Tag: perseverança
Gotas de orvalho (280)
Um dos perigos mais graves que assola o ministério é a dispersão incansável de energias por uma incrível multiplicidade de interesses que não deixa margem de tempo e força para uma comunhão receptiva e arrebatadora com Deus.
(Andrew Bonar)
Há muitas coisas que o mundo chama de decepção, mas não existe essa palavra no dicionário de fé. O que para os outros são decepções, para os crentes, são indicações do caminho de Deus.
(John Newton)
Orei quinze anos pela conversão de meu irmão mais velho. Quando ele parecia estar ficando cada vez mais longe de qualquer esperança de conversão, eu orei.
(R. A. Torrey)
O mundo pergunta: “O que um homem possui?” Cristo pergunta: “Como ele o usa?”
(Andrew Murray)
Muitas pessoas, em seus sofrimentos e tristezas, consideram-se dignas de dó, ao mesmo tempo em que dão pouca atenção ao pecado causador do problema ou ainda continuam a cometê-lo!
(Richard Baxter)
Nunca devemos cessar de orar. Nenhum caso é sem esperança enquanto Cristo viver.
(Charles Spurgeon)
Que poderia em mim achar,
pra tais afrontas suportar?
(Hinário cristão, hino 66)
Gotas de Orvalho (247)
A maior prova de nosso amor a Cristo é a obediência às leis de Cristo. O amor é a raiz; a obediência é o fruto.
(Matthew Henry)
Em mil aflições, não quinhentas delas cooperam para o bem do crente, mas novecentos e noventa e nove mais uma: mil.
(George Müller)
“O Senhor é meu pastor”. Ele o é no domingo, é na segunda-feira e em todos os dias da semana. É em janeiro, é em dezembro e em todos os meses do ano. É em casa e na China. É em paz e em guerra; em abundância e em penúria.
(Hudson Taylor)
Que nenhum momento da minha vida seja passado fora da luz, do amor e da alegria da presença de Deus. E não haja nenhum momento sem toda a rendição de mim mesmo como um vaso para Ele encher completamente de Seu Espírito e Seu amor.
(Andrew Murray)
Só há uma coisa que me prosta até o chão e me humilha até ao pó: olhar para o Filho de Deus, e, em especial, contemplar a cruz. Quando contemplo a maravilhosa cruz, na qual o Príncipe da Glória morreu, meu maior ganho considero como perda e desprezo todo o orgulho meu.
(Martyn Lloyd-Jones)
Penso que os cristãos falham tantas vezes em obter respostas para suas orações porque não esperam tempo suficiente em Deus. Eles simplesmente ajoelham-se e dizem algumas palavras; depois se levantam e esquecem, e esperam que Deus as responda. Essa oração sempre me lembra o menino tocando a campainha da porta do vizinho e depois fugindo o mais rápido que pode.
(E. M. Bounds)
Eu, porém, Senhor,
tenho clamado a Ti,
e de madrugada
Te esperará a minha oração.
(Sl 88.13)
Não pereça
Entendo que as palavras: “Para que todo aquele que Nele crê não pereça” (Jo 3.16) declaram que todo o que crê no Senhor Jesus Cristo não vai perecer, ainda que esteja pronto a perecer. Seus pecados o levariam à perdição, mas ele nunca se perderá. Sua fé não perecerá, pois esta promessa a cobre: “Para que todo aquele que Nele crê não pereça”.
O penitente creu em Jesus e, portanto, tornou-se um cristão e começou a viver como tal. “Oh!”, grita um inimigo, “deixe-o sozinho; ele logo estará conosco outra vez. Logo será tão descuidado como antes”. Mas ouça: “Para que todo aquele que Nele crê não pereça” – portanto, quem crê não retornará a seu estado anterior. Isso prova a salvação eterna dos santos, pois, se o crente deixasse de ser crente, ele pereceria; e, como ele não perece mais, é óbvio que continuará sendo crente.
Se crê Nele, você nunca perderá sua vida espiritual, pois como pode alguém perder alguma coisa que é eterna? Se pudesse perdê-la, isso demonstraria que ela não é eterna, e você pereceria, tornando, assim, a Palavra de Deus sem efeito. Quem um dia creu em Cristo é uma pessoa salva, não só hoje, mas em todos os dias da vida e por toda a eternidade. Todo aquele que Nele crer não perecerá, mas terá uma vida que não acaba e uma aceitação da parte de Deus que nunca cessará.
(Adaptado de Charles Spurgeon)
Fé e sofrimento
“Filho meu, não menosprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por Ele fores repreendido” (Hb 12.5).
Nem todo castigo traz benefício àquele que o sofre. Algumas pessoas são endurecidas pelo castigo; já outras são esmagadas por ele. Depende muito do espírito com que as aflições são recebidas. Não há mérito nas provações e tribulações em si mesmas; é somente por serem abençoadas por Deus que o cristão tira proveito delas. Conforme nos diz Hebreus 12.11, apenas aqueles que são “exercitados” pela vara de Deus produzem “fruto pacífico de justiça”. Uma consciência sensível e um coração tenro são os acessórios necessários.
Em nosso texto, o cristão é advertido contra dois perigos inteiramente diferentes: não desprezar e não desmaiar. Esses são dois extremos contra os quais é sempre necessário manter estrita vigilância. Assim como qualquer verdade da Escritura tem seu equivalente de equilíbrio, assim todo mal tem seu oposto. Por um lado, há o espírito arrogante que ri da vara, uma vontade teimosa que se recusa a humilhar-se debaixo da vara. Por outro, há um abatimento que, sob a vara, se afunda completamente e dá lugar ao desespero. Spurgeon disse: “O caminho da justiça é uma passagem difícil entre duas montanhas do erro, e o grande segredo da vida cristã é serpear seu caminho ao longo desse vale estreito”.
I. Menosprezar a vara
Há diversas maneiras pelas quais os cristãos podem “menosprezar” os castigos de Deus. Citaremos quatro delas:
- Pela insensibilidade. Agir de forma estoica é o plano de ação a partir do entendimento carnal: “Faça do limão uma limonada”. O homem deste mundo não conhece plano melhor do que cerrar os dentes e encarar as dificuldades. Como não tem nenhum Consolador, nenhum Conselheiro, nem Médico Divino, ele precisa valer-se dos próprios pobres recursos. É muito triste ver um filho de Deus portando-se como os filhos do diabo. Pois, quando o cristão resiste abertamente às adversidades, ele “despreza” o castigo. Em vez de se endurecer, agüentando estoicamente a situação, ele deveria quebrantar o coração.
- Pela reclamação. Foi isso que os hebreus fizeram no deserto; e ainda há muitos murmuradores nos campos de Israel. Uma pequena enfermidade, e ficamos tão mal-humorados que nossos amigos ficam com medo de chegar perto. Alguns poucos dias na cama, e nos irritamos e nos enfurecemos como um touro desabituado à canga. De forma impertinente, perguntamos: “Por que essa aflição? O que é que eu fiz para merecê-la?” Olhamos a nossa volta, invejosos e descontentes porque o fardo dos outros é mais leve. Tome cuidado, leitor: murmurar custa caro. Deus sempre castiga outra vez se não nos humilharmos na primeira. Lembre-se de quanto refugo existe ainda no meio do ouro. Contemple as depravações de seu coração, e maravilhe-se de que Deus não o tenha castigado duas vezes mais severamente. “Filho meu, não menosprezes a correção do Senhor”.
- Pelas críticas. Quantas vezes colocamos em dúvida a utilidade do castigo. Como cristãos, parece que não temos bom senso espiritual em quantidade maior do que a sabedoria natural que tínhamos quando crianças. Como meninos, pensávamos que a vara era a última coisa necessária em casa. Assim acontece também com os filhos de Deus. Quando as coisas acontecem como gostamos, quando recebemos alguma bênção material inesperada, não temos dificuldade nenhuma em atribuir tudo à bondosa Providência. Mas, quando nossos planos são frustrados, quando sofremos perdas, a coisa é muito diferente. Mas não está escrito: “Eu formo a luz e crio as trevas; Eu faço a paz e crio o mal; Eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45.7)? Quantas vezes a coisa criada reclama: “Por que me fizeste desta forma”? Dizemos: “Não vejo como isto pode ser útil para minha alma. Se minha saúde fosse melhor, eu poderia ir à casa de oração com mais freqüência! Se eu tivesse sido poupado dessas perdas em meus negócios, teria mais dinheiro para o trabalho do Senhor! Qual é o bem que pode resultar desta calamidade”? À semelhança de Jacó, exclamamos: “Todas essas coisas vieram sobre mim!” (Gn 42.36). O que é isso senão “desprezar” a vara? Sua ignorância vai desafiar a sabedoria de Deus? Sua miopia vai censurar a onisciência?
- Pela indiferença. Há muitos que não emendam seus caminhos. Todos nós precisamos muito da exortação vinda de nosso texto. Há muitos que têm “desprezado” a vara, e como consequência não têm se beneficiado com ela. Muitos cristãos têm sido corrigidos por Deus, mas em vão. Doenças, contratempos, perdas vêm, mas eles não têm sido santificados por meio de um sincero e cuidadoso auto-exame.
Ó irmãos e irmãs, tomem cuidado! Se Deus os está castigando, “considerai os vossos caminhos” (Ag 1.5), “pondera a vereda de teus pés” (Pv 4.26). Descubram a razão do castigo. Muitos cristãos não teriam sido castigados nem com a metade do rigor se tivessem, com diligência, investigado a causa de seus castigos.
II. Desmaiar sob a vara
Depois de sermos advertidos contra “menosprezar” a vara, somos agora alertados a não dar lugar ao desespero quando estivermos sob a ação dela. Existem, pelo menos, três maneiras pelas quais o cristão pode “desmaiar” sob as repreensões do Senhor:
- Quando ele desiste. Isso acontece quando nos afundamos em desânimo. A pessoa castigada conclui que não consegue agüentar mais. Seu coração enfraquece; as trevas a engolem; o sol da esperança se obscurece, e se cala a voz das ações de graças. “Desmaiamos” quando nos tornamos incapazes de executar os deveres que nos dizem respeito. Quando uma pessoa desmaia, ela fica inerte. Quantos cristãos desistem por completo da luta quando a adversidade se apresenta em sua vida! Quantos se tornam totalmente inertes quando a tribulação aparece em seu caminho! Quantos, por sua atitude, dizem: “A mão de Deus se fez pesada sobre mim: eu nada consigo fazer”! Ah, meus amados, “não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4.13). “Não desmaies quando por Ele fores reprendido” (Hb 12.5). Dirija-se ao Senhor a respeito do assunto: reconheça a mão Dele em toda a situação. Lembre-se de que suas aflições fazem parte de “todas as coisas” que cooperam juntamente para seu bem.
- Quando ele duvida de sua filiação. Não são poucos os cristãos que, quando a vara desce sobre eles, concluem que, no final das contas, não são filhos de Deus. Eles esquecem que está escrito: “Muitas são as aflições do justo” (Sl 34.19), e que “por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22). Talvez alguém argumente: “Mas se eu fosse filho de Deus, não estaria em pobreza, miséria e dor”. Preste atenção em Hebreus 12.8: “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, logo, sois então bastardos, e não filhos”. Aprenda, então, a ver as provações como provas do amor de Deus limpando, podando, purificando você. O pai de família não se preocupa muito com os que não pertencem a sua casa; são aqueles que pertencem a ela que ele guarda e dirige, alimenta e conforma a sua vontade. O mesmo acontece com Deus.
- Quando ele se desespera. Algumas pessoas cedem diante da ideia de que sua tribulação nunca mais terá fim. Uns dizem: “Eu já orei e orei, mas as nuvens não se vão”. Console-se, então, com o seguinte pensamento: É sempre a hora mais escura que antecede o amanhecer. Por isso, não desmaie quando for repreendido por Deus. “Mas”, diz outro, “eu me apeguei a Sua promessa, e as coisas não melhoram. Eu pensei que Ele livrasse aqueles que O invocam; eu O invoquei, e Ele não me atendeu, e eu temo que Ele nunca vá me responder”. Por que, filho de Deus, você fala dessa maneira de seu Pai?! Você diz que Ele não vai parar nunca de feri-lo pelo fato de tê-lo ferido por tanto tempo?! Em vez disso, diga: “Ele tem-me ferido há tanto tempo que, logo, logo, devo ser liberto!”
Não menospreze nem desmaie. Que a graça divina preserve desses dois extremos tanto este autor como o leitor.
Gotas de orvalho (189)
Considerarei que é misericórdia com minha alma se minha fé vigiar toda essa noite de inverno e não oscilar ou adormecer até a aurora do dia de verão de meu Senhor sobre mim.
(Samuel Rutherford)
Se algum de vocês me perguntasse pelo epítome da vida cristã, eu diria que é, em uma palavra: oração.
(Charles Spurgeon)
É um pensamento vaidoso fugir da obra que Deus nos designa, com o objetivo de encontrar uma bênção maior, em lugar de buscá-la onde ela é encontrada: em amorosa obediência.
(George Eliot)
[Senhor], dize a minha alma: “Eu sou a tua salvação!”
(Salmos 35.3)
Não tenha medo de haver desassossego ou perturbação no Reino dos céus. Ele começou na eternidade, continuará ao longo da eternidade; não há pânico na Personalidade divina. Deus é paz, Deus dá paz, Deus dá descanso.
(Joseph Parker)
Deus, que alimenta os pardais, não deixará Seus santos passarem fome! Deus controla todas as coisas que preocupam Seu povo, mesmo aquelas que são mais minúsculas e menos consideradas. Isso é um encorajamento para vivermos em dependência contínua do cuidado providencial de Deus! Se Deus conta nossos cabelos, Ele conta muito mais nossa cabeça. Ele cuida de nossa vida, de nossas necessidades, de nossas preocupações e de nossa alma. A providência universal de Deus se estende a todas as criaturas e a todas as ações delas, mesmo as menores e mais minúsculas!
(Matthew Henry)
Um Salvador crucificado nunca se contentará em ter um povo auto-satisfeito, egoísta e com mentalidade mundana!
(J. C. Ryle)
Durante os dias em que nosso editor esteve em Salvador, participando da XXI Conferência UniCristã de Teologia e Espiritualidade, ele também teve oportunidade de servir à igreja naquela cidade com a Palavra. Foram duas mensagens. Elas estão abaixo.
Esperamos que sejam úteis aos nossos leitores.
O versículo-chave de 2Timóteo 4 é este: “Sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (v. 5).
Tudo na vida deve ser considerado como uma oportunidade, quer para desenvolver as virtudes cristãs, quer para realizar a obra que Deus nos confiou. Negligenciar as oportunidades é um grande perigo, tanto na vida cristã como no serviço ao Senhor. Esse capítulo apresenta sete coisas que não devemos negligenciar.
1. O uso das oportunidades (vv. 1,2)
A realidade do juízo vindouro deve estar sempre diante de nós. Os vivos serão julgados na vinda do Senhor para estabelecer Seu reino, e os mortos, no término de Seu reino milenar – mas a única forma de alguém escapar da certeza do juízo é pela justificação que vem pela fé em Cristo. “Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto” (Ec 12.14).
Portanto, devemos estar sempre vigilantes a fim de aproveitar as oportunidades que possam surgir para pregar a Palavra. A palavra traduzida “pregues” (v. 2) traz a idéia de um servo do rei enviado para proclamar um decreto real. Isso enfatiza a dignidade de ser mensageiro do Senhor. As oportunidades não se limitam a certos dias ou horas; devemos sempre estar prontos para falar em nome do Senhor. As diferentes oportunidades exigem várias maneiras de agir – “redarguas, repreendas, exortes” –, mas sempre com paciência, e sempre com sã doutrina.
2. A vigilância contra a falsidade (vv. 3-5)
Também é muito perigoso negligenciar a vigilância contra a falsa doutrina. Paulo não se refere ao desejo de receber mais iluminação da Palavra de Deus, mas sim a pessoas que sempre querem ouvir qualquer novidade, contanto que não seja a sã doutrina, a qual “não suportarão”.
“Atendei ao que ides ouvir” (Mc 4.24) e “Vede […] como ouvis” (Lc 8.18) são palavras do Senhor Jesus que nos preparam para evitar a doutrina falsa. No versículo 5, Paulo dá a Timóteo quatro conselhos que o conservariam no caminho da verdade.
- “Sê sóbrio em tudo”: a necessidade de ouvir e estudar a verdade com seriedade e perseverança.
- “Sofre as aflições”: a necessidade de provar a verdade das promessas de Deus no meio das aflições.
- “Faze a obra de um evangelista”: a necessidade de se envolver na obra de ganhar almas, mesmo não tendo dom especial para isso.
- “Cumpre o teu ministério”: a necessidade de reconhecer e realizar o serviço que Deus lhe confiou, “como despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1).
3. A importância de fidelidade (vv. 6-8)
Não podemos negligenciar a necessidade de fidelidade e consagração ao Senhor até o fim. É relativamente fácil ser fiel quando tudo vai bem, mas, quando surgem oposições ou sofrimentos, somos tentados a desistir. Paulo estava aguardando o cumprimento de seu serviço fiel, pronto para selar seu testemunho com o próprio sangue. Ele usa cinco figuras como ilustrações disso.
- A libação, uma oferta de vinho que era derramada sobre o sacrifício no altar. Paulo está dizendo com isso que queria derramar todo o conteúdo de sua vida sobre o sacrifício de Cristo, sem reservar nada para si.
- O viajante – “o tempo da minha partida”. Ele considerava a morte como o início de mais uma viagem, para estar ausente do corpo e presente com o Senhor.
- O guerreiro. Paulo era como Eleazar, filho de Dodó, um dos valentes de Davi, que não largou mão da espada até que o Senhor tivesse efetuado um grande livramento (2Sm 23.10).
- O atleta – “acabei a carreira”. Alguns começam a corrida da vida cristã em alta velocidade, mas desistem antes do final. Paulo perseverou até o fim.
- A sentinela. Sempre vigilante para repelir qualquer ataque do inimigo contra a verdade.
Assim, aquele que sofreu tanto dos injustos juízes humanos tinha certeza de receber um galardão da mão do justo Juiz. Mas ele não será o único a receber; o galardão é para “todos os que amarem a Sua vinda”. A vinda do Senhor é algo que o crente fiel ama, antecipando o sorriso e a recompensa de seu Senhor; mas, para outros, ela será motivo de vergonha (1Jo 2.28).
4. As necessidades dos companheiros (vv. 9-12)
Paulo sempre apreciou seus companheiros. Agora na prisão, esperando ser morto em breve, ele ainda pensava em seus colaboradores, seguindo os movimentos deles e orando pela bênção de Deus sobre seu serviço. Lucas ficou com ele, e Paulo queria que Timóteo voltasse também, a fim de o confortar por causa do abandono de Demas, que amou “o presente século”.
Parece que Paulo, na prisão, dependia muito de Demas, e sentiu muito quando este o “desamparou”. No original, Paulo usa a mesma palavra que o Senhor usou na cruz, quando disse: “Por que me desamparaste?”. Não é sempre fácil ajudar um prisioneiro, e Demas acabou amando mais o mundo do que o aflito apóstolo, e o abandonou. Ele foi para Tessalônica; não sabemos por que, mas certamente não foi para visitar a igreja. Não devemos negligenciar o dever de assistir fielmente irmãos aflitos em suas necessidades.
5. As próprias necessidades (v. 13)
O inverno estava chegando, e Paulo já sentia a falta da capa que deixara em Trôade. É lícito e importante cuidar do corpo e da saúde. Mas Paulo sentiu uma necessidade ainda mais urgente: “os livros, principalmente os pergaminhos”. Talvez os “livros” fossem suas epístolas ou outro escrito que formaria parte do Novo Testamento. Mas, com certeza, os “pergaminhos” eram as Sagradas Escrituras do Antigo Testamento.
Maltratado pelos romanos e desamparado por seus amigos, Paulo queria “a paciência e consolação das Escrituras” (Rm 15.4). Ele não ia escrever mais cartas nem pregar mais sermões. Em poucos dias seria martirizado. Mas nos seus últimos dias ele ainda desejava afetuosamente, como menino novamente nascido (1Pe 2.2), o leite racional da Palavra de Deus. A Bíblia vem ao encontro de nossa necessidade, tanto na meninice como na juventude, tanto na meia idade como na velhice, tanto na vida de trabalho como na hora da morte.
6. Atitude em face da oposição (vv. 14-18)
Nesses versículos vamos observar a atitude do apóstolo diante dos que se opunham a ele. Alexandre, o latoeiro, causou-lhe muitos males. Sem dúvida, Paulo já o perdoara muitas vezes, mas seu último recurso é orar e entregá-lo ao Senhor (v. 14). Além disso, o apóstolo não deixou de aconselhar os outros acerca daquele homem (v. 15). Quanto aos que o abandonaram, sua atitude foi perdoar: “Que isto lhes não seja imputado” (v. 16). Quanto à obra, seu único motivo foi perseverar até cumprir totalmente a comissão que recebera (v. 17). E quanto ao futuro, ia apenas confiar no livramento do Senhor e sempre adorá-Lo. “A quem seja glória para todo o sempre. Amém” (v. 18).
7. A apreciação de amizades (vv. 19-22)
O nome de seus amigos e colaboradores era precioso a Paulo. Ele sempre fazia menção deles perante o trono da graça, e nunca esquecia de lhes mandar saudações em suas epístolas. Mas em tudo isso o apóstolo não queria negligenciar a coisa mais importante, desejando-lhes a bênção da presença e da amizade do Senhor: “O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito”. Assim, as últimas palavras da última epístola que Paulo escreveu, logo antes de morrer, são uma oração desejando que seus leitores desfrutem a realidade da sã doutrina que ele tinha ensinado: “A graça seja convosco. Amém.” Desse modo seriam guardados dos muitos perigos que cercam o povo de Deus.
Não há nada mais poderoso que a oração perseverante, como a de Abraão pleiteando por Sodoma; como Jacó lutando no silêncio da noite; como Moisés permanecendo na brecha; como Ana, embriagada de tristeza; como Davi, com o coração quebrantado pelo arrependimento e pela dor; como Jesus suando sangue. Acrescente a essa relação, a partir dos registros da história da Igreja, sua própria observação e experiência pessoal, e sempre haverá o custo da paixão até o sangue. Essa é a oração eficaz que traz o poder, que traz o fogo, que traz a chuva. Ela traz a vida, ela traz a presença de Deus.
(Samuel Chandwick)
Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem, mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente transmissível.
(Thomas Watson)
A fé não é uma noção, mas uma fome essencial poderosa, um desejo magnético atrativo de Cristo, que, uma vez que procede de uma semente da natureza divina em nós, atrai-nos para Ele e se une com Ele.
(William Law)
Os feitos mais gloriosos de um homem serão também seus maiores pecados. Basta terem sidos realizados para sua própria glória, e não para a glória de Deus.
(Thomas Brooks)
Não há maior obstáculo ao conhecimento do que o orgulho, e nenhuma condição mais essencial do que a humildade.
(John Stott)
Alguma forma de sofrimento é praticamente indispensável para a santificação.
(John Stott)
Um homem só prega bem um sermão a outros quando ele prega para sua própria alma. Se a Palavra não residir poderosamente em nós, não será poderosamente comunicada por nós.
(John Owen)
Salvar
A meu amado Senhor, que não se poupou em Seu amor a um verme como eu.
Não creio no falso evangelho,
aquele que não me serve de espelho:
que não dá nome a meus pecados,
pelo qual os tolos são enganados;
que promete vida fácil, sem dores,
que promete felicidade sem cruz,
que vende tantos favores,
que entrega trevas, e não luz;
que promete bênçãos de Deus em troca de oferta,
oferecidas aos incautos por gente esperta;
que promete para esta vida o que só terei na eternidade,
que faz o homem maior do que Deus. Falsidade!
Eu rejeito o falso evangelho e seu falso Deus!
Eu creio no evangelho da velha Bíblia,
que não esconde que há sofrimento para os que são Seus,
para aqueles que são da divina família.
Creio no que a antiga Bíblia ensina,
e isso é mais do que uma bela doutrina:
que sou um vil pecador;
que nada merecia senão a morte;
que Deus me amou – e que amor! –
e, por amor, mudou minha sorte!
Que Cristo morreu por mim,
pagando a dívida que era minha,
pois eu não podia pagar pelos pecados que eu tinha!
E que Ele estará comigo até o fim!
Ela ensina que a salvação foi dada a mim
por graça, por abundante graça, por graça e nada mais.
E até o final da vida estarei em Cristo assim,
por graça, por abundante graça, por graça e nada mais.
Ela também mui claramente me diz
que ainda não serei totalmente feliz,
mas que até o fim de minha jornada,
carregarei minha cruz, que pode ser bem pesada:
não serei poupado de sofrimento,
enfrentarei dias de muitas lágrimas e tormento;
por vezes andarei sem saber para onde ir,
quase pensando em desistir;
serei atacado por dúvida inclemente,
passarei pelo fogo ardente,
me sentirei sozinho, mesmo cercado pelos meus,
pensarei ter sido esquecido até por Deus!
Serei severamente tentado
e, infelizmente, muitas vezes derrotado.
Mas poderei me erguer e continuar,
se o pecado reconhecer e o abandonar.
Poderei cair muitas vezes,
mas tenho Aquele que por mim sangrou;
Ele é o Deus dos deuses,
Ele é o que desde sempre me amou!
Mas sei – oh, indescritível alegria!
– que naquele assombroso dia,
na glória com meu Senhor,
Ele enxugará de meus olhos toda lágrima,
e esquecerei toda a dor.
Então, olharei para o eterno Cordeiro de Deus
que morreu em meu lugar,
no sublime trono nos céus,
de onde me chama para com Ele estar,
olharei para Suas mãos feridas,
mãos para mim tão queridas,
feridas cruelmente por amor a mim,
e serei eternamente por elas lembrado
– não poderei esquecer jamais:
só estou ali, bem-aventurado,
por graça, por abundante graça, por graça e nada mais.
(scs, 19316)
Toda sexta-feira, indicação de artigos, de uma mensagem e de um hino recomendados. Nosso desejo é que lhe sejam úteis para aprofundar seu conhecimento do Senhor, para capacitar você a servi-Lo melhor e para despertar em você mais amor por Ele.
É sempre importante relembrar o que dizemos em Sobre este lugar: as indicações a um autor ou a alguma fonte não implica aprovação total ou incondicional de tudo o que é ali ensinado nem indicado em outros links ou em vídeos relacionados, etc; indica, outrossim, que naquele artigo específico há conteúdo bíblico a ser apreciado.
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