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Buscar o Senhor

Pomba Minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-Me a tua face, faze-Me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce e a tua face, graciosa.

Como muitas vezes achamos difícil colocar-nos na presença do Senhor!
Evitamos a solidão, e, até quando nos desprendemos fisicamente de coisas exteriores, nossos pensamentos ainda continuam a devanear nelas. Muitos de nós podem gostar de trabalhar entre outras pessoas, mas quantos podem aproximar-se de Deus no Santo dos Santos?

Entrar em Sua presença e ajoelhar-se diante Dele por uma hora exige toda a forca que possuímos. Temos de ser severos com nós mesmos para fazê-lo.

Contudo, todo aquele que serve ao Senhor conhece o precioso valor desses momentos, a doçura de acordar à meia-noite e passar uma hora com Ele ou acordar cedo de manhã e levantar-se para passar uma hora em oração.

Deixe-me ser bem franco com você: você não pode servir a Deus à distância. Apenas aprendendo a aproximar-se Dele é que você pode saber o que é realmente servi-Lo.

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Consolo Encorajamento Estudo bíblico Irmãos Serviço cristão T. J. Blackman

O perigo da negligência

Paulo na prisão, mas ainda servindo a Deus

O versículo-chave de 2Timóteo 4 é este: “Sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (v. 5).

Tudo na vida deve ser considerado como uma oportunidade, quer para desenvolver as virtudes cristãs, quer para realizar a obra que Deus nos confiou. Negligenciar as oportunidades é um grande perigo, tanto na vida cristã como no serviço ao Senhor. Esse capítulo apresenta sete coisas que não devemos negligenciar.

1. O uso das oportunidades (vv. 1,2)

A realidade do juízo vindouro deve estar sempre diante de nós. Os vivos serão julgados na vinda do Senhor para estabelecer Seu reino, e os mortos, no término de Seu reino milenar – mas a única forma de alguém escapar da certeza do juízo é pela justificação que vem pela fé em Cristo. “Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto” (Ec 12.14).

Portanto, devemos estar sempre vigilantes a fim de aproveitar as oportunidades que possam surgir para pregar a Palavra. A palavra traduzida “pregues” (v. 2) traz a idéia de um servo do rei enviado para proclamar um decreto real. Isso enfatiza a dignidade de ser mensageiro do Senhor. As oportunidades não se limitam a certos dias ou horas; devemos sempre estar prontos para falar em nome do Senhor. As diferentes oportunidades exigem várias maneiras de agir – “redarguas, repreendas, exortes” –, mas sempre com paciência, e sempre com sã doutrina.

2. A vigilância contra a falsidade (vv. 3-5)

Também é muito perigoso negligenciar a vigilância contra a falsa doutrina. Paulo não se refere ao desejo de receber mais iluminação da Palavra de Deus, mas sim a pessoas que sempre querem ouvir qualquer novidade, contanto que não seja a sã doutrina, a qual “não suportarão”.
“Atendei ao que ides ouvir” (Mc 4.24) e “Vede […] como ouvis” (Lc 8.18) são palavras do Senhor Jesus que nos preparam para evitar a doutrina falsa. No versículo 5, Paulo dá a Timóteo quatro conselhos que o conservariam no caminho da verdade.

  1. “Sê sóbrio em tudo”: a necessidade de ouvir e estudar a verdade com seriedade e perseverança.
  2. “Sofre as aflições”: a necessidade de provar a verdade das promessas de Deus no meio das aflições.
  3. “Faze a obra de um evangelista”: a necessidade de se envolver na obra de ganhar almas, mesmo não tendo dom especial para isso.
  4. “Cumpre o teu ministério”: a necessidade de reconhecer e realizar o serviço que Deus lhe confiou, “como despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1).

3. A importância de fidelidade (vv. 6-8)

Não podemos negligenciar a necessidade de fidelidade e consagração ao Senhor até o fim. É relativamente fácil ser fiel quando tudo vai bem, mas, quando surgem oposições ou sofrimentos, somos tentados a desistir. Paulo estava aguardando o cumprimento de seu serviço fiel, pronto para selar seu testemunho com o próprio sangue. Ele usa cinco figuras como ilustrações disso.

  1. A libação, uma oferta de vinho que era derramada sobre o sacrifício no altar. Paulo está dizendo com isso que queria derramar todo o conteúdo de sua vida sobre o sacrifício de Cristo, sem reservar nada para si.
  2. O viajante – “o tempo da minha partida”. Ele considerava a morte como o início de mais uma viagem, para estar ausente do corpo e presente com o Senhor.
  3. O guerreiro. Paulo era como Eleazar, filho de Dodó, um dos valentes de Davi, que não largou mão da espada até que o Senhor tivesse efetuado um grande livramento (2Sm 23.10).
  4. O atleta – “acabei a carreira”. Alguns começam a corrida da vida cristã em alta velocidade, mas desistem antes do final. Paulo perseverou até o fim.
  5. A sentinela. Sempre vigilante para repelir qualquer ataque do inimigo contra a verdade.
    Assim, aquele que sofreu tanto dos injustos juízes humanos tinha certeza de receber um galardão da mão do justo Juiz. Mas ele não será o único a receber; o galardão é para “todos os que amarem a Sua vinda”. A vinda do Senhor é algo que o crente fiel ama, antecipando o sorriso e a recompensa de seu Senhor; mas, para outros, ela será motivo de vergonha (1Jo 2.28).

4. As necessidades dos companheiros (vv. 9-12)

Paulo sempre apreciou seus companheiros. Agora na prisão, esperando ser morto em breve, ele ainda pensava em seus colaboradores, seguindo os movimentos deles e orando pela bênção de Deus sobre seu serviço. Lucas ficou com ele, e Paulo queria que Timóteo voltasse também, a fim de o confortar por causa do abandono de Demas, que amou “o presente século”.

Parece que Paulo, na prisão, dependia muito de Demas, e sentiu muito quando este o “desamparou”. No original, Paulo usa a mesma palavra que o Senhor usou na cruz, quando disse: “Por que me desamparaste?”. Não é sempre fácil ajudar um prisioneiro, e Demas acabou amando mais o mundo do que o aflito apóstolo, e o abandonou. Ele foi para Tessalônica; não sabemos por que, mas certamente não foi para visitar a igreja. Não devemos negligenciar o dever de assistir fielmente irmãos aflitos em suas necessidades.

5. As próprias necessidades (v. 13)

O inverno estava chegando, e Paulo já sentia a falta da capa que deixara em Trôade. É lícito e importante cuidar do corpo e da saúde. Mas Paulo sentiu uma necessidade ainda mais urgente: “os livros, principalmente os pergaminhos”. Talvez os “livros” fossem suas epístolas ou outro escrito que formaria parte do Novo Testamento. Mas, com certeza, os “pergaminhos” eram as Sagradas Escrituras do Antigo Testamento.

Maltratado pelos romanos e desamparado por seus amigos, Paulo queria “a paciência e consolação das Escrituras” (Rm 15.4). Ele não ia escrever mais cartas nem pregar mais sermões. Em poucos dias seria martirizado. Mas nos seus últimos dias ele ainda desejava afetuosamente, como menino novamente nascido (1Pe 2.2), o leite racional da Palavra de Deus. A Bíblia vem ao encontro de nossa necessidade, tanto na meninice como na juventude, tanto na meia idade como na velhice, tanto na vida de trabalho como na hora da morte.

6. Atitude em face da oposição (vv. 14-18)

Nesses versículos vamos observar a atitude do apóstolo diante dos que se opunham a ele. Alexandre, o latoeiro, causou-lhe muitos males. Sem dúvida, Paulo já o perdoara muitas vezes, mas seu último recurso é orar e entregá-lo ao Senhor (v. 14). Além disso, o apóstolo não deixou de aconselhar os outros acerca daquele homem (v. 15). Quanto aos que o abandonaram, sua atitude foi perdoar: “Que isto lhes não seja imputado” (v. 16). Quanto à obra, seu único motivo foi perseverar até cumprir totalmente a comissão que recebera (v. 17). E quanto ao futuro, ia apenas confiar no livramento do Senhor e sempre adorá-Lo. “A quem seja glória para todo o sempre. Amém” (v. 18).

7. A apreciação de amizades (vv. 19-22)

O nome de seus amigos e colaboradores era precioso a Paulo. Ele sempre fazia menção deles perante o trono da graça, e nunca esquecia de lhes mandar saudações em suas epístolas. Mas em tudo isso o apóstolo não queria negligenciar a coisa mais importante, desejando-lhes a bênção da presença e da amizade do Senhor: “O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito”. Assim, as últimas palavras da última epístola que Paulo escreveu, logo antes de morrer, são uma oração desejando que seus leitores desfrutem a realidade da sã doutrina que ele tinha ensinado: “A graça seja convosco. Amém.” Desse modo seriam guardados dos muitos perigos que cercam o povo de Deus.

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A. J. Higgins Encorajamento Serviço cristão

Diferenças e o serviço a Deus

O Corpo de Cristo não é um só membro!

Todos são diferentes; e todos sabemos disso! Um sinal de amadurecimento é a habilidade de aceitar os outros, e não pensar que todo mundo precisa agir e pensar como você.

Uma ilustração muito clara dessas diferenças é vista nos homens que foram instrumentos no retorno da Babilônia e na edificação de Jerusalém: Esdras e Neemias, Ageu e Zacarias.

Quando Esdras ouviu do fracasso do povo em manter-se separado, ele arrancou os próprios cabelos, rasgou as vestes e se assentou atônito e em arrependimento perante Deus (Ed 9.3). E o que fez Neemias? Quando ouviu do casamento de israelitas com os gentios, ele arrancou os cabelos dos culpados, e não os dele (Ne 13.25; provavelmente admiramos mais essa reação!).

Esses atos tão diferentes refletem duas personalidades totalmente diferentes – no entanto, Deus usou o homem certo no momento certo. Mais importante ainda: eles trabalharam juntos para a bênção da nação.

Quando viajou para Jerusalém, Neemias foi acompanhado dos soldados do rei. A consciência de Esdras, no entanto, depois dele testificar sobre o cuidado soberano de Deus, não lhe permitiu pedir soldados para protegê-lo (Ed 8.21-23). Será que um estava certo e o outro, errado? O que temos aqui não é uma ética que se adapta às circunstâncias, mas sim consciências sensíveis e personalidades diferentes.

Ageu e Zacarias também foram, em muitos aspectos, diferentes. Ageu era o pregador prático, sem restrições, direto, tocando na consciência, despertando o povo de sua letargia. Ele via o presente e seus efeitos futuros. Zacarias era o visionário, o homem que via o futuro e seu impacto no presente. A pregação de Ageu é relativamente fácil de entender, mesmo que seja difícil de aceitar e executar. Zacarias é difícil de entender, mas emociona o coração. Cada um desses homens influenciou o povo de Deus e fez com que os judeus se levantassem e edificassem (Ed 5.1,2). Lemos que eles prosperaram graças ao profetizar de ambos homens (6.14).

O Senhor Jesus tomou um grupo de homens de diversos ambientes e profissões, e os transformou num grupo que “alvoroçou o mundo” (At 17.6). Nenhum especialista em recursos humanos ou recrutador de executivos teria escolhido qualquer um deles para um cargo de liderança. No entanto, o Senhor trabalhou pacientemente com eles e cumpriu Sua promessa: “Vinde após Mim e Eu vos farei […]” (Mt 4.19).

Até mesmo um olhar rápido na sua igreja local revelará muitas personalidades diferentes. Uma aceitação dos outros, uma visão que enxerga, não os problemas, mas o potencial de cada um, e uma disposição para trabalhar em equipe são importantes para o crescimento e prosperidade da igreja local.

Você pode preferir, como a maioria de nós, ter um Esdras, que arrancou o próprio cabelo, a um Neemias, que pode arrancar o seu cabelo. Você pode preferir o tom meigo e emocionante de Zacarias às palavras profundas e diretas de Ageu. Mas lembre-se: Deus é quem deu ambos, e “assim formou o corpo” (1Co 12.24) de acordo com Sua sabedoria.

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Amor a Deus Cristo Encorajamento Irmãos Santidade Serviço cristão Sofrimento

A solidão da fé

É natural seguir a multidão e ir com a correnteza; é espiritual seguir a verdade e conter a correnteza. É natural ferir sua consciência e seguir a moda por ganho ou prazer; é espiritual sacrificar tudo no altar da verdade e do compromisso com Deus.

O velho e cansado apóstolo escreveu: “Ninguém me assistiu […] todos me desampararam” (2Tm 4.16). Ele compareceu sozinho diante de Nero, defendendo a verdade do Evangelho.

Noé construiu a arca e foi salvo só com sua família; seus vizinhos riram de sua “esquisitice” e morreram sem crer.

Abraão peregrinou e adorou sozinho. Seus vizinhos em Sodoma desprezaram o simples pastor, seguiram a própria carne e pereceram no fogo e enxofre.

Daniel comia e orava sozinho.

Elias sacrificou e testemunhou sozinho.

Jeremias profetizou e chorou sozinho.

O Senhor Jesus Cristo amou e morreu sozinho!

No deserto, Israel louvou Abraão e perseguiu Moisés. Nos dias dos reis, louvou Moisés e perseguiu os profetas. Nos dias de Caifás, louvou os profetas e perseguiu o Senhor Jesus. E multidões hoje, dentro e fora do cristianismo, aplaudem a coragem e o compromisso de patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, mas chamam de teimosia ou exagero qualquer manifestação semelhante de fé.

Procuram-se homens e mulheres, jovens e velhos, que estejam dispostos a sacrificar fortuna, amizades, e a própria vida, por amor da verdade e do Deus da verdade.

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Irmãos Santidade Serviço cristão Sofrimento Vida cristã

Um vaso útil ao Mestre

“De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, preparado para toda a boa obra” (2Tm 2.21).

Essas palavras são tomadas da última carta que o apóstolo Paulo, prisioneiro pela segunda vez em Roma, escreveu a Timóteo. Ele via a deterioração da Igreja e pressentia os tempos difíceis que se aproximavam; por isso, dava instruções a seu filho na fé sobre a maneira de conduzir-se em tempos de ruína. As exortações do grande apóstolo das nações têm, pois, particular importância para nós, os crentes que vivemos em tempos maus.

Em primeiro lugar, o que é um vaso? É um recipiente que serve para conter algo ou simplesmente para adornar. Muitas vezes, a Palavra de Deus compara o homem a um vaso. Como o barro nas mãos do oleiro, assim é o homem nas mãos de Deus, o qual tem o poder para fazer da mesma massa um vaso para honra e outro para usos vis (Jr 18.4-6; Rm 9.21). Em Sua graça, Deus chama o homem – por natureza, pecador e perdido – para lhe dar a salvação e a vida eterna. Deus busca vasos vazios para enchê-los de Si mesmo, de Seu Espírito, como Eliseu, o profeta da graça, se regozijava de que a viúva pobre enchesse de azeite as vasilhas que havia reunido conforme seu pedido (2Rs 4.4).

O crente não somente é comparado a um vaso de barro, o que é muito apropriado para nos dar a entender quão débeis somos, mas também, no que se refere a sua posição diante de Deus, a um vaso de ouro, de prata ou mesmo de bronze polido (2Tm 2.20; Ed 8.27). Redimido pelo sangue de Cristo e revestido da justiça de Deus, o crente é, de fato, um vaso de valor que deve brilhar para a glória de Deus, já aqui na terra, esperando fazê-lo de modo perfeito quando o Senhor for glorificado em Seus santos e admirado em todos os que creram Nele (1Ts 1.10). Deus preparou de antemão esses vasos de misericórdia para o céu, “para que também desse a conhecer as riquezas de Sua glória” (Rm 9.23). Todas as Suas perfeições em graça, bondade, fidelidade, paciência, longanimidade e poder, todo o alcance de Seu amor, serão manifestados nos santos glorificados.

O propósito de Deus ao eleger e preparar vasos para Sua glória é empregá-los para Seu serviço. Assim, separou o apóstolo Paulo como um “vaso escolhido, para levar Meu nome diante dos gentios” (At 9.15). Deus tem resplandecido no coração dos Seus e se tem revelado a eles na pessoa de Cristo para que eles, por sua vez, mostrem algo Dele no modo como vivem.

O crente é refinado pelo fogo da prova, qual metal precioso, para que o fundidor obtenha dele uma jóia

Porém, muitas vezes, os crentes guardam para si mesmos o tesouro que lhes Deus tem posto no coração. Então, Deus permite que o corpo deles, esse vaso de barro, seja quebrado, como foram as vasilhas dos homens valentes de Gideão (Jz 7.19,20), para que a luz brilhe mais exteriormente. Quanto mais débil for o instrumento, mais claro estará que a excelência do poder é de Deus, não do homem (2Co 4.6,7). O crente é refinado pelo fogo da prova, qual metal precioso, para que o fundidor obtenha dele uma jóia (Pv 25.4).

De acordo com 2Timóteo 2.21, duas condições são requeridas para que o utensílio ou vaso possa ser útil ao Senhor: é necessário que ele seja para uso honroso e que tenha sido santificado. O que deseja ser um vaso útil deve apartar-se da iniqüidade, isto é, de tudo o que não é conforme a verdade. Um crente se torna um utensílio para usos honrosos separando-se, purificando-se dos vasos para usos vis. Deus permite que essa mistura de utensílios para usos tão distintos subsista na cristandade a fim de provar o coração dos fiéis. Para que um vaso possa ser usado é exigido que, além de ser novo – imagem da nova natureza –, tenha sal (2Rs 2.20), isto é, que haja uma verdadeira separação, que tenha sido posto à parte para Deus.

Também é preciso que o vaso tenha sido santificado e consagrado a Deus. No que diz respeito a sua posição, todos os crentes são santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre (Hb 10.10,14). Mas, no tocante ao andar diário, somos exortados a nos limpar “de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2Co 7.1). O crente deve ocupar-se dessa santificação. Mediante o poder do Espírito que mora nele, deve combater e vigiar constantemente.

Por uma lado, a Palavra de Deus exercerá sua ação santificadora sobre ele, pois o Senhor mesmo disse: “Santifica-os em Tua verdade”, e acrescentou: “Tua Palavra é a verdade” (Jo 17.17). Por outra lado, a oração o guardará no necessário estado de dependência. Recordemos que um vaso consagrado a Deus não pode se destinar a um uso profano, como o prova o juízo que caiu sobre o ímpio Belsazar no dia em que fez trazer os vasos procedentes do templo de Salomão a fim de beber com seus grandes e adorar seus deuses (Dn 5).

Na medida em que o crente for constante em santificar-se, em consagrar-se a Deus, será um instrumento útil ao Senhor, e não somente útil, mas preparado para toda boa obra. Essas boas obras são o fruto da fé; são a manifestação da vida divina nas circunstâncias de cada dia. Alguém disse que as boas obras são o fruto da separação e do amor. Deus, que preparou os vasos, também preparou de antemão as boas obras “para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

Sejam elas feitas para o Senhor, para os cristãos ou para os homens em geral, devem ser feitas em nome de Cristo e para Deus; isso é o que lhes confere o caráter de boas obras. Cristo “se deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade e purificar para Si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Quando o coração está consagrado e ama o Senhor acima de tudo, então, está preparado para toda boa obra. Mesmo que o serviço seja pequeno, insignificante aos olhos dos homens, nem por isso o crente duvidará de fazê-lo com alegria. O próprio Senhor prepara o caminho; devemos apenas percorrê-lo com a força que Deus dá.

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A. W. Tozer Citações Gotas de orvalho J. C. Ryle João Calvino Matthew Henry Santidade Serviço cristão Sofrimento Vance Havner Vida cristã

Gotas de Orvalho (79)

Gotas de orvalho que alimentam a fé!

Se você se colocar aos pés de Cristo, Ele o tomará em Seus braços.

(William Bridge)

Um dos milagres da graça de Deus é o que Ele é capaz de fazer com as redes arrebentadas das vidas que se rendem a Ele.

(G. B. Duncam)

Se há em sua vida qualquer coisa mais desejável do que seu anseio por Deus, você nunca será um cristão cheio do Espírito.

(A. W. Tozer)

A face de Jesus precisa estar muito próxima da nossa, quando os espinhos de Sua coroa de sofrimento pressionam nossa testa e nos ferem.

(Anônimo)

Nunca seremos aptos para o serviço a Deus se não olharmos para além desta vida passageira.

(João Calvino)

Nada é mais tolo do que a segurança edificada sobre o mundo e suas promessas, pois elas são vaidade e mentira.

(Matthew Henry)

Não existe santidade sem luta.

(J. C. Ryle)

Deus nos salvou para nos tornar santos, não felizes. Algumas experiências podem não contribuir para nossa felicidade, mas tudo pode contribuir para nossa santidade.

(Vance Havner)

Salvar

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Serviço cristão

Você está disposto a submeter-se a Jesus?

“Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura cousa é recalcitrares contra aguilhões” (At 26.14).

Essas palavras foram ditas pelo Senhor a Paulo na estrada de Damasco. A expressão “recalcitrar contra os aguilhões” era um provérbio rústico extraído da vida agrícola e usado pelos gregos para indicar resistência manifesta a um poder superior. O aguilhão é um instrumento empregado para dirigir os bois. Consiste de uma vara de cerca de dois metros de comprimento, pontiaguda, algumas vezes revestida de ferro na ponta. Quando era colocado na canga pela primeira vez, o boi ainda jovem geralmente se ressentia dela e tentava fugir. Se estivesse jungido a um arado dirigido com uma só mão, o lavrador levava na outra um aguilhão que mantinha próximo aos cascos do boi, e, sempre que este escoiceava, a ponta o feria cada vez mais profundamente. O boi tinha de aprender a submeter-se ao jugo da maneira mais difícil, como aconteceu com Paulo.

Com essa ideia como pano de fundo, podemos extrair uma preciosa lição do que o Senhor aparentemente disse a Paulo naquele dia. Foi algo como isto: “Submeta-se a Meu jugo e faça Minha obra em Meu campo! Saulo, você sempre se ressentiu desse chamado porque sempre desejou seguir seu próprio caminho! Saiba perfeitamente que Meu caminho é contrário ao seu, e Minha obra, contrária a sua. Essa é a razão porque uso hoje o aguilhão em você. Apesar de Me ter rejeitado muitas vezes, deve ter agora compreendido que é na verdade difícil protestar contra o aguilhão. Saulo, você se rende agora? Está muito ferido? Já teve o suficiente, não é? Você está disposto a submeter-se a Mim incondicionalmente doravante, para que Eu possa guiá-lo e dominá-lo, e a fim de que Minha vontade seja feita por seu intermédio?”

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Ruth Paxon Serviço cristão Vida cristã

A vida que é Cristo

 

O trecho escolhido começa com eu [subentendido]. Existem dois grandes eus nas Escrituras, os quais são exatamente opostos. Um é o eu daquele querubim: é a primeira vez que a palavra eu foi usada no universo de Deus e foi quando o rebelde a pronunciou. O outro eu é o de nosso Senhor, o qual Ele usou com Seus discípulos, quando disse “Eu em vós”. O que Satanás realmente queria dizer quando usou pela primeira vez a palavra eu foi: “Não mais Deus, mas eu”. Isso fez dele o arqui-traidor. Quando ele continuou dizendo “Eu irei”, isso foi um ato de auto-traição.

Adão e Eva fizeram a mesma escolha que o diabo já tinha feito: o eu em lugar de Deus. O eu se tornou o centro da visão deles, e eles também disseram: “Não mais Deus, mas eu”. Esse eu é também o centro da sua vida e da minha, e quer viver para si mesmo. Para haver uma nova história em nossa vida, deverá haver primeiro uma mudança no nosso relacionamento tanto com o eu quanto com Deus. Nossa vida devem ser reajustadas de tal maneira que, em vez de “Não mais Deus, mas eu”, seja o: “Já não sou eu, mas Cristo” de Gálatas 2.19,20.

Mas o eu nunca sairá do trono por si mesmo. Ele nunca se rebaixará ou se retirará em favor de Cristo. Ele deve ser removido a fim de ser substituído por Cristo como centro de nossa vida. Como se pode fazer isso? Existe somente um lugar onde isso pode ser feito, e esse lugar é a cruz de Cristo. O caminho de Deus é o caminho da cruz, e o caminho da cruz significa morte. Nós não podemos dizer de uma forma real: “Cristo vive em mim” antes de dizermos: “Eu estou crucificado com Cristo”. Essa é a ordem de Deus, e não pode ser mudada. Quando o velho eu se retira por meio da crucificação, a nova vida entra pela ressurreição. Quando o velho eu cai e morre, o novo eu surge e vive.

Por que razão o velho eu é tão abominável e odioso aos olhos de Deus, para que deva tratar tão drasticamente com ele? Eu estou sempre procurando uma visão nova desse versículo. Alguns anos atrás, compreendi esse verso de uma maneira bem definida como um padrão para minha vida diária. Recentemente, li um folheto e recebi uma nova luz nesse versículo, o qual deu lugar a uma nova linha de pensamento com respeito à razão pela qual Deus teve de levar o velho eu à cruz para ser crucificado com Jesus Cristo. Vou pedir a você que abra a Bíblia em Marcos 10.32-45, e leia esse trecho antes de continuar a ler este artigo.

Nessa passagem, o Senhor Jesus falou a Seus discípulos do sofrimento que O esperava; da zombaria, do tormento e dos acoites, que terminariam em morte de crucificação. Alguém poderia pensar que o coração deles tivesse sido comovido enquanto visualizavam a agonia que esperava o Senhor. Mas muito pelo contrário! As palavras do Senhor Jesus pareciam não dizer nada a eles. Por quê? Porque eles estavam preocupados consigo mesmos. Dois deles, Tiago e João, vieram ao Senhor dizendo: “Mestre, queremos que nos conceda o que Te vamos pedir”. Isto é o ego falando: “Que Tu nos concedas!” Não há nenhum desejo de fazer algo para Ele.

O eu sempre espera que alguém o sirva. Ele não vem para servir, mas para ser servido. Sim! O eu quer que todo mundo e todas as coisas o sirvam – pessoas, circunstâncias e, mesmo ocasionalmente, o tempo.

O Senhor Jesus perguntou: “Que quereis que vos faça?” Quanta graça! Que incomparável altruísmo e humildade! Então, os dois disseram: “Permite-nos que na Tua glória nos assentemos um à Tua direita e o outro à Tua esquerda.” “Permiti-nos! Não importa que tipo de lugar os outros dez tenham; qualquer lugar será bom para eles; mas cuida para que nós tenhamos os melhores lugares, por obséquio. Depois que o Senhor nos houver colocado assentados, pode, então, assentar os outros em qualquer lugar.” Lembre-se que estes dois eram ardentes fundamentalistas. Eles acreditavam no céu. Haveria de vir uma Terra Gloriosa, e eles queriam se assegurar de que teriam os melhores lugares ali; eles iriam reservá-los, e queriam obter essa solicitação antes mesmo que os outros tivessem uma chance.

O Senhor fez dessa solicitação uma ocasião para ensinar-lhes mais alguma coisa: “Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que Eu bebo?” “Sim! Vocês estarão Comigo na Terra Gloriosa, mas há alguma coisa antes da Terra Gloriosa. Há o cálice: a cruz! Vocês estão prontos para ir à cruz? Os lugares que vocês terão na glória irão depender de vocês irem àquela cruz Comigo ou não, de vocês beberem aquele cálice Comigo.”

Eles não tinham pensado nisto! Eles pensaram somente nos lugares que iriam ocupar na glória – puro e extremo egoísmo. Mas a cruz vem antes da glória; o cálice precede o lugar, não somente para eles, mas também para você e para mim. Quando os dez ouviram a conversa, ficaram muito aborrecidos pelo fato dos dois terem se antecipado a eles e pedido os melhores lugares. A raiva deles suscitou do Senhor Jesus estas palavras maravilhosas, as quais prefiguram a cruz e colocam-na bem no centro da experiência cristã:

“Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos” (vv. 43-45).

Não pensariam vocês que a palavra “próprio” os teria atingido até o âmago? O próprio Filho do homem! Ele tinha o direito de vir esperando ser servido, porque era o Filho de Deus. Mas Ele veio também como o Filho do homem, e é assim que Ele próprio se chama aqui. O ego espera obter, Cristo veio para dar. Ele veio não para ser servido, mas para servir, até mesmo para dar a Si próprio à morte na cruz.

Há o cálice: a cruz! Vocês estão prontos para ir à cruz?

O eu sempre espera que alguém o sirva. Ele não vem para servir, mas para ser servido. Sim! O eu quer que todo mundo e todas as coisas o sirvam – pessoas, circunstâncias e, mesmo ocasionalmente, o tempo.

O velho eu tem um grande senso de sua própria importância, e uma presunçosa avaliação das próprias habilidades. Ele fica terrivelmente chateado se sua importância não é reconhecida, se seus dons não são valorizados, se seus direitos não são admitidos ou se não é considerado apropriadamente; tudo porque ele veio para ser servido, e não para servir.

O velho eu sabe muita coisa da Bíblia, mas nada da parte que diz: “Preferindo-vos em honra uns aos outros”, ou de: “Não procurando o que é propriamente seu”, ou de: “Alegrai-vos com os que se alegram”. Sendo assim, isso dá lugar ao ciúme e à inveja, talvez até mesmo à falta de perdão, ressentimento e ódio, tudo porque ele veio para ser servido, não para servir. Ele pode finalmente até fazer uma bondade a alguém, e então quase ter um colapso nervoso porque não foi suficientemente apreciado. Os agradecimentos não foram bastante profusos, porque ele veio para ser servido, não para servir.

Ele se orgulha de seu firme julgamento e sábio conselho e ama ser consultado. Se as pessoas se dão bem sem seu conselho, ou se seu conselho é dado, mas ignorado, então, sua reputação sofre. Ele veio para ser servido. Ele tinha de falar numa reunião e esperava uma grande audiência, mas não havia uma grande audiência; ou talvez a grande audiência estivesse lá, mas simplesmente saiu sem dizer qualquer palavra de como a reunião tinha sido um sucesso ou comentado da mensagem maravilhosa que tinha sido dada. Então, o velho eu foi para casa cabisbaixo e triste, julgando-se falho e sentindo-se extremamente deprimido e aborrecido. Ele não veio para servir, mas para ser servido, e estava desapontado.

Ele queria se entregar ao trabalho cristão, tinha esperado ardentemente por isso, mas pelo quê ele iria ganhar disso e não pelo quê ele representaria ao trabalho. Logo, ele ficou desapontado e cansado, e queria desistir. Por quê? Porque ele não veio para ministrar, mas para ser ministrado; e não recebeu o que esperava.

A Principal Causa do Problema

O problema que você e eu temos em nossa vida e em nosso serviço é devido principalmente ao eu. Naturalmente não pensamos assim! Nós continuamos a fazer exatamente aquilo que começou no Éden: nós tentamos colocar a culpa noutro lugar (cf. Gn 3.12). Mas nenhum de nós pode jamais ser roubado de qualquer paz, alegria, descanso, poder, ou qualquer outra coisa que pertence a nós pelo fato de sermos cristãos, a não ser por causa do velho eu. Ele fica tão inquietado por pequenas coisas. A água é cortada justamente na hora que alguém começa a lavar a louça; a carta não vem no dia exato em que é esperada; ou até mesmo alguém começa a escrever uma carta e acaba a tinta da caneta! Como o velho eu se indigna e se enfurece! Que momentos difíceis! Por quê? Ele está ocupado consigo mesmo, toda a vida gira em torno dele. Ele veio, não para ministrar, mas para ser ministrado. É, então, de estranhar que, para Deus, haja outro lugar para ele a não ser a cruz do Calvário?

Agora voltemos ao nosso verso. “[Eu] estou crucificado com Cristo.” Creio que Paulo estava dando um testemunho pessoal. Ele nos deu a doutrina que está em Romanos 6.6, mas aqui ele dá seu testemunho pessoal de que isso é um fato e de que isso passou a ser sua própria realidade de vida. Paulo está dizendo aqui: “Eu, Paulo, fui crucificado com Cristo, e não é mais o velho homem que é o centro de minha vida; Outro veio para tomar seu lugar. Já não sou eu, mas Cristo!” Podemos dizer o mesmo como uma realidade viva?

Mas quem é Cristo? Qual é Sua vida? Uma vida assim humilde, santa, pura, justa, tal vida de amor: isto é Cristo. Aquele que é tudo isso – este Cristo, não outro – vive em você e em mim. Que espécie de vida Ele vive? Exatamente a mesma espécie de vida que viveu aqui na terra. Não é outra vida. Ele vive exatamente a vida que está vivendo agora à mão direita de Deus. E Cristo vive em mim!

Existem certos princípios que governaram a vida de Cristo quando Ele viveu aqui na terra; princípios bem definidos e afirmados muito claramente na Palavra de Deus, e vou mencionar cinco deles. Eu creio que, se deixar Cristo viver completamente em mim, então, Ele vai viver de acordo com esses mesmos princípios.

  1. Primeiro: Ele vivia puramente para a glória de Deus. Não havia um simples traço de auto-glorificação no Filho do homem. Ele disse em Sua oração sacerdotal: “Eu terminei o trabalho que Tu me deste”. Isso nos ensina que, mesmo antes do desejo de fazer a obra do Pai, o desejo ardente de Seu coração era glorificar Seu Pai. Ele tanto glorificou o Pai que pôde dizer a Felipe, quando este perguntou se poderia ver o Pai: “Aquele que vê a Mim vê o Pai”. Assim, este é o primeiro princípio da vida de nosso Senhor: glorificar a Deus, e não auto-glorificação.
  2. Segundo: Ele viveu para agradar ao Pai. Não houve nenhum agrado próprio em Sua vida. “Eu sempre faço as coisas que Lhe aprazem”; sempre, e não algumas vezes. Este foi um princípio permanente em Sua vida: viver para agradar ao Pai.
  3. Terceiro: Ele viveu em completa obediência a Seu Pai. Não navia nenhum traço de vontade própria Nele. Ele continuamente dizia: “Não seja feita a Minha vontade, mas a Tua”. Em todas as coisas e em todo momento, este também era um princípio permanente na vida do Filho do Homem aqui na terra.
  4. Quarto: Ele vivia em absoluta dependência de Seu Pai. Não havia auto-confiança. Ele disse: “O Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão aquilo que vir o Pai fazer”.
  5. Quinto: Ele viveu somente para Seu Pai. Não havia apenas nenhuma vontade própria, mas também nenhum caminho próprio. Ele disse: “O Pai enviou-Me” e “Eu terminei a obra que o Pai me deu a fazer”.

Ora, o Cristo que vive em você e em mim pretende viver exatamente em acordo com esses cinco princípios, de maneira que em nossa vida haverá glorificação do Senhor Jesus Cristo, e não auto-glorificação: nosso viver será somente para agradá-Lo, e não para agrado próprio, mas uma vontade completamente entregue em submissão ao Senhor Jesus Cristo. Nós seremos realmente Seus escravos. Será uma vida vivida sem auto-confiança, nunca fazendo nada de nós mesmos. Crendo que Ele vive Sua vida em nós, nossa dependência estará totalmente Nele.

Paulo aplicou isso a si mesmo. O mesmo Cristo deve viver a mesma vida em você e em mim. Isso é tão profundo, e assim mesmo tão simples: apenas uma Pessoa divina vivendo Sua vida num ser humano. Não é que Cristo vai viver Sua vida em nós com nossa ajuda. Não é que Ele vai nos ajudar a viver a vida cristã. Não é nenhuma dessas duas coisas. É exatamente o que nosso verso diz: Cristo vivendo plenamente Sua vida em nós. Cremos nisso? É essa a vida que você e eu temos vivido até o dia de hoje? Temos estado conscientes de que há uma Pessoa divina dentro de nós, realmente vivendo Sua vida em nós?

Isso não poderia ser afirmado de maneira mais simples. Ainda temos nossa personalidade humana, mas existe outra Pessoa vivendo, e vivendo em todas as áreas de nossa vida, não em uma pequena parte, mas em toda parte. O velho eu está crucificado e, portanto, deve ser despojado como lemos em Efésios. O novo eu, o qual é Cristo em nós, a vida sobrenatural de uma Pessoa sobrenatural deve ser vivida plenamente em nós. Isso é verdade para você e para mim?

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Os galhos que dão fruto

Há duas coisas notáveis a respeito da videira. Não existe uma planta cujo fruto contenha tanto álcool e da qual o álcool possa ser destilado tão abundantemente, como a videira. Mas também não existe outra planta que possa tão rapidamente tornar-se selvagem, prejudicando sua frutificação; necessitando assim ser podada impiedosamente.

Eu olho de minha janela e vejo grandes vinhas; o principal trabalho do vinhateiro é a poda. Pode haver uma vinha enraizada tão profundamente em terra boa que não necessite ser escavada, adubada ou aguada, mas a poda não pode ser dispensada, para que ela dê bons frutos. Algumas árvores precisam de poda ocasional, outras produzem fruto perfeito sem nenhuma poda, mas a vinha precisa ser podada. Assim, nosso Senhor nos diz logo no inicio da parábola, que o ramo que dá o fruto o Pai “limpa para que produza mais fruto ainda”.

Considere por um momento o que é essa poda ou limpeza. Não é a remoção de ervas daninhas ou espinhos, ou de qualquer coisa de fora que possa impedir o crescimento. Não; é o próprio corte dos longos brotos do ano anterior, a remoção de algo que vem de dentro, que foi produzido pela vida da própria videira. É a remoção de algo que é a prova do vigor de sua vida; quanto mais vigoroso foi o crescimento, maior a necessidade de poda.

É a madeira genuína e sadia que precisa ser cortada. E por quê? Porque ela consumiria demasiada seiva ao encher todos os longos renovos que cresceram no ano anterior; a seiva deve ser poupada e usada apenas para o fruto. Os ramos com 2,5 ou 3 metros de comprimento são cortados bem perto da raiz, e nada é deixado a não ser galhos de 2,5 a 5 centímetros, suficientes para sustentar as uvas. Somente quando tudo o que não é necessário para a produção dos frutos é cortado impiedosamente, e apenas os ramos suficientes para a frutificação são deixados, é que se pode esperar uma boa colheita.

Que lição preciosa e solene! A limpeza do Vinhateiro não se refere apenas ao pecado neste ponto. É nossa própria atividade religiosa, pois ela se desenvolve no próprio ato de dar fruto. É isso que deve ser cortado e limpo. Temos de usar nossos dons de sabedoria, eloqüência, influência ou zelo para Deus. E esses dons estão sempre em perigo de serem indevidamente desenvolvidos e de virmos a confiar neles.

E assim, após cada estação de trabalho, Deus tem de nos levar ao fim de nossas próprias forças, à consciência da inutilidade e perigo de tudo aquilo que é do homem a fim de sentirmos, então, que não somos nada. Tudo o que é deixado de nós é apenas o bastante pra receber o poder da seiva vivificante do Espírito Santo. Aquilo que é do homem deve ser reduzido a seu nível mais baixo. Tudo aquilo que é inconsistente com a mais completa devoção ao serviço de Cristo deve ser removido. Quanto mais completa a limpeza e poda de tudo o que é do “eu”, quanto menor a superfície que o Espírito Santo precisa cobrir, tanto maior será a concentração de todo o nosso ser, a fim de nos colocarmos inteiramente à disposição do Espírito. Essa é a verdadeira circuncisão de Cristo. Essa é a real crucificação com Cristo, trazendo sempre no corpo, o morrer de Jesus.

Bendita limpeza! Bendita poda! A purificação do próprio Deus! Quanto devemos nos regozijar na certeza de que vamos produzir mais fruto.

“Ó nosso Santo Lavrador, limpa e corta tudo o que há em nós e que poderia tornar-se objeto de exibição ou poderia transformar-se em fonte de auto-confiança e jactância. Senhor, mantém-nos humildes, para que nenhuma carne se glorie em Tua presença. Confiamos em Ti para fazer Tua obra.”

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Abundância de estímulos

Enfrentamos diariamente uma enxurrada de estímulos e distrações

Muitos de nós já experimentaram isto: ao nos sentarmos fora de casa para fazer uma refeição, aparece a primeira mosca. O inseto não pousa para “servir-se”, mas voa freneticamente de um lado para outro, dando a impressão de que, devido aos muitos odores, não sabe onde pousar. Isso afeta a todos os que estão ao redor da mesa, gerando agitação: o primeiro se levanta, o segundo tenta matá-la e o terceiro diz: “Fiquem quietos, não façam nada”.

Quem sabe isso ocorra simplesmente porque, devido à abundância de estímulos, a mosca não consegue decidir onde alimentar-se e, desse modo, não encontra tranqüilidade.

Como seres humanos, nós também enfrentamos uma enxurrada de estímulos e distrações, pois a cada dia nos expomos a diversas impressões. Esses estímulos freqüentemente se convertem em tentações para nossa carne, quer dizer, para a velha natureza que há no crente. Podem se apresentar de maneiras diferentes a cada um: esportes, livros, músicas, filmes, jogos de computador, celulares, internet, Facebook, salas de bate-papo, WhatsApp, carreira ou outra coisa. Nossa carne quer pecar. Em sua epístola, o apóstolo Tiago escreve: “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (1.14).

O que atrai nossa atenção não é necessariamente mau em si mesmo, porém afeta nossa carne (a concupiscência) e nos leva a querer satisfazer esse desejo, seja qual for; então, é pecado. “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (v. 15).

Embora os estímulos possam ser diferentes, têm algo em comum: absorvem nossas atenção, concentração, energia, nosso tempo e nos impedem de estar quietos. Se reagimos a esses atrativos, facilmente deixamos de ler a Bíblia, de refletir sobre o que lemos e de orar.

O leque de atividades é cada vez maior e mais variado, e atrás dele se esconde uma estratégia de Satanás:

  • Tenta evitar que o homem reflita sobre a eternidade, sobre o que vem depois da morte, sobre o motivo de sua existência e, ao final das contas, sobre o próprio Deus.
  • Como não tem podido evitar a conversão de homens em filhos de Deus, tenta impedir que se alegrem em seu andar com o Senhor Jesus. Quer evitar que tenham comunhão com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo; põe obstáculos para que não orem nem vivam para a glória de Deus. Então, usa qualquer meio para enchê-los de atividades a cada dia.

Isso acontece com você e comigo? Satanás alcança seus objetivos?

“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl 5.13). Um atleta de alto nível é muito disciplinado, treina todos os dias e se alimenta adequadamente. Ao mesmo tempo, renuncia a muitas coisas que lhe impedem de chegar à meta desejada. A vida de um filho de Deus também não pode ser passiva, pois, por si mesma, uma bola nunca rola ladeira acima, apenas ladeira abaixo.

Necessita-se de muita disciplina e de energia para renunciar ou dizer “não” a todas as tentações ou aos pensamentos. Podemos obter essa disciplina sobretudo mediante a oração. O Senhor Jesus disse a Seus discípulos no jardim do Getsêmani: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14.38).

Freqüentemente as distrações nos roubam tempo à noite; dormimos tarde e, no dia seguinte, é difícil levantar-nos. Quanto tempo nos sobra, então, para começar tranqüilamente o dia, com um adequado tempo devocional?

Um serviço de acordo com os pensamentos de nosso Senhor emana e se realiza na comunhão com Ele.

“Deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).

Estar quietos não significa cruzar os braços e não fazer nada. Se nos retiramos do ruído e dos estímulos cotidianos, da abundância das distrações, é para buscar em quietude a comunhão com nosso Pai celestial e com nosso Senhor Jesus Cristo, orando e ocupando-nos da Palavra. Assim, o Senhor nos molda, fortalece e prepara para a tarefa que nos quer dar.

Um serviço de acordo com os pensamentos de nosso Senhor emana e se realiza na comunhão com Ele. Em Marcos 6.7, o Senhor enviou os discípulos e lhes deu uma missão; quando a cumpriram, reuniram-se novamente: “E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus e contaram-Lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado (v. 30). O serviço deles começou na comunhão com o Senhor (3.13,14) e com Seu encargo, e terminou quando “Lhe contaram tudo”. Então, o Senhor Jesus “disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer” (6.30,31).

O Senhor sabia em que momento devia tirar Seus discípulos da agitação e levá-los a um lugar tranqüilo para descansar e comer algo.

Às vezes, temos a tendência a ir aos extremos: ou perdemos o tempo (esse precioso tempo que Deus nos tem dado) ou nos envolvemos em muitas atividades, e cedo ou ou tarde temos uma decepção porque estamos agindo com nossa própria força. Peçamos ao Senhor que nos ajude a ser equilibrados, seja retirando-nos, seja agindo no momento adequado.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3.1).


(Traduzido por M. Luca de Un mensaje bíblico para todos, n. 09/2015, autoria de R.P., publicado por Ediciones Bíblicas Para Todos (Suíça). Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Amor a Deus Amy Carmichael Humildade Serviço cristão

Não conheço nada do amor do Calvário (Amy Carmichael)


Se eu não tiver compaixão de meus colegas, como o Senhor teve compaixão de mim, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se posso ferir o outro ao falar a verdade, mas sem me preparar espiritualmente e sem sentir mais dor do que o outro, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se os elogios dos outros me alegram demais e as acusações me deprimem; se não posso passar por mal-entendidos sem me defender; se gosto de ser amada mais do que de amar, de ser servida mais do que de servir, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se quero ser conhecida como quem acertou em uma decisão ou como quem a sugeriu, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se eu ficar no lugar que pertence apenas a Jesus, fazendo-me necessária demais para uma pessoa, em vez de levá-la a se agarrar Nele, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se eu me recusar a ser um grão de trigo que cai na terra e morre, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se eu quero qualquer lugar no mundo a não estar no pó ao pé da cruz, então, não conheço nada do amor do Calvário.

Se me ressinto com aqueles que, segundo meu parecer, me censuram injustamente, esquecendo que, se me conhecessem tanto como eu, me censurariam muito mais, então, não conheço nada do amor do Calvário.


A história da vida de Amy Carmichael foi descrita pelo autor da sua biografia como “A história de uma amante e seu Amado”. Um escritor cristão disse a seu respeito: “A santa enferma, um soldado da Índia”. Ela conheceu o caminho do sofrimento, levando indiscutivelmente em seu corpo as marcas do Senhor Jesus.

A autora foi a primeira missionária enviada à Índia pela Convenção de Keswick, da Inglaterra. Tendo passado quase a vida inteira naquele país, o brilho do grande amor de Deus irradiou-se por meio de todo o seu ser. Se for perguntado a seus “filhos”, aos membros da “Dohnavur Fellowship”, o que mais os impressionou em Amy Carmichael, a resposta é sempre a mesma: “Seu amor”.


(Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Gotas de Orvalho (39)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Incendeie-se por Deus, e os homens virão ver você pegar fogo.

(John Wesley)

Em nossas orações ainda não resistimos até o sangue; não mesmo. Como diz Lutero, “nem ao menos fizemos suar nossa alma”. Oramos com uma atitude do tipo “o que vier está bom”. Deixamos tudo ao acaso. Nossas orações não nos custam nada. Nem mesmo demonstramos forte desejo de orar. Fica tudo na dependência de nossa disposição, e por isso oramos de forma intermitente e espasmódica. A única força diante da qual Deus se rende é a oração. Escrevemos muito sobre o poder da oração, mas ao orar não temos aquele espírito de luta. Nós fazemos tudo: exibimos nossos dons espirituais ou naturais; expomos nossas opiniões, políticas ou religiosas; pregamos sermões ou escrevemos livros para corrigir desvios doutrinários. Mas quem quer orar e atacar as fortalezas do inferno? Quem irá resistir ao diabo? Quem quer privar-se de alimento, descanso e lazer, para que os infernos o vejam lutando, envergonhando os demônios, libertando os cativos, esvaziando o inferno e sofrendo as dores de parto para deixar atrás de si uma fileira de pessoas lavadas pelo sangue de Cristo?

(Leonard Ravenhill)

Deus nos convida a vir como estamos, não para permanecer como estamos.

(Tim Keller)

Aprendi que não é em nosso perdão, nem em nossa justiça própria, que repousa a sorte do mundo, mas nos do Senhor. Quando Ele nos ordena que amemos nossos inimigos, Ele nos dá, juntamente com a ordem, Seu amor.

(Corrie Ten Boom)

O homem só deve entrar no ministério cristão se não conseguir ficar fora dele.

(Martyn Lloyd-Jones)

Nunca ouvi alguém dizer: “As lições mais profundas da minha vida vieram por meio de tempos de conforto e tranqüilidade”. Mas já ouvi santos fortes dizerem: “Todo avanço significativo que fiz em assimilar as profundezas do amor de Deus e em crescer na comunhão com Ele veio por meio do sofrimento.”

(John Piper)

É muito improvável que Deus use uma pessoa que nunca sofreu profundamente uma dor.

(A. W. Tozer)

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