarei mais sobre o modelo bíblico de renovação e reforma no próximo texto, mas permita-me começar mostrando algumas noções falsas sobre avivamento.

Primeiro, avivamento não é reavivalismo. Obviamente, quando você adiciona o “ismo” isso soa assustador, mas eu acho que há uma distinção importante a defender. Entendo por reavivalismo um evento programado, produzido e determinado por homens. No início do século XIX, uma mudança profunda aconteceu. Considerando que antes avivamentos eram vistos como obras da soberania de Deus pelo que alguém orava e jejuava mas não conseguia planejar, a partir de 1800 os avivamentos tornaram-se produções programadas. Você poderia montar uma barraca e anunciar um avivamento na próxima quinta-feira. Se você colocar uma música nova aqui, um coral lá, um certo estilo de pregação, um banco para os pecadores arrependidos, você pode ter certeza de uma resposta. Isso é um avivamento feito por homens, não verdadeiro avivamento.

Segundo, avivamento não é individualismo. Com isso quero dizer que um avivamento é um evento corporativo. É uma coisa maravilhosa quando Deus muda um só coração, especialmente no meio de muitos ossos secos, mas não é disso que estamos falando. Quando Deus envia um avivamento, ele varre uma igreja inteira, várias igrejas ou comunidades, e toca uma diversidade de pessoas (por exemplo, jovens, velhos, ricos, pobres, educados, incultos). Não é apenas uma transformação individual, de tão maravilhoso que é.

Terceiro, avivamento não é emocionalismo. De fato, verdadeiro avivamento pode produzir grande emoção. Mas a emoção em si não indica uma verdadeira obra do Espírito. Você pode levantar as mãos, ou ficar duro, chorar histericamente, ou ter uma grande calma, cair no chão, saltar para cima e para baixo, gritar Amém, fazer orações altas ou suaves, se sentir muito espiritual ou se sentir muito insignificante. Estes são o que Jonathan Edwards chama de “não-sinais”. Eles não dizem nada de um jeito ou de outro. Se você levanta as mãos ao cantar uma canção de louvor, isso pode significar que você está encantado com o amor de Deus, ou pode significar que você tem uma personalidade expressiva e a música proporciona uma liberação de energia. Se você canta um hino com solenidade e gravidade, pode ser que você está cantando com profundo temor e reverência, ou pode significar que a sua religião é mero formalismo e você está realmente entediado. Verdadeiro avivamento é marcado por mais do que a presença ou ausência de emoção tremenda.

Quarto, avivamento não é idealismo. Avivamento não significa que o céu chega na terra. Ele não inaugura uma utopia espiritual. Não resolve todos os problemas da igreja. Na verdade, o avivamento, com todas as suas bênçãos, geralmente traz novos problemas. Muitas vezes existe controvérsia. Pode haver orgulho e inveja. Pode haver suspeita. E além dessas obras da carne, Satanás muitas vezes desperta falsos avivamentos. Ele semeia sementes de confusão e engano. Assim, tanto quanto nós devemos ansiar por avivamento, não devemos esperar que ele seja a cura para todos os problemas da vida, e muito menos um substituto para décadas de tranquilidade, obediência fiel e crescimento.

Então, o que é verdadeiro avivamento? Aqui está a minha definição: O verdadeiro avivamento é uma soberana, repentina e extraordinária obra de Deus pela qual ele salva pecadores e traz vida nova para o seu povo.

  • O verdadeiro avivamento é uma soberana (dependente do tempo de Deus, realizado por Deus , concedido conforme a vontade de Deus)
  • repentina (conversões, crescimento e mudanças acontecem de forma relativamente rápida)
  • extraordinária (incomum, surpreendente)
  • obra de Deus (não nossa)
  • pela qual ele salva pecadores (regeneração levando a fé e arrependimento)
  • e traz vida nova para o seu povo (com afeições, comprometimento e obediência renovados).

Um dos melhores exemplos do verdadeiro avivamento na Bíblia é a história de Josias, em 2 Reis 22-23. A história não é um projeto para ser imitado em todos os aspectos, especialmente porque Josias é rei sobre uma teocracia. Mas a história é instrutiva, na medida em que nos dá uma imagem de uma soberana, rápida e extraordinária obra de Deus.

Vamos ver com o que isso se parece no próximo texto.

Kevin DeYoung. Website: http://thegospelcoalition.org/. Original: A Surprising Work of God (1 of 2)

Traduzido por Annelise Schulz. Por iPródigo.com. Original: Uma surpreendente obra de Deus (1)

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Três mentiras em que facilmente caímos (Jim Savastio)

Quando escolhemos (*) nos ausentar da reunião dos santos, é bem possível que sejamos vítimas de uma ou mais mentiras de Satanás.

A primeira mentira é: eu não preciso ‘disso’. Quando falo ‘disso’ quero dizer: o tempo de adoração, o tempo de instrução, o tempo de comunhão ou o tempo de oração. No momento em que coloco “isso” na balança do que quero ou prefiro, passo a acreditar na mentira de que os meios de graça têm pouco valor. Eu não ganho muito com reuniões de oração, não me beneficio muito da Escola Dominical, eu não gosto quando aquele pastor prega. Certamente eu não preciso disso.

A segunda mentira é: eu não preciso ‘deles’. Isto é, dos santos. Eu poderia estar com eles. Poderia estar em comunhão com eles, desfrutar da presença deles, ser fortalecido por eles. Quando consistentemente escolho me ausentar de seus momentos de reunião, estou acreditando na mentira do diabo de que sou suficiente em mim mesmo.

A terceira mentira em que podemos facilmente acreditar é: eles não precisam de ‘mim’. Minha presença ou ausência não faz diferença. Estar ou não do lado daquele irmão ou irmã, meu pastor me ver e interagir comigo ou não, minha voz unir-se ou não em louvores, meu coração ser elevado ou não com meus irmãos em oração  – tudo isso é indiferente. É verdade que a igreja sobreviverá, mas há uma grande diferença entre força total e força parcial. Há uma diferença entre uma família onde todos estão presentes, um corpo sem partes faltando, um prédio com todas as paredes ou pedras no lugar.

A reunião dos santos é importante. Não podemos descuidadamente negligenciá-la.

(*) Não estou me referindo ao que geralmente chamamos de “obstáculo providencial” ou ausência necessária. Refiro-me ao hábito de nos ausentarmos dos meios da graça.

(Fonte)

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Charles Spurgeon Cristo Cruz Encorajamento Mundo

Como Jesus venceu o mundo (Charles Spurgeon)

Ele não usou aquela forma de energia que é peculiar ao mundo mesmo para fins altruístas. Não posso conceber um homem, mesmo à parte do Espírito de Deus, tornando superior à riqueza e desejando somente a promoção de algum grande princípio que tomou seu coração. Mas você normalmente vai notar que, quando os homens o fizeram, eles estavam prontos para promover o bem usando o mal, ou pelo menos julgaram que os grandes princípios poderiam ser imputados pela força das armas, ou da propina ou da política. Maomé tinha agarrado uma grande verdade quando disse: “Não há Deus senão Deus.” A unidade da divindade é uma verdade de máximo valor; mas, então, vem o meio a ser utilizado para a propagação dessa grande verdade: a cimitarra. “Cortem a cabeça dos infiéis! Se eles têm falsos deuses ou se não possuem a unidade da divindade, não são dignos de viver.”

Você pode imaginar nosso Senhor, Jesus Cristo, fazendo isso? Pois, se tivesse feito, então, o mundo o teria conquistado. Mas ele conquistou o mundo sem ter empregado essa forma de poder nem no menor grau. Ele poderia ter reunido uma tropa a seu redor e, com Seu exemplo heróico juntamente com Seu poder miraculoso, teria rapidamente varrido o império romano e convertido. Depois, em toda a Europa e na Ásia e na África, Suas legiões vitoriosas poderiam ter pisando sobre todo o mal, e, com a cruz como Sua bandeira e a espada como Sua arma, os ídolos teríam caído e faria todo o mundo se curvar a Seus pés. Mas não. Quando Pedro tirou a espada, “Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt 26.52). Bem disse Ele: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos” (Jo 18.36).

E Ele poderia ter-se agradado de aliar Sua Igreja com o Estado, como Seus amigos equivocados têm feito nestes tempos degenerados, e, em seguida, poderia ter criado leis penais contra aqueles que ousassem discordar, e poderia ter obrigado que se fizessem contribuições para o apoio de Sua Igreja, e outras coisas semelhantes. Você leu, ouso dizer, que coisas assim estão sendo feitas, mas não nos Evangelhos nem em Atos dos Apóstolos. Essas coisas são feitas por aqueles que esquecem o Cristo de Deus, pois Ele não usa nenhum instrumento, mas o amor, não a espada, mas a verdade, não o poder, mas o Espírito Eterno, e, no próprio fato de ter colocado todas as forças mundanas de lado, Ele venceu o mundo.

(Traduzido por Francisco Nunes de um trecho do sermão “Cristo, o que venceu o mundo”, proferido em 3 de dezembro de 1876. Original aqui.)

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Santidade (Jerry Bridges)

A busca pela santidade deve estar ancorada na graça de Deus. De outro modo, ela estará fadada ao fracasso.

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Devo me casar com um homem que luta contra a pornografia? (Russell D. Moore)

Alguns meses atrás, eu postei no meu blog uma pergunta sobre um dilema ético que uma mulher que acabou de noivar estava enfrentando. Ela havia acabado de descobrir que o seu noivo tinha “constantes batalhas contra a pornografia”. Ela não tem certeza do que fazer ou como se certificar de que está lidando com a questão da melhor forma. Aqui está a minha resposta:

Cara noiva confusa,

Muitas mulheres estão assistindo “Diário de uma paixão” ou “Crepúsculo” como referência do tipo de homem com quem deveriam se casar. Ao invés disso, você provavelmente deveria assistir “O lobisomem”.

Você já viu algum daqueles filmes antigos de lobisomem? Você sabe, aqueles em que o homem aterrorizado, encharcado de suor, se acorrenta no porão e diz aos seus amigos “o que quer que aconteça, não importa o que eu diga ou o quanto eu implore, não me deixem sair daqui”. Ele sabe que a lua cheia se aproxima e está tomando providências para proteger todos de si mesmo.

De uma forma bem real, a vida cristã é semelhante a isso. Todos nós temos pontos de vulnerabilidade, áreas de suscetibilidade ao erro e à autodestruição. Há seres soltos no universo que observam essas áreas e sabem como colaborar com a nossa fisiologia e o nosso ambiente para nos aprisionar.

A sabedoria reside em saber quais são essas áreas, saber reconhecer as armadilhas que aparecem e tomar os cuidados necessários para manter a fidelidade a Cristo e àqueles quem Deus nos deu.

O que me preocupa mais na sua situação não é que o seu potencial marido tenha uma fraqueza por pornografia, mas que você só tenha descoberto ela agora. Isso me diz que, ou ele não enxerga isso como o horror matrimonial que é, ou ele estava muito paralisado pela vergonha.

O que você precisa não é de um homem sem pecado. Você precisa de um homem profundamente consciente de seus pecados e de seu potencial para pecar mais ainda. Você precisa de um homem que enxerga o quanto é capaz de destruir a si mesmo e a sua própria família. Você precisa de um homem com a sabedoria para, como Jesus diz, arrancar e lançar fora qualquer coisa que o leve ao caminho da autodestruição.

Isso significa um homem que sabe como subverter a si mesmo. Eu, no seu lugar, iria querer saber quem, na vida dele, sabe sobre esse problema da pornografia e como essas pessoas, juntamente com ele, tem trabalhado para impedi-lo de pecar, sem expô-lo. Eu iria querer saber, dele, como ele planeja agir de forma que não consiga esconder de você essa tentação após o casamento.

Pode ser que, por conta da natureza dessa tentação, vocês dois não possam ter um computador em casa. Talvez signifique que você deva receber relatórios em tempo real de toda a atividade dele na internet. Há uma série de obstáculos que podem ser colocados no caminho. O ponto é: como forma de demonstrar amor por você, ele deve lutar (Efésios 5.25; João 10), e parte dessa luta será contra si mesmo.

Pornografia é uma tentação universal precisamente porque provoca exatamente o que os poderes satânicos desejam provocar. Ela agride a natureza trinitariana da realidade, a comunhão em amor de pessoas, substituindo por um unitarianismo masturbatório.

E a pornografia também agride a figura de Cristo e sua igreja ao interromper a união de um só corpo, deixando os casais em situação semelhante à dos nossos ancestrais, escondendo-se um do outro e de Deus, por conta da vergonha.

E a pornografia ataca, como Satanás sempre faz, a Encarnação (1 João 4.2-3), ao substituir a intimidade corporal do casal pela ilusão de intimidade remota.

Não há garantia que você possa manter seu marido longe da infidelidade, seja digital ou carnal, mas você pode se certificar que o homem que você está prestes a seguir sabe o que está em risco, sabe como se arrepender e sabe o que significa lutar contra o mundo, a carne e o Diabo por todo o caminho até a cruz.

Resumindo, encontre um homem que sabe qual é a sua “lua cheia”, o que o leva a ficar vulnerável à sua fera interior. Encontre um homem que saiba lutar consigo mesmo e saiba buscar ajuda de outras pessoas para isso.

Você não vai encontrar uma bala de prata para esse caso, mas talvez você encontre um lobisomem que vive pelo evangelho.

 

Russell D. Moore. Website: http://www.russellmoore.com. Original: Should I Marry a Man with Pornography Struggles? My Response

Traduzido por Filipe Schulz. Por iPródigo.com. Original: Devo me casar com um homem que luta contra a pornografia?

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Aos pregadores (Agostinho)

“Frequentemente, até um não cristão sabe algo sobre a terra, os céus e os outros elementos deste mundo, sobre o movimento e a órbita das estrelas e até sobre o tamanho e as posições relativas delas, sobre os eclipses do Sol e da Lua que podem ser previstos, sobre os ciclos dos anos e das estações, sobre os tipos de animais, plantas, rochas e assim por diante, e esse conhecimento ele considera como certo pela razão e pela experiência.

Ora, é coisa vergonhosa e perigosa que um pagão ouça um cristão falando sobre o significado da Sagrada Escritura e dizendo absurdos sobre esses temas; e devemos fazer de tudo para impedir tal situação embaraçosa, na qual as pessoas desmascaram vasta ignorância de um cristão e riem-se dele.

A vergonha não é tanto pelo fato de um indivíduo ignorante ser ridicularizado, mas porque pessoas que estão fora do abrigo da fé passam a pensar que nossos escritores sagrados tinham tais opiniões e, para grande perda daqueles por cuja salvação trabalhamos, os autores de nossas Escrituras são criticados e rejeitados como homens incultos.

Se as pessoas veem um cristão equivocado numa área que elas próprias conhecem bem e o escutam defender suas opiniões tolas sobre nossos livros, como irão acreditar nesses mesmos livros a respeito de assuntos como a ressurreição dos mortos, a esperança da vida eterna e o reino dos céus, quando acham que as páginas desses livros estão cheias de falsidades a respeito de fatos que elas mesmas passaram a conhecer com base na experiência e na luz da razão?

Intérpretes descuidados e incompetentes das Sagradas Escrituras trazem problemas e tristezas incontáveis para seus irmãos mais sábios quando são pegos emitindo suas opiniões falsas e enganosas e são criticados por aqueles que não se submetem à autoridade de nossos livros sagrados. Pois então, para defender suas afirmações completamente tolas e obviamente inverídicas, tentam usar as Sagradas Escrituras como prova, e até recitam de memória muitas passagens que eles acham que dão apoio à sua posição, embora não entendem nem o que dizem nem as coisas sobre as quais querem argumentar”.

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O altar (a cruz) governa tudo (T. Austin-Sparks)

Em Ezequiel 43.13-27, temos o grande altar e seu serviço. Não vamos ler toda a seção, mas apenas seus primeiros versos: “E estas são as medidas do altar, em côvados (o côvado é um côvado e um palmo): e o fundo será de um côvado de altura, e um côvado de largura, e a sua borda em todo o seu contorno, de um palmo; e esta é a base do altar.” Então, são dadas mais informações sobre as medidas e o ministério. Todos entendemos que o altar no Antigo Testamento é sempre um tipo da Cruz. Esse altar é o lugar do holocausto, o que corresponde a Hebreus 10, onde o Senhor Jesus é comparado ao holocausto. Então, nesta manhã, vamos pensar sobre a centralidade e a universalidade da Cruz.

Vimos que toda a área do templo era quadrada. Se desenharmos linhas diagonais a partir de cada canto, elas se encontrarão no local onde o grande altar estava. O lugar central de toda a área era o altar. Você vai reconhecer que isso é diferente do tabernáculo no deserto. O átrio do tabernáculo não era quadrado, e o altar do holocausto ficava à direita da entrada, mas, nesse templo, o altar está no centro de um quadrado. É importante perceber isso. Todas as linhas se encontram no altar, e todas as linhas saem do altar. O lugar central de tudo é o altar.

O altar governava tudo. Governou tudo na casa, isto é, tudo o que estava de fato no templo era governado pelo altar. Governou tudo o que estava imediatamente ao redor da casa. Se você tivesse uma planta de toda a casa, com os diferentes caminhos e toda a área, você veria que todas as câmaras dos sacerdotes e os lugares onde as ofertas eram elaboradas estavam todos ao redor. Tudo estava reunido em volta da casa, mas tudo na casa e em toda a área era governado pelo altar.

E também todo o ministério da casa era governado pelo altar. Poderíamos dizer que não havia nenhum ministério que não fosse relacionado ao altar. Além disso, para além da casa, e para além da área imediata, mesmo fora de toda a terra, tudo era governado pelo altar. Podemos ver isso ao notar que o rio, que desceu por toda a terra, veio por meio do altar. Mas voltemo-nos para dentro da casa primeiro.

 

A cruz em seu lugar

Aqui temos uma verdade muito importante e vital. Quando a Cruz está em seu lugar, com sua medida plena, tudo vai estar em ordem, e a tudo o mais será dado seu significado e seu valor. Sinto não conseguir dizer com a força que deveria. Estamos muitas vezes preocupados com as coisas exteriores, com a ordem da Casa do Senhor, com o ministério da casa do Senhor, com as pessoas que estão relacionadas com a Casa do Senhor. Estamos sempre começando com o exterior. Estamos tentando estabelecer uma ordem para a Casa de Deus. Estamos tentando colocar as pessoas no lugar correto na Casa. Estamos muito preocupados com os ministros e os ministérios. Mas, se a Cruz está realmente em seu lugar, com suas dimensões totais, todas essas coisas podem cuidar de si mesmas. O povo estará certo se a Cruz estiver no lugar. Os ministérios serão vivos, se a Cruz estiver no lugar. A ordem da Casa estará certa se a Cruz estiver no lugar. Funciona desta maneira: se a cruz está bem no centro, na medida plena – e note que é um altar grande –, então, tudo o mais irá para seu lugar certo, numa relação viva.

Embora não seja dito aqui, penso ser correto concluir que esse altar era de bronze. O altar no tabernáculo era de bronze, o altar do templo de Salomão era de bronze, e acho que podemos assumir que este altar era também de bronze. Nós já encontramos o bronze. Vimos bronze no Homem à porta, e dissemos que com sua cana de medir Ele mediu tudo de acordo com o que Ele era (40.3). O bronze é tipo dos julgamentos justos de Deus. Esse grande altar representa a plenitude dos justos juízos de Deus. Esse altar de bronze é medido pelo Homem de bronze, de modo que o altar representa os pensamentos de Deus acerca do julgamento.

Nesse altar do holocausto, o homem injusto é completamente removido. Esse altar de bronze vê um homem produzir cinzas. As cinzas foram tiradas desse altar e despejadas no chão, ao lado do altar. Isso é um retrato da mente de Deus sobre o homem injusto, ou o homem natural. Ele é consumido no fogo do juízo de Deus, ele é reduzido a cinzas e é derramado no chão. Isso é a mente de Deus sobre o homem natural. Por outro lado, somente o homem justo pode ficar aqui, na presença deste altar. Claro, esses são os dois lados da pessoa e da obra do Senhor Jesus. Por um lado, Ele foi feito pecado por nós e, nessa qualidade, foi totalmente consumido e convertido em cinzas. Quando ele gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”, esse era o grito das cinzas! Ele tinha sido tornado em cinzas e derramado no chão.

Mas então há o outro lado da Cruz: “Ele não conheceu pecado” (2Co 5.21). Nele não havia injustiça e, portanto, ele pôde passar pelo altar, Ele pôde viver além do fogo! “Nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16.10). Porque Nele não havia pecado, não poderia ser retido pela morte. Sua própria natureza poderia superar todos os juízos de Deus! Este é o significado do grande altar: um homem é levado a um fim, e outro Homem está em seu lugar. Tudo foi julgado no altar. Tudo é julgado na Cruz.

Fomos julgados na Cruz do Senhor Jesus, e em nós mesmos fomos levados a um fim. Tudo do natural foi julgado e levado a um fim na Cruz do Senhor Jesus. É uma coisa muito importante reconhecer isso. Perceba que isso faz qualquer coisa possível. É por isso que disse que, se a cruz está em seu lugar, tudo estará certo. A Casa estará certa, isto é, a Igreja estará certa. O ministério estará certo. A ordem estará certa. Você não terá de se esforçar para tentar produzir uma ordem certa. Ela espontaneamente virá da obra da Cruz.

Eu espero que você esteja escrevendo isso em sua mente. Você pode encontrar desordens na Casa de Deus. Você pode encontrar o homem natural na Casa de Deus. Você pode encontrar condições que sejam totalmente erradas na Casa de Deus. Como você vai lidar com isso? Você só pode tratar com essas coisas pelo princípio da Cruz. Você não pode lidar com as próprias pessoas, não pode lidar com as próprias coisas, mas, se você tão somente trouxer a Cruz àquela situação, terá resolvido todo o problema. Se tão-somente a Cruz tomar o lugar dela, todos os outros problemas serão resolvidos. É assim. Não começamos a partir do exterior. Não começamos com as pessoas, não começamos com a ordem da casa do Senhor, não começamos com o ministério: começamos com a cruz. E se tão-somente as pessoas virem a cruz, tudo o mais será endireitado. Tudo é julgado pela Cruz.

A Epístola aos Romanos é a mensagem da Cruz em sua plenitude. Nessa carta, você vê a grande medida da Cruz. Ali, a Cruz alcança todas as coisas. Ela traz toda a raça em Adão ao fim, e começa uma raça totalmente nova em Cristo ressuscitado! É muito impressionante que a primeira carta do Novo Testamento apresenta a Cruz em sua plena medida. Vocês todos sabem que a Epístola aos Romanos não foi a primeira carta escrita por Paulo, mas o Espírito Santo a colocou em primeiro lugar na disposição [dos livros]. Eu penso que o Espírito Santo tinha algo a fazer com o arranjo dos livros do Novo Testamento e, em Seu arranjo soberano deste livro, colocou o altar em sua plenitude logo no início. Bem, é claro, você tem de lembrar de tudo o que sabe sobre Romanos para ver isso.

Em 1Coríntios, a Cruz é aplicada ao homem natural e ao homem carnal dentro da Igreja. O homem natural e o carnal vieram para o lugar em que não tinham o direito de estar. Esse homem maligno se enfiou pela porta, e, por isso, o apóstolo traz Cristo crucificado sobre e contra o homem natural e o carnal. A Cruz em 1Coríntios tem relação com aquele homem, não fora da igreja, como em Romanos, mas dentro da Igreja.

A Segunda Epístola aos Coríntios estabelece a Cruz em relação ao ministério. Essa carta nos mostra que o ministério flui de um vaso quebrado e humilhado. Posso dizer apenas isso e deixar [para outro momento] a explicação completa.

Em Gálatas a Cruz é diminuída ao fazer do cristianismo outro sistema legalista e levar os cristãos à escravidão. Quão forte é o apóstolo nessa carta e ver como ele usa a Cruz. Ele usa a Cruz com vigor contra esse esforço de tornar o cristianismo um sistema legalista e levar os crentes de volta à escravidão.

Em Efésios, o trabalho da Cruz é colocar a Igreja em solo celestial. A Cruz em Efésios corta completamente a Igreja de toda a base terrena. Ela coloca a Igreja fora do tempo. Ela coloca a Igreja fora do mundo.

Em Filipenses, a Cruz é aplicada àquilo que corrompe a harmonia do povo do Senhor. Há uma dolorosa desarticulação dentro da Igreja. Há um ponto em que as coisas estão infelizes, e isso é causado por interesse pessoal e orgulho. Algumas pessoas não vão abandonar seu interesse pessoal. Algumas pessoas não vão deixar o orgulho. Elas foram ofendidas, e não vão perdoar. Assim, o apóstolo traz a Cruz contra essa discórdia e desarticulação, e ressalta que, se tão-somente a Cruz estiver naquelas vidas, tudo será corrigido.

A Epístola aos Colossenses mostra que a Cruz liberta de toda falsa espiritualidade. A Cruz coloca de lado tudo o que é mero misticismo e tudo o que faria Cristo menos do que Ele é.

Em seguida, há as cartas aos Tessalonicenses. Ali, a cruz é a força para o sofrimento, uma inspiração até a vinda do Senhor. Pode não haver muito, de fato, sendo dito sobre a Cruz nessas cartas, mas o princípio delas é o princípio da Cruz. As pessoas estavam sofrendo por amor a Cristo. Elas estavam sofrendo a perda de todas as coisas, e pensavam que o Senhor viria para libertá-las, e que Ele estava retardando Sua vinda. Assim, o apóstolo diz que os sofrimentos delas culminarão na vinda do Senhor e da glória. Os sofrimentos de sofrer com Cristo. Aqueles irmãos estavam sofrendo por amor a Cristo: é a comunhão na Cruz, mas os sofrimentos levam à glória. O Senhor está vindo, e então tudo vai estar certo. A Cruz tem uma mensagem muito real para os crentes em sofrimento.

E vamos apenas concluir isso com Hebreus.

Em Hebreus, a Cruz mostra como tudo é levado à plenitude e à finalidade. E tudo isso se relaciona com a Casa em seu interior. Ela toca a conduta. Ela toca o caráter. Ela toca a ordem. Ela toca o ministério. Se a cruz está em seu lugar, tudo vai ser eficaz.

Eu não lhes dei apenas alguns ensinamentos da Bíblia. A Cruz é a chave para tudo. Então, o que é verdadeiro para o interior é também verdadeiro para o exterior. É a cruz que afeta todos os aspectos de influência da Igreja. O rio vem pelo caminho da cruz, isto é, a influência que sai do santuário para toda a terra. É a cruz que dá eficácia ao ministério para o mundo todo. Então, os apóstolos pregaram por toda parte Cristo crucificado.

 

A Cruz é a defesa contra o mundo

E notemos outra coisa: o altar foi a grande defesa contra o inimigo. Em Esdras 3.3 lemos: “E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras”. Porque o medo dos povos das terras estava sobre si, os israelitas colocaram o altar em seu lugar. A Cruz é uma grande defesa: a Cruz nos defende do mundo. O mundo é o grande inimigo da Igreja. O espírito do mundo sempre foi o grande inimigo da Igreja. Satanás sempre tentou trazer o mundo para dentro da Igreja e, assim, afundar a Igreja e seu ministério, destruir a influência da Igreja no mundo. É um movimento muito inteligente e sutil do inimigo para destruir a influência da Igreja no mundo: trazer o mundo para dentro da Igreja. Paulo disse: “Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6.14).

Um povo verdadeiramente crucificados nunca está em perigo no mundo. É somente quando a Cruz não fez sua obra que o mundo tem um lugar. O mundo não tem lugar em um homem ou em uma mulher crucificado, ou em um grupo de crentes crucificados. A Cruz é uma grande defesa contra o mundo. Se você quer manter o mundo fora, coloque a Cruz no lugar dela. Se a cruz está verdadeira e plenamente em seu lugar, então, tudo o mais estará em ordem. A Cruz é a grande defesa contra o mundo. A Cruz é a grande defesa contra os poderes do mal. A Cruz torna tudo seguro; torna tudo seguro para o Senhor.

O Senhor quer se comprometer. Ele quer se confiar a Seu povo, mas, se a cruz não está operando, o Senhor não pode fazê-lo. O Senhor diz: “Não é seguro para Mim dar-me, ou eu estarei envolvido em sua condição não-crucificada.” A Cruz torna tudo seguro para o Senhor, e a Cruz faz tudo seguro para a Igreja. Se a Cruz está operando em todos nós, podemos confiar uns nos outros. É bastante seguro confiar-se a um homem ou a uma mulher crucificado.

Concluo essa manhã enfatizando que a Cruz não é uma doutrina a ser ensinada. Não é um assunto a ser pregado. É claro que deve ser ensinada pregada. Mas, em primeiro lugar, não é um assunto a ser ensinado. Não é apenas uma doutrina. A Cruz é poder. A Cruz é uma experiência. A Cruz é um evento em nossa vida. A Cruz é uma crise. A Cruz é uma revolução. A Cruz é um terremoto. Houve um terremoto quando Jesus foi crucificado. Se a Cruz entra em nossa vida, haverá um terremoto. Tudo vai ser abalado, tudo vai ser derrubado. A Cruz é um terremoto. É algo tremendo. A Cruz não é apenas uma teoria, não apenas uma doutrina: a Cruz governa tudo. Bem, essa é nossa mensagem sobre a centralidade e a universalidade da cruz.

O Senhor conceda que sejamos homens e mulheres crucificados. Que a assembléia à qual pertencemos seja uma assembléia crucificada. Que o Senhor conceda a toda a Sua Igreja ver o significado da Cruz.

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(Traduzido por Francisco Nunes do livreto The Altar (the Cross) Governs Everything, capítulo de The Persistent Purpose of God (O persistente propósito de Deus), por Emmanuel Church, Tulsa, OK, EUA, 1996. Editado de uma mensagem dada em Taiwan, em janeiro de 1957.)

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