Categorias
Família Sem categoria Vida cristã

Conselho aos pais (1)

Sua primeira responsabilidade é serem pais de seus filhos, não seus amigos

Sim, eu sei que isso soa estranho, contrário a tudo o que as propagandas de margarina ensinam sobre família. Mas essa é a verdade bíblica. Os pais têm responsabilidades de modo muito claro designadas por Deus em Sua Palavra, principalmente a de levar os filhos ao conhecimento e ao temor do Senhor. Isso implica uso de autoridade (não interprete como uso de violência), exemplo, amor, dedicação, oração, tempo, ensino. Se como resultado do adequado exercício de sua paternidade vocês forem amigos de seus filhos, muito melhor!

Essa busca pela amizade em detrimento do relacionamento pais-filhos impede que os filhos tenham a clara percepção de que existe, sim, uma hierarquia na família (e, por conseguinte, na sociedade), a qual deve ser respeitada e honrada. A Bíblia sempre chama os pais ao dever pelo fato de serem pais. Isso é o que os comissiona a terem de fazer o que têm de fazer. Não tenho a menor dúvida de que pais plenamente pais serão também amigos dos filhos. Mas ser amigos não pode impedir os pais do pleno cumprimento de suas obrigações, com o custo nisso implícito de não ser compreendido, da cara feia do filho, da birra, das tentativas de sabotar a autoridade…

É por serem pais que vocês devem ensinar seus filhos a respeito do Senhor quando estiverem com eles em casa, andando pelo caminho ao lado deles, ao deitar e ao levantar (Dt 6.7). O objetivo primeiro disto é que eles conheçam o Senhor, que O amem, que obedeçam a Sua Palavra.
Se produzir também amizade entre vocês, aleluia!

(Se você quiser saber a razão desta série de artigos, clique aqui.)

Categorias
Encorajamento Família

Pais, jovens e filhinhos

Recentemente, fiz uma viagem de quase 15 dias. Por diversos motivos, ela foi cheia de lições e de geração de perguntas. Ao lado de meu meio século de existência, três décadas de casamento (com a mesma mulher) e um pouco mais de tempo de fé em Cristo, três filhos, um neto e muitas cicatrizes, ela me fez considerar ou reconsiderar algumas coisas, e desejo partilhar aqui um pouco do que aprendi e sobre o que estou considerando. Descobri que ainda não sei tudo, que ainda não pratiquei tudo que sei e que ainda não sei tudo que tenho de praticar.

Inicialmente, pensei em escrever um único texto, mas, com o passar dos dias, ele foi se tornando grande demais, com divisões demais. Além disso, as lições não se encerraram com a viagem. Conforme penso no assunto, conforme analiso minha vida à luz delas, conforme sou iluminado, vejo que há há mais coisas a serem ditas, em primeiro lugar a mim mesmo.
Tomo emprestado o texto de 1João 2.12-14 para dirigir meus pensamentos. Entendo que ali o apóstolo estava se dirigindo a três categorias de pessoas enfatizando sua maturidade espiritual mais do que diferentes faixas etárias. Tenho um pouco disto em mente também, mas quero destacar os diversos relacionamentos no âmbito familiar, dirigindo-me aos pais – os mais velhos da família –, aos jovens – essa nebulosa idade que demora cada vez mais tempo para terminar – e aos filhinhos – as crianças, os menores da casa.

Muito provavelmente os filhinhos não vão ler isso. Não conheço muitos (conheço algum?) que eu colocaria nessa categoria e que costume pesquisar na internet por assuntos espirituais. Mesmo assim, espero que, de algum modo, essas dicas cheguem a eles e que as pratiquem. Sei que há muitos jovens cristãos desejosos de viver uma vida de fé genuína, que agrade a Deus. Oro para seja útil o que vou escrever aqui.

Mas, sem dúvida, a grande responsabilidade pesa sobre os pais, os mais antigos na fé, os que têm descendentes biológicos ou espirituais. Recai sobre estes o chamamento bíblico de instruir as outras gerações acerca do Senhor, de Sua Palavra e de Suas obras.

Os textos vão ser chamados de Conselhos para… cada uma das categorias. Pensei em chamá-los de dicas, mas resisti à tentação de querer parecer descolado, moderninho, informal. A Bíblia usa o termo “conselho”, e ele indica seriedade, gravidade, importância, necessidade de ser ouvido. Pretendo, com a ajuda do Senhor, escrever conselhos que sejam bíblicos e proveitosos. Com certeza, não serão novos, inéditos, como se fossem uma nova revelação. Não tenho essa pretensão; muito pelo contrário. Antes, serão a aplicação dos antigos (não antiquados…) princípios bíblicos a situações práticas, aos desafios do tempo presente. Que o resultado seja a capacitação de todos – pais, jovens e filhinhos – para viverem plenamente sua vida em Cristo.

Abraço.

Categorias
Charles Spurgeon Deus Salvação Vida cristã

Misericórdia (Charles Spurgeon)

Eu devo crer firmemente que o Senhor Deus mostrará misericórdia a quem quiser mostrar misericórdia e que terá compaixão de quem quiser ter compaixão; mas eu também sei com certeza que em qualquer lugar onde há uma oração genuína, é porque Deus a concedeu; que onde quer que haja alguém que esteja buscando, é porque Deus o conduziu a buscar; portanto, se Deus levou o homem a buscar e o conduziu a orar, há de imediato uma evidência da eleição divina; e é um fato verdadeiro que ninguém que busque ficará sem encontrar.

Categorias
Evangelho Igreja Ministério Serviço cristão

É assim que sua igreja deve cantar (Matt Boswell)

Cristãos são um povo que canta.

Mulçumanos não se reúnem para cantar. Nem hindus, budistas, ou rastafáris. Mas cristãos sim. Do mesmo modo, embora nem todos preguem, nem conduzam a oração, nem leiam publicamente a Escritura, todos nós cantamos. [1]

Mas o que podemos dizer acerca da natureza de um cântico cristão corporativo? Como ele deve ser? Nós podemos cantar qualquer tipo de cântico quando nos reunimos?

Como um cântico congregacional deve ser

Se a nossa adoração corporativa está sujeita ao princípio regulador ou, simplesmente, ao princípio da consciência, a prática do canto deve ser seriamente considerada à luz da Escritura. E o Salmo 96 oferece algumas perspectivas cruciais acerca da natureza de um cântico correto e de seus efeitos. Originalmente escrito para o povo da aliança de Deus para a entrada da arca da aliança em Jerusalém (vide 1Crônicas 16), este salmo tem muito a nos oferecer no que se refere à prática do canto hoje.

Um cântico congregacional deve focar em Deus

Deus está no centro de um cântico cristão. Quando Deus chama o seu povo a cantar, é um tipo específico de canção. No Salmo 96.1, Deus diz: “Cantai ao SENHOR”.

Quando a igreja está reunida no nome de Deus, a glória de Deus é o alvo da nossa melodia. Nós devemos cantar para ele, sobre ele e por causa dele. Nós não cantamos meramente como o mundo canta acerca das coisas criadas; a nossa canção é elevada Àquele que é Incriado. Os cânticos da igreja proclamam o caráter, os atributos e os caminhos do Deus da nossa salvação.

Para aqueles que escolhem os cânticos para a adoração corporativa, esta é uma tarefa a ser executada com sobrieddade. Mark Dever e Paul Alexander dão este conselho aos pastores: “Como o principal pastor docente, é sua responsabilidade conduzir a congregação aos pastos verdejantes de cânticos centrados em Deus e no evangelho, e para longe das planícies áridas do vácuo teológico, das meditações na experiência humana e do frenesi emocional”. [2] Se os nossos cânticos nunca estão compostos acima do vazio, da experiência humana e das emoções, nós falhamos em nossa meta. Deus deve ser o centro da nossa adoração; portanto, Deus deve ser o centro dos nossos cânticos.

Um cântico congregacional deve ser bíblico

Os cânticos da igreja devem ser construídos sobre a palavra de Deus, moldados por ela e saturados por ela. Cantar é um modo singular de fazer a palavra de Cristo habitar ricamente em nós (Colossenses 3.16).

No Salmo 96.2, nós vemos que devemos bendizer o seu nome. Sem a revelação de Deus, nós não conheceríamos o seu nome, tampouco como bendizer o seu nome. O nosso canto e tudo o mais em nossa adoração deve ser biblicamente informado para que estes mandamentos sejam cumpridos. Os cânticos da igreja devem ser intencionalmente bíblicos.

Nós podemos pensar no canto como uma forma de exposição que usa a poesia para ensinar a palavra de Deus. Quando Isaac Watts publicou seu Psalms, Hymns, and Spiritual Songs [Salmos, Hinos e Cânticos Espirituais], essa era a sua intenção. Sua meta não era cantar a Escritura linha por linha, mas criar versões poéticas e emotivas da Escritura que permitissem à igreja cantar as verdades da Escritura.

Cânticos são sermões. Eles não funcionam como exegeses homiléticas, mas eles articulam, explicam e anunciam verdades bíblicas. Nossos hinos ensinam e moldam a forma como as pessoas veem Deus, o homem, Cristo, e como nós devemos viver à luz do evangelho.

Um modo de assegurar que nosso canto é bíblico é esquadrinhar nossos cânticos a fim de ver se eles cobrem a amplitude de temas apresentados ao longo do cânon. Nossos cânticos devem se manter fieis à luz da palavra de Deus para assegurar que nós estamos cantando as glórias da sua verdade.

Um cântico congregacional deve apontar para o evangelho

Os contornos do evangelho devem moldar a nossa hinódia. Nós devemos “proclamar a sua salvação” (v. 2), de modo que o evangelho ressoa como o tema dos nossos cânticos. Se nós estamos convencidos da primazia do ministério centrado no evangelho, devemos certamente praticar o canto centrado no evangelho. Os cânticos de nossas igrejas devem ser fluentes no evangelho.

Uma abordagem para o canto centrado no evangelho pode ser construído a partir da estrutura Deus, homem, Cristo, resposta.

– Nós cantamos a Deus como o santo criador de todas as coisas, o qual é digno de adoração.

– Nós cantamos acerca do homem e da nossa natureza pecaminosa, da nosa separação de Deus, e da nossa necessidade de perdão.

– Nós cantamos acerca de Cristo, que é plenamente Deus e plenamente homem, que viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz para levar a ira de Deus.

– Nós cantamos uma resposta. Nessas canções de consagração e arrependimento, fé e louvor, nós alegremente respondemos às boas novas de Jesus.

Um cântico congregacional deve ser congregacional

O prefácio deste Salmo diz que ele deveria ser cantado tanto por Asafe como por seus filhos (1Crônicas 16.7). O cântico cristão é essencialmente congregacional.

O cântico da redenção não é designado para um, mas paraa muito. Na torrente do individualismo e da autoajuda, o povo de Deus não canta como um agrupamento de indivíduos, mas como um só povo unido a Cristo. O cântico cristão não é feito para pôr em destaque uns poucos talentosos, mas para incluir as vozes dos muitos. A participação congregacional protege a assembleia da ostentação e pompa, e provê o ambiente para uma resposta exultante e cheia de graça à revelação de Deus.

Este coro dos redimidos eleva uma voz coletiva de louvor como testemunho de que nós fomos reconciliados com Deus e uns com os outros. Cantar juntamente em adoração é uma marca da unidade da igreja. O cântico dos redimiddos deve ser cantado por jovens e velhos, ricos e pobres, fortes e fracos. O versículo 7 nos lembra de as famílias dos povos tributam louvor a Deus: povos de toda tribo, língua e nação sobre a terra.

Um cântico congregacional deve ser evangelístico

Embora a adoração seja teocêntrica, ela também é declarativa. Nosso canto é direcionado para Deus, mas ele também ressoa nos ouvidos do nosso próximo. Adoração centrada em Deus é proclamação. À medida que nós cantamos sobre a glória de Deus, entendemos que nem todos viram a sua glória. À meddida que cantamos sobre a bondade do evangelho, percebemos que ele não é boas novas para todos.

Spurgeon chamou este Salmo de o “Salmo Missionário”, e por uma boa razão. Nos versículos 10 a 13, nós vemos que o canto centrado em Deus intrinsecamente opera como uma declaração aos perdiddos. A centralidade de Deus e o evangelismo não são dois alvos concorrentes, mas um alvo dentro do outro. A adoração a Deus é a meta do evangelismo.

No mesmo fôlego, nós cantamos o amor e a ira de Deus. Nas mesmas melodias, nós declaramos a sua santidade e o grave efeito do pecado. Cristo é o rei que virá julgar o mundo com justiça e os povos, consoante a sua fidelidade. Nós dizemoss entre as nações: “Reina o SENHOR” na esperança de que homens e mulheres se arrependerão do pecaddo e confiarão em Cristo.

Uma prática santa

A igreja recebeu um cântico para cantar, e Cristo é o seu autor, a sua substância e o seu alvo.

Os cânticos de uma igreja não são um mero preâmbulo do sermão. O canto não existe para preencher o tempo e aquecer a congregação. O canto é uma prática santa. Nós cantamos porque Deus nos ordenou, e os nossos cânticos devem encher de deleite os nossos corações.

Notas:
[1] Agradeço a Collin Hansen por articular essa ideia em uma conversa.
[2] Mark Dever e Paul Alexander. The Deliberate Church: Building Your Ministry on the Gospel. Wheaton: Crossway, 2005, p. 85 (publicado em português com o título Deliberadamente igreja: edificando o seu ministério sobre o evangelho [São José dos Campos: Editora Fiel, 2008]).

(Fonte)

Categorias
J. C. Ryle Oração

Oração que alcança Deus (J. C. Ryle)

Quero me dirigir àquelas pessoas que oram. Creio que alguns leitores deste artigo já têm o Espírito de adoção e sabem bem o que significa a oração. Para tais pessoas, ofereço apenas algumas palavras de conselho e exortação fraternal. Deus ordenou que o incenso oferecido no tabernáculo fosse preparado de maneira muito específica. Não poderia ser qualquer tipo de incenso. Lembremo-nos disso e sejamos cuidadosos com a nossa maneira de orar.

Em primeiro lugar, então, chamo a sua atenção para a importância da reverência e da humildade na oração. Nunca nos esqueçamos daquilo que realmente somos e de como é sério falar com Deus. Tenhamos cuidado para não entrar correndo na sua presença de forma irrefletida e leviana. Digamos antes para nós mesmos: “Estou em terra santa. Aqui não é outro lugar senão a própria porta do céu. Se eu não estiver falando com sinceridade, estarei brincando com Deus. Se eu contemplar iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Êx 3.5; Gn 28.17; Sl 66.18).

Observemos as palavras de Salomão: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra” (Ec 5.2). Quando Abraão se dirigiu a Deus, ele disse: “sou pó e cinza” (Gn 18.27). De maneira semelhante, Jó disse: “Sou indigno [ou vil]” (Jó 40.4). Tenhamos a mesma atitude.

Chamo a sua atenção, em seguida, para a importância de orar espiritualmente. Com isso, quero dizer que devemos buscar sempre a ajuda do Espírito nas nossas orações e vigiar, sobretudo, contra a formalidade. Não há nada tão espiritual que não possa transformar-se numa fórmula mecânica, especialmente em se tratando de oração individual. É muito fácil formar o hábito inconsciente de usar as palavras mais adequadas possíveis e oferecer petições totalmente bíblicas e, ao mesmo tempo, fazer de tudo isso uma mera rotina sem qualquer sentimento interior, repetindo diariamente os mesmos passos no mesmo caminho batido.

Quero tocar neste ponto com cautela e delicadeza. Sei que há certas necessidades que aparecem na nossa vida diariamente; não significa necessariamente que estou sendo formal porque peço as mesmas coisas com as mesmas palavras. O mundo, o diabo e o nosso coração são iguais todos os dias. É necessário pisar diariamente no mesmo terreno. Contudo, quero reafirmar que devemos ser muito cuidadosos neste ponto. Se o esqueleto e o esboço das orações precisam ser repetidos a ponto de se tornarem praticamente uma fórmula, esforcemo-nos para que a roupagem e o conteúdo delas sejam sempre gerados pelo Espírito, no máximo possível.

Considere, também, a importância de fazer da oração uma atividade regular da vida. Cabe aqui dizer algo sobre o valor de ter horários fixos no dia reservados para a oração. Deus é um Deus de ordem. O fato de ter uma hora certa para o sacrifício da manhã e o da tarde, no templo dos judeus, não era um detalhe insignificante. A desordem é um dos frutos mais notórios do pecado. Ao mesmo tempo, não estou sugerindo nenhum tipo de obrigação opressiva. Só quero afirmar isto: é essencial para a saúde do homem interior incluir a oração como parte imprescindível de sua atividade em cada ciclo de vinte e quatro horas da sua vida.

Assim como você reserva um horário para comer, para dormir e para trabalhar, separe igualmente um tempo para a oração. Escolha seu próprio horário no dia a dia e faça-o, também, em ocasiões especiais. Fale com Deus, ao menos no primeiro instante do dia, de manhã, antes de falar com o mundo; e fale com ele à noite, depois de encerrar seu contato com o mundo. Determine em sua mente que a oração é uma das atividades mais importantes do seu dia a dia. Não a relegue para um lugar secundário. Não lhe dê as sobras do seu tempo nem as pontas das outras obrigações. Sejam quais forem as demais atividades prioritárias de sua vida, coloque a oração como uma delas.

Considere agora a importância da perseverança na oração. Uma vez iniciado o hábito, nunca desista dele. O seu coração poderá lhe dizer algumas vezes: “Você já orou com a família; que grande mal haveria em deixar de fazer sua oração pessoal?”. Outras vezes, seu corpo poderá reclamar: “Você não está sentindo bem, está com sono, cansado; não precisa orar”. A sua mente tentará argumentar: “Você tem negócios importantes para tratar hoje; encurte as orações”. Encare todas essas sugestões como procedentes diretamente de Satanás. Elas estão passando, com efeito, esta mensagem: “Negligencie a sua alma”.

Não estou defendendo que as orações devam ter sempre a mesma duração; quero encorajá-lo apenas a nunca permitir que desculpa alguma o faça desistir de orar. Paulo disse: “Perseverai na oração” e “Orai sem cessar” (Cl 4.2; 1 Ts 5.17). Ele não estava dizendo que todos deveriam estar o tempo inteiro de joelhos, mas exortava os discípulos para que suas orações fossem como os holocaustos contínuos, mantidos regularmente todos os dias; que fossem tão constantes quanto o tempo de semeadura e de colheita, de inverno e verão, despontando infalivelmente em ocasiões regulares; que se tornassem como o fogo do altar, o qual, mesmo quando não consumia sacrifícios, nunca se apagava completamente.

Mantenha sempre em mente que você pode formar uma corrente ininterrupta, ligando as orações matutinas com as da noite, por meio de pequenas orações e súplicas oferecidas ao longo do dia. No lugar em que estiver, seja no trabalho, seja com outras pessoas ou até mesmo na rua, você pode disparar silenciosamente pequenas mensagens a Deus, como flechas voadoras, assim como fez Neemias quando estava diante do próprio rei Artaxerxes (Ne 2.4).

Pense agora na importância da intensidade na oração. Não é uma questão de gritar, berrar ou falar muito alto a fim de provar que sua oração realmente é intensa. Significa que devemos ter entusiasmo, fervor e paixão, que nossas súplicas devem ser feitas com uma demonstração clara de que estamos envolvidos de coração naquilo que estamos pedindo. É a oração “fervorosa e enérgica” que “muito pode por sua eficácia” (Tg 5.16).

É essa lição que nos é ensinada pelas expressões usadas nas Escrituras para descrever a oração. Orar é “clamar, bater na porta, afadigar-se, empenhar-se, labutar, lutar, guerrear”. É também a lição que aprendemos com os personagens da Bíblia. Jacó foi um deles. Ele disse para o anjo em Peniel: “Não te deixarei ir se me não abençoares” (Gn 32.26). Daniel foi outro. Ouça como ele suplicou diante de Deus: “Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, pelo amor de ti mesmo, ó Deus meu” (Dn 9.19). Nosso Senhor Jesus Cristo demonstrou isso também. Está escrito a respeito dele: “Nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas…” (Hb 5.7).

Lamentavelmente, a maioria das nossas súplicas não possui quase nada dessa intensidade! Como parecem inofensivas e mornas em comparação! De fato, Deus poderia perfeitamente dizer a muitos: “Vocês não querem de verdade aquilo que estão pedindo”.

Vamos nos empenhar para corrigir esse erro. Vamos bater com força na porta da graça, assim como fez a Misericórdia naquele clássico, O Peregrino, como se fôssemos perecer caso não fôssemos ouvidos. Deixemos esta verdade bem firme em nossas mentes: orações frias são o mesmo que um sacrifício sem fogo.

Chegamos agora à importância de se orar com fé. Devemos nos empenhar para crer que nossas orações serão ouvidas e que certamente teremos resposta se estivermos pedindo de acordo com a vontade de Deus. Esta é a ordem explícita de nosso Senhor Jesus Cristo: “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11.24). A fé está para a oração assim como a pena está para a flecha – sem ela, a oração não acerta o alvo. Em nossas orações, devemos cultivar o hábito de suplicar com base nas promessas de Deus. Podemos tomar algumas promessas e dizer: “Senhor, aqui está o teu compromisso com a tua Palavra. Faze por nós assim como prometeste”. Esse era o hábito de Jacó, de Moisés e de Davi. O Salmo 119 está cheio de petições, feitas “segundo a tua palavra”.

Acima de tudo, devemos cultivar o hábito de esperar respostas às nossas orações. Precisamos ter a atitude de um comerciante que envia seus navios ao mar. Não devemos ficar satisfeitos, a menos que tenhamos algum retorno. Lamentavelmente, há poucos aspectos em que os cristãos falham mais do que neste. Há uma expressão solene de Robert Traill: “Não há maior marca de menosprezo pela oração do que quando as pessoas são indiferentes em relação àquilo que pedem na oração”.

Peço que considere também a importância da ousadia na oração. Há uma familiaridade imprópria nas orações de algumas pessoas que não posso elogiar. Por outro lado, existe uma ousadia santa, que é algo extremamente desejável. Uma ousadia tal qual aquela de Moisés, quando suplicou a Deus para que não destruísse Israel. “Por que”, disse ele, “hão de dizer os egípcios: Com maus intentos os tirou, para matá-los nos montes… Torna-te do furor da tua ira” (Ex 32.12). Refiro-me também à ousadia de Josué, quando os filhos de Israel foram derrotados diante dos homens de Ai: “Então”, disse ele, “que farás ao teu grande nome?” (Js 7.9).

Foi essa ousadia que marcou a vida de Lutero. Uma pessoa que o ouviu enquanto orava disse: “Que espírito, que confiança transparecia até nas expressões do rosto! Seus pedidos eram feitos com reverência e humildade, como faria um suplicante; ao mesmo tempo, falava com esperança e segurança como quem pede a um pai amoroso ou a um amigo”. Foi essa ousadia, também, que caracterizou Bruce, um clérigo escocês do século 17. Diziam que suas orações eram “como dardos disparados para o céu”.

Temo que aqui também falhamos lamentavelmente. Não compreendemos suficientemente os privilégios do crente. Não suplicamos com tanta frequência quanto poderíamos: “Senhor, não somos teu povo? Não é para tua glória que devemos nos santificar? Não é para tua honra que teu Evangelho deve crescer?”

Voltemos nossa atenção, agora, para a importância da plenitude na oração. Não ignoro o fato de que nosso Senhor advertiu os discípulos contra o exemplo dos fariseus, os quais, por pretensão, faziam longas orações. “Orando”, ele instruiu, “não useis de vãs repetições” (Mt 6.7). Por outro lado, também não posso esquecer que ele deixou um claro endosso a longas e intensas devoções quando permanecia a noite toda em oração a Deus. Em todo caso, é pouco provável nos dias de hoje que erremos no extremo de orar demais. Não deveríamos, na nossa geração, ter muito mais receio de estar orando de menos? A quantidade de tempo que os cristãos realmente separam para oração, individualmente ou em conjunto, não é muito pequena?

Tenho receio de que essas perguntas não possam ser respondidas satisfatoriamente. Temo que as devoções particulares da maioria sejam lamentavelmente escassas e limitadas; só o suficiente para provar que estão vivos, mas nada além disso. Parecem querer muito pouco de Deus. Aparentemente, têm pouco para confessar, pouco para pedir e pouco para agradecer. Que situação lamentável!

É muito comum ouvir os crentes se queixando que não conseguem avançar na vida espiritual. Dizem que não crescem na graça como desejariam. Porém, não poderíamos suspeitar de que possuem exatamente o tanto de graça que pediram do Senhor? O fato verdadeiro não seria que têm pouco porque pediram pouco? A causa de sua fraqueza pode ser encontrada em suas próprias orações que são mirradas, mesquinhas, reduzidas, superficiais, apressadas, abreviadas, acanhadas e vazias. Nada têm porque não pedem (Tg 4.2). A triste realidade é esta: não somos limitados por causa de Cristo, pois os limites estão em nós mesmos (2 Co 6.12,13). O Senhor diz: “Abre bem a boca, e ta encherei” (Sl 81.10). Somos como o rei de Israel que feriu a terra três vezes e parou, quando a deveria ter ferido cinco ou seis vezes (2 Rs 13.14-19).

Veja agora a importância de ser específico na oração. Não devemos nos contentar em fazer petições gerais. Devemos detalhar nossas necessidades diante do trono da graça. Não é suficiente confessar que somos pecadores; precisamos dar nomes aos pecados dos quais nossa consciência nos faz sentir culpados. Não devemos nos dar por satisfeitos quando rogamos ao Senhor por santidade em geral; precisamos mencionar as graças e qualidades das quais nos sentimos mais deficientes. Não é correto apenas contar ao Senhor que estamos em dificuldades; precisamos descrever a nossa situação em todas as suas peculiaridades.

Foi isso que Jacó fez quando teve medo de seu irmão Esaú. Ele contou para Deus exatamente o que temia (Gn 32.11). Foi isso o que o servo de Abraão fez quando foi procurar uma esposa para o filho do seu senhor. Ele expôs diante de Deus exatamente aquilo de que precisava (Gn 24.12). Foi isso, também, o que Paulo fez quando tinha um espinho na carne. Rogou ao Senhor que o afastasse dele (2 Co 12.8). É essa atitude que demonstra fé e confiança verdadeiras.

Devemos acreditar que nada é tão pequeno ou tão insignificante que não possa ser mencionado diante de Deus. O que você acharia de um paciente que fosse ao médico dizer que estava doente, mas não quisesse contar detalhe algum de sua enfermidade? O que você pensaria da esposa que dissesse ao marido que estava infeliz, mas não especificasse a causa? Ou que diríamos do filho que reclamasse ao pai que estava em dificuldades, mas nada além disso?

Cristo é o nosso verdadeiro Noivo, o Médico do coração, o Pai perfeito e amoroso de cada um de nós. Vamos demonstrar correspondência sendo totalmente abertos na nossa comunicação com ele. Não esconda dele segredo algum. Conte-lhe tudo o que está no seu coração.

Considere, agora, a importância da intercessão nas nossas orações. Somos egoístas por natureza, e o nosso egoísmo continua se manifestando em nós, mesmo depois da conversão. Há uma tendência para pensar somente na própria vida, nos próprios conflitos espirituais, no próprio progresso, e de esquecer-se dos outros. Contra essa tendência, todos nós precisamos vigiar e lutar, inclusive nas orações.

Devemos nos empenhar para despertar interesse no nosso coração pelo bem comum. Precisamos desenvolver o hábito de mencionar outros nomes, além do nosso, diante do trono da graça. Procuremos carregar sobre o coração e os ombros o encargo espiritual de todo o mundo, dos pagãos, de judeus, católicos e evangélicos, de toda a Igreja de Jesus, do país onde vivemos, da congregação à qual pertencemos, da casa onde moramos, dos amigos e parentes com quem temos vínculos. Por cada um e por todos, devemos suplicar. Essa é a maior caridade que se possa dar a alguém! Os que me amam orando por mim é que me amam melhor. Orar em favor dos outros traz saúde para a própria alma. Aumenta nossa compaixão e alarga o coração. Traz benefício para toda a igreja.

As engrenagens de todos os ministérios e funções que fazem o Evangelho avançar são movidas por meio da oração. Aqueles que intercedem como Moisés no monte são tão eficazes pela causa do Senhor quanto os que lutam como Josué no calor e no perigo da batalha. Isso é ser semelhante a Cristo. Ele apresenta diante do Senhor os nomes de suas ovelhas, como o Sumo Sacerdote. Que tremendo privilégio é assumir funções semelhantes às de Jesus! É assim que podemos, de fato, apoiar outros ministros do Senhor. Se eu pudesse escolher uma congregação, escolheria um povo que orasse.

Um aspecto que não pode ser esquecido é a importância da gratidão na oração. Sei muito bem que pedir a Deus é uma coisa e louvá-lo é outra. Mas vejo na Bíblia uma conexão tão próxima entre oração e louvor que não teria coragem de dizer que uma oração é verdadeira se não inclui a gratidão. Não foi sem motivo que Paulo disse: “Sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça” (Fp 4.6, ênfase acrescentada). “Perseverai na oração, vigiando com ações de graça” (Cl 4.2).

É pela misericórdia divina que não estamos no inferno. É pela misericórdia que temos a esperança do céu. É pela misericórdia que temos acesso à luz de Deus. É pela misericórdia que fomos chamados pelo Espírito e não abandonados para colher o fruto dos nossos próprios caminhos. É pela misericórdia que ainda vivemos e temos oportunidades de glorificar a Deus, tanto passiva quanto ativamente.

Com certeza, esse tipo de pensamento deve encher nossa mente sempre que falamos com Deus. Nunca deveríamos abrir nossos lábios em oração sem glorificar a Deus pela graça que nos dá a vida, e pela misericórdia e bondade do Senhor que duram para sempre. Nunca houve um grande servo ou serva de Deus que não transbordasse de gratidão. Quase todas as epístolas de Paulo começam com ações de graça. Querido leitor, se quisermos ser luzeiros resplandecentes a brilhar nas trevas da nossa geração, precisaremos cultivar um espírito de louvor. Que nossas orações sejam repletas de gratidão.

Finalmente, peço que considere a importância da vigilância constante sobre sua vida de oração. A oração é o aspecto da vida espiritual, acima de todos os outros, que requer atenção especial. É aqui que começa a religião verdadeira; aqui ela floresce e aqui ela decai. Conte-me como são as orações de alguém, e logo eu lhe direi o estado de sua alma. A oração é o pulso da vida espiritual. Por ela, a saúde espiritual pode ser aferida. A oração é o barômetro espiritual. Por ela, podemos saber se as condições no coração são de tempo bom ou tempo ruim.

Que atenção especial precisa ser dada ao seu tempo individual com o Senhor! Aqui está o coração da nossa vida cristã na prática. Sermões, livros, folhetos, reuniões de diretorias e a companhia de pessoas de bem são elementos importantes, cada um com sua função; entretanto, nenhum deles conseguirá compensar a negligência da oração individual.

Marque muito bem os lugares, as companhias e os ambientes que prejudicam e impedem seu coração de ter comunhão com Deus e fazem com que suas orações se tornem pesadas, sem espontaneidade. Coloque uma vigilância dobrada nestes pontos de sua vida. Observe cuidadosamente que amigos e atividades o deixam mais afinado espiritualmente, mais disposto a falar com Deus. A essas pessoas e a essas atividades você deve se ligar e permanecer firme. Se você cuidar bem de sua vida de oração, as demais áreas da vida dificilmente se desencaminharão.

Ofereço estes pontos para sua consideração pessoal. Faço-o com toda a humildade. Não há ninguém que precise ser mais lembrado deles do que eu mesmo. Mas creio que representam a própria verdade de Deus, e meu anseio é para que eu mesmo e todos aqueles que eu amo os coloquem em prática com intensidade cada vez maior.

(Fonte)

Categorias
Consolo Deus Encorajamento T. Austin-Sparks

Entrar no descanso de Deus (T. Austin-Sparks)

O primeiro dia de Adão nesta Terra foi um sábado. Deus criou o homem no sexto dia, e o primeiro dia completo que o homem teve foi o sábado, que se tornou o primeiro dia para ele. Considerado no Novo Testamento – em que Deus termina e aperfeiçoa Sua nova obra de criação no Senhor Jesus e entra em Seu descanso –, é o sábado de Deus, e lá nós começamos. Aquele é nosso primeiro dia: o descanso de Deus.

Começamos em algo que já é perfeito. Essa é a base do “pacto eterno”. Alcançar o significado disso é ver o que é o “pacto eterno”, é começar sobre a base perfeita e crescer a partir dela. O que importa não é como nos vemos ou como nos sentimos a esse respeito, mas é o lugar de Deus para nós. O fato é que em Jesus Cristo você e eu nunca seremos mais perfeitos do que somos agora. Esses aperfeiçoamentos podem ser lavrados em nós progressivamente, entretanto, no que diz respeito à base da nossa aceitação, somos “aceitos no Amado” (versão King James), e Ele satisfaz completamente ao Pai, que veio a descansar Nele. Essa obra é perfeita.

Nossa aceitação está sempre fundamentada em o objetivo de Deus ter sido alcançado. Até que isso esteja bem estabelecido, não temos nada em que nos firmar quando Deus começar a trabalhar em nós. Não se esqueça disso. Se, quando Deus começa a lidar conosco em disciplina e castigo, em treinamento, moldagem e formação, passamos em dado momento qualquer a dizer: “Isso está acontecendo porque sou tão mau, tão perverso, e o Senhor tem de fazer algo comigo para que eu seja aceitável”, então já abandonamos nossa base. Nunca seremos mais aceitáveis; no entanto, Deus faz muito em nós. Fomos aceitos, não com base no que somos – não importando quão bons ou maus fôssemos –, mas com base no Amado. “Aceitos no Amado.”

Nós cantamos – e eu desejo que isso habite mais e mais profundamente em nosso coração – que Suas perfeições são a medida de nossa própria aceitação. É ali que começamos. Bendito seja Deus, que essa é a base de confiança! E, quando o Senhor começa a nos tomar em Sua mão e sentimos quão abomináveis criaturas somos, isso nunca implica por um instante sequer que não sejamos aceitos. O pacto eterno significa aqui, em primeiro lugar, que somos aceitos com base na satisfação de Deus com Seu Filho. Se fôssemos aceitos com base em nós mesmos, e permanecêssemos em nós mesmos, não haveria pacto eterno e absolutamente nenhuma base segura. Tudo dependeria de como estivéssemos a cada dia. Mas não, não é uma questão de quem somos ou seremos. A base está firmada em Cristo. Deus está apenas trabalhando para tornar real em nós o que é verdadeiro em Seu Filho, mas Ele não muda a base para isso. Que não abandonemos nossa base.

(Traduzido por Francisco Nunes da revista A Witness and A Testimony, mar-abr de 1940, Vol. 18-2. O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, exclusivamente de forma gratuita, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria como de tradução.)

Categorias
C. H. Mackintosh Deus Heresias Igreja Irmãos Serviço cristão Vida cristã

As últimas cenas de Malaquias e de Judas

Esses dois livros inspirados têm em comum o fato de tanto o profeta quanto o apóstolo descreverem cenas de ruína e de apostasia – abandono da fé –: o primeiro no âmbito do judaísmo e o último, no da cristandade.

Malaquias
“‘Eu vos tenho amado’, diz o Senhor. Mas vós dizeis: ‘Em que nos tem amado?’ […] E vós dizeis: ‘Em que nós temos desprezado o teu nome?’” (Ml 1.2-6)
“Em que nos tem amado?” Depois de tudo o que Deus havia feito por Seu povo, essa pergunta demonstrava um estado de coração insensível ao amor divino. Ofereciam-Lhe pão imundo – animais cegos, coxos ou enfermos – e diziam: “A mesa do Senhor é desprezível! […] Eis aqui, que canseira!” (vv. 7,13). Perguntavam descaradamente: “Em que nós temos desprezado o Teu nome?” (v. 6). O culto público a Deus havia caído em um desprezo total: havia passado a ser uma verdadeira canseira, uma formalidade sem sentido, uma rotina sem atrativo e fria.
Mas esse quadro também nos apresenta outro aspecto. Havia um remanescente, aqueles que temiam a Jeová e falavam cada um a seu companheiro (3.16). Nesse remanescente não havia pretensão, nenhum pensamento de restabelecer algo, nenhuma tentativa para reconstruir as ruínas, nenhum alarde de poder. Permanecia somente o sentimento da fraqueza, mas o olhar era dirigido a Deus.
Que lições nos dão essas últimas cenas de Malaquias?
1. O fato de tudo ser ruína e sem esperança não deve impedir que aqueles que amam e temem o Senhor falem Dele cada um a seu companheiro e pensem no precioso nome Dele.
2. Permite-se à alma humilde, cheia de confiança e obediente, provar da mais profunda e rica comunhão com Deus.
3. Aqueles que individualmente se julgam e se humilham diante de Deus podem saborear Sua presença e Sua bênção sem obstáculos nem limites.

Judas
“Amados, […] tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, […] homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Jd 3,4).
Aqui temos uma imagem mais espantosa da corrupção e da apostasia do que aquela apresentada por Malaquias.
O apóstolo se sentiu obrigado a fortalecer nossa alma contra o erro e o mal que ameaçam as próprias bases da fé, porque o fato de converter a graça em libertinagem e negar ao Senhor é pior do que tudo o que encontramos em Malaquias.
Para combater ardentemente pela fé, somos exortados a fazer estas quatro coisas: edificar-nos, orar, conservar e esperar (vv. 20,21). Não há um verdadeiro crente que não possa cumprir uma ou todas essas tarefas de serviço; sim, cada um de nós é responsável por agir assim. Podemos edificar-nos sobre nossa fé santíssima; podemos orar no Espírito Santo; podemos conservar-nos no amor de Deus, e, fazendo essas coisas, podemos esperar a misericórdias de nosso Senhor, Jesus Cristo.
A responsabilidade do remanescente cristão vai mais além da esfera de seu próprio círculo (vv. 22,23). [Esses fiéis] devem lançar um olhar afetuoso e estender uma mão que socorra às preciosas almas que se encontram no meio das ruínas da cristandade. “Alguns” devem ser considerados com compaixão; “alguns” devem ser salvos com misericordioso temor, a fim de não participar de suas imundícias.
Nesta epístola, fala-se muito de “quedas”: de Israel (v. 5), de anjos (v. 6), de cidades (v. 7), mas, bendito seja Deus!, há Aquele que pode nos guardar de tropeçar, e a Seus cuidados nos encomendamos (v. 24)

(C. H. Mackintosh. Traduzido por Francisco Nunes do artigo “Las últimas escenas de Malaquías y de Judas”, revista Creced, n. 4/2014, págs. 110-112, Versoix-Genève, Suíça. O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, exclusivamente de forma gratuita, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria como de tradução.)

Categorias
A. W. Pink Cristo Salvação

Morte de Cristo (A. W. Pink)

Dizer que Cristo morreu por todos da mesma forma, dizer que Ele se tornou o Substituto e o Penhor de toda a raça humana, dizer que Ele sofreu em nome e em lugar de toda a humanidade é dizer que Ele suportou a maldição por muitos que estão agora carregando a maldição por si mesmos; que Ele sofreu punição por muitos que agora estão levantando os próprios olhos no inferno, estando em tormentos; que Ele pagou o preço de resgate por muitos que ainda deverão pagar, em sua própria angústia eterna, “o salário do pecado, que é a morte”.

(Fonte)

Categorias
Amor Casamento Família Santidade Sexo Vida cristã

Cinco aspectos em que proteger seu casamento (Brad e Heidi Mitchell)

Temos um serviço que monitora nossas contas bancárias para protegê-las contra roubo de identidade. Alertamos nossos filhos quando eles estão indo em direção ao perigo. Certificamo-nos de que nossos celulares são seguros e que nossa casa está bem fechada. Estamos vigilantes para proteger o que é importante para nós.

Nós protegemos o que é valioso para nós, não é? Talvez não.

Muitos casamentos ruíram porque um ou ambos os cônjuges não conseguiram proteger seu coração. A Bíblia diz: “Acima de tudo, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). Mas de que coisas, especificamente, podemos proteger o coração?

Aqui estão cinco coisas das quais proteger o coração, seguidas por aquilo que ganhamos por ser diligentes nisso. Veja quais dizem respeito a você. Então, com a ajuda de Deus, faça todo o possível para proteger seu coração!

Proteja seu coração de

1. Curiosidade. A porta da tentação aparece bem aberta quando nos permitimos “só querer saber” sobre um antigo caso do ensino médio, da faculdade ou de um emprego anterior. A título de curiosidade, podemos procurá-lo no Facebook. Lemos tudo o que podemos e, então… talvez em um impulso do momento, jogamos-lhe um “Oi” particular e aguardamos ansiosos a resposta. A velha frase “A curiosidade matou o gato” é mais verdadeira no casamento do que em qualquer outro lugar. Um conselheiro, amigo nosso, nos disse que, em 90% de todos os casais que o procuraram sobre infidelidade, o Facebook estava envolvido.

Certamente a curiosidade pode levar a muitas situações de perigo além do Facebook. O ponto é: proteja seu coração contra a curiosidade doentia. Se estiver em dúvida, não procure.

2. Descontentamento. Quando nos debruçamos sobre o que não temos, nós nos abrimos para a insatisfação permanente no casamento. Gostaríamos de ter um cônjuge que fosse como o de um(a) amigo(a). “Se ele, ao menos, fosse mais divertido, mais envolvente, um ouvinte melhor, que gostasse de meus passatempos, se fosse diferentes de como ele é…”

Proteja o seu coração. Concentre-se naquilo pelo que você é grato em seu cônjuge e diga isso a ele. Ouça a si mesmo afirmar isso a seu cônjuge, e essa atitude vai revestir seu coração com teflon e protegê-lo de descontentamento.

3. Tentação sexual. Proteja seu coração de buscar imagens e vídeos na internet que só irão corroer seu caráter e arrastá-lo para um abismo escuro de vergonha e culpa.

Tentação sexual muitas vezes começa com o desejo de uma conexão mais profunda com alguém que “cuide” de nós. Proteja seu coração das pessoas do sexo oposto que parecem desejar uma conexão profunda e manifestam interesse profundo por você. Construa paredes, limites e corra para os braços de Jesus e de seu cônjuge.

4. Crítica. Isso está intimamente associado com descontentamento. Um coração crítico consegue o efeito oposto do que deseja. Queremos mudanças, mas buscamos isso por apontar constantemente o que está errado.

Não entenda mal: às vezes temos de apontar honestamente as coisas. Mas a crítica excessiva pode criar um espírito amargo que vai empurrar nosso cônjuge para longe de nós, em vez de atraí-lo.

5. Vindicação. Não precisa muito para que queiramos cuidar de nós mesmos, recompensar-nos ou confortar-nos. Estresse, conflitos, críticas e excesso de trabalho são algumas das coisas que colaboram para nos fazer pensar: “Eu mereço isso”. O que acontece em seguida é começarmos a focar em nossas necessidades como as primárias e considerar as do cônjuge como secundárias. Tornando a situação mais volátil, esperamos que nosso cônjuge satisfaça nossos desejos, e, se ele não pode fazê-lo, procuramos preenchê-los por meio de alguém ou de alguma coisa.

Temos de proteger-nos contra o pensamento de vindicação. Quando você perceber um pensamento desse tipo, reconheça-o como tal. Em seguida, peça a Deus para ajudá-lo a lutar contra isso, optando por fazer algo amável para seu cônjuge!

O que ganhamos

Aqui estão algumas coisas que ganhamos quando protegemos nosso coração:

  • Temos o favor e a bênção de Deus.
  • Estamos contentes por ter mantido nossas afeições sob controle.
  • Estamos cheios de paz, pois estamos vivendo com integridade.
  • Ganhamos apreciação mais profunda pelo cônjuge, pois somente ele tem nosso carinho terreno.
  • Temos o poder de Deus, porque Ele tem uma pessoa pura por meio de quem trabalhar.
  • Construímos nosso legado de um casamento saudável e honrado.

Em que outros aspectos você pensa que os cônjuges devem proteger o coração? Deixe seus comentários abaixo. E faça o compromisso em seu coração de protegê-lo enquanto você constrói seu casamento!

(Traduzido por Francisco Nunes de 5 Places to Protect Your Marriage.)

Categorias
Pecado Vida cristã

Pecados (Willian Gurnall)

Aqueles pecados que ficaram durante tanto tempo mais próximos do seu coração devem agora ser pisados sob seus pés. E isso exige coragem e resolução!

O soldado é convocado para uma vida ativa, e assim é com o cristão. A própria natureza da vocação impede uma vida de facilidades. Se você estiver pensando em ser apenas um soldado de verão, considere sua comissão com cuidado e veja se ela é real. Suas ordens espirituais são rigorosas. Como o apóstolo Paulo fala sobre tomar a armadura, sobre o soldado sofrer as aflições como um bom soldado… eu não quero que você seja ignorante quanto a este ponto; portanto, olhe as diretrizes.

Aqueles pecados que ficaram tanto tempo mais próximos do seu coração, que eram ídolos do coração, devem agora ser pisados e esmagados sob seus pés. E que coragem e resolução tudo isso exige! Você acha que Abraão foi testado ao limite quando chamado a tomar Isaque, “o teu único filho… aquele que tu amas” (Gn 22.2), e oferecê-lo com as próprias mãos? Mas o mesmo é dito a você. “Alma, pega a concupiscência, que é o filho querido do coração, teu Isaque, e o pecado do qual tu dependeste a vida toda e do qual tiraste e pretendias ganhar o maior prazer. Coloca as mãos sobre ele e o ofereça… derrama todo o seu sangue diante de Mim; executa e usa a faca sobre o coração dele, e o faz com alegria.”

(Fonte)

Categorias
Disciplina Igreja

Disciplina na igreja: castigo ou amor? (Fred Greco)

Disciplina na igreja — a própria frase parece trazer à mente da maioria dos cristãos um desfile de horrores. Parece que a nossa imagem atual da disciplina eclesiástica é aquela de tiranos repressivos e alheios, nos dizendo o que podemos e o que não podemos fazer. Isso não nos surpreende quando consideramos os incidentes públicos de abuso de autoridade tanto dentro quanto fora da igreja. Também há a ideia de que a disciplina na igreja parece alheia ao nosso entendimento moderno de liberdade cristã, um entendimento no qual o indivíduo cristão é seu próprio juiz em todas as questões concernentes à fé e à vida cristãs. Mas para entender o motivo pelo qual a disciplina eclesiástica tem sido considerada uma “marca” na igreja historicamente, devemos nos lembrar do verdadeiro propósito da disciplina na igreja.

Uma marca da igreja

Desde o tempo dos reformadores, para distinguir entre uma igreja verdadeira e uma igreja falsa, teólogos têm descrito três “marcas” da igreja: a pregação adequada da Palavra de Deus, a administração apropriada dos sacramentos e a administração apropriada da disciplina eclesiástica. Embora não seja controverso pensar que uma igreja verdadeira ensinaria a Palavra de Deus e obedeceria o mandamento de Cristo para observar os sacramentos, muitos cristãos duvidariam que a disciplina eclesiástica é necessária para se ter uma verdadeira igreja. Na realidade, contudo, a ideia da disciplina na igreja é um paralelo essencial às primeiras duas marcas. Afinal, a Bíblia não nos diz que não é suficiente que a Palavra seja ensinada e pregada apropriadamente, mas que ela também deve ser obedecida e praticada (Rm 2.13; Tg 1.22)? E como a igreja pode administrar os sacramentos apropriadamente sem determinar a quem eles se aplicam? A disciplina eclesiástica é o mecanismo que o Senhor decretou para designar e edificar a sua igreja, a família de Deus.

A igreja não é apenas uma organização — é a personificação do propósito e do plano de Deus para redimir pecadores e reconciliá-los consigo mesmo. O mesmo crente em Jesus Cristo que é justificado através da fé também é adotado através da fé. Nosso grande Deus triuno não se satisfaz apenas com o fato de seu povo ser declarado não culpado diante do seu trono de julgamento (Rm 5.1). Ele também torna cada pecador redimido seu filho, parte da família de Deus (João 1.12). Quando vemos a igreja como uma família, começamos então a ver o propósito e a bênção da disciplina eclesiástica. Assim como pais e mães que carinhosamente amam os seus filhos devem tomar tempo para corrigi-los e encorajá-los, pastores e presbíteros que amam o Senhor e o povo do Senhor devem tomar tempo para corrigi-los e encorajá-los.

Disciplina e discipulado

Para melhor apreciar a posição da disciplina na vida da igreja, devemos vê-la através de uma lente bíblica em vez de tentarmos enxergá-la por meio de casos individuais que possamos ter ouvido (ou experimentado). A palavra disciplina traz à tona imagens de julgamento e punição que podem nos colocar imediatamente na defensiva. Mas esse não é o uso bíblico primário da disciplina. A disciplina bíblica está mais relacionada com outra palavra bíblica bem conhecida: discípulo. Um discípulo é alguém que é ensinado (Mt 10.24), e no Novo Testamento, discípulo tem uma especial referência a aprender a observar todos os mandamentos de Jesus (28.19-20). De maneira similar, disciplina é aprender os caminhos do Senhor. Paulo usa a palavra nesse sentido em Efésios 6.4: “Pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. De fato, a palavra do Novo Testamento para disciplina é a mesma palavra grega que é usada para educação ou instrução (especialmente de crianças) em um sentido mais amplo. Disciplinar alguém é treiná-la no caminho em que ela deve seguir (Pv 22.6) e edificar alguém que é querido (Hb 12.5-11) por amor (Ap 3.19).

Esse modelo bíblico também nos ajuda a entender que a disciplina eclesiástica é necessária para o nosso crescimento na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Se disciplina é o trabalho de um pai amoroso que instrui os seus filhos, como podemos recusar a instrução do nosso Pai celestial? O Senhor concedeu pastores à sua igreja para o propósito de edificar e capacitar o rebanho, e ele usa esses pastores como meio para disciplinar o seu povo (Ef 4.11-16). Em primeiro lugar, disciplina começa com instrução a partir da Palavra de Deus. Disciplina na igreja nunca deveria começar no estágio de algum tipo de ação formal. Ela começa com os líderes da igreja dando direção, instrução e admoestação a partir da Bíblia. Para que sejamos edificados pelo Senhor, devemos conhecer os mandamentos do Senhor. Para sermos colocados no caminho correto, devemos conhecer os caminhos do Senhor. Em um sentido muito real, se não desejamos ser parte de uma igreja que pratica a disciplina eclesiástica, estamos desistindo do privilégio de sermos instruídos e constrangidos pela Palavra de Deus.

Como deve ser a disciplina na igreja?

Se a disciplina eclesiástica é uma marca de uma igreja legítima, e se isso é uma extensão da disciplina amorosa de Deus para com seus filhos, por que ela não é praticada em mais igrejas? Por que ela é tão subestimada? A resposta para tais perguntas é frequentemente encontrada na maneira como a disciplina eclesiástica é (mal) praticada. Assim como os pais devem cuidar de aplicar fielmente e biblicamente  disciplina a seus filhos, os líderes da igreja devem usar a sua autoridade com coerência e amor. O Antigo Testamento está cheio de advertências sobre os perigos do favoritismo (como Jacó com José e seus irmãos), e a falha em aplicar a disciplina (como Eli e seus filhos). O Senhor de fato disciplina aqueles a quem ele ama (Hb 12.6), e a igreja também deve fazê-lo. Mas nunca podemos nos esquecer que a disciplina eclesiástica é um exercício de amor. Isso significa que a disciplina na igreja não é algo que deve ser buscado apenas após uma situação não parecer mais ter jeito. Disciplina não é a “gota d’água”, onde o julgamento é pronunciado. Disciplina eclesiástica bíblica é uma cultura de responsabilidade, crescimento, perdão e graça que deve permear as nossas igrejas. Cada membro de igreja tem a responsabilidade de ajudar os outros em suas lutas contra o pecado — não através de julgamento e críticas, mas, ao invés disso, com gentileza e visando à restauração, sabendo que ele mesmo também está sujeito à tentação (Gl 6.1). Mateus 18 não descreve uma espécie de litígio alternativo; é uma cartilha sobre como abordamos amorosamente uns aos outros, pacientemente esgotando os passos menores (por exemplo, ir até a pessoa) antes de passar para os passos maiores (por exemplo, levar à igreja).

Os líderes da igreja devem sempre se lembrar que a autoridade que eles possuem quanto à disciplina não vem deles mesmos, mas é a autoridade de pastoreio de Cristo. Esta é a igreja de Cristo (Ef 1.22-23; Cl 1.18), e é ele quem a está edificando para torná-la sem mácula (Ef 5.27). Os líderes, portanto, devem fazer todo esforço para evitar agir de maneira dominadora e tirânica simplesmente para resolver rapidamente os problemas (1Pe 5.3), ou demonstrando parcialidade em disciplinar alguns enquanto ignora outros (Tg 2.1). Os membros devem saber que o processo de disciplina não é um método secreto de punição, mas é a maneira de Deus restaurar pecadores, curar relacionamentos e honrar a sua Palavra. Os líderes não devem temer que a disciplina na igreja seja vista à luz do dia, ao passo que, ao mesmo tempo, devem empregar todo esforço para proteger a reputação dos membros de desnecessária notoriedade e potenciais fofocas. O fim almejado não é simplesmente resolução, mas o fortalecimento de crentes individuais e de todo o corpo de Cristo.

Qual é o propósito da disciplina na igreja?

Por último, a disciplina eclesiástica é algo que requer oração, reflexão e coerência, porque possui propósitos importantes na vida da igreja. Há três propósitos principais para a disciplina na igreja. Primeiro, a disciplina na igreja existe para recuperar o pecador de volta à igreja, e em última análise, ao Senhor. A disciplina eclesiástica que é praticada em amor é uma poderosa maneira de confrontar um pecador com seu pecado e mostrar que a igreja o ama, não desistirá dele e deseja vê-lo restaurado à plena comunhão. Em um sentido muito real, a disciplina pode ser a atuação do evangelho diante dos nossos olhos. Devemos reconhecer o nosso pecado, nos arrepender e pedir perdão, o qual é livre e plenamente concedido.

Segundo, a disciplina é necessária para manter a pureza da igreja e seu testemunho diante de um mundo vigilante. Isso não significa que colocamos uma máscara hipócrita de perfeccionismo, mas admitimos diante do mundo que a Palavra de Deus é o padrão para as nossas vidas e que somos verdadeiros cristãos — não perfeitos, mas perdoados.

Por último e mais importante, a disciplina na igreja é feita para a glória de Deus. Cristãos são exposições vivas da glória de Deus, e nós mostramos muito mais a sua glória quando lutamos para refletir seu amor e seu santo caráter (Ef 3.10). Que maneira melhor de mostrar que um Deus santo é um Deus amoroso do que através da disciplina? Conforme buscamos a restauração daqueles que tropeçam, em espírito de amorosa humildade, colocamos em exposição uma honorável conduta que apontará para aquele que é a fonte de toda a restauração no universo (1Pe 2.12).

Tradução: Alan Cristie.

(O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.)

(Fonte)

Categorias
Amor Consolo Cristo Deus Hinos & Poesia Sofrimento Vida cristã

As Tuas mãos

As Tuas mãos dirigem meu destino,
ó Deus de amor! Bom é que seja assim!
Teus são os meus poderes, minha vida;
em tudo, eterno Pai, dispõe de mim!

Meus dias, sejam curtos ou compridos,
passados em tristezas ou prazer,
em sombra ou luz, é tudo como queres,
e é tudo bom, se vem do Teu querer.

As Tuas mãos dirigem meu destino,
por Mim sangraram na infamante cruz;
por meus pecados foram traspassadas,
e nelas posso descansar, Jesus!

Nos céus erguidas, sempre intercedendo,
as santas mãos não pedem nunca em vão.
Ao seu cuidado, em plena confiança,
entrego a minha eterna salvação.

As Tuas mãos dirigem meu destino;
o acaso, para mim, não haverá!
O grande Pai é justo e benfazejo,
e sem motivo não me afligirá.

Encontro em seu poder constante apoio,
forte é seu braço, insone o seu amor;
e ao fim, entrando na cidade eterna,
eu louvarei meu Guia e Salvador!

(Sara P. Kalley)

____

Em minha opinião, este é um dos melhores hinos cristãos já compostos.

Sair da versão mobile